O que andam a ler? O Que andam a ouvir? Fórum para discussão das outras artes que não a sétima.
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Lorde X wrote: ↑February 3rd, 2018, 3:58 am
Astra - The Weirding:
Este e o Siddhartha são os meus preferidos do que consegui ouvir até agora das tuas recomendações. Estes dois albums (bandas) são excelentes!
Uma nota:
A música The River Under do The Weirding é muito parecida com o som do 10000 Anos Depois do José Cid!
The River Under por volta dos 5:00 com a parte do meio da Mellotron, menos os solos de guitarra. A linha do baixo é quase igual e foi isso que subliminarmente me despertou lembranças do album de Cid.
Além de que o início desta mesma música lembra Careful With that Axe, Eugene, dos Pink Floyd. Não estou a criticar pois, como já disse, adoro o album. Mas lembra-me outras coisas, hehe.
Para referência.
Fogo, estes gajos nesta altura eram mesmo bons! Nenhum deles sozinho é tanto como os 4 juntos. Pena terem mudado um pouco de direcção, embora a intenção original deste tipo de bandas fosse mesmo quebrar o molde e não serem encaixadas num elas próprias, mas isso é sempre inevitável.
lud81 wrote: ↑February 21st, 2018, 6:48 pm
A música The River Under do The Weirding é muito parecida com o som do 10000 Anos Depois do José Cid!
lud81 wrote: ↑February 21st, 2018, 6:48 pm
The River Under por volta dos 5:00 com a parte do meio da Mellotron, menos os solos de guitarra. A linha do baixo é quase igual e foi isso que subliminarmente me despertou lembranças do album de Cid.
Além de que o início desta mesma música lembra Careful With that Axe, Eugene, dos Pink Floyd. Não estou a criticar pois, como já disse, adoro o album. Mas lembra-me outras coisas, hehe.
Sim realmente tens toda a razão! Não me tinha apercebido e eu tenho e gosto imenso desse álbum do José Cid, tendo-o ouvido seguramente mais de 20 vezes...
Mas é algo que me sucede com frequência. Quando ouço pela primeira vez uma música, muitas vezes consigo detectar as suas influências, mas passado uma ou duas audições tal dilui-se no esquecimento...
lud81 wrote: ↑February 21st, 2018, 6:48 pm
Para referência.
Fogo, estes gajos nesta altura eram mesmo bons! Nenhum deles sozinho é tanto como os 4 juntos. Pena terem mudado um pouco de direcção, embora a intenção original deste tipo de bandas fosse mesmo quebrar o molde e não serem encaixadas num elas próprias, mas isso é sempre inevitável.
Tenho muito pena que eles não se tenham mantido juntos. É um nítido caso em que o todo vale mais do que a soma das partes... A genialidade, a meu ver, residia no Roger Waters, mas ela precisava, para ser carreada ao nível de obra prima, do bom gosto dos teclados do Richard Wright e, claro muito importante, da voz e guitarradas inesquecíveis do Gilmour.
Num género musical algo distante (pois é... eu na adolescência cedi ao lado negro da força da guitarra... ), temos um caso similar para mim que é o dos Sepultura, em que as músicas do Andreas Kisser, notoriamente um guitarrista virtuoso no seu género, ganhavam com a alternância com os riffs minimalistas e a voz gutural do Max Cavalera...
Em ambos os casos (Pink Floyd e Sepultura), como houve separações nada pacíficas entre os membros de ambos os grupos, temos fãs que defendem acerrimamente um dos lados contra o outro... Ora, eu não. Continuo a ouvir e não me faz espécie reconhecer o mérito de cada um, embora preferisse a reunião...
Mas voltando ao prog-rock, comprei há dias dois CDs dos Millenium http://www.progarchives.com/artist.asp?id=376
Deles tenho um Best of (Time Vehicle the best of...), mas já há bastante tempo que tenho alguns dos seus álbuns na minha Wishlist, só que andavam e andam sempre a preços absurdos...
Finalmente consegui comprar o Exist (que era aquele que eu mais ansiava) e o Reincarnations (é considerado dos mais fracos deles, mas pelo que ouvi, tem músicas muito agradáveis). Muitas das músicas tem uma forte influência dos Pink Floyd...
Walk on the Sun! Dream on the Dark Side of the Moon!
Por alturas de lançamento deste novo album, ando a passar em revista (ou em reaudição ) a discografia dos U2.
Considero o novo disco um falhanço monumental e o pior trabalho da carreira da banda, e queixo-me adicionalmente de não ouvir um album minimamente decente desde 2004, com o All That You Can't Leave Behind (daí para a frente, aproveita-se uma ou duas por album, quando se aproveita... ) .
