Passou ou vai passar na televisão

[nimzabo]

Hoje:
Zodiac - 22:50 - Fox Movies
The Florida Project - 23:08 - AXN Movies

[José]

RTP1:

2ª feira, 27 Abril, 01h05, "Magia ao Luar", de Woody Allen;
3ª feira, 28 Abril, 01h38, "Descalços no Parque", com Robert Redford e Jane Fonda;
4ª feira, 29 Abril, 01h00, "Barbarella", com Jane Fonda;
5ª feira, 30 Abril, às 21h45 e depois às 22h45, "A Herdade", recentíssimo filme português (nota pessoal: detesto estas opções de retalhar filmes para os fazer passar por série de TV; não foi nesse formato que o projecto foi pensado nem concebido, acho ofensivo, um desrespeito autoral imenso);
6ª feira, 01 Maio, às 21h45 e depois às 22h30, "A Herdade"; às 02h00 é exibido o "Toni Erdmann".

RTP Memória:

Domingo, 03 de Maio: às 15h00, "Joana D'Arc" (de Luc Besson) e, às 22h00, "La Notte - A Noite", de Michelangelo Antonioni.

[Samwise]

5ª feira, 30 Abril, às 21h45 e depois às 22h45, "A Herdade", recentíssimo filme português (nota pessoal: detesto estas opções de retalhar filmes para os fazer passar por série de TV; não foi nesse formato que o projecto foi pensado nem concebido, acho ofensivo, um desrespeito autoral imenso);
6ª feira, 01 Maio, às 21h45 e depois às 22h30, "A Herdade"; às 02h00 é exibido o "Toni Erdmann".

Ainda não vi, e deve ser dos pouco projectos actuais do cinema português que de facto me interessa fortemente. Vou seguir pela TV.

Uma questão, José, acerca das diferentes versões - sabes se a passagem a série foi mesmo feita contra a intenção do realizador? Estive a ver se encontrava alguma coisa na net sobre o assunto, mas não achei. Pode ter ter sido uma versão com o apoio e o trabalho do próprio.

Encontrei nesta entrevista uma referência à duração do filme, e à necessidade que esta fosse "longo" para poder acomodar o que ele pretendia:

https://ionline.sapo.pt/artigo/671904/t ... eccao=Mais

[paupau]

Qual a duração da versão tv? Só encontro no artigo 166 min, que deve ser a versão de cinema. Vê Sam, que irás ter muito com que te entreter.

[Samwise]

Qual a duração da versão tv? Só encontro no artigo 166 min, que deve ser a versão de cinema. Vê Sam, que irás ter muito com que te entreter.

Não sei qual a duração da versão que vai passar, mas a julgar pelos horários da TV é coisa para chegar às 4 horas....

[rui sousa]

Pelo que já percebi, a versão TV tem cenas adicionais - era normal isto acontecer há umas décadas (o Padrinho também passou como minissérie nos EUA na primeira transmissão televisiva).

[José]

5ª feira, 30 Abril, às 21h45 e depois às 22h45, "A Herdade", recentíssimo filme português (nota pessoal: detesto estas opções de retalhar filmes para os fazer passar por série de TV; não foi nesse formato que o projecto foi pensado nem concebido, acho ofensivo, um desrespeito autoral imenso);
6ª feira, 01 Maio, às 21h45 e depois às 22h30, "A Herdade"; às 02h00 é exibido o "Toni Erdmann".

Ainda não vi, e deve ser dos pouco projectos actuais do cinema português que de facto me interessa fortemente. Vou seguir pela TV.

Uma questão, José, acerca das diferentes versões - sabes se a passagem a série foi mesmo feita contra a intenção do realizador? Estive a ver se encontrava alguma coisa na net sobre o assunto, mas não achei. Pode ter ter sido uma versão com o apoio e o trabalho do próprio.

