Matrix Revolutions

Discussão de filmes; a arte pela arte.

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n0-nic|{
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Post by n0-nic|{ »

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by theman</i>
<br />SPOILERS...........MUITOS SPOILERS...........................


- O Neo morreu??? A Oraculo respondeu à Sati: suspeito que o voltaremos a ver, ou qq coisa assim!!
- Não há explicação razoável para o facto do Neo ter controle sobre as máquinas fora da Matrix.
- O Smith morreu??? já no 1º filme ele tinha "morrido" daquela forma...
- A Oráculo tinha morrido mas não morreu???
- O Arquitecto continua a existir!!!
- As máquinas não foram destruídas, vão continuar a necessitar de energia!!!
- A Matrix continua a existir (deja vu quando a Sati está no chão, pôr-do-sol "feito" pela Sati)
- Os humanos não foram todos libertos, o Arquitecto responde à Oráculo qq coisa como: os que quiserem ser libertados serão!!!
- O Merovingian continua lá!!!(e a Mónica também[:D])<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">

Vou tentar explicar o que percebi, pois também acho que ficaram algumas coisas por explicar.

- O Neo cumpriu o seu papel, mas de uma forma diferente dos outros The One, voltando à fonte. Quando a Oraculo responde à Sati, julgo estar a falar no próximo The One.
- Esta parte também não percebi. Diz-se que o Neo tinha alguns enhancements genéticos dados pelas máquinas, e que após estar com o Arquitecto, desbloqueou uma parte do seu programa que não devia e por isso é que ele ficou na paragem do comboio.
- O Smith morreu. O Neo estava ligado à fonte, o Smith tentou "entrar" no Neo e assim foi apagado.
- O Arquitecto continua, as máquinas continuam e a Matrix também. Aqui é que penso que muita gente ficou desiludida, porque esperava-se que o Neo libertasse as pessoas das máquinas, que a Revolution do título do filme acabasse com a Matrix, mas não. A Matrix continua, as máquinas estão em tréguas (até os humanos quebrarem o acordo [;)]) mas as pessoas que rejeitarem a Matrix não são mortos, e o filme acaba como o primeiro começou.
- O Merovingian...era o diabo? Quem era a Persophone, qual o passado destes dois? Não foi explicado...E já agora, o Seraph. Quando se cruza com o Smith no filme, vê-se que eles já se conheciam e que tinham lutado. Não foi desenvolvido.

Eu não gostei nem desgostei do filme. Saí indiferente ao final, o que para mim é pior. Pode ser que ao rever todos os filmes venha a apreciá-lo, mas depois do segundo filme (que adorei, ao contrário do primeiro, em que o sentimento também foi de indiferença) em que levantaram tantas questões, esta parte acaba por saber a pouco.

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Post by lud81 »

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote"><i>Originally posted by theman</i>
<br />lud81 vou dar-te razão para não entrarmos em discussão sobre o título porque o que interessa é discutir o conteúdo.
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">É que não se trata de me dares razão ou não. Eu <b>tenho</b> razão. [:)]
Então desde quando é que uma notícia, ou um tópico ou seja o que for, que diz que Scott vai matar Ripley no próximo Alien não é um spoiler? É um dos maiores spoilers de que me lembro! Qual a diferença entre saberes que Trinity morre em Matrix 3 e saberes que Ripley morre em Alien 5? Absolutamente nenhuma.

Ludovic Mestre
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DeltaFox
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Post by DeltaFox »

Ainda a discutir o que é spoiler e não ?? Abram um topico no Off-Topic :p

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Post by Argaroth01 »

Desculpem lá:

Tanta preocupação com os spoilers, pq não incluir no titulo do tópico (aliás, em todos os tópicos sobre filmes) a palavra SPOILERS. Já tenho visitado montes de fóruns e muitos têm um aviso no próprio título. Evitava estas discussões desnecessárias.