Há mais adeptos dos U2 por aqui?
Continuo a venerar o grandioso Achtung Baby, passados estes anos todos, e mais o núcleo duro de temas que compõe a sua espinal medula: Until the End of the World, One, The Fly, Misterious Ways, temas que estão entre os melhores que já ouvi de qualquer banda contemporânea.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Tenho estado a ouvir o álbum em repetição contínua e o cenário já melhorou alguma coisa (o que é normal com qualquer novo trabalho). A começar pelo facto de o conseguir ouvir em repetição contínua, com atenção, coisa que não consegui com os dois anteriores. Não posso dizer que seja mau de todo, ouve-se até muito bem, mas há muitas banalidades e escolhas fáceis a nível musical ao longo dos temas, para além de não haver nenhuma faixa que tenha a força dos clássicos do passado. Falta muita criatividade. E a assinatura inconfundível dos U2 desapareceu. É simples reconhecer as músicas por conta da voz do Bono, mas aquela sonoridade típica da banda desapareceu. E, à falta de rasgos de génio por parte do Edge, bem que podia ser o Bono a cantar com outra banda... Coldplay, ou os Pearl Jam actuais (que também estão completamente descaracterizados).
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
Uma música de que gosto muito, da banda de prog-rock - Millenium: "Girl from a glass sphere".
Retirada do álbum "In search of the perfect melody", mantém as habituais influências floydianas, mas adiciona um "cheirinho" bem agradável a fazer lembrar os Eagles.
E aproveito a onda para adicionar um vídeo de uma música do 1º álbum a solo, publicado em 2017, do teclista fundador dos Millenium, editado sob o nome de "The Ryszard Kramarski Project", o qual é conceptual, sendo inspirado pela obra de Antoine de Saint-Exupery - O Principezinho
Walk on the Sun! Dream on the Dark Side of the Moon!
Um engenheiro de som que acompanhou os Pink Floyd nalguns álbuns.
Comprei há pouco tempo o "Signal to Noise", o segundo álbum dele (no Prog-Archives diz que é o seu primeiro álbum, mas está incorrecto pois o primeiro é o "Obvious"), o qual tem uma sonoridade na onda dos primeiros álbuns dos Pink Floyd, com muitos efeitos psicadélicos. Voz suave e monocórdica na linha da do David Gilmour.
O baixo é bem audível, o que me agrada bastante.
Gostava apenas que as músicas fossem maiores e que tivessem as partes instrumentais mais desenvolvidas.
Este é o CD que tem tocado em loop no meu auto-rádio. As músicas não "entram" logo à primeira, mas devagarinho as melodias vão se enraizando na nossa mente. Tem me dado tanto gosto ouvi-lo que, enquanto escrevo este post, efetuei a compra do álbum seguinte dele, o 73 Days at the Sea...
Last edited by Lorde X on March 28th, 2018, 3:49 pm, edited 2 times in total.
Walk on the Sun! Dream on the Dark Side of the Moon!
Não conheço. Realmente, soa muito a Gilmour. Também adoro o baixo.
Experimenta isto que descobri entretanto, se ainda não conheceres:
Se gostares podes procurar o nome deles no YT e aparece uma porrada de vídeos tipo esse.
Esta banda não faz propriamente albuns... Os gajos desde 2006 lançaram 20 albuns! Chegam a lançar 3 num ano. Por isso não considero que sejam albuns no verdadeiro sentido do termo, pois eles não parecem escrever/compor músicas, isto são mais jam sessions gravadas.
lud81 wrote: ↑March 28th, 2018, 9:55 am
Experimenta isto que descobri entretanto, se ainda não conheceres:
Se gostares podes procurar o nome deles no YT e aparece uma porrada de vídeos tipo esse.
Esta banda não faz propriamente albuns... Os gajos desde 2006 lançaram 20 albuns! Chegam a lançar 3 num ano. Por isso não considero que sejam albuns no verdadeiro sentido do termo, pois eles não parecem escrever/compor músicas, isto são mais jam sessions gravadas.
Não conhecia e tem uma sonoridade bem interessante! Realmente eles têm mesmo muitos álbuns!!! Ainda procurei no progarchives para ver se tinham uma compilação que me servisse de porta de entrada, mas nada...
Já escutaste mais álbuns deles? São todos na mesma linha? Não aprecio muito jam sessions, pois sempre que ouço penso que a música não vai a lado nenhum... Quando ouço música gosto de me sentir carreado pela progressão rítmica e melódica.