Encontrei nesta entrevista uma referência à duração do filme, e à necessidade que esta fosse "longo" para poder acomodar o que ele pretendia:

https://ionline.sapo.pt/artigo/671904/t ... eccao=Mais

Honestamente, não consigo dizer "preto no branco" se teve o aval do realizador ou não. Contudo, tenho-me apercebido que muitos filmes portugueses que contam com o apoio da RTP na sua produção são muitas vezes "adaptados" de forma a serem exibidos no formato de série de TV, geralmente em dois ou três dias. Lembro-me, de repente, do Mistérios de Lisboa e do Sangue do Meu Sangue. Isto para além de não se explorar com calma a vida comercial destes títulos em termos de formatos físicos, como o DVD - saem das salas de cinema, passam a DVD, por exemplo, e, logo de seguida, já estão na TV em formato de "mini-série de luxo". Seja como for, acho que este tipo de projectos artísticos têm de decidir se são "carne ou peixe", juro; ou são exibidos e respeitados no seu formato cinematográfico ou então não vale a pena fingir que tudo se pode transfigurar para se passar por mini-série. Não me cabe na cabeça, lamento.

[nimzabo]

Lolita, de Stanley Kubrick, será exibido a 8 de Maio, pelas 23h15, na RTP2

[Samwise]

5ª feira, 30 Abril, às 21h45 e depois às 22h45, "A Herdade", recentíssimo filme português (nota pessoal: detesto estas opções de retalhar filmes para os fazer passar por série de TV; não foi nesse formato que o projecto foi pensado nem concebido, acho ofensivo, um desrespeito autoral imenso);
6ª feira, 01 Maio, às 21h45 e depois às 22h30, "A Herdade"; às 02h00 é exibido o "Toni Erdmann".

Ainda não vi, e deve ser dos pouco projectos actuais do cinema português que de facto me interessa fortemente. Vou seguir pela TV.

Uma questão, José, acerca das diferentes versões - sabes se a passagem a série foi mesmo feita contra a intenção do realizador? Estive a ver se encontrava alguma coisa na net sobre o assunto, mas não achei. Pode ter ter sido uma versão com o apoio e o trabalho do próprio.

Encontrei nesta entrevista uma referência à duração do filme, e à necessidade que esta fosse "longo" para poder acomodar o que ele pretendia:

https://ionline.sapo.pt/artigo/671904/t ... eccao=Mais

Honestamente, não consigo dizer "preto no branco" se teve o aval do realizador ou não. Contudo, tenho-me apercebido que muitos filmes portugueses que contam com o apoio da RTP na sua produção são muitas vezes "adaptados" de forma a serem exibidos no formato de série de TV, geralmente em dois ou três dias. Lembro-me, de repente, do Mistérios de Lisboa e do Sangue do Meu Sangue. Isto para além de não se explorar com calma a vida comercial destes títulos em termos de formatos físicos, como o DVD - saem das salas de cinema, passam a DVD, por exemplo, e, logo de seguida, já estão na TV em formato de "mini-série de luxo". Seja como for, acho que este tipo de projectos artísticos têm de decidir se são "carne ou peixe", juro; ou são exibidos e respeitados no seu formato cinematográfico ou então não vale a pena fingir que tudo se pode transfigurar para se passar por mini-série. Não me cabe na cabeça, lamento.

Percebo as tuas reservas (e revoltas), mas pode dar-se o caso de ser um acordo "benéfico" para as partes envolvidas, e até do agrado do próprio realizador, se entender que a sala de Cinema e a Televisão são meios com características diferentes, e que poderá explorar a sua obra diversificando-a e adaptando-a a cada formato individualmente (parece-me coisa estimulante, se a abordagem entre as partes for séria e respeitadora). Não é só win-win, é mesmo win-win-win, se metermos o público na equação, já que ganha com a disponibilização da obra em duas versões, e uma delas acessível a partir da TV.

Não estou a dizer que é assim para este caso (depois desta conversa, fiquei curioso de conhecer a opinião do realizador sobre o assunto), e entendo que por vezes há que fazer concessões comerciais para poder ganhar trunfos artísticos, mas olhando para o passado, e para lá do exemplo apontado pelo Rui sobre o Godfather, tens mais obras que não implicaram decisões fechadas entre serem "carne e peixe", e que resultaram bastante bem nos dois formatos, com o devido envolvimento do autor - estou de repente a pensar em dois projectos emblemáticos do Bergman: Fanny e Alexandre, e Cenas da Vida Conjugal.

[José]

Ainda não vi, e deve ser dos pouco projectos actuais do cinema português que de facto me interessa fortemente. Vou seguir pela TV.

Uma questão, José, acerca das diferentes versões - sabes se a passagem a série foi mesmo feita contra a intenção do realizador? Estive a ver se encontrava alguma coisa na net sobre o assunto, mas não achei. Pode ter ter sido uma versão com o apoio e o trabalho do próprio.

