Catwoman
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- Ricardo Ribeiro
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Paulo, podes discordar, mas o argumento com que inicias a defesa da tua "tese" é que não me parece válido. orque uma BD é algo bem diferente de um romance. Porquê? Porque parte desde logo com uma base visual sólida, definida pelo autor. No romance, a visualização de personagens e de paisagens, é aflorada pelo autor, mas a solidez é conferida na mente de cada um dos leitores. Logo, é deixada uma flexibilidade que permite ao "adaptador" para cinema criar fisicamente os cenários, personagens e etc.
Por outro lado, a BD, pela sua natureza, não tem conteúdo nem profundidade. E aqui poderá entrar alguém e dizer apenas: "e se amanhã me apetecer apenas ver um filme para me divertir, sem mais merdas?". Está certo. Mas o facto de haver legitimidade no consumo do produto, não lhe confere qualidade. Não aceito que se possa ver qualidade num produto cinematográfico que se baseia num jornalito colorido, criado para proporcionar um bom bocado na praia ou à sombra de uma árvore. A BD é de excelente qualidade, mas à data da sua criação nasce com uma missão que cumprirá perfeitamente. Só que mesmo sendo de cinco estrelas, continua a ser pobre para sustentar um bom filme.
E depois, há a crítica para a exacerbação de efeitos especiais, que já alguém aqui disse serem essenciais para o sucesso destes filmes. Seja essencial. Mas se fosse eu a mandar, nem havia filmes destes, logo, não havia necessidade desses efeitos especiais. Porque é a descaracterização do cinema. É uma espécie de Branca de Neve invertida. Da ausência de imagem, o que para mim e muita gente anula à partida o conceito intrínseco de cinema como espectáculo fundamentalmente visual, passa-se para um ofuscamento pela imagem, em que tyudo o resto é dispensado. E para mim, está-se a um passo de deixar de ser cinema, pela ponta oposta a Branca de Neve.
Por outro lado, a BD, pela sua natureza, não tem conteúdo nem profundidade. E aqui poderá entrar alguém e dizer apenas: "e se amanhã me apetecer apenas ver um filme para me divertir, sem mais merdas?". Está certo. Mas o facto de haver legitimidade no consumo do produto, não lhe confere qualidade. Não aceito que se possa ver qualidade num produto cinematográfico que se baseia num jornalito colorido, criado para proporcionar um bom bocado na praia ou à sombra de uma árvore. A BD é de excelente qualidade, mas à data da sua criação nasce com uma missão que cumprirá perfeitamente. Só que mesmo sendo de cinco estrelas, continua a ser pobre para sustentar um bom filme.
E depois, há a crítica para a exacerbação de efeitos especiais, que já alguém aqui disse serem essenciais para o sucesso destes filmes. Seja essencial. Mas se fosse eu a mandar, nem havia filmes destes, logo, não havia necessidade desses efeitos especiais. Porque é a descaracterização do cinema. É uma espécie de Branca de Neve invertida. Da ausência de imagem, o que para mim e muita gente anula à partida o conceito intrínseco de cinema como espectáculo fundamentalmente visual, passa-se para um ofuscamento pela imagem, em que tyudo o resto é dispensado. E para mim, está-se a um passo de deixar de ser cinema, pela ponta oposta a Branca de Neve.
Ricardo Ribeiro
O Mundo da Viagem em...
http://papaleguas.wordpress.com | http://cruzamundos.wordpress.com
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Que achas de filmes como Ghost World e Road to Perdition. Alias há um tempo atrás não foste tu que muito bem falaste deste último?Ricardo Ribeiro wrote:Paulo, podes discordar, mas o argumento com que inicias a defesa da tua "tese" é que não me parece válido. orque uma BD é algo bem diferente de um romance. Porquê? Porque parte desde logo com uma base visual sólida, definida pelo autor. No romance, a visualização de personagens e de paisagens, é aflorada pelo autor, mas a solidez é conferida na mente de cada um dos leitores. Logo, é deixada uma flexibilidade que permite ao "adaptador" para cinema criar fisicamente os cenários, personagens e etc.
