ICAM - Papel No Cinema Português?
Moderators: waltsouza, mansildv
<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by Fidel</i>
<br />Ò Eumenides, obsessão com os Descobrimentos? Aonde? Nós somos dos povos que tem menos obsessão (ou orgulho, para o caso) com a sua história! E a maior parte dos outros nem sequer tem um décimo dos motivos para se orgulhar!!!<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
Nunca fui fã de história - penso que inevitavelmente leva uma pessoa ao chauvinismo [V]
Mas isto está a ficar off-topic: o que me importa dizer é que filmes históricos não me parecem ser a chave para o sucesso do nosso cinema; histórias actuais e com temas da nossa geração teriam mais impacto junto dos espectadores... pensa em <b>Abre Los Ojos</b> e <b>Hable Con Ella.</b>
Forget it, Jake; it's Chinatown!
<br />Ò Eumenides, obsessão com os Descobrimentos? Aonde? Nós somos dos povos que tem menos obsessão (ou orgulho, para o caso) com a sua história! E a maior parte dos outros nem sequer tem um décimo dos motivos para se orgulhar!!!<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
Nunca fui fã de história - penso que inevitavelmente leva uma pessoa ao chauvinismo [V]
Mas isto está a ficar off-topic: o que me importa dizer é que filmes históricos não me parecem ser a chave para o sucesso do nosso cinema; histórias actuais e com temas da nossa geração teriam mais impacto junto dos espectadores... pensa em <b>Abre Los Ojos</b> e <b>Hable Con Ella.</b>
Forget it, Jake; it's Chinatown!
pensa em Hero ou o Tigre e o Dragão...
_______________________
A bargain is something you don't need at a price you can't resist
George Costanza: Jerry, just remember, it's not a lie if you believe it.
George Costanza: I have a bad feeling that whenever a lesbian looks at me they think "That's why I'm not a heterosexual!"
George Costanza: Do you ever get down on your knees and thank God you know me and have access to my dementia?
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George Costanza: Jerry, just remember, it's not a lie if you believe it.
George Costanza: I have a bad feeling that whenever a lesbian looks at me they think "That's why I'm not a heterosexual!"
George Costanza: Do you ever get down on your knees and thank God you know me and have access to my dementia?
<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by Eumenides</i>
... mas este não é o tipo de história que gostaria de ver num filme português. Pessoalmente enoja-me a obsessão que Portugal tem pelos Descobrimentos, ou antes a obsessão em lembrar todo o mundo da nossa parte nos Descobrimentos...
... e o Ultramar é um dos temas mais batidos do cinema português.
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
Depende sempre da abordagem que for feita. Sem dinheiro suficiente, é lógico que um filme sobre os Descobrimentos nunca seria aprofundado (acho que nem seria tentado) ao nivel do que se faz lá fora: grandes produções, réplicas quase em tamanho real das caravelas, tempestades virtuais, batalhas e conquistas com elevado número de figurantes, cenários, roupas utensilios e armas de época, detalhes, pomenores etc etc
Mas em parceria (co-produções) com outros países (Espanha, Brasil etc) podiam existir projectos com pernas para andar. Repara no razoável exemplo (pequena escala) do filme <i>"A Selva"</i>.
Seria essencial um bom Argumento e um talento competente a Realizar. Depois, como sempre, é tudo uma questão de dinheiro, apoios e vontade.
Em relação ao Ultramar, é quase a mesma coisa. O que existe bastante são temáticas do pós-guerra e muito pouco da guerra tal como ela foi ou em bom estilo do <i>"The Deer Hunter"</i> de Michael Cimino, um filme com um pré, durante e pós-guerra. Aquilo que me é contado pelo meu pai que combateu como enfermeiro na Guiné, os episódios e histórias que ouço nos anuais almoços de veteranos em que o meu pai está presente ou as situações que li num completo "relatório" de uma Unidade presente na Guiné (<i>"Os Fantasmas da Bolanha" 72-74</i>), dava para fazer não um mas vários filmes com tanto ou mais dramatismo, com tantas ou mais incidências do que os melhores filmes americanos sobre o Vietname.
