War of the Worlds (2005) - Steven Spielberg
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No Alvaláxia (bolas que até pareço que tenho comissão na sala...) se fores à primeira sessão tens um bom desconto no bilhete e depois até às 17h00 é 3,80 o bilhete. As salas são enormes e normalmente não estão lotadas excepto à noite e aos fins de semana. As pipocas lá não são um grande problema. :)
Last edited by Thanatos on July 13th, 2005, 8:04 pm, edited 1 time in total.
Isso deve-se ao facto de estarmos habituados a visualizar filmes no rácio de 2.35:1 .lud81 wrote:Eu sei distinguir entre 4:3 e 16:9, e o que eu vi era mais próximo do 4:3 do que do 16:9, isso vos garanto. Não estou a discutir o AR original do filme, mas como ele foi projectado onde eu vi. Só para esclarecer isso.
Eu também estranhei e confirmo que parecia mais um 1.66:1 que 1.85:1, porém notava-se que era mais rectângulo (16:9) que quadrado (4:3)
Peço desculpa por especular sobre aquilo que estás ou não habituado a ver, até parece que estou a bater na mesma tecla desde o ínicio do tópicolud81 wrote:Queres fazer o favor de parar de especular sobre o que eu estou habituado ou não? Já vi muitos filmes em 1.85:1 naquela sala e War of the Worlds não foi um deles.EnyGmaTiK wrote:
Isso deve-se ao facto de estarmos habituados a visualizar filmes no rácio de 2.35:1 .

- Victor Melo
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Antes de mais devo dizer que foi agradável ler todas estas páginas e verificar a dualidade de sentimentos que este filme está a gerar. Talvez a magia do cinema resida precisamente ai, no teor individual que condiciona a forma como percepcionamos e sentimos essa arte.
Nesta “Guerra dos fóruns”, concordo com o “exército defensor” do filme, especialmente com as “investidas” de Alan Smithee e Leão de Ouro.
A opção de retratar o filme pelo olhar (e restantes sensações) da família Ferrier resulta muito bem.
Senti na primeira pessoa toda a invasão. O espanto e apreensão da cadeia de acontecimentos que a antecedeu e os momentos de pânico que a sucederam.
As fugas desenfreadas, a imensa claustrofobia (tanto no interior como no exterior, tal era o sufoco aparentemente omnipresente infligido pelos tripods exterminadores), o sentimento de impotência humana perante tudo o que estava a acontecer e a única palavra de ordem: sobreviver!
E quando um filme (especialmente os que visam retratar situações pós-apocalípticas) nos consegue entranhar na acção de forma cirúrgica como acontece aqui, então a satisfação é total. Um grande momento de cinema!
Não me apetece aprofundar mais, pois concordo na integra com tudo o que o Alan Smithee disse na sua primeira análise ao filme (página 9 do tópico).
Um grande filme do Spielberg, que tenciono visionar pela 2ª vez ainda no grande ecrã, antes de me limitar a sonhar com o dvd…
SPOILER
Não pretendo incorrer no erro simplista de reduzir um filme ao seu final, mas confesso que preferia algo mais realista. A meu ver, a sobrevivência do Robbie é utópica demais, face à situação que ele passou. O filme ganha “felicidade”, mas perde credibilidade e até mesmo um pouco de humanidade.
E passo a explicar esse ponto de vista:
Numa visão pessoal, pareceu-me que Ray (Tom Cruise) incorpora o papel de um pai imaturo e irresponsável cicatrizado pela falha matrimonial e consequente perda da esposa e filhos para outro homem, que à partida preenche os requisitos paternais convencionais.
No entanto isto está longe de significar que ele não gosta ou se preocupa com os filhos na fase inicial do filme. Há uma nítida falha comunicacional resultante da amargura dessa situação que parece servir de obstáculo para a sua aproximação.
