HD, Full HD, 4K e agora 8K em menos de 20 anos?

[technicolor]

Eu até sinceramente já nem me preocupa se os filmes são editados cá em HD ou não. Já nem vale a pena.

Preocupa-me é a forma galopante como a multiplicidade de novos formatos proporcionados pelas tecnologias de ponta fazem com que "conteúdos" (odeio esta palavra) que não foram feitos nesses formatos, mas sim noutros que não permitem upgrade, serão deixados para o lado, independentemente da sua qualidade!

Recordo-me por exemplo de todo um manancial de excelentes séries e programas de TV que não foram gravados em película (o que permitiria um restauro em HD), mas no limitado videotape. Se em TVs 4K um DVD já tem o estado que tu explicaste, como ficará um episódio do Flying Circus? E por ficar tão mal irá ficar para trás?

E daqui a 20 anos, como irão as pessoas olhar para os filmes digitais de hoje, produzidos numa resolução determinada que não pode ser aumentada, e que, comparados às cada vez maiores definições de imagem, não conseguirão impôr-se? É que ao menos a película permite esse upgrade...

É algo que me preocupa muito, honestamente.

Uma história muito antiga

[rui sousa]

Obrigado por partilhares esse documentário. Sobre a questão de Dawson vi no doclisboa um outro mais extenso muito interessante, chamado "Dawson City - Frozen Time".

E já agora, outra sugestão também vista no doclisboa, sobre o futuro da preservação do cinema: "Cinema Futures". Fala muito dos riscos do digital.

[Samwise]

Tornando ligeiramente atrás, para comentar esta citação do Rui...

In one of the most famous examples of the perils of digital preservation, when the makers of Toy Story attempted to put their film out on DVD a few years after its release, they discovered that much of the original digital files of the film — as much as a fifth — had been corrupted. They wound up having to use a film print for the DVD. “That was the first major episode to draw public attention to the fact that digital files are a challenge when it comes to conservation,” says Usai. (Somewhat hilariously and almost tragically, a similar fate came close to befalling Toy Story 2, which nearly got nuked when someone accidentally hit a “delete” button.)

https://www.vulture.com/2014/12/perils- ... uture.html

Se no caso do primeiro filme a coisa ainda se percebe (sort of...), no caso do segundo é completamente incompreensível - ou a história está mal contada, ou, não estando e não havendo mais detalhes, alguém(s) passa por incompetente e irresponsável no processo de preservação do material que foi sendo produzido. Não se entende como é que numa empresa literalmente de topo no que respeita à vertente tecnológica, pioneira no mercado da animação digital, não haja um "master plan" orgânico, de cumprimento estrito, no que respeita a cópias de segurança - e logo a partir mesmo do primeiro minuto de animação digital esquematizada para uma qualquer produção. Não se chega à versão final com apenas uma cópia de todo o trabalho produzido, e pior do que isso, vulnerável a uma acidental pressão do botão "delete". A palavra chave aqui é mesmo "redundância". Várias cópias, em vários suportes, em vários locais diferentes. Com updates regulares, também. A culpa não é da "Tecnologia", é comportamental.

A propósito disso, e já agora, para quem estiver interessado para fins "pessoais e caseiros" na questão dos backups "duradouros" (lol), saibam que os discos SSD são tudo menos indicados para o processo, mesmo apesar das unidades mais recentes disponíveis no mercado indicarem centenas de anos de "durabilidade" (ver este artigo, por exemplo). A razão para tal está relacionada com a necessidade de "refresh" regular das células magnéticas que armazenam a informação, e com o mais que certo desvanecimento dos dados se estes discos estiverem desligados durante um longo período de tempo. Sobre isto, deixo-vos um artigo bastante elucidativo, aqui.

As soluções, para lá da necessária questão da redundância (sempre, sempre), passam então pelos "normais" discos HDD, e pelas modernas tecnologias de gravação em Blu-Rays ultra-resistentes.

[rui sousa]

Sobre o quase delete do Toy Story 2:

[Samwise]

Q.E.D.

Pelos vistos não foi um quase delete, foi mesmo um delete all the way to nix.

Em todo o caso, no que respeita ao essencial, o clip pouco acrescenta ao que já tinhas colocado :

- Alguém(s) da área da segurança informática parece ter sido incompetnete e/ou irresponsável (e/ou agiu deliberadamente de má fé - não tinha considerado esta hipótese);
- Os ficheiros principais ficaram expostos a uma invulnerabilidade incompreensível (um mecanismo de delete total de fácil acesso e execução);
- Um backup à séria envolve redundância em cima de redundância (pelo clip, não dá para perceber o que falhou na recuperação dos backups oficiais, nem como estes foram feitos);
- O que safou a situação foi mesmo uma situação de redundância, embora também tenha sido também "acidental" - não estava prevista no "master plan".