Sobre o filme:

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote">- O Neo morreu??? A Oraculo respondeu à Sati: suspeito que o voltaremos a ver, ou qq coisa assim!!
- Não há explicação razoável para o facto do Neo ter controle sobre as máquinas fora da Matrix.
- O Smith morreu??? já no 1º filme ele tinha "morrido" daquela forma...
- A Oráculo tinha morrido mas não morreu???
- O Arquitecto continua a existir!!!
- As máquinas não foram destruídas, vão continuar a necessitar de energia!!!
- A Matrix continua a existir (deja vu quando a Sati está no chão, pôr-do-sol "feito" pela Sati)
- Os humanos não foram todos libertos, o Arquitecto responde à Oráculo qq coisa como: os que quiserem ser libertados serão!!!
- O Merovingian continua lá!!!(e a Mónica também)


A minha opinião é que existirá, pelo menos, mais um filme!!!
<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">


- A morte de Neo tem de ser entendida numa perspectiva do mito cristão da ressurreição (a idéia de que o messias um dia há-de regressar) mas tb na idéia budista da reencarnação, q parece a mais correcta (o Escolhido reencarna em diferentes individúos). Só a titulo de curiosidade, ninguém reparou na alusão ao mito do rei Artur, qdo Neo é levado por aquela máquina no fim ? Tal e qual qdo Artur é levado para Avalon no final, à espera de regressar qdo o seu povo mais necessitasse dele.

- Sobre o controlo de Neo sobre as máquinas no mundo real, muitos já falaram sobre isso - há quem especule que ele encontrava-se ligado à Fonte e por isso conseguia fazer o q fez.

- O Smith MORREU. E isso é o q alterou tudo: Neo foi o único dos Escolhidos a destruir Smith de vez. Já havia provas de que a anomalia de Smith já não era nova (vejam Reloaded, qdo Smith vai entregar o seu auricular a Neo - qdo ele fala para um seu clone ele diz: "Está tudo a acontecer como antes"). Segundo a Óraculo, um é o oposto do outro, logo um não existe sem o outro, o q leva a crer q Neo talvez exista para derrotar Smith (o q pode ter acontecido nas outras 5 versões da Matriz, foi o reboot ao sistema, logo reiniciando tudo, revertendo Smith ao inicio).

- A Óraculo não morreu, e sabia que não ia morrer. Tudo foi premeditado, como se depreende da conversa final com o Arquitecto. A frase q Smith dissera a Neo no final - "Tudo que tem um principio tem um fim" - era uma espécie de sinal para q Neo percebesse o q devia fazer (anular-se com Smith). Aliás, qdo todos os clones de Smith foram destruídos, todas as pessoas infectadas foram restituidas.

- É claro que o Arquitecto continua a existir. É ele q gere a Matriz. Este personagem é muito curioso: por um lado é Deus, no sentido de que é o grande manipulador da realidade (a Matriz), mas por outro é tb o Diabo, pois qdo se encontrou com Neo, fez de tudo para o persuadir (de facto, qto daquilo q ele terá dito a Neo não será mentira ?)

- Acho que essa coisa de as máquinas necessitarem dos humanos para energia, não é um conceito que deva ser entendido à letra. Subentende-se aqui uma grande dose de ironia por parte das máquinas: tornar o reverso da medalha sem que se dê conta disso (as máquinas, as escravas, subjugam os humanos, os escravizadores, q nem sabem disso). Não creio que sejam somente os humanos a única fonte de energia.

- É claro que a Matriz tem de existir. Tudo se resume a uma palavra: simbiose. Já o conselheiro Hamman, qdo em Reloaded fala com Neo dum dos pisos inferiores onde se encontram as máquinas q sustentam Zion, tinha apontado para o facto de que é incontornável o uso das máquinas. As tréguas de Neo servem esse propósito - quem quiser ser libertado, será.

- Não sei se muita gente quererá sair da Matriz, tendo em conta como é o mundo real - ou se contínua na ilusão ou enfrenta-se a dura realidade (interessante dilema).

- É claro q o Merovingian continua lá (e a Mónica (.)(.) Bellucci): alguém se atrevia a eliminar um dos personagens mais interessantes da saga ?

