The 15:17 to Paris (2018) - Clint Eastwood

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emanuriba
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The 15:17 to Paris (2018) - Clint Eastwood

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Titulo em português:
15:17 Destino Paris (IMDB: 5,1/10)
A 21 de Agosto de 2015, um comboio de alta velocidade com 554 passageiros a bordo segue o seu destino de Amesterdão a Paris. A viagem decorre normalmente até surgir um homem armado com uma metralhadora kalashnikov, com intenções de matar todos os passageiros. Entre os ocupantes, viajam três norte-americanos: o estudante Anthony Sadler; Alek Skarlatos, acabado de regressar do Afeganistão pela Guarda Nacional; e Spencer Stone, da Força Aérea norte-americana. Aproveitando o momento em que o indivíduo tenta desencravar a arma para prosseguir o ataque, os três acabam por imobilizá-lo, evitando uma tragédia de enormes proporções. O atacante, veio a saber-se mais tarde, era o marroquino Ayoub El Kahzzani, cujas ligações a movimentos extremistas o fizeram estar nas listas das várias agências secretas europeias. Por este gesto, os três homens – assim como o britânico Chris Norman, de 62 anos, que também ajudou a deter o criminoso – foram distinguidos com a medalha da Legião de Honra, a mais alta distinção em França, e tidos como heróis nacionais no seu país.
Baseado em factos reais, um "thriller" de acção realizado por Clint Eastwood ("Cartas de Iwo Jima", "Gran Torino", "Invictus", "Sniper Americano", "Milagre no Rio Hudson") e escrito por Dorothy Blyska, que se baseia na obra "The 15:17 to Paris: The True Story of a Terrorist, a Train, and Three American Soldiers" escrita por Jeffrey E. Stern. Neste filme, Anthony Sadler, Alek Skarlatos e Spencer Stone representam as suas próprias personagens em idade adulta (Paul-Mikel Williams, Max Ivutin, Bryce Gheisar, Cole Eichenberger e William Jennings interpretam as suas versões mais jovens); Jenna Fischer, Judy Greer e Ray Corasani juntam-se ao elenco. PÚBLICO
Antes de ver este filme, hoje de tarde em DVD, estive a ler no site Cinecartaz do jornal Público, a opinião dos leitores em relação a este filme.
Pelo que li no site, a maioria dos leitores não gostaram muito do filme.
Aliás, ultimamente o realizador/actor Clint Eastwood, tem feito filmes baseados em heróis reais, como foi por exemplo os filmes Sniper Americano (2014) e Milagre do Rio Hudson (2016), com bons desempenhos dos actores, com boas criticas do publico e da critica de cinema.
Na minha opinião, em relação a este filme, eu achei que, não digo que foi bom ou que foi mal filme, foi mais ou menos assim-assim. Mas, no entanto, convêm lembrar-vos que esta história foi verdadeira contada e interpretada pelos próprios heróis deste filme e não por actores conhecidos.
Eu não sei se lembram do filme realizado por Paul Greengrass: Voo 93 (2006), no qual o realizador optou por utilizar actores/actrizes desconhecidos ou amadores, em vez de actores/actrizes conhecidas do grande publico.
Mas se calhar, acho eu, lembram-se do outro filme de 2012 que foi produzido pelos estúdios Relativity Media: Homens de Coragem (Act Of Valour), em que os actores do filme foram interpretados nada mais nada menos do que pelos verdadeiros Navy Seals.
Isto mostra que de vez em quando, alguns realizadores de cinema, preferem nos seus filmes alguns actores desconhecidos ou amadores para as suas histórias baseados em acontecimentos reais.
Para terminar, se já viram este filme do Clint Eastwood, digam o que é que acharam do filme.