[RMI]

Relacionado com as questões da preservação do material "físico" registado e armazenado em fita, e ligando este tópico às conversas sobre a conquista do espaço decorrentes do lançamento do filme First Man, eis um artigo (que fala de uma espécie de "documentário") sobre umas certas e determinadas bobines guardadas pela NASA que foram recentemente tratadas e passadas a filme, e que hão de chegar aos ecrãs com o título de Apollo 11...

Artigo na Vanity Fair

Um pequeno excerto para abrir o apetite:

Early one morning this past summer, I joined a small group of people who had gathered at the Smithsonian's National Air and Space Museum, in Washington, D.C., for a private screening of Apollo 11’s first 30 minutes. On the giant screen, the film looked spectacular, in particular the launch: infernal and rumbling up close, as the Saturn V’s five F-1 engines burn 5,700 pounds of kerosene and liquid oxygen per second, and a gorgeous spectacle from a patch of grass few miles away, where a young woman in purple-tinted bubble sunglasses takes photos with her camera, smiling as she snaps.

When the lights came up in the museum’s Imax theater, Miller took questions and comments from the audience. One fellow near the back, at age 87 the oldest at the gathering, happened to be a former director of the Air and Space Museum. He pronounced what he had just witnessed “magnificent.” He did note, however, that the film’s launch sequence, as effective as he found it, doesn’t quite capture the jerky lateral motion that the astronauts felt after liftoff, which he likened to being inside “a wide car being driven by a novice down a narrow road.” One might have been inclined to ask the old-timer how he could be so damned sure of this, were it not for the fact that he was none other than Michael Collins, Major General U.S.A.F. (Ret.) and NASA astronaut from 1963 to 1970.

Será isto relacionado com o acima comentado?
https://www.amazon.co.uk/gp/product/B01 ... UTF8&psc=1

[Samwise]

Relacionado com as questões da preservação do material "físico" registado e armazenado em fita, e ligando este tópico às conversas sobre a conquista do espaço decorrentes do lançamento do filme First Man, eis um artigo (que fala de uma espécie de "documentário") sobre umas certas e determinadas bobines guardadas pela NASA que foram recentemente tratadas e passadas a filme, e que hão de chegar aos ecrãs com o título de Apollo 11...

Artigo na Vanity Fair

Um pequeno excerto para abrir o apetite:

Early one morning this past summer, I joined a small group of people who had gathered at the Smithsonian's National Air and Space Museum, in Washington, D.C., for a private screening of Apollo 11’s first 30 minutes. On the giant screen, the film looked spectacular, in particular the launch: infernal and rumbling up close, as the Saturn V’s five F-1 engines burn 5,700 pounds of kerosene and liquid oxygen per second, and a gorgeous spectacle from a patch of grass few miles away, where a young woman in purple-tinted bubble sunglasses takes photos with her camera, smiling as she snaps.

When the lights came up in the museum’s Imax theater, Miller took questions and comments from the audience. One fellow near the back, at age 87 the oldest at the gathering, happened to be a former director of the Air and Space Museum. He pronounced what he had just witnessed “magnificent.” He did note, however, that the film’s launch sequence, as effective as he found it, doesn’t quite capture the jerky lateral motion that the astronauts felt after liftoff, which he likened to being inside “a wide car being driven by a novice down a narrow road.” One might have been inclined to ask the old-timer how he could be so damned sure of this, were it not for the fact that he was none other than Michael Collins, Major General U.S.A.F. (Ret.) and NASA astronaut from 1963 to 1970.

Será isto relacionado com o acima comentado?
https://www.amazon.co.uk/gp/product/B01 ... UTF8&psc=1

É uma boa pergunta. A julgar pela data em que esse doc saiu para o mercado (2015), são projectos completamente distintos, mas o material de base, os registos de fotos e filme pertencente à NASA, pode muito bem ser o mesmo.

Para quem gosta do tema, esse Moon Shots 4K parece ser uma boa proposta, pelo menos de uma "perspectiva visual".

https://www.imdb.com/title/tt4847952/?ref_=nv_sr_1

[technicolor]

Mais 2 contribuições para este tópico:

a primeira um bocado "inesperada"

Samsung abandona Blu-Ray

“Samsung não vai mais apresentar novos modelos de Blu-Ray ou Blu-Ray 4K para o mercado americano”, informou a empresa ao site Cnet.

mais informação em:
https://exame.abril.com.br/tecnologia/s ... or-do-dvd/


e outra em sentido um pouco divergente...