E não, não vai haver um 4º filme (se é a história a seguir a Revolutions que vos interessa, comprem o Matrix Online).
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Post by alquimista »

Ora bem...fui então ver o terceiro MÁTERIQUESE.
Primeiro só quero dizer duas coisas.
Ponto 1, foi o filme mais barulhento que vi e ouvi em toda a minha vida de espectador. Até agora acho que ainda não acredito no volume e na quantidade de décibeis que passaram pelos meus ouvidos hoje. Curti.
Ponto 2, foi a primeira vez que fui ver um filme blockbuster com uma sala apinhada de gente e ainda por cima num centro comercial a um domingo onde parecia que estava sózinho na sala !!!! Não se ouvia uma mosca !!!!!! Foi uma experiência completamente irreal e muito gratificante. Aliás pela cara da maioria dos espectadores aposto que naquela sessão das 13.30 hoje deviamos ser um grupo enorme de pessoas a tentar fugir da escumalha habitual e por isso decidimos ir todos tentar a sorte aquela hora a ver se conseguiamos ver o filme em paz. Deu certo. Parece que descobri uma optima hora para ir ao cinema aqui em Portimão. As pessoas até estavam na sala para ver o filme e tudo !!!!!!!! E o intervalo é só de cinco minutos, o que não podia ser melhor.

Posto isto muitos de voçês devem lembrar-se que detesto o primeiro filme e adoro o segundo. Para quem não leu a minha opinião sobre estas duas primeiras partes depois no fim farei um pequeno resumo do que achei em relação aos capitulos anteriores de modo a que voçês percebam que eu nunca fui propriamente um tipico fan do Matrix.
Mas vamos ao terceiro filme.

Começo logo pelo mais discutido. Quanto a mim acho que foi um final perfeito.
Senão vejamos, primeiro que tudo contrariou todas as ideias que todos nós aposto que tinhamos sobre qual a maneira como aquilo iria terminar.
Em vez da revelação final tipica que nós estavamos todos a desejar ver, deixaram-nos com um final que ha partida parece extremamente ambiguo mas não podia estar mais longe de assim o ser. Se ha uma caracteristica que este final teve foi o facto de ser um final extremamente adulto, digno do melhor romançe de FC do género e veio complementar perfeitamente todas as expectativas que as interrogações deixadas pelo segundo filme criaram a quem o conseguiu minimamente
interpretar e abstrair-se de uma sequência "lógica" á Hollywood.
Nunca em lado algum durante os primeiros filmes foi dito que o objectivo do Neo era libertar os humanos e restaurar o mundo como ele era antes. Tudo isso acabou por ser subentendido por nós os espectadores mas muito por nossa culpa , pois a maior parte de nós não conseguiu captar todas as pistas dadas depois ao longo de todo o segundo filme. Aquilo que á partida nos pareceu dialogos abstractos e até presunçosos era na realidade a resposta a ser jogada á cara do espectador e obrigando-o a estar atento ao que se dizia de uma maneira não explicita tentando fazer-nos pensar. Todas essas informações culminaram agora neste final que para mim é do mais lógico que poderia ter havido.

Em vez do final feliz tipico boy-gets girl e salva o mundo, temos um final que nos mostra que no mundo não ha nada para salvar, mas sim o que importa é haver uma maneira de duas civilizações completamente opostas encontrarem afinal uma solução comum para poderem viver em paz.
O pormenor constante de ao longo dos tres filmes, o Smith nos questionar constantemente sobre as desvantagens de sabermos o que é a realidade, tem aqui o seu contributo para que se perceba que este final é o final feliz possivel para esta historia. Se soubessemos o que está para além da realidade que conhecemos será que seriamos mais felizes por isso ? E se vivessemos dentro dessa realidade e não dentro do que consideramos real, será que seriamos mais felizes do que vivendo uma vida feliz dentro de um "sonho" ? Então se felicidade pode ser alcançada das duas maneiras o que importa que a nossa
vida tenha um outro objectivo desconhecido para nós desde que não nos afecte no nosso conceito de felicidade/realidade ?
Teremos uma existencia mais plena numa realidade fisica? O facto de estarmos a ser usados como pilhas Duracell para garantir a existencia de uma outra civilização significa que temos uma vida pior por causa disso apesar de nos sentirmos felizes por desconhecer esse facto ?