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Rui Santos
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Re: The 15:17 to Paris (2018) - Clint Eastwood

Post by Rui Santos »

Obrigada Emanuel pela criação da ficha do filme :)

Boa critica, o cinema de Clint Eastwood é assim, cheio de variações e com temas extremamente reais.
Por acaso não vi o ante-penúltimo filme dele (Sniper Americano) mas vi o Milagre do Rio Hudson, que é um filme quase documentário que de vê com muito agrado e que um dia destes crio também um tópico para o mesmo.

Sobre este filme, e conhecendo bem a história, vi as entrevista que ele deu sobre o filme, sem dúvida que ao usar os próprios personagens como atores, é algo que diferente e extremamente arriscado. Pode por isso ser quase filmado em tom de documentário, como que permitindo reviver aquele momento em que percebemos que os seres humanos por vezes são capazes de feitos heroicos.
Clint é assim, um tipo que procura histórias simples, sem super hérois. Uma vida a trabalhar como ator, para depois conseguir estar 20 ano a realizar sempre com excelente nível historias simples e de seres humanos fantásticos.
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Re: The 15:17 to Paris (2018) - Clint Eastwood

Post by emanuriba »

Rui Santos wrote: June 9th, 2018, 8:50 pm Obrigada Emanuel pela criação da ficha do filme :)

Boa critica, o cinema de Clint Eastwood é assim, cheio de variações e com temas extremamente reais.
Por acaso não vi o ante-penúltimo filme dele (Sniper Americano) mas vi o Milagre do Rio Hudson, que é um filme quase documentário que de vê com muito agrado e que um dia destes crio também um tópico para o mesmo.

Sobre este filme, e conhecendo bem a história, vi as entrevista que ele deu sobre o filme, sem dúvida que ao usar os próprios personagens como atores, é algo que diferente e extremamente arriscado. Pode por isso ser quase filmado em tom de documentário, como que permitindo reviver aquele momento em que percebemos que os seres humanos por vezes são capazes de feitos heroicos.
Clint é assim, um tipo que procura histórias simples, sem super hérois. Uma vida a trabalhar como ator, para depois conseguir estar 20 ano a realizar sempre com excelente nível historias simples e de seres humanos fantásticos.
De Nada, Rui Santos.
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Re: The 15:17 to Paris (2018) - Clint Eastwood

Post by Rui Santos »

Ficam aqui duas opiniões postadas no tópico genérico desta secção.

technicolor wrote: July 24th, 2018, 4:59 pm
Samwise wrote: July 24th, 2018, 11:57 am
technicolor wrote: July 24th, 2018, 11:47 am The Siege of Jadotville (2016) Richie Smyth
Eu este vi também há uns tempos atrás, e partilho grosso modo da tua opinião. Não foi tempo perdido.

Em relação ao filme do Clint (que ainda não vi), o que te incomodou assim tanto? E porque a menção a "anti-americanismo primário"?
Bom... acho que para filme (de ficção?) baseado num acontecimento real lhe falta um argumento mais bem estruturado e talvez até mais elaborado... e quer-me parecer que Eastwood não agarrou a história com muito entusiasmo, que terá talvez "sentido" que os os jovens heróis tiveram uma pitada de loucura e uma enorme dose de sorte sendo por isso que o resultado é (para mim) bastante frouxo e que não está ao nível da admiração que nutro pelo seu trabalho (de Eastwood). Quem sabe devesse ter feito antes um documentário com recriação dos factos dramáticos... Mas eu sou um bocado "esquisito" pois por exemplo gostei muito do J. Edgar e a maior parte das pessoas que conheço nem por isso grr-)

O "anti americanismo primário" refere-se a uma "moda" actual muito em voga nas RS de não se gostar de americanos só... por serem americanos :mrgreen: Eu apenas não gostei do filme e isso não tem nada a ver com o facto dos "heróis" serem americanos. (Ponto)




Samwise wrote: July 25th, 2018, 5:47 pm
technicolor wrote: July 24th, 2018, 4:59 pm
Samwise wrote: July 24th, 2018, 11:57 am

Eu este vi também há uns tempos atrás, e partilho grosso modo da tua opinião. Não foi tempo perdido.