<font color="black"> <font face="Comic Sans MS">Dário Ribeiro</font id="Comic Sans MS"> </font id="black"> [:)] <font color="black"><font face="Comic Sans MS">Coimbra</font id="Comic Sans MS"></font id="black">
... mas este não é o tipo de história que gostaria de ver num filme português. Pessoalmente enoja-me a obsessão que Portugal tem pelos Descobrimentos, ou antes a obsessão em lembrar todo o mundo da nossa parte nos Descobrimentos...
... e o Ultramar é um dos temas mais batidos do cinema português.
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Depende sempre da abordagem que for feita. Sem dinheiro suficiente, é lógico que um filme sobre os Descobrimentos nunca seria aprofundado (acho que nem seria tentado) ao nivel do que se faz lá fora: grandes produções, réplicas quase em tamanho real das caravelas, tempestades virtuais, batalhas e conquistas com elevado número de figurantes, cenários, roupas utensilios e armas de época, detalhes, pomenores etc etc
Mas em parceria (co-produções) com outros países (Espanha, Brasil etc) podiam existir projectos com pernas para andar. Repara no razoável exemplo (pequena escala) do filme <i>"A Selva"</i>.
Seria essencial um bom Argumento e um talento competente a Realizar. Depois, como sempre, é tudo uma questão de dinheiro, apoios e vontade.
Em relação ao Ultramar, é quase a mesma coisa. O que existe bastante são temáticas do pós-guerra e muito pouco da guerra tal como ela foi ou em bom estilo do <i>"The Deer Hunter"</i> de Michael Cimino, um filme com um pré, durante e pós-guerra. Aquilo que me é contado pelo meu pai que combateu como enfermeiro na Guiné, os episódios e histórias que ouço nos anuais almoços de veteranos em que o meu pai está presente ou as situações que li num completo "relatório" de uma Unidade presente na Guiné (<i>"Os Fantasmas da Bolanha" 72-74</i>), dava para fazer não um mas vários filmes com tanto ou mais dramatismo, com tantas ou mais incidências do que os melhores filmes americanos sobre o Vietname.
<font color="black"> <font face="Comic Sans MS">Dário Ribeiro</font id="Comic Sans MS"> </font id="black"> [:)] <font color="black"><font face="Comic Sans MS">Coimbra</font id="Comic Sans MS"></font id="black">
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Em relação ao Ultramar, a história (verdadeira) de Maria Estefânia Anachoreta, esta a "pedir" para ser adaptada ao cinema. É um história fantástica, com potencialidades cinematográficas espantosas.
Se seu fosse realizador já tinha história para o meu primeiro filme. [^]
Pode ser que o Giuseppe Tornatore oiça falar desta história e a adapte ao cinema (é bem ao estilo dele).
um abraço
Se seu fosse realizador já tinha história para o meu primeiro filme. [^]
Pode ser que o Giuseppe Tornatore oiça falar desta história e a adapte ao cinema (é bem ao estilo dele).
um abraço
Eu sou da opinião que o tema que o filme aborda nem sempre é o mais importante para boa/má aceitação do mesmo.
O que faz falta no nosso panorama cinematografico nacional são relizadores ousados com propostas novas e que tirem o cinema português deste triste marasmo em que se encontra...
Sejam ousados, arrisquem, não repitam sempre as mesmas formulas já tão gastas...
Para que tudo isto aconteça é fundamental que as entidades que financiam os filmes (com o dinheiro de todos nós) percebam isto...
O que faz falta no nosso panorama cinematografico nacional são relizadores ousados com propostas novas e que tirem o cinema português deste triste marasmo em que se encontra...
Sejam ousados, arrisquem, não repitam sempre as mesmas formulas já tão gastas...
Para que tudo isto aconteça é fundamental que as entidades que financiam os filmes (com o dinheiro de todos nós) percebam isto...
Os temas são realmente o menos importante, mas não penso que isso é também um problema do nosso cinema - é mais a maneira como os temas são mostrados e as ideias executadas que não fazem sentido nenhum; os nossos cineastas não são subtis, como os Americanos, são simplemesnte indecifráveis.
Mas qualqer bom filme começa nos personagens - são eles que transportam as ideias; os nossos cineastas é que pensam ao contrário - lêem demasiado Borges - para eles, os personagens só lá estão para justificar fazer as suas ideias numa narrativa, não importa que façam nexo ou não.
Forget it, Jake; it's Chinatown!