Para mim a grande surpresa nesta terceira parte foi a "revelação" (ainda escondida se não repararmos nela), de que afinal os vilões aqui não eram as máquinas que dominaram o mundo como parecia ao longo de toda a saga, mas sim o virus devastador que ameaçava destruir tanto o mundo das máquinas como o dos humanos.

O mundo dominado pelas máquinas não pode ser retomado pelos humanos novamente, tudo mudou e não ha volta. É como se uma nova espécie tivesse aparecido e de repente os humanos deixassem de ser a espécie dominante. Ora isso não significa que a nova espécie sejam os "maus". As máquinas não faziam mais do que lutar pela sua sobrevivencia da mesma maneira como nós combatemos uma doença , as máquinas tentam ao máximo evitar que os humanos as destruam e acima de tudo lhes retirem a sua fonte de energia que são os humanos que ainda dormem. Afinal, se notarmos bem, nenhum humano-pilha estava em sofrimento. Apenas aqueles que o deixaram de ser vivem vidas miseráveis num mundo que já não tem condições para eles.
Notem que a Oraculo e o Arquitecto não eram realmente inimigos apesar de parecer estar em campos opostos. Este facto foi talvez dos primeiros pormenores que nos escaparam enquanto espectadores (apesar de nos parecer sempre estranho) e uma das primeiras indicações de que o mundo das máquinas afinal não seria tão o mundo dos vilões como parecia ha primeira vista.

Portanto, a grande ideia deste filme, afinal não era o vencer as máquinas como parecia, mas sim conseguir que a guerra terminasse e houvesse paz, independentemente do resultado de quem seria o vencedor se é que esse conceito seria possivel num mundo devastado. Sendo assim, o Escolhido, nunca o foi, para salvar o mundo, mas sim para o mudar, ou melhor para o equilibrar anulando a verdadeira ameaça que existia, o virus Smith e levando a civilização dos humanos a um ponto em que não necessitassem de ser uma ameaça á civilização das máquinas. Smith, esse sim que punha em risco tanto a realidade de quem vive no mundo devastado como no mundo dos sonhos/realidade-virtual.
O facto das máquinas dominarem o mundo acaba por não ser apresentado como algo terrivel, mas sim como o resultado de uma alteração na Historia da humanidade que acabou por fazer com que os humanos deixassem de ser a raça dominante. É terrivel do ponto de vista dos personagens mas nunca daquilo que é a base da história, apesar desse pormenor parecer sempre escondido do espectador, levando-o pela direcção oposta á primeira vista. Mas sem nunca deixar de atirar pequenas pistas aqui e ali para quem estivesse atento.

Por isso acho que este final é extremamente lógico e inteligente, pois evita todos os clichés que esperavamos (e se calhar desejavamos ver, habituados que estamos a narrativas Hollywood) e é o final mais feliz e coerente que poderia haver para esta saga. Os humanos que desejam viver e tentar criar um mundo para eles na Terra devastada finalmente poderão faze-lo em paz, as máquinas poderão continuar a ter a sua civilização sem ter a constante ameaça dos ataques humanos e vice-versa, alguns humanos que desejarem irão progressivamente sendo libertados pelas máquinas em função do acordo de paz (mas notem que elas não disseram que não substituiriam esses humanos por novos embriões afinal dependem da sua energia para existir), o mundo da Matriz acabou por evoluir e tornar-se em algo mais belo devido á mais estreita ligação com o espirito humano (se calhar criando menos o desejo em muitos humanos para escolherem deixar a Matriz).
Notem o pormenor da Sati, que para quem não conhece é uma divindade comum a muitas religiões orientais e basicamente pode-se considerar como Deus, ou melhor Deus-Criativo. Sati acaba por existir como elemento que trará mais beleza á Matrix, tal como é considerada actualmente por muitas religiões Hindus por exemplo. Elemento criativo esse, protegido pelas próprias entidades manipuladoras da Matrix (Oraculo, Arquitecto) pois no fundo serviria tanto uma como outra civilização. Notem que só Smith não sabia bem o que fazer com Sati embora soubesse que não lhe seria favoravel pois Sati representa a criatividade, a arte e a beleza e não o estereotipo que Smith é pois não passa de um virus sem capacidade de criar algo que não seja cópias dele próprio.

