technicolor wrote: ↑May 22nd, 2019, 8:03 am
Depois de ler o tópico do
The Hateful Eight e confirmar que não sou o único por aqui a não "gramar" o Tarantino venho agora completamente em sentido inverso postar uma crítica (publicada no
El País Br) bastante favorável a este seu mais recente filme que me
faz ter esperança de que seja agora, finalmente, que vou ter que o reconhecer como um bom realizador (grande talvez?) . I sincerely hope so
honestly, cross my heart and hope to die
Venha ele (o filme e num grande ecran
)
Sem estar a querer ser desmancha prazeres por antecipação - e espero sinceramente que o filme possa ser do teu agrado - aquilo que vi nos
trailers é Tarantino puro e duro, com todas as características que definem "idiossincraticamente" a sua autoria muito específica.
Ainda vou desenvolver mais este assunto, mas há uma particularidade que me está a intrigar imensamente neste novo filme: a personagem principal está "repartida" em duas. O Pitt é um body-double que aparece "acoplado" ao Di Caprio de uma forma que vai muito para além da função de duplo nos filmes. Há uma partilha física do espaço para lá dos estúdios, e parece haver, quem sabe, um elo psicológico e emocional deveras estimulante.
Ora, o cinema do Tarantino está fundado em grande parte nos factores e características individuais e individualistas das suas personagens, e daí este meu interesse acrescido no novo filme. Quando estou a ver um filme do T, Lembro-me sempre de uma cena do
Wild at Heart do Lynch, quando o Sailor sai da cadeia e tem a Lula à espera com o casaco de pele de cobra para lhe entregar... "Thanks, honey! This Snake Skin Jacket is a symbol of my individuality!" (ou algo parecido). Nos filme do Tarantino, as personagens são todas fortemente escritas de forma a exacerbarem determinadas característica pessoais, determinadas motivações, determinadas funções sociais, etc., e daí a necessidade de se afirmarem de forma tão elaborada e insistente nos muitos diálogos que formam as interacções.