Em relação ao filme do Clint (que ainda não vi), o que te incomodou assim tanto? E porque a menção a "anti-americanismo primário"?
Bom... acho que para filme (de ficção?) baseado num acontecimento real lhe falta um argumento mais bem estruturado e talvez até mais elaborado... e quer-me parecer que Eastwood não agarrou a história com muito entusiasmo, que terá talvez "sentido" que os os jovens heróis tiveram uma pitada de loucura e uma enorme dose de sorte sendo por isso que o resultado é (para mim) bastante frouxo e que não está ao nível da admiração que nutro pelo seu trabalho (de Eastwood). Quem sabe devesse ter feito antes um documentário com recriação dos factos dramáticos... Mas eu sou um bocado "esquisito" pois por exemplo gostei muito do J. Edgar e a maior parte das pessoas que conheço nem por isso grr-)

O "anti americanismo primário" refere-se a uma "moda" actual muito em voga nas RS de não se gostar de americanos só... por serem americanos :mrgreen: Eu apenas não gostei do filme e isso não tem nada a ver com o facto dos "heróis" serem americanos. (Ponto)
Roído pela curiosidade, lá fui ver o filme. Achei assim-assim, e de facto uma obra menoríssima na carreira do Eastwood. Apesar disso, e apesar de grande parte do filme ser um aborrecimento tremendo, as marcas dele estão lá meias escondidas.
Mas vamos por partes. E a parte boa é mesmo a do final, com a encenação da tentativa de atentado dentro do comboio, que está filmada de forma exímia - até lá, o Clint tenta, sem sucesso, manter o interesse no filme dando pequenos vislumbres dessa sequência, à medida que nos vai apresentando o passado das três personagens principais, os soldados americanos que evitaram um atentado terrorista em França. Esta parte, que vai desde a infância até ao atentado, é banal, embora considere que é banal de forma propositada, pois são três jovens "normais" a passarem os seus momentos "normais" (com altos e baixos) até chegarem a esse momento de coragem e transcendência. Há uma óbvia "agenda ideológica" no trabalho do Clint, que podemos até observar em outras obras recentes suas, como por exemplo Flags of Our Fathers (soldados "normais" que são "obrigados" a fazer de heróis perante o esforço necessário para a guerra) e American Sniper (a necessidade de estabelecer uma diferença entre o militarismo agressivo e o militarismo de protecção - a ideia da "ovelha, do lobo e do cão pastor") - e é neste campo que há inúmeras insistências ao longo do filme, de certa forma a "proteger" e defender as escolhas pró-treino militar que estes jovens fazem (não fosse esse treino, e esse espírito de sacrifício, e não teriam conseguido conter o ataque). Dou-lhe um 6 algo puxado, porque a parte final está mesmo muito boa, e também porque ele arriscou (bem) ao utilizar os heróis verdadeiros a interpretar os seus próprios papéis, mas é um filme completamente dispensável - só mesmo para os muito fãs da sua obra.
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Re: The 15:17 to Paris (2018) - Clint Eastwood

Post by Samwise »

Ainda na "ressaca/recordação" após sessão, dois pormenores que achei engraçados: no quarto de um dos miúdos (a personagem principal) está um poster do Full Metal Jacket e outro do Letters from Iwo Jima (seria interessante saber se ele era mesmo fã do Eastwood e do filme, ou se foi o Clint que decidiu auto-referenciar-se), e mais tarde no tempo, há um guia turístico que explica a dois dos protagonistas que foram os russos que chegaram primeiro ao bunker do Hitler, e não os americanos, contrariando as ideias pré concebidas deles, dizendo depois algo do género: "vocês americanos pensam sempre que estão no centro do mundo"... :-)))
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Re: The 15:17 to Paris (2018) - Clint Eastwood

Post by Ludovico »

Samwise wrote: July 25th, 2018, 5:47 pm
technicolor wrote: July 24th, 2018, 4:59 pm