Walk on the Sun! Dream on the Dark Side of the Moon!
Lorde X wrote: ↑March 28th, 2018, 4:12 pm
Já escutaste mais álbuns deles? São todos na mesma linha? Não aprecio muito jam sessions, pois sempre que ouço penso que a música não vai a lado nenhum... Quando ouço música gosto de me sentir carreado pela progressão rítmica e melódica.
Já, no trabalho tenho oportunidade de trabalhar a ouvir música. São todos assim, realmente é muito baseado em free form e longas improvisações em redor de uma ideia vaga. É engraçado (e útil) como background music, mas não satisfaz esse desejo por uma estrutura mais sólida e pensada. Daí eu ter dito que acho que eles não fazem albuns; juntam-se, ligam o gravador e toca a divagar.
lud81 wrote: ↑March 28th, 2018, 5:53 pm
no trabalho tenho oportunidade de trabalhar a ouvir música.
Também costumo fazer o mesmo. Quando o trabalho é mais rotineiro e exige menos concentração, coloco os auscultadores e, ou coloco um CD ou abro o youtube.
Os géneros musicais que normalmente ouço são o prog-rock e a New Age music.
Desde a minha infância passei várias fases em que, durante largos períodos de tempo, dedicava-me em exclusivo à descoberta de um género musical... Foi assim com o Fado de Coimbra quando entrei para a Universidade, com a música clássica depois de ter visto o filme Amadeus, ou com o jazz vocal quando frequentei aulas de danças de salão. Acho que devo ter vasculhado quase todos os géneros musicais e todos me encantaram em certa altura da minha vida.
Nalguns cheguei à saturação e deixei completamente de ouvir. Outros ouço muito raramente. Dois deles mantêm-se de pedra e cal até aos dias de hoje e vou alternando consoante o meu estado de espírito:
New Age Music e Prog-Rock
Aliás, se os nossos gostos dizem muito acerca do que somos, estes géneros musicais são aqueles que mais me definem. Por curiosidade, há muitos anos que a minha assinatura aqui no DVDMania reflecte esta mesma dicotomia:
Location: “The Dark Side of the Moon” – álbum dos Pink Floyd, o meu grupo preferido de rock progressivo
Assinatura: “Walking on the Sun since 1971” – "Walking on the sun" é o título de um dos álbuns do projecto musical Oliver Shanti & Friends, que é o meu preferido do género New Age.
E é curioso que estes géneros musicais, que parecem tão diferentes, estão muito relacionados...
Vários músicos de grupos de rock Progressivo lançaram álbuns de New Age, como o Rick Wakeman, o Jon Anderson, o Vangelis (que no início da carreira pertenceu aos Afrodite Child e que esteve para substituir o Rick Wakeman nos Yes).
Outros (como o Steve Hacket) participaram e deixaram uma marca bem profunda em álbuns de New Age (ex: o álbum do Gandalf – Gallery of Dreams).
Pode não ser muito exacto, mas a forma como eu gosto de ver este cross over é como se, depois de uma busca desassossegada de novos caminhos musicais, eles tivessem finalmente encontrado a paz no minimalismo do New Age.
Tendo este género (https://pt.wikipedia.org/wiki/New_age_(m%C3%BAsica)) evoluido muito desde o seu início, em que basicamente se reduzia a melodias simples de cariz ambiente tocadas em sintetizadores. Progressivamente (esta palavra não é usada aqui inocentemente…) começou a incorporar sonoridades e instrumentos de várias culturas, tanto que hoje em dia uma grande fação dela é apelidada de World Fusion (um dos músicos onde é manifesta esta evolução é o Karunesh).
Entre os músicos mais conhecidos deste género musical, temos: Enya, Yanni, Enigma, Vangelis, Kitaro, Adiemus, Deep Forest…
Há muitas editoras que se dedicam exclusivamente à New Age music. Algumas delas chegaram a estar inclusivamente ligadas a movimentos espirituais da Nova Era. Entre as minhas preferidas temos a New World Music (a que lançou músicos como o Medwyn Goodall, o Terry Oldfield, o Phill Thornton,…), a Sattva (editora do Oliver Shanti & Friends e que editou vários álbuns do Gandalf e do Rick Wakeman), a Oreade e mais recentemente a MG Music (Editora do Medwyn Goodall e que tem editado álbuns do Wychazel, Runestone, Guy Sweens, etc).
