A propósito de uma troca de sugestões de leitura entre mim e o Samwise noutro tópico, abro agora este só para recordar (os mais distraídos) que a Feira do Livro de Lisboa começa já no final da próxima semana (dia 26 de Maio) por isso pessoal de Lisboa e arredores, toca a começar a fazer as listas de compras. Apesar de ter que cruzar o Tejo não vou faltar e minha (lista) já está em elaboração
P.S.: No Porto parece que será lá para Setembro, nos Jardins do Palácio de Cristal (não tenho a certeza )
Feira do Livro 2016
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Re: Feira do Livro 2016
A Feira do Livro é um daqueles eventos que me acompanhou a vida inteira. A primeira vez que lá fui foi com o meu Pai, ainda era eu criança. Tive sorte, o meu Pai e o meu Avô incutiram em mim o gosto pela leitura desde muito cedo. Ainda sou do tempo em que havia um senhor velhote (devia na altura ser pouco mais velho do que eu sou agora!) que andava sempre de fato e dava rosas às senhoras com quem se cruzava! Isto há vontade há uns 40 anos...
A Feira do Livro, como tive oportunidade de referir no ano passado, para mim está a perder muita da identidade que tinha e a tornar-se muito mais comercial e menos apelativa - para mim. Mas são os sinais dos tempos, faz parte tornarmo-nos ao que parece críticos das mudanças. É a necessidade e a saudade de espaços de conforto antigos que mudam e a resistência a essas mudanças. A perda de algumas editoras como os Livros do Brasil, acho que empobrecem muito a oferta. Diversidade na minha opinião enriquece. Qualquer dia temos um ou dois grandes grupos apenas. A alma da antiga Feira do Livro vai-se perdendo à medida que as editoras vão desaparecendo. E os espaços lúdicos e comerciais vão também roubando quanto a mim a magia do ambiente característico. Eu gostava de estar a ver os livros sem ouvir criancinhas aos berros, música alta, e andar a cheirar os leitões assados. Aquilo qualquer dia é uma emanação da antiga Feira Popular que também tem umas barracas onde se vendem livros...
Mas sim, tenho a minha listinha de livros que me faltam de algumas colecções de FC... e tenho também uma saudades enormes da antiga Feira do Livro.
Será que este ano já vamos ter carrinhos de choque?...
A Feira do Livro, como tive oportunidade de referir no ano passado, para mim está a perder muita da identidade que tinha e a tornar-se muito mais comercial e menos apelativa - para mim. Mas são os sinais dos tempos, faz parte tornarmo-nos ao que parece críticos das mudanças. É a necessidade e a saudade de espaços de conforto antigos que mudam e a resistência a essas mudanças. A perda de algumas editoras como os Livros do Brasil, acho que empobrecem muito a oferta. Diversidade na minha opinião enriquece. Qualquer dia temos um ou dois grandes grupos apenas. A alma da antiga Feira do Livro vai-se perdendo à medida que as editoras vão desaparecendo. E os espaços lúdicos e comerciais vão também roubando quanto a mim a magia do ambiente característico. Eu gostava de estar a ver os livros sem ouvir criancinhas aos berros, música alta, e andar a cheirar os leitões assados. Aquilo qualquer dia é uma emanação da antiga Feira Popular que também tem umas barracas onde se vendem livros...
Mas sim, tenho a minha listinha de livros que me faltam de algumas colecções de FC... e tenho também uma saudades enormes da antiga Feira do Livro.
Será que este ano já vamos ter carrinhos de choque?...
Cabeças
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Re: Feira do Livro 2016
Cabeças wrote: A perda de algumas editoras como os Livros do Brasil, acho que empobrecem muito a oferta.
Acho que percebo o queres dizer e penso que saberás certamente que a Livros do Brasil foi comprada pela Porto Editora e mantém a linha editorial e a autonomia e parece que tem a liderá-la um nome prestigiado da edição em Portugal: Manuel Valente que já foi director editorial da Dom Quixote.
Eu também tenho uma vaga ideia de ouvir falar desse senhor que oferecia rosas, (ainda a feira era na Avenida em frente ao Tivoli) ...é duma geração da qual faz parte entre outros o já desaparecido mas muito querido "Homem do Adeus"
O meu gosto pela leitura esse começou nas antigas bibliotecas públicas, e com banda desenhada também: TimTim, Axterix, Lucky Luke Spirou, e o impagável Gaston Lagaffe
E sim, tens toda a razão a Feira mudou, mas a televisão também mudou, os alfarrabistas quase desapareceram, os velhos cinemas fecharam, enfim ... os tempos mudaram
Foi bastante agradável ler o teu comentário, Cabeças
Last edited by technicolor on May 20th, 2016, 4:40 pm, edited 1 time in total.
Re: Feira do Livro 2016
A Livros do Brasil perdeu identidade a partir do momento em que foi comprada pelo Porto. Em 2014, ainda era independente e consegui comprar livros da Argonauta a 1€, novos, na banca dessa editora. Hoje é impossível.
É assustador ver como o espaço da Leya e da Porto aumenta de ano para ano. Receio que seja o que vai acontecer em breve: dois grandes grupos, um de cada lado da feira.
Mas felizmente ainda resistem editoras porreiríssimas como a Antígona e a Relógio d'Água. Têm as melhores promoções e um atendimento óptimo. Já na dos grandes grupos sinto-me sempre tratado como uma máquina... enfim...
Gosto muito da feira e de toda a animação que há à volta dela. Os eventos, as sessões de leitura, conferências... os restaurantes, bem, aumentaram, mas sinceramente não me afecta. Gosto do ambiente, de ver tanta gente a comprar livros. E fiz voluntariado nos últimos 2 anos na feira, pela APEL, e digo-vos que, ao contrário de outros voluntariados, trataram-me sempre bem, pagaram almoços e jantares, ofereciam subsídio de transportes (que podia ser convertido em compras em livros na feira!). Foi a melhor experiência do género que tive, e não hesitei em defendê-la quando um tipo do P3 escreveu algo sobre este voluntariado sem saber do que falava.
Este ano acabaram com o voluntariado e convidaram-me para trabalhar, remuneradamente, na feira. Não hesitei em aceitar. Portanto, se vos vir por lá, já sabem!
É assustador ver como o espaço da Leya e da Porto aumenta de ano para ano. Receio que seja o que vai acontecer em breve: dois grandes grupos, um de cada lado da feira.
Mas felizmente ainda resistem editoras porreiríssimas como a Antígona e a Relógio d'Água. Têm as melhores promoções e um atendimento óptimo. Já na dos grandes grupos sinto-me sempre tratado como uma máquina... enfim...
Gosto muito da feira e de toda a animação que há à volta dela. Os eventos, as sessões de leitura, conferências... os restaurantes, bem, aumentaram, mas sinceramente não me afecta. Gosto do ambiente, de ver tanta gente a comprar livros. E fiz voluntariado nos últimos 2 anos na feira, pela APEL, e digo-vos que, ao contrário de outros voluntariados, trataram-me sempre bem, pagaram almoços e jantares, ofereciam subsídio de transportes (que podia ser convertido em compras em livros na feira!). Foi a melhor experiência do género que tive, e não hesitei em defendê-la quando um tipo do P3 escreveu algo sobre este voluntariado sem saber do que falava.
Este ano acabaram com o voluntariado e convidaram-me para trabalhar, remuneradamente, na feira. Não hesitei em aceitar. Portanto, se vos vir por lá, já sabem!