Por outro lado, a BD, pela sua natureza, não tem conteúdo nem profundidade. E aqui poderá entrar alguém e dizer apenas: "e se amanhã me apetecer apenas ver um filme para me divertir, sem mais merdas?". Está certo. Mas o facto de haver legitimidade no consumo do produto, não lhe confere qualidade. Não aceito que se possa ver qualidade num produto cinematográfico que se baseia num jornalito colorido, criado para proporcionar um bom bocado na praia ou à sombra de uma árvore. A BD é de excelente qualidade, mas à data da sua criação nasce com uma missão que cumprirá perfeitamente. Só que mesmo sendo de cinco estrelas, continua a ser pobre para sustentar um bom filme.
E depois, há a crítica para a exacerbação de efeitos especiais, que já alguém aqui disse serem essenciais para o sucesso destes filmes. Seja essencial. Mas se fosse eu a mandar, nem havia filmes destes, logo, não havia necessidade desses efeitos especiais. Porque é a descaracterização do cinema. É uma espécie de Branca de Neve invertida. Da ausência de imagem, o que para mim e muita gente anula à partida o conceito intrínseco de cinema como espectáculo fundamentalmente visual, passa-se para um ofuscamento pela imagem, em que tyudo o resto é dispensado. E para mim, está-se a um passo de deixar de ser cinema, pela ponta oposta a Branca de Neve.

Não concordo em nada com a tua opinião. E nem vou tentar aqui explicar o porque desta discordia. Mas havia um enorme texto que acabaria por contrariar tudo o que escreveste
................................................................................................................................................................................................................................. este espaço é a minha tese usem a vossa imaginação

Já agora Conan, novela, BD (onde ganhou reconhecimento) filme; Zorro (não começou primeiro como BD?).
Isto não é a sério pois não? A BD não tem conteudo? Profundidade? Sem me disseres BD disney ou mónica ainda vá que não vá... mas dizer isso é um desrespeito pro todos os autores de BD. É o mesmo que dizer que arte abstracta é um desperdício de tinta, uns gatafunhos na tela.Por outro lado, a BD, pela sua natureza, não tem conteúdo nem profundidade.
Só alguém que nunca chorou, riu, assustou-se e comoveu-se a ler BD é que poderia dizer tal coisa.
DaveT
"Only two things are infinite: The Universe and human stupidity. And I'm not sure about the Universe." - A. Einstein
http://www.invelos.com/dvdcollection.aspx/DavidTJorge

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"Não aceito que se possa ver qualidade num produto cinematográfico que se baseia num jornalito colorido, criado para proporcionar um bom bocado na praia ou à sombra de uma árvore. A BD é de excelente qualidade, mas à data da sua criação nasce com uma missão que cumprirá perfeitamente. Só que mesmo sendo de cinco estrelas, continua a ser pobre para sustentar um bom filme. "
Já tenho lido coisas muito estranhas escritas por tí, mas nunca nada tão redutor como isto.
Então uma boa BD é pobre para sustentar um bom filme???? E se fores ver um filme desses e gostares do filme como tal??? Estás a classificar uma série de filmes como mau produto cinematográfico sem sequer teres visto um que fosse, o que para mim é algo de inconcebivel vindo de alguém como tu, amante de cinema (acho que não estou enganado...).
"Logo, é deixada uma flexibilidade que permite ao "adaptador" para cinema criar fisicamente os cenários, personagens e etc. "
Concordo contigo neste ponto, mas isso não é necessáriamente negativo. Além de que se o espectador não conhecer a banda desenhada na qual o filme é baseado, qual é a diferença para o espectador entre esse filme e outro qualquer baseado num romance?
Eu até acho que a banda desenhada é um campo privilegiado como fonte de filmes porque os primeiros storyboards estão feitos, além de que a própria estrutura da BD é tal e qual um filme, 90% visual.
Já tenho lido coisas muito estranhas escritas por tí, mas nunca nada tão redutor como isto.
Então uma boa BD é pobre para sustentar um bom filme???? E se fores ver um filme desses e gostares do filme como tal??? Estás a classificar uma série de filmes como mau produto cinematográfico sem sequer teres visto um que fosse, o que para mim é algo de inconcebivel vindo de alguém como tu, amante de cinema (acho que não estou enganado...).
"Logo, é deixada uma flexibilidade que permite ao "adaptador" para cinema criar fisicamente os cenários, personagens e etc. "
Concordo contigo neste ponto, mas isso não é necessáriamente negativo. Além de que se o espectador não conhecer a banda desenhada na qual o filme é baseado, qual é a diferença para o espectador entre esse filme e outro qualquer baseado num romance?