Nos momentos iniciais da catástrofe, a vontade de ser herói à força bruta do filho, Robbie, parece ser um grito de revolta face à (aparente) apatia do seu verdadeiro pai. Uma tentativa revoltada de servir de exemplo face ao pai que ele gosta mas ao mesmo tempo condena …
No entanto, com o desenvolvimento da tragédia, o instinto paternal supera tudo. E Ray consegue o feito heróico de manter a filha a salvo, pela responsabilidade, cautela e precaução, não pela “coragem” inconsciente.
Mas optou-se por um happy ending um pouco mais extremista. Paciência… nada de trágico…
Nesta “Guerra dos fóruns”, concordo com o “exército defensor” do filme, especialmente com as “investidas” de Alan Smithee e Leão de Ouro.
A opção de retratar o filme pelo olhar (e restantes sensações) da família Ferrier resulta muito bem.
Senti na primeira pessoa toda a invasão. O espanto e apreensão da cadeia de acontecimentos que a antecedeu e os momentos de pânico que a sucederam.
As fugas desenfreadas, a imensa claustrofobia (tanto no interior como no exterior, tal era o sufoco aparentemente omnipresente infligido pelos tripods exterminadores), o sentimento de impotência humana perante tudo o que estava a acontecer e a única palavra de ordem: sobreviver!
E quando um filme (especialmente os que visam retratar situações pós-apocalípticas) nos consegue entranhar na acção de forma cirúrgica como acontece aqui, então a satisfação é total. Um grande momento de cinema!
Não me apetece aprofundar mais, pois concordo na integra com tudo o que o Alan Smithee disse na sua primeira análise ao filme (página 9 do tópico).
Um grande filme do Spielberg, que tenciono visionar pela 2ª vez ainda no grande ecrã, antes de me limitar a sonhar com o dvd…

SPOILER
Não pretendo incorrer no erro simplista de reduzir um filme ao seu final, mas confesso que preferia algo mais realista. A meu ver, a sobrevivência do Robbie é utópica demais, face à situação que ele passou. O filme ganha “felicidade”, mas perde credibilidade e até mesmo um pouco de humanidade.
E passo a explicar esse ponto de vista:
Numa visão pessoal, pareceu-me que Ray (Tom Cruise) incorpora o papel de um pai imaturo e irresponsável cicatrizado pela falha matrimonial e consequente perda da esposa e filhos para outro homem, que à partida preenche os requisitos paternais convencionais.
No entanto isto está longe de significar que ele não gosta ou se preocupa com os filhos na fase inicial do filme. Há uma nítida falha comunicacional resultante da amargura dessa situação que parece servir de obstáculo para a sua aproximação.
Nos momentos iniciais da catástrofe, a vontade de ser herói à força bruta do filho, Robbie, parece ser um grito de revolta face à (aparente) apatia do seu verdadeiro pai. Uma tentativa revoltada de servir de exemplo face ao pai que ele gosta mas ao mesmo tempo condena …
No entanto, com o desenvolvimento da tragédia, o instinto paternal supera tudo. E Ray consegue o feito heróico de manter a filha a salvo, pela responsabilidade, cautela e precaução, não pela “coragem” inconsciente.
Mas optou-se por um happy ending um pouco mais extremista. Paciência… nada de trágico…

«The bigger the director/picture, the more "fun" people have acting like they're above it.»
random IMDB user
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Eu alinho mais na justificação de o homem estar completamente perturbado com a perda dos familiares. De lembrar que ele diz ter perdido toda a gente. O perfil realmente assenta no que disseste, mas há que juntar o tal trauma de ter perdido a família.lud81 wrote:SPOILERS:
Sobre o Tim Robbins, não me parece que ele fosse pedófilo... A princípio também pensei isso, é a impressão inicial que dá. Mas depois mostra ser apenas um tipo esquisito, com umas paranóias, provavelmente um veterano do vietnam afectado, ele porta-se como um combatente e tem aparenta a idade certa de 50/60 anos. A cena que ele diz à Dakota nas escadas não tem nada de pedófilo, está apenas a conversar com a miúda e diz exactamente o que é dito em todos os filmes, que se o pai morrer, ele toma conta dela. Ele durante a cena toda, que dura uns bons 20 ou mais minutos, mal olha para a Dakota, sem ser no início. Fala mais com o Tom de homem para homem, conta-lhe o seu plano alucinado de resistência, etc.