Portanto, pode não parecer a primeira vista mas este filme teve um final extremamente coerente e feliz. O heroi ganhou pois cumpriu finalmente um dos objectivos possiveis ao fim de seis ou sete tentativas, o mundo ficou em equilibrio, (temporário, mas não é assim que sempre foi na Historia da humanidade?), a Matriz ganhou um novo rumo graças a um novo "upgrade", um virus foi eliminado, a humanidade consciente adquiriu o direito ao seu espaço e o ciclo finalmente ficou completo.
O heroi não ficou com a gaja da historia ? E então ? Era para ficar ?...

Não sei se notaram ao longo de toda esta saga, houve uma coisa que é de elogiar. Apesar de toda a pirotécnia, estilo e efeitos visuais, a estrutura das cenas de acção nunca seguiu a formula blockbuster naquele péssimo sentido, da cena de porrada-piadinha espirituosa-sequencia de acção-boquinha do heroi, com que temos de comer em todos os filmes blockbuster e tornam tudo tão previsivel e aborrecido no suposto cinema de acção actual fabricado qual hamburguers da
McDonald.

Se há uma coisa que eleva esta saga a uma categoria superior dentro da FC actual é a seriedade com que todo o tema foi tratado e a maneira como os personagens foram apresentados e quanto a mim só isso já é suficiente para elogiar todo este trabalho.
E o conceito de a accção ser passada num mundo devastado, onde os humanos não têm qualquer possibilidade de acabar como se estivessem num conto de fadas em que por uma magia qualquer o mundo voltasse a ser como tinha sido, foi um verdadeiro acto de coragem da parte de quem escreveu o argumento. Não ha duvida de que todos nós enquanto espectadores a qualquer momento desta saga sempre pensamos que no final os bons iam ganhar e o mundo iria, ou principiar a voltar ao
que nós conhecemos ou então seria mais outra simulação qualquer dentro da simulação.

A resposta afinal era tão mais simples e sem artificios que se acabou por tornar em algo muito mais criativo e imaginativo. O mundo tal como o conhecemos acabou. Os humanos já não dominam a Terra e tão cedo voltarão a dominar. Esse final de conto de fadas seria uma idiotice face a este conceito e ainda bem que alguem teve a coragem de terminar esta saga com um verdadeir final de FC adulto. As coisas compuseram-se, o mal e o bem é relativo dependendo de quem defende os seus e a sua civilização e a unica grande ameaça a ambos os mundos é a doença ou a tentativa de aniquilação por ambas as partes uma da outra. Fim da guerra principio de um ciclo. Agora com novas variaveis e de final futuro completamente imprevisivel. Quem sabe abrindo até caminho para uma verdadeira simbiose consciente e voluntaria no futuro entre a humanidade e a maquina. Até daria uma boa continuação para a historia se um dia fizessem mais uns filmes.

Portanto a saga acabou de uma forma aparentemente aberta e imprevisivel. Mas não é assim a nossa história e religião ao longo dos anos ?

Portanto enquanto final acho que é um final perfeito para uma segunda parte que já tinha sido perfeita em termos de argumento mas se calhar demasiado criptica embora tenha tido o condão de colocar muita gente como nós e não só a pensar a sério numa história de um filme como ha muito não se via.
Em relação as partes "lamechas" como muita gente lhes chama, pois eu acho que estão coerentes e perfeitas e nem por um unico segundo me aborreci de as ver. Além disso dão uma dimensão humana que é necessária para equilibrar a caracterização dos personagens e não acho de maneira nenhuma que tenha estado forçada nesta ultima parte. Achei-a muito mais forçada na segunda onde as partes romanticas não me parece terem funcionado tão bem quanto neste final.