Mas qualqer bom filme começa nos personagens - são eles que transportam as ideias; os nossos cineastas é que pensam ao contrário - lêem demasiado Borges - para eles, os personagens só lá estão para justificar fazer as suas ideias numa narrativa, não importa que façam nexo ou não.
Forget it, Jake; it's Chinatown!
<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by Gollum</i>
Mas de que arte é que falas? Eu não acredito no cinema português, porque quer uma das seguintes coisas: ser totalmente realista e representar uma realidade do passado ou de um pseuso-presente, ou então ser de uma poesia extrema(que é como quem diz filmes pseudo-intelectuais ).
(...)
É preciso pensar em grande![xx(]
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
É capaz de já vir tarde esta achega à conversa, mas gostava de fazer um breve comentário sobre esta questão do "cinema português". Um dos grandes problemas de Portugal, como em quase tudo o resto, é a questão da escala. É praticamente impossível "pensarmos em grande". Não existem meios financeiros de produção para isso, não existe um público de cinema para isso (a média de frequência das salas, per capita, é baixíssima), nem sequer existe uma base de experiência (actores, realizadores, técnicos) para isso. Seria praticamente um suicídio se Portugal apostasse em realizar "filmes à americana". Hollywood tem todos os meios necessários para fazer sempre mais e melhor. Os países europeus, com os seus escassos recursos financeiros para o cinema, provavelmente ganharão mais em fugir do padrão norte-americano. Veja-se o exemplo da produtora de Paulo Branco que conseguiu construir um "mini-império" de produção, que já extravazou as fronteiras portuguesas. E conseguiu este sucesso - artístico mas também económico - à custa de filmes "europeus", diferentes dos de Hollywood. Isto não significa que a oferta de filmes portugueses se deva limitar à produção de películas de autor (daquelas que muita gente considera "chatas" ou "pseudo-intelectuais" mas que, felizmente, continuam a ter um público fiel). É preciso alargar horizontes, para projectos que abranjam e cativem uma maior fatia de público. Mas isso só será conseguido através da aposta numa identidade e personalidade próprias. Se nos limitarmos a importar os métodos de Hollywood, temo que qualquer dia deixe de existir cinema português (ou brasileiro, ou chinês, ou...) para termos um mundo que apenas produz cinema "norte-americanizado"... Será isso que queremos?
Paulo M. Morais
Mas de que arte é que falas? Eu não acredito no cinema português, porque quer uma das seguintes coisas: ser totalmente realista e representar uma realidade do passado ou de um pseuso-presente, ou então ser de uma poesia extrema(que é como quem diz filmes pseudo-intelectuais ).
(...)
É preciso pensar em grande![xx(]
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
É capaz de já vir tarde esta achega à conversa, mas gostava de fazer um breve comentário sobre esta questão do "cinema português". Um dos grandes problemas de Portugal, como em quase tudo o resto, é a questão da escala. É praticamente impossível "pensarmos em grande". Não existem meios financeiros de produção para isso, não existe um público de cinema para isso (a média de frequência das salas, per capita, é baixíssima), nem sequer existe uma base de experiência (actores, realizadores, técnicos) para isso. Seria praticamente um suicídio se Portugal apostasse em realizar "filmes à americana". Hollywood tem todos os meios necessários para fazer sempre mais e melhor. Os países europeus, com os seus escassos recursos financeiros para o cinema, provavelmente ganharão mais em fugir do padrão norte-americano. Veja-se o exemplo da produtora de Paulo Branco que conseguiu construir um "mini-império" de produção, que já extravazou as fronteiras portuguesas. E conseguiu este sucesso - artístico mas também económico - à custa de filmes "europeus", diferentes dos de Hollywood. Isto não significa que a oferta de filmes portugueses se deva limitar à produção de películas de autor (daquelas que muita gente considera "chatas" ou "pseudo-intelectuais" mas que, felizmente, continuam a ter um público fiel). É preciso alargar horizontes, para projectos que abranjam e cativem uma maior fatia de público. Mas isso só será conseguido através da aposta numa identidade e personalidade próprias. Se nos limitarmos a importar os métodos de Hollywood, temo que qualquer dia deixe de existir cinema português (ou brasileiro, ou chinês, ou...) para termos um mundo que apenas produz cinema "norte-americanizado"... Será isso que queremos?