Bom... acho que para filme (de ficção?) baseado num acontecimento real lhe falta um argumento mais bem estruturado e talvez até mais elaborado... e quer-me parecer que Eastwood não agarrou a história com muito entusiasmo, que terá talvez "sentido" que os os jovens heróis tiveram uma pitada de loucura e uma enorme dose de sorte sendo por isso que o resultado é (para mim) bastante frouxo e que não está ao nível da admiração que nutro pelo seu trabalho (de Eastwood). Quem sabe devesse ter feito antes um documentário com recriação dos factos dramáticos... Mas eu sou um bocado "esquisito" pois por exemplo gostei muito do J. Edgar e a maior parte das pessoas que conheço nem por isso grr-)

O "anti americanismo primário" refere-se a uma "moda" actual muito em voga nas RS de não se gostar de americanos só... por serem americanos :mrgreen: Eu apenas não gostei do filme e isso não tem nada a ver com o facto dos "heróis" serem americanos. (Ponto)
Roído pela curiosidade, lá fui ver o filme. Achei assim-assim, e de facto uma obra menoríssima na carreira do Eastwood. Apesar disso, e apesar de grande parte do filme ser um aborrecimento tremendo, as marcas dele estão lá meias escondidas.
Mas vamos por partes. E a parte boa é mesmo a do final, com a encenação da tentativa de atentado dentro do comboio, que está filmada de forma exímia - até lá, o Clint tenta, sem sucesso, manter o interesse no filme dando pequenos vislumbres dessa sequência, à medida que nos vai apresentando o passado das três personagens principais, os soldados americanos que evitaram um atentado terrorista em França. Esta parte, que vai desde a infância até ao atentado, é banal, embora considere que é banal de forma propositada, pois são três jovens "normais" a passarem os seus momentos "normais" (com altos e baixos) até chegarem a esse momento de coragem e transcendência. Há uma óbvia "agenda ideológica" no trabalho do Clint, que podemos até observar em outras obras recentes suas, como por exemplo Flags of Our Fathers (soldados "normais" que são "obrigados" a fazer de heróis perante o esforço necessário para a guerra) e American Sniper (a necessidade de estabelecer uma diferença entre o militarismo agressivo e o militarismo de protecção - a ideia da "ovelha, do lobo e do cão pastor") - e é neste campo que há inúmeras insistências ao longo do filme, de certa forma a "proteger" e defender as escolhas pró-treino militar que estes jovens fazem (não fosse esse treino, e esse espírito de sacrifício, e não teriam conseguido conter o ataque). Dou-lhe um 6 algo puxado, porque a parte final está mesmo muito boa, e também porque ele arriscou (bem) ao utilizar os heróis verdadeiros a interpretar os seus próprios papéis, mas é um filme completamente dispensável - só mesmo para os muito fãs da sua obra.
Estive a ver este filme à 2 dias atrás.Estive a ler o tópico e em lugar de estar escrever muito descobri que o Samwise mais uma vez tirou-me os meus adjetivos e a respetiva nota final ao filme.
Eu sou um grande fã da obra de Eastwood e acho-o um dos melhores realizadores americanos vivos que como realizador tem inúmeros filmes meus favoritos no curriculum.
Para mim, como realizador tirando os Dirty Harrys que destesto tem unicamente 2 filmes de autor maus: Divida de Sangue e J.Hoover.Pensava que Destino:Paris iria engrossar a lista mas descobri com simpatia que este filme é mais um bom filme para ele ter no curriculum.
As razões?:
O Samwise com sapiência e de uma forma concisa explica bem os motivos.O que discordo é quando ele diz que é dispensável e é só para os muito fãs.Um bom filme é um bom filme,por isso nunca é dispensável.Não é como diz o João Lopes que é uma obra prima mas que é um bom drama real e atual não tenho dúvidas nenhumas.
Nota:6 em 10
"Sempre as horas,as horas,as horas......"
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