Encontrei nesta entrevista uma referência à duração do filme, e à necessidade que esta fosse "longo" para poder acomodar o que ele pretendia:

https://ionline.sapo.pt/artigo/671904/t ... eccao=Mais

Honestamente, não consigo dizer "preto no branco" se teve o aval do realizador ou não. Contudo, tenho-me apercebido que muitos filmes portugueses que contam com o apoio da RTP na sua produção são muitas vezes "adaptados" de forma a serem exibidos no formato de série de TV, geralmente em dois ou três dias. Lembro-me, de repente, do Mistérios de Lisboa e do Sangue do Meu Sangue. Isto para além de não se explorar com calma a vida comercial destes títulos em termos de formatos físicos, como o DVD - saem das salas de cinema, passam a DVD, por exemplo, e, logo de seguida, já estão na TV em formato de "mini-série de luxo". Seja como for, acho que este tipo de projectos artísticos têm de decidir se são "carne ou peixe", juro; ou são exibidos e respeitados no seu formato cinematográfico ou então não vale a pena fingir que tudo se pode transfigurar para se passar por mini-série. Não me cabe na cabeça, lamento.

Percebo as tuas reservas (e revoltas), mas pode dar-se o caso de ser um acordo "benéfico" para as partes envolvidas, e até do agrado do próprio realizador, se entender que a sala de Cinema e a Televisão são meios com características diferentes, e que poderá explorar a sua obra diversificando-a e adaptando-a a cada formato individualmente (parece-me coisa estimulante, se a abordagem entre as partes for séria e respeitadora). Não é só win-win, é mesmo win-win-win, se metermos o público na equação, já que ganha com a disponibilização da obra em duas versões, e uma delas acessível a partir da TV.

Não estou a dizer que é assim para este caso (depois desta conversa, fiquei curioso de conhecer a opinião do realizador sobre o assunto), e entendo que por vezes há que fazer concessões comerciais para poder ganhar trunfos artísticos, mas olhando para o passado, e para lá do exemplo apontado pelo Rui sobre o Godfather, tens mais obras que não implicaram decisões fechadas entre serem "carne e peixe", e que resultaram bastante bem nos dois formatos, com o devido envolvimento do autor - estou de repente a pensar em dois projectos emblemáticos do Bergman: Fanny e Alexandre, e Cenas da Vida Conjugal.

Samwise, obrigado pelo comentário e desculpa o atraso no feedback. Eu tenho que ser sincero: quer tenha o aval do realizador ou não, será sempre para mim algo que me deixa profundamente desconfortável e até aborrecido. Claro que toda essa situação não implica a perda global da qualidade dos respectivos objectos artísticos mas não posso deixar de me sentir defraudado em relação à "forma" como são exibidos - os exemplos que deste são realmente de uma manutenção de qualidade em ambos os formatos, não o posso negar.

Esta minha frustração, se assim o posso chamar, vem desde que eu era adolescente, quando soube que ia dar o Carlito's Way - Perseguido pelo Passado, de Brian De Palma, numa sessão tardia na TVI. Lembro-me que estava desejoso que a noite chegasse para ver o filme e lá aconteceu; só que, passado 1h e tal, colocam a imagem icónica da personagem da Penelope Ann Miller a dançar e os créditos a passar, com uma referência ao canto a dizer "Continua Amanhã". Eu quase que subi paredes! A TVI ainda fez isto algumas vezes - lembro-me que aconteceu também com o "Era Uma Vez na América".

Nos últimos anos, curiosamente, acontece com quase todos os filmes portugueses que tenho interesse em ver - assim de repente, vem-me à cabeça o Os Maias, Sangue do Meu Sangue, Mistérios de Lisboa, o Fátima (este então passou só às 6ªas feiras, se não estou em erro, durante umas 4 ou 5 semanas). E, dentro destes casos, senti em alguns deles que a "interrupção" foi atabalhoada, muito pouco calculada no timing do que estava a acontecer. Espero ter-me feito explicar minimamente bem…

[Samwise]

Bom, se isso envolveu privarem-nos da companhia do Carlito Brigante e mais da Penelope Ann Miller, não há mesmo mais nada a dizer: Miseráveis! Vermes! Patifes!!!