Paulo M. Morais
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O que se passa é que o Branco está a monopolizar o panorama audiovisual português. Essa é que é essa. É um excelente director de fotografia, sem dúvida, mas tirando o gajo e a NBP é mentira.. Não há nada que se aguente e tenha pernas para andar.
Em relação á questão técnica e de formação posso afirmar com toda a convicção e certeza - pois estou dentro do meio - que temos excelentes profissionais aptos e capazes de realizar grandes projectos audiovisuais. A verdade é que a nossa vertente de desenvolvimento tem sido a ficção (leia-se novelas e séries) em deterioramento dos filmes.
Razão: é simples, falta de orçamento para algo maior. Sempre assim foi e creio que infelizmente se irá manter assim durante pelo menos mais uns 5 ou 6 anos.
Tal como em outras áreas, o audiovisual tem pouquissimos incentivos e por consequência as produções são sempre acima do joelho.
Pelo que tenho constatado é também um pouco de medo em apostar nas pessoas: novos actores, técnicos e realizadores. Parece que há medo que a malta nova pegue nisto quando existem tantas ideias formidáveis a serem desenvolvidas e que depois não vêem a luz do dia.
Todos os dias vejo clips, curtas e constato que existe pessoal com MUITA queda para o audiovisual, existem universidades com excelentes meios e infrastruturas contudo o meio ainda não está preparado para um escuamento de profissionais, não há efectivamente um meio como "um todo". Existem sim produtoras isoladas que vão fazendo uns trabalhitos e tentando mantendo-se vivas, a maioria das vezes sendo + como part-time e por amor à camisola do que por necessidade.
Também existe um grande mal que tenho acompanhado à largos anos: o pessoal não sabe escrever. Temos poucos BONS guionistas no nosso país. Pessoas que escrevam bem PARA cinema e não os gajos de Televisão a escreverem para depois ser adaptado. São poucas e raras as vezes que algo é escrito de raiz - com principio meio e fim - para cinema. Depois é óbvio que o resultado é bosta, porque à partida o conceito perdeu-se pelo caminho.
Temos, por exemplo, uma nova vaga de pessoal que escreve bem para stand-up comedy, foi preciso alguém com tomates para os empurrar para a ribalta, mas reparem agora como se dá inicio a algumas coisas bem interessantes e outras tantas de ir ao vómito; mas é positivo de qualquer das formas.
Em relação ao ICAM especificamente, há que compreender uma coisa muito importante: o ICAM é 1 dos vários subsidios a que um realizador se propõe quando pretende desenvolver 1 projecto.
Nem é sequer necessário o avalo do ICAM para um filme ir para a frente desde que haja papel para tal. A maioria das vezes -senão todas - o que acontece na Europa é que se vai buscar subsidios diversos a outros países praticando uma politica de "empréstimo de serviços", do género de a Suécia avançar com X se meterem um sonoplasta Suéco num filme, digamos, Portuga. Assim ficam eles com um valor de exploração do filme na suécia e nós com papel e um gajo emprestado para realizar o que for necessário. Este é o processo mais vulgar, e em média um filme europeu arrecada cerca de 4 ou mais subsidios estrangeiros para ter pernas para andar. É tudo uma questão de produção e de algo que nós, portugueses, temos de tão bom: o factor desenrasque.
O ICAM é uma pedra no sapato da nossa pseudo-industria audiovisual. São uns autênticos empata-fodas, desculpem-me a expressão.
Cumprimentos,
[CR]
Light Against Time: http://moreira.instantlogic.com/
Abyss Magazine Web-Tunnels: http://fade.to/abyssmagazine
Em relação á questão técnica e de formação posso afirmar com toda a convicção e certeza - pois estou dentro do meio - que temos excelentes profissionais aptos e capazes de realizar grandes projectos audiovisuais. A verdade é que a nossa vertente de desenvolvimento tem sido a ficção (leia-se novelas e séries) em deterioramento dos filmes.
Razão: é simples, falta de orçamento para algo maior. Sempre assim foi e creio que infelizmente se irá manter assim durante pelo menos mais uns 5 ou 6 anos.
Tal como em outras áreas, o audiovisual tem pouquissimos incentivos e por consequência as produções são sempre acima do joelho.