O que estou a tentar dizer é que o tipo não é obrigatoriamente un pedófilo. Não estou a afirmar que não é, estou a dizer que não acho que seja. Pode ser, pode não ser, eu acho que não é, é apenas chalado, um daqueles americanos patriotas que votaram no Bush.
Este comentário tem SPOILERS pelo meio.
Fui ver o filme o fim-de-semana passado e fiquei totalmente conquistado. Há muito que não via um filme do Spielberg que me convencesse tanto.
Foi um daqueles filmes que me fez colar à cadeira, nunca tirando os olhos do ecrã, nem dando pelo tempo a passar. Só isso já é um mérito enorme.
Achei, comparativamente com outros filmes do Spielberg, um filme bem mais violento do que o normal. Achei também que a forma como as personagens estão caracterizadas dá-lhes uma humanidade maior do que é costume na obra de Spielberg. O Tom Cruise é um herói frágil, conseguindo de forma brilhante transmitir-nos a angústia de querer salvar os filhos. Uma personagem como a desempenhada por Tim Robins não é usual nos filmes de Spielberg, assim como o desfecho brutal desta personagem.
Mais spielberguiano é o final. É impossível o homem escapar-se aos happy-endings, ainda que depois de tanta morte e angústia, possa saber bem a muita gente ver aquele final. Eu confesso que dispensava.
Depois há a forma brilhante como as cenas são encenadas. Não são só os efeitos especiais. Lembrem-se por exemplo do "Dia da Independência", onde o que se safa são apenas os efeitos especiais e comparem-no com este filme. Aqui há muito mais do que isso. Os efeitos servem o filme, não sendo a sua parte mais importante.
E em matéria de efeitos, não me lembro de um filme onde tenha ficado tão impressionado com os efeitos sonoros. Há sons que aterrorizam, mesmo sem sabermos o que significam. Teremos certamente um oscarizado na categoria de efeitos sonoros.
Resumindo, achei um filme excelente. Há muito que não via um filme que me enchesse tanto as medidas. E é daqueles filmes que deve mesmo ser visto na sala de cinema, perdendo-se concerteza muito se se deixar para ver no DVD.
Fui ver o filme o fim-de-semana passado e fiquei totalmente conquistado. Há muito que não via um filme do Spielberg que me convencesse tanto.
Foi um daqueles filmes que me fez colar à cadeira, nunca tirando os olhos do ecrã, nem dando pelo tempo a passar. Só isso já é um mérito enorme.
Achei, comparativamente com outros filmes do Spielberg, um filme bem mais violento do que o normal. Achei também que a forma como as personagens estão caracterizadas dá-lhes uma humanidade maior do que é costume na obra de Spielberg. O Tom Cruise é um herói frágil, conseguindo de forma brilhante transmitir-nos a angústia de querer salvar os filhos. Uma personagem como a desempenhada por Tim Robins não é usual nos filmes de Spielberg, assim como o desfecho brutal desta personagem.
Mais spielberguiano é o final. É impossível o homem escapar-se aos happy-endings, ainda que depois de tanta morte e angústia, possa saber bem a muita gente ver aquele final. Eu confesso que dispensava.
Depois há a forma brilhante como as cenas são encenadas. Não são só os efeitos especiais. Lembrem-se por exemplo do "Dia da Independência", onde o que se safa são apenas os efeitos especiais e comparem-no com este filme. Aqui há muito mais do que isso. Os efeitos servem o filme, não sendo a sua parte mais importante.
E em matéria de efeitos, não me lembro de um filme onde tenha ficado tão impressionado com os efeitos sonoros. Há sons que aterrorizam, mesmo sem sabermos o que significam. Teremos certamente um oscarizado na categoria de efeitos sonoros.
Resumindo, achei um filme excelente. Há muito que não via um filme que me enchesse tanto as medidas. E é daqueles filmes que deve mesmo ser visto na sala de cinema, perdendo-se concerteza muito se se deixar para ver no DVD.