Eu entretanto pude tornar a ver o "original". Já entrou melhor desta vez, mas ainda assim não da forma como gostaria (que era ter adorado o filme
), e o pior de tudo é que falha por
estar datado e por nos mostrar um
"estilo de terror" que se torna confrangedor de tão ridículo que é. Dá quase para rir à gargalhada da fórmula apresentada para cada situação de terror (logo na primeira morte, o "fore-play" é mesmo "cheesy" - não dá para não rir). Felizmente (ou infelizmente), a vertente de suspense está muito bem construída, e serve de invólucro ao tal terror "poucochinho". O filme é de resto uma vasta e variada experiência sensorial, e nisso é mesmo muito forte - as sensações transmitidas pelos sons, pelas cores, pela arquitectura, pela música, tudo levado ao um extremo insano, são palpáveis - entranham-se pelos nossos sentido adentro sem pedirem autorização, e o suspense vem a reboque desta encenação, é organicamente gerado no epicentro desta tempestade cénica (tempestade também em sentido literal, já que o filme abre com um dilúvio daqueles que parece bíblico). Achei interessante o Argento ter ido buscar a Jessica Harper, que dois ou três anos antes tinha sido a musa do Brian De Palma no seu
Phantom of the Paradise. Não é que goste muito dela, ou que seja uma excelente actriz (não é), mas foi uma escolha com algum tacto.
Pena o suposto terror...
Ainda não vi o novo.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71
in A Matter of Life and Death
Câmara Subjectiva