Pelo que tenho constatado é também um pouco de medo em apostar nas pessoas: novos actores, técnicos e realizadores. Parece que há medo que a malta nova pegue nisto quando existem tantas ideias formidáveis a serem desenvolvidas e que depois não vêem a luz do dia.
Todos os dias vejo clips, curtas e constato que existe pessoal com MUITA queda para o audiovisual, existem universidades com excelentes meios e infrastruturas contudo o meio ainda não está preparado para um escuamento de profissionais, não há efectivamente um meio como "um todo". Existem sim produtoras isoladas que vão fazendo uns trabalhitos e tentando mantendo-se vivas, a maioria das vezes sendo + como part-time e por amor à camisola do que por necessidade.
Também existe um grande mal que tenho acompanhado à largos anos: o pessoal não sabe escrever. Temos poucos BONS guionistas no nosso país. Pessoas que escrevam bem PARA cinema e não os gajos de Televisão a escreverem para depois ser adaptado. São poucas e raras as vezes que algo é escrito de raiz - com principio meio e fim - para cinema. Depois é óbvio que o resultado é bosta, porque à partida o conceito perdeu-se pelo caminho.
Temos, por exemplo, uma nova vaga de pessoal que escreve bem para stand-up comedy, foi preciso alguém com tomates para os empurrar para a ribalta, mas reparem agora como se dá inicio a algumas coisas bem interessantes e outras tantas de ir ao vómito; mas é positivo de qualquer das formas.
Em relação ao ICAM especificamente, há que compreender uma coisa muito importante: o ICAM é 1 dos vários subsidios a que um realizador se propõe quando pretende desenvolver 1 projecto.
Nem é sequer necessário o avalo do ICAM para um filme ir para a frente desde que haja papel para tal. A maioria das vezes -senão todas - o que acontece na Europa é que se vai buscar subsidios diversos a outros países praticando uma politica de "empréstimo de serviços", do género de a Suécia avançar com X se meterem um sonoplasta Suéco num filme, digamos, Portuga. Assim ficam eles com um valor de exploração do filme na suécia e nós com papel e um gajo emprestado para realizar o que for necessário. Este é o processo mais vulgar, e em média um filme europeu arrecada cerca de 4 ou mais subsidios estrangeiros para ter pernas para andar. É tudo uma questão de produção e de algo que nós, portugueses, temos de tão bom: o factor desenrasque.
O ICAM é uma pedra no sapato da nossa pseudo-industria audiovisual. São uns autênticos empata-fodas, desculpem-me a expressão.
Cumprimentos,
[CR]
Light Against Time: http://moreira.instantlogic.com/
Abyss Magazine Web-Tunnels: http://fade.to/abyssmagazine
-
- Novato
- Posts: 3
- Joined: May 5th, 2004, 9:04 pm
- Location: Portugal
<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by Gollum</i>
<br /><blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by Ribeiro</i>
<br />Alguém conhece os pormenores da proposta da oposição recusada pelo Governo, ao que consta bastante vantajosa e capaz de impulsionar novos projectos principalmente entre os novos talentos?
Se este governo corta em praticamente tudo, não era a Arte que seria excepção à regra...[V]
<font color="black"> <font face="Comic Sans MS">Dário Ribeiro</font id="Comic Sans MS"> </font id="black"> [:)] <font color="black"><font face="Comic Sans MS">Coimbra</font id="Comic Sans MS"></font id="black">
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
Mas de que arte é que falas? Eu não acredito no cinema português, porque quer uma das seguintes coisas: ser totalmente realista e representar uma realidade do passado ou de um pseuso-presente, ou então ser de uma poesia extrema(que é como quem diz filmes pseudo-intelectuais ).
O cinema português precisa de se descobrir na juventude, em quem tem ideias frescas, mas que conhece cinema clássico e novo. De quem quer tudo para o seu filme e nada tem a perder(podendo assim arriscar e experimentar). De quem não cede a pressões seja de quem for.
O ICAM tem um objectivo que faz sentido, são as pessoas que trabalham no ICAM e têm essas decisões que nada percebem de cinema ou se interessam. Eu não sou muito a favor de falar mal só por falar, mas é mais um dos casos de falta de visão tão presente neste país.
