Estreia de 7 Obras-Primas de Akira Kurosawa a partir de Setembro!

[rui sousa]

Não me posso queixar, na verdade, de um ou de outro. Foi o calor do momento, confesso, talvez palavras mal medidas, mas não gosto da Ozuzização exacerbada (e apesar disso eu contribui para o crowdfunding da edição portuguesa do livro do Donald Richie sobre o realizador). Todos os filmes de Mizoguchi que vi são brilhantes ou no mínimo bons (reduzir a sua obra a dois filmes foi ridículo, mesmo que sejam duas obras primas), assim como os de Ozu. Mas mais facilmente volto ao primeiro que ao segundo. E faz-me mais espécie reduzir todo o cinema japonês ao Ozu que ao Mizoguchi, como vejo por vezes na comunicação social.

[TheLimey]

Não me posso queixar, na verdade, de um ou de outro. Foi o calor do momento, confesso, talvez palavras mal medidas, mas não gosto da Ozuzização exacerbada (e apesar disso eu contribui para o crowdfunding da edição portuguesa do livro do Donald Richie sobre o realizador). Todos os filmes de Mizoguchi que vi são brilhantes ou no mínimo bons (reduzir a sua obra a dois filmes foi ridículo, mesmo que sejam duas obras primas), assim como os de Ozu. Mas mais facilmente volto ao primeiro que ao segundo. E faz-me mais espécie reduzir todo o cinema japonês ao Ozu que ao Mizoguchi, como vejo por vezes na comunicação social.

Eu também gosto muito de Ozu e Mizoguchi, e lamento se dei a entender o contrário, mas mais facilmente revejo os filmes de Akira Kurosawa do que os de Mizoguchi ou Ozu. É apenas uma questão de preferência pessoal.

No entanto, quanto à "Ozuzização" exacerbada que referes, estou plenamente de acordo contigo. Por exemplo, o Monsieur Luís Miguel Oliveira (o crítico mais pretensioso e afrancesado cá do burgo) no seu texto sobre este ciclo no Público limitou-se a considerar Kurosawa como o mero "internacionalizador" do cinema japonês no Ocidente e que os outros mestres nipónicos, nomeadamente Ozu, Mizoguchi e Naruse, é que são "the real thing"; cineastas genuinamente japoneses com um estilo profundamente pessoal e intimista, ao contrário do cinema épico e ocidentalizado do "Imperador".

[Samwise]

No entanto, quanto à "Ozuzização" exacerbada que referes, estou plenamente de acordo contigo. Por exemplo, o Monsieur Luís Miguel Oliveira (o crítico mais pretensioso e afrancesado cá do burgo) no seu texto sobre este ciclo no Público limitou-se a considerar Kurosawa como o mero "internacionalizador" do cinema japonês no Ocidente e que os outros mestres nipónicos, nomeadamente Ozu, Mizoguchi e Naruse, é que são "the real thing"; cineastas genuinamente japoneses com um estilo profundamente pessoal e intimista, ao contrário do cinema épico e ocidentalizado do "Imperador".

Com todo o respeito pela tua capacidade analítica, creio que desta vez não interpretaste bem o texto do LMO. O LMO não deixa a entender que pensa isso (que o Kurosawa é um "mero internacionalizador" do cinema japonês) no seu texto, apenas refere que "há certos círculos" elitistas onde se pensa/pensou dessa forma. De resto, o texto dele é bastante reverente perante os filmes que compõem o ciclo (e que alternam entre o épico e o intimista), e perante o percurso autoral do Kurosawa - não vislumbro ponta de pretenciosismo ou snobismo nele. Mas é só a minha opinião.

("pronto, lá está este chato outra vez a defender aquelas bestas do Público" )

--- EDIT - passei outra vez pelo artigo, para confirmar que não estava a dizer nenhum disparate, e dei com dois links para críticas a filmes dele, uma do LMO ao Dersu Uzala, e outra do Mourinha ao Ran. Se está alguma coisa "errada" nalguma delas, será porventura a estrelinha em falta para fazerem o pleno no resumo avaliativo.

[TheLimey]

No entanto, quanto à "Ozuzização" exacerbada que referes, estou plenamente de acordo contigo. Por exemplo, o Monsieur Luís Miguel Oliveira (o crítico mais pretensioso e afrancesado cá do burgo) no seu texto sobre este ciclo no Público limitou-se a considerar Kurosawa como o mero "internacionalizador" do cinema japonês no Ocidente e que os outros mestres nipónicos, nomeadamente Ozu, Mizoguchi e Naruse, é que são "the real thing"; cineastas genuinamente japoneses com um estilo profundamente pessoal e intimista, ao contrário do cinema épico e ocidentalizado do "Imperador".

