E comecei finalmente a ver a trilogia das cores!
Era uma lacuna grande dentro das grandes lacunas de filmes não vistos! Mas o trabalho come a vida das pessoas, e nem sempre há disponibilidade mental para ver determinado tipo de filmes.
Basicamente, gostei mesmo muito do filme, e fiquei ansioso por ver os outros dois. Pelo que sei, o terceiro (Red) dá mais informação sobre os dois anteriores.
Acompanhamos Julie durante uma fase importante da sua vida, nomeadamente uma fase de perda cujas reminiscências e situações em aberto a acompanham durante todo o filme. Ela tinha uma vida muito bem estruturada, que um dia desaba com um acidente onde perde familiares. Temos o início do nosso filme.
A sensação que este filme me deu foi um pouco o de ser como um poema triste, mas um poema onde podemos observar o que se passa, e onde a dimensão da música é também omnipresente. Adorei os baixos que por vezes se ouvem presumivelmente só na cabeça dela, pois a Julie é obviamente também uma compositora de excelência. Há para mim uma dimensão onírica muito forte nalgumas das imagens que este filme nos mostra.
E temos também a tentativa de seguir em frente, e de redenção com o passado. De um simbolismo extremo e muito triste, quando ela come a guloseima que era da criança. Julie é forte, e apesar do desgosto extremo, tenta aproveitar ao máximo a piscina, a estética, as boas acções que pratica, e luz do Sol. Achei um simbolismo muito forte e contrastante por exemplo a cena da imagem dela com a senhora mais velha.
É este tipo de filmes que me faz reencontrar o encanto pelo Cinema.