Eu até acho que a banda desenhada é um campo privilegiado como fonte de filmes porque os primeiros storyboards estão feitos, além de que a própria estrutura da BD é tal e qual um filme, 90% visual.
- Paulo Sousa Dias
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Ricardo,
Estás a falar com conhecimento de causa? A que BD te referes, em concreto? Às bds do Tio Patinhas e Rato Mickey? Super-heróis americanos? Bd da Vertigo?? Lone Wolf and Cub? Akira? Corto Maltese? Novelas gráficas do Didier Comés (Eva, Silêncio)?? MAUS (prémio PULITZER...) ???
Se não gostas particularmente de BD e só te lembras das histórias da Disney e do Maurício de Sousa e coisas parecidas da tua infância, estás completamente no teu direito - não ando aqui numa cruzada a promover a leitura da BD à força
... - mas fazer generalizações desse calibre parece-me um bocado leviano.
Não caias no erro típico de grande parte das pessoas em Portugal, que acham que BD é só coisa de putos - olha que muita dela é tudo menos isso. E, se é evidente que mesmo uma boa e longa novela gráfica nunca pode atingir a espesura e densidade de uma boa obra de literatura pura, também é verdade que há por aí muitas obras em BD que têm um valor infinitamente superior àquele que lhes atribuis...
Um abraço,
Não leves a mal, mas essa é do caraças!!Por outro lado, a BD, pela sua natureza, não tem conteúdo nem profundidade.

Estás a falar com conhecimento de causa? A que BD te referes, em concreto? Às bds do Tio Patinhas e Rato Mickey? Super-heróis americanos? Bd da Vertigo?? Lone Wolf and Cub? Akira? Corto Maltese? Novelas gráficas do Didier Comés (Eva, Silêncio)?? MAUS (prémio PULITZER...) ???
Se não gostas particularmente de BD e só te lembras das histórias da Disney e do Maurício de Sousa e coisas parecidas da tua infância, estás completamente no teu direito - não ando aqui numa cruzada a promover a leitura da BD à força

Não caias no erro típico de grande parte das pessoas em Portugal, que acham que BD é só coisa de putos - olha que muita dela é tudo menos isso. E, se é evidente que mesmo uma boa e longa novela gráfica nunca pode atingir a espesura e densidade de uma boa obra de literatura pura, também é verdade que há por aí muitas obras em BD que têm um valor infinitamente superior àquele que lhes atribuis...
Um abraço,
Paulo Sousa Dias
Também estou em desacordo com a tua posição, Ricardo.
Pensar que BD é coisa de miúdos, sem conteúdo ou profundidade, é demonstrar ou falta de conhecimento deste universo tão vasto ou demonstrar uma tendência generalista, sem dúvida alguma redutora. É um pouco como a ideia generalizada de que filmes de animação são para crianças e pronto.
Claro que a BD, como a da Disney e Maurício de Sousa, que são mais infantis-juvenis (facto que não lhes retira nenhum valor). Mas há toda uma gama de exemplos de BD (muitos já referidos) que têm grande qualidade.
O Ghost World é das melhores visões do mundo dos jovens que já li; o American Splendor é completamente sobre a vida real de um homem, entre outros exemplos.
Pensar que BD é coisa de miúdos, sem conteúdo ou profundidade, é demonstrar ou falta de conhecimento deste universo tão vasto ou demonstrar uma tendência generalista, sem dúvida alguma redutora. É um pouco como a ideia generalizada de que filmes de animação são para crianças e pronto.
Claro que a BD, como a da Disney e Maurício de Sousa, que são mais infantis-juvenis (facto que não lhes retira nenhum valor). Mas há toda uma gama de exemplos de BD (muitos já referidos) que têm grande qualidade.
O Ghost World é das melhores visões do mundo dos jovens que já li; o American Splendor é completamente sobre a vida real de um homem, entre outros exemplos.
Frances Farmer
Isaac: It's an interesting group of people, your friends are.
Mary: I know.
Isaac: Like the cast of a Fellini movie.
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- alquimista
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Bom, eu ainda nao li nada deste tópico, mas esta frase deixou-me mudo.Por outro lado, a BD, pela sua natureza, não tem conteúdo nem profundidade.



Sinceramente nem sei como argumentar em oposição a isto agora.