Vi as primeiras duas partes d' A Herdade e estou francamente a gostar - tenho alguma pena que não tenham aprofundado um pouco mais as personagens secundárias - que são todas à excepção da figura central - porque em certos momentos sente-se a necessidade de haver mais consistência e firmeza de carácter nessas personagens (exemplos do sogro, e do agitador comunista), mesmo que ao realizador não interesse explorar essas vertentes. Agora a personagem central está no ponto: excelente, e excelente escolha do actor que lhe veste as roupas.

Voltando à duração desta versão, ainda não dá para dizer com certezas, mas é bem capaz de ser a mesma versão que passou nos cinemas. O episódio 1 durou 42 minutos e o 2 demorou 45...

EDIT - gostei muito da cena da festa da irmã. De como está filmada em contínuo, e de como essa filmagem capta os humores das personagens.

[Samwise]

Já agora, disponível aqui: https://www.rtp.pt/play/p7218/e469767/a-herdade

[rui sousa]

O realizador já confirmou que tem algumas cenas adicionais.

Isto acontece com quase todos os filmes portugueses por causa do acordo que têm com a RTP de financiamento e distribuição.

São experiências diferentes com resultados diferentes. Ontem os meus pais começaram a ver e ainda revi um pouco com eles, mas como tinha a memória do grande ecrã, ver tudo aquilo na pequenez da televisão até me fez pena - principalmente o genérico inicial, que no cinema é tão imponente.

[Samwise]

O realizador já confirmou que tem algumas cenas adicionais.

Isto é estranho...

Fazendo a "aritmética simples", esta versão teve a mesma duração do que a de Cinema: 42 + 45 + 39 + 40 = 166.

Eu gostei da obra. É um bocado "árida" na caracterização das personagens - no sentido em que há mais silêncios (sobretudo "interiores") do que diáologos, que o passar do tempo se faz em saltos de décadas, e que temos ser nós a "preencher os espaços em branco" através das pistas deixadas nas restantes cenas. Mas a história que encena tem qualquer coisa de lirismo Shakespeariano, uma tragédia de poder absoluto, perda e solidão, situada no Alentejo rural, centrada num homem cujo ego se confunde com o enorme latifúndio que lhe pertence, e que vai perdendo aos poucos, e tendo de sacrificar, simultâneamente, parcelas do espaço territorial e zonas do espaço emocional. A narrativa descreve uma espiral descendente até ir parar, simbolicamente, no mesmo sítio de onde partiu, e já depois de também, simbolicamente, ter "obrigado" o protagonista a matar o último estandarte do seu trono. Nada disto se faz sem a imponência de um grande actor, e por isso as devidas vénias a Albano Jerónimo pela marca que deixa no ecrã. Está muito bem secundado, e é pena que às outras personagens não tenha sido dado mais protagonismo.

[rui sousa]

O realizador já confirmou que tem algumas cenas adicionais.

Isto é estranho...

Fazendo a "aritmética simples", esta versão teve a mesma duração do que a de Cinema: 42 + 45 + 39 + 40 = 166.

Eu gostei da obra. É um bocado "árida" na caracterização das personagens - no sentido em que há mais silêncios (sobretudo "interiores") do que diáologos, que o passar do tempo se faz em saltos de décadas, e que temos ser nós a "preencher os espaços em branco" através das pistas deixadas nas restantes cenas. Mas a história que encena tem qualquer coisa de lirismo Shakespeariano, uma tragédia de poder absoluto, perda e solidão, situada no Alentejo rural, centrada num homem cujo ego se confunde com o enorme latifúndio que lhe pertence, e que vai perdendo aos poucos, e tendo de sacrificar, simultâneamente, parcelas do espaço territorial e zonas do espaço emocional. A narrativa descreve uma espiral descendente até ir parar, simbolicamente, no mesmo sítio de onde partiu, e já depois de também, simbolicamente, ter "obrigado" o protagonista a matar o último estandarte do seu trono. Nada disto se faz sem a imponência de um grande actor, e por isso as devidas vénias a Albano Jerónimo pela marca que deixa no ecrã. Está muito bem secundado, e é pena que às outras personagens não tenha sido dado mais protagonismo.

Pois, também já ouvi pessoas que conheço que reviram o filme nesta minissérie e que não encontraram a diferença. Enfim, tenho de checkar.