Com todo o respeito pela tua capacidade analítica, creio que desta vez não interpretaste bem o texto do LMO. O LMO não deixa a entender que pensa isso (que o Kurosawa é um "mero internacionalizador" do cinema japonês) no seu texto, apenas refere que "há certos círculos" elitistas onde se pensa/pensou dessa forma. De resto, o texto dele é bastante reverente perante os filmes que compõem o ciclo (e que alternam entre o épico e o intimista), e perante o percurso autoral do Kurosawa - não vislumbro ponta de pretenciosismo ou snobismo nele. Mas é só a minha opinião.

("pronto, lá está este chato outra vez a defender aquelas bestas do Público" )

--- EDIT - passei outra vez pelo artigo, para confirmar que não estava a dizer nenhum disparate, e dei com dois links para críticas a filmes dele, uma do LMO ao Dersu Uzala, e outra do Mourinha ao Ran. Se está alguma coisa "errada" nalguma delas, será porventura a estrelinha em falta para fazerem o pleno no resumo avaliativo.

Como deixei de ser assinante do Público há alguns anos, não tenho acesso ao artigo. Mas admito que, como li artigo à pressa e na diagonal na edição em papel, até posso tê-lo interpretado mal. O Jorge Leitão Ramos é que escreveu um artigo apaixonado sobre o ciclo do Kurosawa no Expresso: http://inteligenciacoletiva.expresso.pt ... mperdiveis

De resto, afirmar que o Luís Miguel Oliveira é pretensioso é uma verdade de La Palice, então quando o o homem insufla os seus textos de citações de críticos franceses da estirpe de Luc Moullet, Jean Douchet, Serge Daney, Louis Skorecki, etc, e de expressões francesas rebuscadas como "honi soit qui mal y pense" só para demonstrar a sua "haute culture", até dá vontade de vomitar.

Já agora, gostava de saber quanto é que os gajos do Público te pagam para os defenderes tão acerrimamente.

[Samwise]

De resto, afirmar que o Luís Miguel Oliveira é pretensioso é uma verdade de La Palice, então quando o homem insufla os seus textos de citações de críticos franceses da estirpe de Luc Moullet, Jean Douchet, Serge Daney, Louis Skorecki, etc, e de expressões francesas rebuscadas como "honi soit qui mal y pense" só para demonstrar a sua "haute culture", até dá vontade de vomitar.

Até essas insuflações rebuscadas podem ser entendidas através de um prisma positivo: são sinal de uma cultura diversificada - e provavelmente indicam uma assimilação de ideias que vai muito para além dessas expressões rebuscadas que depois entram nos textos. Uma pitada de cosmopolitismo figurativo não cai mal em certos tipos de "modelo crítico" - desde que contextualmente ancorados.

Já agora, gostava de saber quanto é que os gajos do Público te pagam para os defenderes tão acerrimamente.

Não posso divulgar números (o contrato assim me obriga ), mas faço antes uma aposta contigo: aposto que não recebo mais por os defender do que tu por os atacar.

[rui sousa]

Vi que ia estrear um filme com o Jude Law chamado The Nest, mas achei que era dispensável. No entanto, hoje constatei que dois críticos do Público lhe deram 3 estrelas, e li o texto do VC sobre o filme, e agora fiquei curioso! Gosto quando os críticos chamam a atenção para filmes que podiam passar fora do radar da cinefilia, e no Público já tive felizes descobertas por causa dessa vertente.

[TheLimey]

Vi que ia estrear um filme com o Jude Law chamado The Nest, mas achei que era dispensável. No entanto, hoje constatei que dois críticos do Público lhe deram 3 estrelas, e li o texto do VC sobre o filme, e agora fiquei curioso! Gosto quando os críticos chamam a atenção para filmes que podiam passar fora do radar da cinefilia, e no Público já tive felizes descobertas por causa dessa vertente.

Já eu, pelo contrário, não me consigo lembrar da última vez que fiz uma descoberta feliz graças aos críticos do Público.

Contudo, lembro-me perfeitamente das secas monumentais que apanhei no tempo em que ainda me deixava influenciar pela opinião deles. Como aconteceu com os filmes do Brillante Mendoza, do Hong Sang-Soo e daquele tailandês com um nome impronunciável, o "Apichas" qualquer coisa...