Tomara muito argumento de cinema ter a inteligência ou profundidade de uma boa Bd. Por outro lado, se há alguma coisa que dá má imagem da Bd são as adaptações da tanga que hollywood faz dela. Mas também o que há por ai são essencialmente adaptações de Comics e isso jamais poderá ser um bom exemplo pois o Comics não pode ser generalizado enquanto representante da BD enquanto género pois é quase um subgénero muito especifico que mesmo dentro da bd tem as suas próprias regras.
Para mim o Comics americano é o equivalente aos telefilmes e a Bd exterior aos comics é o equivalente a um romance. Por isso para mim a Bd (adulta) é tudo menos superficial, e muito menos é uma coisa para putos.
É sexta feira, tambem nao me apetece argumentar muito mais.

46 anos no planeta e ainda não fui expulso.
Ilustração - Fantasia
Artefactos Arqueológicos em Marte ?
Cinema Oriental
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"Para mim o Comics americano é o equivalente aos telefilmes e a Bd exterior aos comics é o equivalente a um romance. Por isso para mim a Bd (adulta) é tudo menos superficial, e muito menos é uma coisa para putos. "
Uma pequena questão - consideras comics 100 bullets ou Sandman, por exemplo?
Ou melhor, o que consideras exactamente como sendo comics?
Uma pequena questão - consideras comics 100 bullets ou Sandman, por exemplo?
Ou melhor, o que consideras exactamente como sendo comics?
- alquimista
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Tudo o que siga uma estrutura caracteristica no que toca a uma fragmentação de um acontecimento gráficamente representado. Ou seja se fosse um filme, teria uma montagem tipo Mtv, planos rápidos e muitas sequências em vinhetas sucessivas representando claramente as vezes apenas um movimento. Por exemplo só nos Comics é que podes encontrar uma página inteira completamente usada para reproduzir um personagem a dar um salto por exemplo atravez de uma sequencia de quadrados enquanto que numa Bd fora do Comics, se calhar só seriam preciso um ou dois quadrados para mostrar o personagem a dar o salto e passava-se imediatamente ao desenvolvimento do argumento. Numa Bd esse salto não seria o centro da atenção, estaria la para servir de ligação entre qualquer parte da historia. Num Comics, esse salto e todos os seus detalhes podem ser muito mais importantes que a historia que ha para contar. Numa Bd o que conta é o argumento que há para narrar, num Comics o que conta é o - momento - e toda a espectacularidade que se poderá retirar desse bocado de historia.Uma pequena questão - consideras comics 100 bullets ou Sandman, por exemplo?
Ou melhor, o que consideras exactamente como sendo comics?
Este sistema foi basicamente inicialmente inventado para fazer render um argumento, assim com uma historia simples as vezes , podem desenhar-se inumeros fasciculos para se vender.
Numa Bd como nao pertence a uma industria tão imediata, cada album pode dar-se ao luxo de gastar uma historia por inteiro, pois não ha necessidade de voltar a pagar a um argumentista para escrever o proximo episodio que tem de sair na proxima semana.
Comparas um Comic americano com uma Bd como por exemplo o Valerian ou Blake & Mortimer e toda a estrutura narrativa é completamente oposta.
Num Comic podes ter uma historia de 20 paginas e não avançar nada no argumento pois tudo é ocupado por sequencias de acção detalhadas com o personagem e pouco mais. Numa Bd se não avançares a historia pelo menos em tres ou quatro páginas estás lixado, pois não podes recorrer aos "códigos" do Comic para distrair o leitor pois a tua obra corre imediatamente o risco de passar de Bd a Comics.
Deixei de me interessar particularmente por Comics ha ja algum tempo por isso não conheço os titulos que mencionas. Só de nome.
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Além de discordar da opinião do Ricardo, e concordar com o que a maioria dos partipantes deste topic disseram, eu ainda vou mais longe
Posso dizer que "dentro" do chamado realismo mágico, coloco Palomar ao lado das obras maiores de Gabriel Garcia Marquez ou Juan Rulfo.
Para mim, uma boa BD pode atingir a qualidade de uma obra literária "pura". Algumas das minhas Bd's favoritas estão entre a melhor "literatura" que já li. Dois ex. Jimmy Corrigan de Chris Ware e Palomar de Gilberto Hernandez.E, se é evidente que mesmo uma boa e longa novela gráfica nunca pode atingir a espesura e densidade de uma boa obra de literatura pura, também é verdade que há por aí muitas obras em BD que têm um valor infinitamente superior àquele que lhes atribuis...
