I Origins (2014) - Mike Cahill

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waltsouza
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I Origins (2014) - Mike Cahill

Post by waltsouza »

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http://www.imdb.com/title/tt2884206/?ref_=nv_sr_1
A molecular biologist and his laboratory partner uncover evidence that may fundamentally change society as we know it.
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Estreia dia 18 de Julho nos E.U.A
PanterA
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Re: I Origins (2014) - Mike Cahill

Post by PanterA »

Talvez tente ser mais que aquilo que se espera dele. Por vezes presunçoso e muito in your face, quando simplesmente podiam expor as ideais e conceitos de forma mais abstracta do ponto de vista que não há necessidade de estarem a vomitar dogmas, mesmo que por vezes a pessoa até se identifique com eles. Posto isto, a premissa está engraçada, prendeu-me completamente onde era raro tirar os olhos da TV, mas foi um pouco mal explorado. Acho que era tema para algo mais profundo de análise. Principalmente quando tentam dar significado à reencarnação teológica.

7.5/10
Gaspar Garção
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Re: I Origins (2014) - Mike Cahill

Post by Gaspar Garção »

Aconselho vivamente o 1º filme deste realizador, o Another Earth, com interpretação e argumento da Brit Marling.

O meu mano, que é doutorado em Biologia (ai esta família de génios...lol), quando lhe contei a premissa do I Origins, teve curiosidade de o ver e gostou, e aconselhei-lhe também o Another Earth: http://www.imdb.com/title/tt1549572/?ref_=nv_sr_1, que ele viu ontem, e também achou muito interessante (para mim superior ao I Origins).

É curioso, porque o Another Earth é um daqueles filmes
em que o final fica em aberto, e o que acontece precisamente no final pode depender de sermos optimistas ou pessimistas, e este I Origins e o seu final, pode-nos levar a pender a balança para um lado, ou seja, para mim o final do Another Earth é positivo, não é deprimente (tragédias em cima de tragédias), o que também acontece no I Origins
...
Na baliza Jackson, defesa com Scorsese, Coppola, Spielberg e Eastwood. No meio campo, Ridley Scott, Wes Anderson, Pollack e Carpenter. Avançados, Woody, e solto nas alas Tarkovsky. Suplentes: Bunuel, Fellini, Kurosawa, Visconti, Antonioni, Lynch e Burton.
JoséMiguel
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Re: I Origins (2014) - Mike Cahill

Post by JoséMiguel »

Eu sou de ciências e sou ateu, o protagonista do Eye Originis (este I é de olho e não de "I, Robot") é a minha cara chapada e identifico-me com o personagem. Adorei o filme. :wink:

Não se trata de propaganda religiosa, eu odeio toda e qualquer forma de religião, mas não me importo que um filme como o Ben-Hur o faça. Se fosse o caso aqui também não me chateava, mas não acho que o seja.

Trata-se de um filme poético, filosófico, profundo e inteligente.

A seguir vi o "Another Earth" que é apenas um (bom) melodrama romântico/lamechas/dramático que achei muito inferior a este I Origins. oops:)

O meu gosto pelo I Origins é bastante pessoal e não serve como nenhum indicador ou referência para as outras pessoas. :-?
Gaspar Garção
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Re: I Origins (2014) - Mike Cahill

Post by Gaspar Garção »

Lá tínhamos que discordar pela primeira vez... :)

Eu, talvez por ter visto o Another Earth antes, e me ter tocado o "calvário" (e a viagem emocional) da personagem principal, mais até do que da premissa de FC, preferi-o ao I Origins, mas quando são ambos bons filmes, o gosto não é importante, desde que se desfrute a ver ambos e se recomendem a amigos e "foristas"...
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JoséMiguel
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Re: I Origins (2014) - Mike Cahill

Post by JoséMiguel »

Gaspar, no Another Earth o ponto forte para mim foi o calvário que referiste e até fiquei sensibilizado quando ela abre o jogo com o viúvo. Mas são géneros diferentes, filmes lamechas existem muitos, mas filmes filosóficos existem poucos. O I Origins é filosófico e pela raridade do género, torna-se mais precioso para mim.