Ficam aqui algumas sugestões e algumas das minhas músicas preferidas de New Age / World Fusion:
Do álbum Earth Healer (que obteve o prémio de melhor álbum de New Age de 1992) do Medwyn Goodall:
Do álbum Tai Chi Too, do Oliver Shanti & Friends:
Do álbum Echoes from Ancient Dreams do Gandalf:
Do álbum Kamadeva do Guy Sweens:
Do álbum Sun Within do Karunesh:
Do álbum Colors of the East do Karunesh:
Aliás, tendo eu ouvido tanta, mas mesmo tanta, música nos meus 47 anos de vida que a certa altura me saturei de ouvir sempre os mesmos instrumentos, ordenados numa mesma estrutura (de canção). Daí que a descoberta da New Age Music tenha sido uma lufada de ar fresco e uma redescoberta permanente de novos horizontes musicais.
Engraçado que este género musical significa para mim o que, em paralelo, no cinema, a ficção científica e o fantástico significam: uma viagem a mundos distantes.
Recentemente descobri um instrumento que gosto mesmo muito de ouvir. No youtube encontram-se muitos vídeos de inspiradas (e belas! ) tocadoras de Handpan / Steel Drum.
Aqui ficam dois dos meus preferidos:
Last edited by Lorde X on March 29th, 2018, 10:39 am, edited 1 time in total.
Walk on the Sun! Dream on the Dark Side of the Moon!
Muitas vezes estou sem acesso à internet e desta vez para me entreter, criei três tele-discos musicais aproveitando material que tinha off-line.
1) Music video: The Doors - "The Severed Garden" & "Love Street"
Quando eu tinha 15-16 anos, gostava dos The Doors (foi uma fase), lembro-me que aluguei o filme homónimo do Oliver Stone, e lá juntei o meu gravador VHS com o de um amigo, para gravar uma cópia pessoal do filme. O Jim Morrison está enterrado no cemitério francês de Pére Lachaise (aquele com estátuas muito bonitas, onde foi filmado o filme musical do Fantasma da Ópera), e no final do filme do Oliver Stone, surge uma sequência musical, filmada no cemitério, com esta muito rara música "The Severed Garden" (ou ""Feast of Friends") dos The Doors, com o Jim a declamar poesia ao som de um arranjo do Adágio do Beethoven.
Eu aproveitei esta música muito depressiva e combinei-a com cenas de um filme francês do Jean Rollin (é o melhor filme dele! O único sem falhas!) filmado num cemitério muito semelhante ao de Pére Lachaise. Julgo que esta música encaixa que nem uma luva no filme, que é da mesmíssima altura em que foi criada a música.
2) Teledisco: Sétima Legião - Sete Mares & Por Quem Não Esqueci
As cenas são do documentário alemão "Vasco da Gama – The Quest for the Spice Islands" (2002), acerca do Vasco da Gama.
Epá! Desde que eu vi em menino a estreia na RTP do tele-disco oficial Sete Mares, num programa da tarde do Júlio Isidoro nos anos 80, que fiquei aborrecido com usarem footage de um filme mudo com vikings ou cruzados alemães, que não tem nada a ver com os Descobrimentos portugueses (igual ao avatar que aparece na assinatura do Lorde X, na mensagem anterior ). O cinema português é uma merda, por assim dizer, no que toca a filmes dos género histórico. Felizmente os alemães criaram uma belíssima reencenação cinemática sobre o Vasco da Gama, que julgo ser o que os músicos da banda portuguesa teriam gostado de ver no seu tele-disco dos anos 80.
3) Music video: Bobby Vinton - Mr. Lonely
Eu aqui apenas combinei uma música americana do Bobby Vinton, com um filme anti-guerra russo.
Este cantor americano deve ser vosso conhecido, ele criou as músicas "Blue Velvet", "Sealed with a Kiss", de entre outras muito conhecidas. Ele compôs este "Mr. Lonely" durante a recruta no exército americano, esta música combina com um filme de guerra soviético, porque os filmes de guerra soviéticos eram moralmente "anti-guerra", mas já não combinaria com um filme moralmente "pró-guerra" do John Wayne.
Não estou a criticar pois, como já disse, adoro o album. Mas lembra-me outras coisas, hehe.
), temos um caso similar para mim que é o dos Sepultura, em que as músicas do Andreas Kisser, notoriamente um guitarrista virtuoso no seu género, ganhavam com a alternância com os riffs minimalistas e a voz gutural do Max Cavalera...
) .
). O cinema português é uma merda, por assim dizer, no que toca a filmes dos género histórico. Felizmente os alemães criaram uma belíssima reencenação cinemática sobre o Vasco da Gama, que julgo ser o que os músicos da banda portuguesa teriam gostado de ver no seu tele-disco dos anos 80.