Posso dizer que "dentro" do chamado realismo mágico, coloco Palomar ao lado das obras maiores de Gabriel Garcia Marquez ou Juan Rulfo.
Se você agir sempre com dignidade, pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na Terra um canalha a menos. Millor Fernandes
E Bone, que a preto e branco e com bonecos estranhos é quase como ler o senhor dos anéis.
Ou para dar um exemplo conhecido, a BD do Crow era uma coisa muito underground e pessoalmente não era uma bd por aí além graficamente. Mas fizeram um excelente filme como melhor da BD. Ou mais recentemente o Hellboy, que dizem estar bem adaptado, se bem que nunca li o comic.
É óbvio que filmes de fantasia não são famosos (até ao lotr) por serem muito densos ou profundos porque assim que aparece um vilão a deitar faíscas dos dedos retira logo a profundidade á coisa.
Mas o que a BD requer é uma coisa chamada "suspension of disbelief", ou seja, temos que acreditar que aquilo existe e que tem lógica no contexto, e isso não difere EM NADA do que fazemos ao ver um filme ou lemos um livro. Se não acreditarmos que um homem pode levantar um carro, nem um comic, nem um livro nem um filme irão ter qualquer valor. E se acreditarmos todos eles são formas de arte igualmente válidas. Sim, porque se os filmes são a sétima arte, a bd é a 9ª.
Eu não considero que o mickey ou o spider-man são mais ou menos que o corto maltese ou druuna, são ambos válidos e muito especificos no contexto em que se inserem e no público a que se dirigem.
E há boa e má bd tal como há bons e maus filmes. Agora dizer que de uma bd não pode sair um bom filme ou que não há bd digna de se adaptar não é justo. Seria o mesmo que dizer que todos os filmes de FC são maus porque aquilo não existe.
Ou para dar um exemplo conhecido, a BD do Crow era uma coisa muito underground e pessoalmente não era uma bd por aí além graficamente. Mas fizeram um excelente filme como melhor da BD. Ou mais recentemente o Hellboy, que dizem estar bem adaptado, se bem que nunca li o comic.
É óbvio que filmes de fantasia não são famosos (até ao lotr) por serem muito densos ou profundos porque assim que aparece um vilão a deitar faíscas dos dedos retira logo a profundidade á coisa.
Mas o que a BD requer é uma coisa chamada "suspension of disbelief", ou seja, temos que acreditar que aquilo existe e que tem lógica no contexto, e isso não difere EM NADA do que fazemos ao ver um filme ou lemos um livro. Se não acreditarmos que um homem pode levantar um carro, nem um comic, nem um livro nem um filme irão ter qualquer valor. E se acreditarmos todos eles são formas de arte igualmente válidas. Sim, porque se os filmes são a sétima arte, a bd é a 9ª.
Eu não considero que o mickey ou o spider-man são mais ou menos que o corto maltese ou druuna, são ambos válidos e muito especificos no contexto em que se inserem e no público a que se dirigem.
E há boa e má bd tal como há bons e maus filmes. Agora dizer que de uma bd não pode sair um bom filme ou que não há bd digna de se adaptar não é justo. Seria o mesmo que dizer que todos os filmes de FC são maus porque aquilo não existe.
DaveT
"Only two things are infinite: The Universe and human stupidity. And I'm not sure about the Universe." - A. Einstein
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- DVD Maníaco
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E Roger Crumb e Harvey Pekar ? Alan Moore ? Neil Gaiman ?Para mim o Comics americano é o equivalente aos telefilmes e a Bd exterior aos comics é o equivalente a um romance. Por isso para mim a Bd (adulta) é tudo menos superficial, e muito menos é uma coisa para putos. "
Uma pequena questão - consideras comics 100 bullets ou Sandman, por exemplo?
Para mim Comics e Bd são exactamente a mesma coisa. Difere é a aproximação dos autores, marcada ou não pela sua matriz cultural ou perspectiva pessoal. Acho q rotular Comics americanos como telefilmes, é uma generalização bastante pejorativa, para não dizer insultuosa para os demais autores independentes fora do circuito Marvel-DC Comics-Image.