É preciso pensar em grande![xx(]
"Narrator: Fate had determined that he should leave none of his race behind him, and that he should finish his life poor, lonely and childless."
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
Pseudo??? um filme poético nunca pode ser pseudo!!! e aí está um problema que levantas-te sem te aperceberes: o problema é que o cinema português ainda é só Pseudo_cinema!!!!! pseudo-presente lololol (pseudo_objectividade)
<br /><blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by Ribeiro</i>
<br />Alguém conhece os pormenores da proposta da oposição recusada pelo Governo, ao que consta bastante vantajosa e capaz de impulsionar novos projectos principalmente entre os novos talentos?
Se este governo corta em praticamente tudo, não era a Arte que seria excepção à regra...[V]
<font color="black"> <font face="Comic Sans MS">Dário Ribeiro</font id="Comic Sans MS"> </font id="black"> [:)] <font color="black"><font face="Comic Sans MS">Coimbra</font id="Comic Sans MS"></font id="black">
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
Mas de que arte é que falas? Eu não acredito no cinema português, porque quer uma das seguintes coisas: ser totalmente realista e representar uma realidade do passado ou de um pseuso-presente, ou então ser de uma poesia extrema(que é como quem diz filmes pseudo-intelectuais ).
O cinema português precisa de se descobrir na juventude, em quem tem ideias frescas, mas que conhece cinema clássico e novo. De quem quer tudo para o seu filme e nada tem a perder(podendo assim arriscar e experimentar). De quem não cede a pressões seja de quem for.
O ICAM tem um objectivo que faz sentido, são as pessoas que trabalham no ICAM e têm essas decisões que nada percebem de cinema ou se interessam. Eu não sou muito a favor de falar mal só por falar, mas é mais um dos casos de falta de visão tão presente neste país.
É preciso pensar em grande![xx(]
"Narrator: Fate had determined that he should leave none of his race behind him, and that he should finish his life poor, lonely and childless."
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
Pseudo??? um filme poético nunca pode ser pseudo!!! e aí está um problema que levantas-te sem te aperceberes: o problema é que o cinema português ainda é só Pseudo_cinema!!!!! pseudo-presente lololol (pseudo_objectividade)
<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by palmm</i>
<br /><blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by Gollum</i>
Mas de que arte é que falas? Eu não acredito no cinema português, porque quer uma das seguintes coisas: ser totalmente realista e representar uma realidade do passado ou de um pseuso-presente, ou então ser de uma poesia extrema(que é como quem diz filmes pseudo-intelectuais ).
(...)
É preciso pensar em grande![xx(]
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
É capaz de já vir tarde esta achega à conversa, mas gostava de fazer um breve comentário sobre esta questão do "cinema português". Um dos grandes problemas de Portugal, como em quase tudo o resto, é a questão da escala. É praticamente impossível "pensarmos em grande". Não existem meios financeiros de produção para isso, não existe um público de cinema para isso (a média de frequência das salas, per capita, é baixíssima), nem sequer existe uma base de experiência (actores, realizadores, técnicos) para isso. Seria praticamente um suicídio se Portugal apostasse em realizar "filmes à americana". Hollywood tem todos os meios necessários para fazer sempre mais e melhor. Os países europeus, com os seus escassos recursos financeiros para o cinema, provavelmente ganharão mais em fugir do padrão norte-americano. Veja-se o exemplo da produtora de Paulo Branco que conseguiu construir um "mini-império" de produção, que já extravazou as fronteiras portuguesas. E conseguiu este sucesso - artístico mas também económico - à custa de filmes "europeus", diferentes dos de Hollywood. Isto não significa que a oferta de filmes portugueses se deva limitar à produção de películas de autor (daquelas que muita gente considera "chatas" ou "pseudo-intelectuais" mas que, felizmente, continuam a ter um público fiel). É preciso alargar horizontes, para projectos que abranjam e cativem uma maior fatia de público. Mas isso só será conseguido através da aposta numa identidade e personalidade próprias. Se nos limitarmos a importar os métodos de Hollywood, temo que qualquer dia deixe de existir cinema português (ou brasileiro, ou chinês, ou...) para termos um mundo que apenas produz cinema "norte-americanizado"... Será isso que queremos?