Achei a primeira parte deste terceiro capitulo muito interessante mesmo, muito divertida e o equilibrio perfeito na narrativa.
Quanto ao "apagamento" do Morpheus, qual é o problema ? Tem tudo a ver com o estilo sério desta história, o Morpheus é apenas mais um humano da cidade e não tem de estar sempre a ser mostrado como o heroi ou o chefe dos herois. Só dá credibilidade ao personagem. Aliás uma das regras para um bom tratamento sério/adulto de uma história é que não há personagens principais, o principal deve ser a forma como se usa esses personagens para servir a historia e nisso acho que mais uma vez este argumento acerta em cheio, dando espaço para todos brilharem e terem o seu momento.
As cenas de acção...pois ...acho que nunca tinha visto uma batalha tão bem orquestrada no grande ecran e acho que se vai tornar um marco na forma como se "filmam" CGI integrados com maquetes e blue screens. Achei a montagem perfeita e nem por um momento me aborreci. E olhem que eu não sou nada fácil de contentar em cenas de porrada cinematográficas actualmente. Por exemplo acho as cenas de acção do Pirates of the Caribean uma das maiores secas desde as extensivas cenas de porrada só para meter estilo do Matrix 1.
E um Matrix 3 que tem uma batalha saida do Dragon Ball e consegue desenrolar-se sem nunca paracer cómica ou ridicula, para mim é logo um feito notável. Adorei a sequência.

Coisas de que não gostei neste terceiro capitulo ?...Sinceramente agora não me lembro de nada em particular.
Portanto para mim esta saga fica assim ordenada em termos de estrelas:

The Matrix - ** , duas estrelas em cinco, pela péssima estrutura, previsibilidade e vazio total da história a partir do momento em que Neo toma conhecimento da verdade sobre a Matriz. Pode ter inovado um género enquanto proposta cinematográfica,mas acho que enquanto filme é um trabalho extremamente sobrevalorizado e não merece de modo nenhum a fama que ganhou se pensarmos naquilo enquanto filme. Um exercicio de estilo cheio de potencialidades mas um falhanço absoluto
simplesmente por se tornar uma seca previsivel a partir dos primeiros 40 minutos mais ou menos, onde até nem falta a tipica traição que se adivinha a milhas antes de acontecer. Um dos filmes mais aborrecidos de que me lembro ter assistido no cinema nos ultimos anos. Desde então ja o tentei rever pelos menos 5 vezes em dvd a ver se o problema era mesmo embirração minha mas já desisti. Só não ofereço o dvd por conter uma parte essencial para o incio da historia da saga e
pretendo comprar a triologia pois numa avaliação geral é uma das melhores historias de FC de sempre em cinema quanto a mim. Apesar deste começo mais que bocejante.

The Matrix Reloaded - ****/ , quantro estrelas e meia em cinco. Tudo o que esteve mal no primeiro para mim foi completamente corrigido e melhorado para além do que alguma vez julguei ver numa sequela e muito menos numa sequela de um filme como o primeiro Matrix. Só não lhe dou cinco estrelas, pela rave de merda que ainda não percebi bem para que serviu, pelo discurso ridiculo do Morpheus que em minutos ia arruinando toda a atmosfera séria e adulta da história, pelas sequências de porrada demasiado longas e algumas desnecessárias e por causa de tudo isto o filme ter ficado com uma estrutura algo estranha.
A história para mim tornou-se tudo o que eu não esperava e achei-a um dos melhores, mais complexos e inteligentes argumentos que alguma vez apareceram numa FC Hollywoodiana. Quando vi o filme não percebi népia ! Adorei, mas não percebi népia ! O que foi bom pois obrigou-me a pensar e foi um excelente motivo para conversas. Até que juntando peça a peça tive realmente a percepção de como a história foi bem orquestrada. Facto que me agradou ainda ter comprovado no terceiro filme , agora com as peças todas para poder compreender finalmente todas as pistas cripticas deixadas neste segundo.
Achei este segundo um filme de FC para adultos extremamente bem disfarçado de filme para adolescentes e que no fundo poderá agradar ao dois tipos de publico mesmo para aqueles que ainda nem fazem qualquer ideia da história (e não são poucos). Acho que foi de de uma coragem de loucos alguem ter lançado esta segunda parte "neste estado", pois foi a primeira vez que vi um filme FC com uma historia tão pouco comercial lançado como sendo um objecto de consumo de
massas. Especialmente quando acho que para se perceber bem e apreciar esta historia na totalidade temos de ser um bocado cromos dos computadores.