Assim já percebes melhor o meu comentário anterior. :wink:
nimzabo
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Re: I Origins (2014) - Mike Cahill

Post by nimzabo »

Acabei de ver e também gostei.
Lorde X
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Re: I Origins (2014) - Mike Cahill

Post by Lorde X »

Junta dois géneros que eu gosto de ver reunidos no mesmo filme que são a Ficção Científica e o Romance. E quanto à execução, temos uma belíssima fotografia e banda sonora.

Porém, fiquei no final com uma sensação de frustração, de decepção, porque a matéria em questão podia ter nos dado bem mais... podia ter sido desenvolvida de uma forma bem mais rica...

Concordo com aqueles que criticam as muitas situações implausíveis e acontecimentos que coincidiram de forma a que a narrativa pudesse seguir no sentido pretendido (e tal normalmente é sinal de preguiça ou, como me pareceu neste caso, de inabilidade do argumentista). Mas nem se encontra aí a razão de ser do meu descontentamento.

Para explicar melhor, vou ter mesmo que fazer spoilers...
A temática da reencarnação é uma que me interessa bastante e aqui temos uma ideia inovadora (a de que a íris dos olhos é única e apresenta uma correlação com a alma de cada um, pelo que em cada reencarnação, aquela mantém-se a mesma.

Só que demasiado cedo foi levantado o véu sobre este "mistério" e mais nenhum sobrou que nos deixasse com aquela sensação que a boa ficção científica nos transmite, de desbravar mundos misteriosos e desconhecidos. Quase todos os desenvolvimentos posteriores, senão mesmo todos, fui antecipando com grande antecedência... Como na actuação de um ilusionista em que conseguimos antecipar e descobrir o seu próximo truque, a magia desvaneceu-se...

Mas também o romance, sobre o qual o filme muito enfoque colocou, e ao qual muito tempo foi dedicado, o que criou expectativas dos espectadores, foi muito destratado... A relação entre ele a a rapariga misteriosa foi reduzida a uma mera atracção sexual. Depois da sua morte, quando ele é apanhado pela sua mulher a masturbar-se, enquanto vê filmagens da sua ex-namorada falecida, chega mesmo ao ponto de afirmar que, antes de ela morrer, chegou a pensar que não iria conseguir passar a vida toda com alguém tão infantil... Por outro lado, ele tem um casamento feliz, em que a mulher tem muito em comum com ele, tendo ambos um filho bebé.

Já que no início do filme foi dado tanto enfoque ao romance e sobre ele se criaram tantas expectativas, com a rapariga a dizer que acreditava na reencarnação, que os dois estavam destinados um para o outro e que se encontrariam noutras vidas, a forma como a história acaba por evoluir, contraria o "grande amor" que nos era prometido.

Pelo que o cientista diz e pelos seus actos, somos levados a acreditar que o que o realmente o motiva a viajar à Índia não é encontrar o seu grande amor perdido, mas sim comprovar a teoria que se lhes apresenta e que se desenvolve a partir de um assunto, o olho, que sempre o fascinou e que sempre foi o principal objecto das suas investigações.

Ou seja, o grande amor que nos é apresentado no início do filme acaba por se tornar numa grande ponta solta do enredo... já que para a resolução final era desnecessária a sua existência.

Pelo menos para os meus gostos pessoais, o filme teria funcionado bem melhor, se o casamento dele não tivesse falhado e se nunca tivesse esquecido a sua namorada. Por outro lado, encontrar a reencarnação da sua ex-namorada, com apenas 7 anos, impede que se crie um elo amoroso entre ambos e o retomar da relação interrompida pela sua trágica morte. Teria sido preferível, a meu ver se esse encontro tivesse sucedido mais tarde, quando a rapariga fosse mais velha e já pudesse suceder algo entre os dois.

Em suma, no campo da ficção científica, pouco mistério e suspense, sem qualquer twist. No campo do romance, um promissor grande amor é destratado, não tendo um desenvolvimento que (me) satisfaça e não lhe sendo dada uma conclusão.

Ora, com estes comentários não pretendo criticar o filme de um ponto de vista objectivo (embora neste campo ele tenha realmente falhas, ao nível dos acontecimentos implausíveis e das demasiadas coincidências oportunas para o desenvolvimento da história), mas apenas referir que da perspectiva subjectiva dos meus gostos pessoais, gostava que as boas ideias que ele contém tivessem beneficiado de um desenvolvimento diferente...

Pelo que, se calhar em contra-corrente, irei lhe dar apenas 7/10 (bom).
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