HDR10, Dolby Vision, HLG

[Samwise]

Mais 2 contribuições para este tópico:

a primeira um bocado "inesperada"

Samsung abandona Blu-Ray

Mais informações sobre esta decisão:

https://www.cnet.com/news/samsung-to-st ... port-says/

https://www.slashgear.com/samsung-blu-r ... -17566014/

https://arstechnica.com/gadgets/2019/02 ... y-players/

Este último link tem alguns dados interessantes (e para mim, que não acompanho o "mercado global" quanto a tendências, bastante surpreendentes), como por exemplo isto:

Also, streaming has come to dominate Americans’ viewing habits, especially in high-income households that would be enticed by expensive 4K HDR Blu-ray players. Physical media sales have been declining at double-digit percentage rates for a few years running. Even within those sales, 4K Blu-rays account for only 5.3 percent of sales compared to the aging DVD format, which still sits at 57.9 percent, according to Forbes.

Nos "states" as vendas de DVD's representam uma grandeza de 10x em relação às de BR...

[technicolor]

Nos "states" as vendas de DVD's representam uma grandeza de 10x em relação às de BR...

É algo que já constava há algum tempo. Por cá a situação é idêntica com a agravante de o mercado ser comparativamente... diminuto . Tal como já tinha referido num post anterior neste mesmo tópico, é insustentável para os editores publicarem nestas condições. Mas apesar do abandono do segmento por parte de algumas marcas de hardware ainda acredito na continuidade do formato e até num ligeiro crescimento a nível mundial. A implantação do BR4K (suporte físico) é que já me parece mais complicada ...

Entretanto esta semana finalmente já pude observar uma TV 8K em demonstração com um daqueles pequenos filmes promocionais cheios de detalhe (desconheço se o filme seria de resolução 8K mas pelo menos 4K com upscale pareceu-me ser) e "aquilo" é realmente é impressionante (um salto gigante em tecnologia de imagem) aproximei-me para ver se percebia o pixel (Quantum Dot?) e foi difícil... (fiz uma figura ridícula de nariz quase colado ao ecran em pleno MM Sintra com os empregados de braços cruzados e sorriso na cara a admiram a cena) os preços até já baixaram um bocadinho mas o problema principal é mesmo a falta de conteúdos broadcast (8K em suporte físico não me parece que (para já) alguém arrisque mas nunca se sabe)

[PanterA]

Eu falo por mim, se hoje tivesse que ver os meus filmes em DVD, ou dito de outra forma com a qualidade de um DVD dava comigo em maluco. Felizmente que com o passar dos anos os restauros e passagem de testemunho para Bluray da maior parte dos clássicos ou de tudo que seja filme, tirou esse peso das costas para quem gosta de apreciar um filme em todo o seu esplendor.

[paupau]

So uma pequena correcao: os 5% e os 4K, pelo que BD's anda pelos 40%, eu entendo assim. Nao deixa se ser impressionante que 13 anos depois (a serio?!) continue a ser o principal formato.

Enviado do meu SM-A510F através do Tapatalk

[rui sousa]

Eu falo por mim, se hoje tivesse que ver os meus filmes em DVD, ou dito de outra forma com a qualidade de um DVD dava comigo em maluco. Felizmente que com o passar dos anos os restauros e passagem de testemunho para Bluray da maior parte dos clássicos ou de tudo que seja filme, tirou esse peso das costas para quem gosta de apreciar um filme em todo o seu esplendor.

DVDs de óptima qualidade ficam impecáveis em televisões full HD em leitores com upscalling. Hoje revi o IL Sorpasso em DVD e fiquei abismado. Por momentos pensei que tinha colocado um bluray acidentalmente.

Daqui a uns anos alguém também haverá de dizer que só apreciará filmes "em todo o seu esplendor" em 4k...e depois em 8k...e assim sucessivamente.

[PanterA]

A menos que tenhas uma televisão demasiado pequena, se meteres um DVD por mais boa qualidade que ele tenha por várias razões, vais sempre notar diferença. Não dá hipótese. È a mesma história que um gajo sacar um rip 1080p (das melhores teams) ou o full-BD. Numa TV não muito grande e como deve ser pode até nem notar diferenças, mas nas outras nota-se claramente.

Eu pessoalmente não consigo ver DVDs a menos que seja forçado. Da mesma forma que comprei o meu leitor de DVDs, também não conseguia voltar para as VHSs. São fases.

[Samwise]

Eu sofro da mesma enfermidade do Pantera.

Por um lado, o progresso tecnológico é mesmo muito lixado, em particular pela forma súbita e brutal como expõe a nu os "defeitos" da tecnologia que de um dia para o outro fica obsoleta - a mesma que nos fez pasmar e gastar tempo e dinheiro nos tempos aureos da sua massificação.

Mas por outro, é muito bom poder desfrutar da tecnologia que a vem substituir.