Matrix Revolutions - ***** cinco estrelas em cinco, por ter sido capaz de me apresentar um final que foi uma verdadeira surpresa. Um final completissimo que mais uma vez não apresenta nenhuma solução de bandeja em explicações do costume e obriga o espectador a pensar no assunto muito depois de ter deixado a sala de cinema.
Completamente tudo ao contrario da lista de explicações e surpresas bem explicadas que eu estava a espera de ir encontrar neste final.
Como filme acho que tem a melhor estrutura de todos e a melhor e menos merdosa banda-sonora de todos os trés.
Respondeu-me a todas as perguntas que eu tinha vindas do segundo e por isso acho que é um final perfeito para toda esta saga que apesar de ter começado com um filme marcante mas muito fraco acabou por se tornar numa das mais interessantes historias de FC adultas que vi até hoje no cinema.

Adorei.
Venha mais FC como esta.[8D]

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Post by daffyduck »

Como já tinha dito, o matrix um já nos dá pistas para este final.

a personagem do Joe pantoliano prefere estar dentro da matriz em vez da realidade. Logo libertar todos os humanos não seria satisfazer a vontade de muitos, provavelmetne a maioria preferia a existência na matriz...


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Post by Fidel »

E vocês ainda falam disto? ...

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Post by jimmy »

o revolutions neste segundo fim de semana apenas rendeu nas bilheteiras americanas 16 milhoes de dolares...só para terem uma ideia o reloaded no mesmo periodo de tempo que o revolutions esta no cinema (+-13 dias) consegui 210 milhoes de dolares ao que o revolutions fica se pelos 114...

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Post by alquimista »

Isso não quer dizer que seja pior.
Se quererá dizer alguma coisa será que muita da malta que não percebeu népia do segundo provavelmente nem teve muito interesse em ver o terceiro com medo de sair do cinema com a cabeça um bocado baralhada.

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Post by jimmy »

mas eu tambem não disse que o filme era pior que o anterior!

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Post by Fat Boy »

SPOILERS

Bom eu posso estar a cometer um pecado mortal lol mas tenho que admitir que fiquei extremamente decepcionado com o filme.

A única coisa que lhe achei com mérito foi a batalha de Zion e mesmo isso com falhas como por exemplo o facto de não haver estratégia aparente das sentinelas ou seja voam parece que à deriva por ali sem se ver aquela precisão cirurgica que se esperava das máquinas. Longe disso. No entanto a espectacularidade da cena é tão grande que não posso criticá-la de forma nenhuma.

A cena final entre Neo e Smith tinha potencial. É óbvio que também tem um impacto visual fenomenal (tirando o facto de dois tipos vestidos de negro, á noite e a chover serem um bocado dificeis de seguir...) mas parece longa demais e quer ser tão "grandiosa" que acaba por perder muito no que diz respeito à adrenalina que provoca. Ás vezes a simplicidade vale de muito e a cena no metro no primeiro filme mostra isso. Mais pericia, menos CGI e muito mais envolvimento do espectador na acção.

Passamos ao final da luta e consequentemente do filme/trilogia.

Anti-climax define para mim a forma como Smith é derrotado. Nem sei como explicar mas quando vi aquilo pensei simplesmente: É isto?

Novamente volto ao primeiro filme. O impacto é completamente diferente. Vou ser sincero: esperava uma derrota clara e inequívoca de Smith, algo que ficasse na nossa mente por muito tempo pela forma como nos tinha atingido! Não sei explicar melhor que isto.

Eu não gosto das imposições de Hollywood etc mas que raio... como não ficar minimamente decepcionados com o final da trilogia?

Um empate practicamente por misericórdia? Quando se vê o primeiro filme e depois o Reloaded que levanta todas aquelas questões e que levou a tantos debates como ficar satisfeito com algo assim?

Para mim foi desmoralizador. Não tenho problemas de o admitir! Depois de ver tantas batalhas e de ouvir tanta ideologia ver este "não final" deixou-me de "rastos". Agora, depois de tudo podemos dizer que era o único final possível etc etc mas para mim é um final de "treta" desculpem a expressão.