O que muitos falham em perceber, talvez devido a desconhecimento, é que os comics americanos têm a sua génese nas velhas revista pulp, cuja distribuição era exactamente a mesma. Foi sempre um meio muito industrializado, geralmente na mão de algumas companhias q detêm os direitos dos personagens e delegam a escritores e desenhadores, a tarefa de criar novas histórias. Mas mesmo assim, existe muito autor independente - o problema é terem, ou darem-lhes, voz, numa sociedade altamente consumista, apesar de que as "majors" já começam a publicar bd de autor (a Marvel, por exemplo, adquiriu a publicação da série Powers, de Brian Michael Bendis e Michael Avon Oeming).
Uma coisa que acho curiosa, é a diferença entre a forma como os europeus e os americanos vêem a BD. Por cá, é "coisa de putos" ou relegada para segundo plano, como arte menor (se bem q tem andado melhor). Talvez seja coisa passageira, mas aqueles que pensam de maneira diferente, ainda, creio, são uma minoria. Para os americanos, é natural. Talvez por a BD actuar como uma mitologia popular (no sentido em que a mitologia pode ser entendida como metáfora da evolução da vida), quase uma base ideológica. Por cá não digo que não haja tb quem veja assim, mas não podemos esquecer que a civilização europeia tem uma longa génese, eqto os americanos, bem ou mal, ainda procuram criar uma identidade própria. A Guerra das Estrelas é a Odisseia americana, por exemplo.
Para mim, acho q a afirmação do alquimista foi um pouco exagerada, pq só avalia uma parte de uma realidade, mas de certa forma correcta (o telefilme, talvez ligado a uma ideia de consumo fácil e imediato). Existe mais vida para além do triângulo Marvel-DC Comics-Image.
Entre americanos e europeus... bem, se excluirmos os franceses/belgas da equação, pois esses levam muito a sério a bd. Mesmo os espanhóis/italianos são ávidos consumidores.
Acho que bd e comics não são a mesmoa coisa pois comics implica leveza, portabilidade e ser barato (relativamente, claro) dado o formato tipo "jornalinho". O termo bd está muito mais associado aos livros.Se bem que comics são bd.
A associação do Alquimista não foi 100% correcta mas tava perto... se bd fossem televisão (não cinema) os comics seriam as séries/telenovelas e os albuns seriam os telefilmes/documentários/debates.
Acho que bd e comics não são a mesmoa coisa pois comics implica leveza, portabilidade e ser barato (relativamente, claro) dado o formato tipo "jornalinho". O termo bd está muito mais associado aos livros.Se bem que comics são bd.
A associação do Alquimista não foi 100% correcta mas tava perto... se bd fossem televisão (não cinema) os comics seriam as séries/telenovelas e os albuns seriam os telefilmes/documentários/debates.
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Bem, banda-desenhada para um americano é comics (não têm outra palavra para definir banda-desenhada - a não ser, talvez, graphic novel).Acho que bd e comics não são a mesmoa coisa
Qto à leveza dos comics, isso tb depende de quais falamos. Agora, é mais do que verdade que os europeus não são púdicos na sua abordagem (ao contrário do puritanismo bacoco dos americanos - imaginem editarem Manara nos EUA).
"Qto à leveza dos comics, isso tb depende de quais falamos. Agora, é mais do que verdade que os europeus não são púdicos na sua abordagem (ao contrário do puritanismo bacoco dos americanos - imaginem editarem Manara nos EUA)."
Noutros tempos se calhar tinhas razão, mas de há uns anos para cá isso está muito longe de corresponder à verdade. Na europa se calhar há uma abordagem mais artística desse género de temática, mas nos EUA há montes de publicações nada puritanas.
A própria DC, através da Vertigo, tem publicado vários comics nada púdicos e de grande qualidade do ponto de vista da narrativa, coisa que não acontece na minha opinião na BD de Manara. Pelo menos os que lí achei-os fraquitos nesse aspecto.
Noutros tempos se calhar tinhas razão, mas de há uns anos para cá isso está muito longe de corresponder à verdade. Na europa se calhar há uma abordagem mais artística desse género de temática, mas nos EUA há montes de publicações nada puritanas.
A própria DC, através da Vertigo, tem publicado vários comics nada púdicos e de grande qualidade do ponto de vista da narrativa, coisa que não acontece na minha opinião na BD de Manara. Pelo menos os que lí achei-os fraquitos nesse aspecto.