Paulo M. Morais
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
Desculpa, mas entendeste-me mal(provavelmente minha culpa). quando eu digo e preciso pensar em grande,quero dizer deixarmo-nos de pseudo-intelectualismos e fazermos as coisas mais equilibradas. Ou seja, deixarmos de fazer cinema para uma minoria e fazer algo que todos os portugueses gostem de ver. E isso passa por fazer historias de hoje(como digo num dos meus posts em que falo exactamente do factor dinheiro), com um equilibrio entre realidade e ficçao(porque ninguem quer ir ao cinema e ver uma simples retrataçao do real).
Os melhores filmes sao aqueles que nos fazem sonhar e pensar "isto podia me acontecer a mim". Sao verdadeiros suficientes para acreditarmos que podem acontecer, e fantasticos o suficiente para acharmos incrivel. Deixemos o extremismo para Hollywood, que tem capacidade para fazer quase tudo.
Nao queremos fazer lixo a americana, queremos classicos ou pelo menos filmes bons a americana. So que em vez de ser a americana, a portuguesa.
"Narrator: Fate had determined that he should leave none of his race behind him, and that he should finish his life poor, lonely and childless."
<br /><blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by Gollum</i>
Mas de que arte é que falas? Eu não acredito no cinema português, porque quer uma das seguintes coisas: ser totalmente realista e representar uma realidade do passado ou de um pseuso-presente, ou então ser de uma poesia extrema(que é como quem diz filmes pseudo-intelectuais ).
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É preciso pensar em grande![xx(]
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
É capaz de já vir tarde esta achega à conversa, mas gostava de fazer um breve comentário sobre esta questão do "cinema português". Um dos grandes problemas de Portugal, como em quase tudo o resto, é a questão da escala. É praticamente impossível "pensarmos em grande". Não existem meios financeiros de produção para isso, não existe um público de cinema para isso (a média de frequência das salas, per capita, é baixíssima), nem sequer existe uma base de experiência (actores, realizadores, técnicos) para isso. Seria praticamente um suicídio se Portugal apostasse em realizar "filmes à americana". Hollywood tem todos os meios necessários para fazer sempre mais e melhor. Os países europeus, com os seus escassos recursos financeiros para o cinema, provavelmente ganharão mais em fugir do padrão norte-americano. Veja-se o exemplo da produtora de Paulo Branco que conseguiu construir um "mini-império" de produção, que já extravazou as fronteiras portuguesas. E conseguiu este sucesso - artístico mas também económico - à custa de filmes "europeus", diferentes dos de Hollywood. Isto não significa que a oferta de filmes portugueses se deva limitar à produção de películas de autor (daquelas que muita gente considera "chatas" ou "pseudo-intelectuais" mas que, felizmente, continuam a ter um público fiel). É preciso alargar horizontes, para projectos que abranjam e cativem uma maior fatia de público. Mas isso só será conseguido através da aposta numa identidade e personalidade próprias. Se nos limitarmos a importar os métodos de Hollywood, temo que qualquer dia deixe de existir cinema português (ou brasileiro, ou chinês, ou...) para termos um mundo que apenas produz cinema "norte-americanizado"... Será isso que queremos?
Paulo M. Morais
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">
Desculpa, mas entendeste-me mal(provavelmente minha culpa). quando eu digo e preciso pensar em grande,quero dizer deixarmo-nos de pseudo-intelectualismos e fazermos as coisas mais equilibradas. Ou seja, deixarmos de fazer cinema para uma minoria e fazer algo que todos os portugueses gostem de ver. E isso passa por fazer historias de hoje(como digo num dos meus posts em que falo exactamente do factor dinheiro), com um equilibrio entre realidade e ficçao(porque ninguem quer ir ao cinema e ver uma simples retrataçao do real).
Os melhores filmes sao aqueles que nos fazem sonhar e pensar "isto podia me acontecer a mim". Sao verdadeiros suficientes para acreditarmos que podem acontecer, e fantasticos o suficiente para acharmos incrivel. Deixemos o extremismo para Hollywood, que tem capacidade para fazer quase tudo.
Nao queremos fazer lixo a americana, queremos classicos ou pelo menos filmes bons a americana. So que em vez de ser a americana, a portuguesa.
"Narrator: Fate had determined that he should leave none of his race behind him, and that he should finish his life poor, lonely and childless."