Tanta filosofia barata, uma conversa pretensiosa com um arquitecto que tinha lido o dicionário na noite anterior e depois temos isto?

Num filme como Matrix tudo ou quase tudo é possível. Tudo menos deixar uma porta aberta para mais uma sequela e escapar-se a pôr de vez o ponto final na história. Isso é inaceitável para mim. Um final completamente feliz? Também não... mas pelo menos um final com glória!


Nem vou falar no romance barato e no dramatismo exacerbado da sequência "mortal" de Trinity! Nem vou falar também nos diálogos ao pior estilo de Reloaded ou no que fizeram ao pobre Smith... um psicopata meio louco. Nem vou falar da "sombra" que é Morpheus (que tristeza) ou do crime que é o desperdicio de Belluci e da sua personagem.

Só digo isto: Revolutions é um final que quase estraga a série.


É pena.
lud81
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Post by lud81 »

A maneira como o Smith é derrotado é anti-climax? Bem, é verdade que não é aquele clímax a que estamos habituados, como diz o alquimista. E como alguém disse aqui há alguns meses (ou calhando foi na IMDB, não sei bem...) quem é que disse que o clímax é final de uma história? O clímax é mais ou menos a meio. Tem de ser. Na estrutura de uma história, as coisas vão subindo (digamos assim), atingem o clímax <b>e depois têm de descer</b>, não podem caír a pique! Têm de descer gradualmente. O clímax não é o fim.
È por essa confusão que muita gente pensa que o final do LOTR (o livro) é anti-climático! Nada mais errado. Simplesmente, o LOTR está maravilhosamente estruturado. Tens o clímax a meio do último livro e depois é o resolver da história.
No Matrix Revolutions, o clímax é a batalha em Zion. O resto é a resolução da história.

Ludovic Mestre
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Post by Fat Boy »

Spoilers:
Não me parece situações que possam ser comparadas.

O climax no LOTR é a sequência de destruição do anel ou também não?. Isso é equivalente à sequência em que a guerra termina com a derrota do Smith e a "morte" do Neo. Aliás parece-me que os filmes são estruturados de forma a apontarem todos para este momento. É o suposto ponto alto da trilogia em que tudo se define.

Mas tudo bem é outra forma de ver a história, não tenho problema com isso e nem isso altera algo.

Continuo a manter a minha opinião. Usando esse critério é uma resolução da história sem glória e que me deixou profundamente insatisfeito.

Atenção que o facto dessa resolução não seguir uma habitual fórmula a que estamos habituados ou seja acabar tudo bem etc não quer dizer que isso seja necessariamente bom.

Há filmes onde isso acontece até indo mais longe com o triunfo dos vilões e isso combina bem com o resto do filme e deixa-nos "satisfeitos".

Não me parece que seja esse o caso e nem podemos classificar automaticamente de genial apenas por fugir de uma forma um bocado tosca ao standard que se existe é porque algumas vezes deve ser aplicado e esta é uma delas nem que fosse parcialmente.

Outra coisa é que o que a mente diz o coração nem sempre a mente aceita. Este fim pode ser "lógico" mas visto que o cinema é também ilusão, especialmente neste género pode não ser acertado.
lud81
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Post by lud81 »

Tudo bem.

Eu não o classifiquei de genial... Eu próprio não me conformei muito com o filme e espero a oportunidade de os ver os 3 de seguida no conforto do lar. [:)]

Apenas quis dizer que o facto de não acabar com o grande clímax comum a Hollywood não o faz necessariamente mau. Tu dizes, para me contra argumentar, que não o faz automaticamente bom, e tens razão, mas eu digo-te que não o faz automaticamente mau.

Quanto ao LOTR, foi só um exemplo de uma boa estrutura narrativa. Tens o clímax, que é a batalha de Pelennor, mas isso acontece a uns 6 ou 7 capítulos do fim. o que quer dizer que o climax não é o fim da história. Depois do climax ainda há uns 6 ou 7 capítulos que é as coisas a "descerem", como eu disse acima.

Ludovic Mestre
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