Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
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Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Sem Eira Nem Beira ( Sans toit ni loi )
http://www.imdb.com/title/tt0089960/?ref_=nv_sr_1
https://www.rottentomatoes.com/m/vagabond
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Falso alarme, não venho comentar este filme, mas apenas dar uma sugestão de outro filme com a mesma premissa deste, porque se o Nimzabo gosta deste filme, poderá querer ver outro semelhante:
"Peppermint Candy" (Coreia do Sul, 1999): http://www.imdb.com/title/tt0247613/
Eu não vi nenhum deles, mas o filme sul-coreano está na minha watchlist e lembrei-me logo dele, assim que li a premissa deste Sans Toi ni Loi no IMDB...
"Peppermint Candy" (Coreia do Sul, 1999): http://www.imdb.com/title/tt0247613/
Eu não vi nenhum deles, mas o filme sul-coreano está na minha watchlist e lembrei-me logo dele, assim que li a premissa deste Sans Toi ni Loi no IMDB...
Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Já vi esse também e não tem nada a ver.
Last edited by nimzabo on November 17th, 2017, 6:30 pm, edited 1 time in total.
Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Nao me estou a entender com a pesquisa, pois era capaz de jurar que ja comentei este filme ha uns anos e houve uma ou duas respostas e agora nao encontro nada.
Dava-me jeito pa refrescar a memoria qhe nao tenho o dvd comigo.
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
viewtopic.php?f=11&t=41507&start=2370#p565343paupau wrote: ↑November 17th, 2017, 6:25 pm Nao me estou a entender com a pesquisa, pois era capaz de jurar que ja comentei este filme ha uns anos e houve uma ou duas respostas e agora nao encontro nada.
Dava-me jeito pa refrescar a memoria qhe nao tenho o dvd comigo.
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Pesquisei googlando isto: varda site:forum.dvdmania.org
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Pessoal, o início do "conversatório" fica combinado para quando? Dia 1 de Dezembro?
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Comecei a ver.
Fiquei logo com uma dúvida: se o caso era real ou não. Aparentemente é baseado numa rapariga que a realizadora conheceu "na estrada" e ficcionalizado a partir daí, o que não lhe retira, em todo caso, o sentido e o sentimento do "real".
Assim de repente, e pela similaridade no desejo de viver livre, à margem das regras sociais que as personagens centrais partilham, fez-me lembrar um outro caso (mesmo real, desta feita), passado a livro e depois a filme, o Into the Wild, embora as intenções dos cineastas me pareçam depois algo diferentes.
Fiquei logo com uma dúvida: se o caso era real ou não. Aparentemente é baseado numa rapariga que a realizadora conheceu "na estrada" e ficcionalizado a partir daí, o que não lhe retira, em todo caso, o sentido e o sentimento do "real".
Assim de repente, e pela similaridade no desejo de viver livre, à margem das regras sociais que as personagens centrais partilham, fez-me lembrar um outro caso (mesmo real, desta feita), passado a livro e depois a filme, o Into the Wild, embora as intenções dos cineastas me pareçam depois algo diferentes.
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Se queres ver algo desse género de algo baseado num caso real, aconselho-te o A Man Vanishes do Shohei Imamura.
Esse fala do fenómeno japonês dos desaparecimentos que também existe em França numa escala mais pequena.
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Bem, vi este filme ontem. Fala sobre uma jovem sem abrigo que aparece morta de frio num campo. E segue o percurso dos últimos dias dessa jovem, a interação que tem com as pessoas com que se cruza e o seu modo de vida que leva a que acabe morta.
Á medida que o filme se desenvolve vamos vendo o que as pessoas pensam dela. Aqui é o que eu acho mais estranho no filme, o facto de haver várias pessoas a dizer que gostavam de ser livres como ela, como que a invejar o modo de vida que a jovem leva. Mas eu pergunto ela é livre em quê? Todos os dias a depender da caridade dos outros para poder sobreviver, sujeita a violações e a ter que vender-se por trocos, isso é ser livre? Aqui fiquei na dúvida se a mensagem da realizadora era que as pessoas são tão estúpidas que não sabem a sorte que têm ou se esta vida errante, despreocupada e ao mesmo tempo completamente desprotegida e dependente dos outros era algo a desejar. De resto eu penso que retrata bem a realidade dos sem abrigo, há muitos actores que são amadores mas o filme resulta bem descontando algumas interpretações pouco naturais. Gostei especialmente da velhota quando bebe brandy com ela, a forma de rir dela é imperdível. A actriz principal esteve excelente.
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Á medida que o filme se desenvolve vamos vendo o que as pessoas pensam dela. Aqui é o que eu acho mais estranho no filme, o facto de haver várias pessoas a dizer que gostavam de ser livres como ela, como que a invejar o modo de vida que a jovem leva. Mas eu pergunto ela é livre em quê? Todos os dias a depender da caridade dos outros para poder sobreviver, sujeita a violações e a ter que vender-se por trocos, isso é ser livre? Aqui fiquei na dúvida se a mensagem da realizadora era que as pessoas são tão estúpidas que não sabem a sorte que têm ou se esta vida errante, despreocupada e ao mesmo tempo completamente desprotegida e dependente dos outros era algo a desejar. De resto eu penso que retrata bem a realidade dos sem abrigo, há muitos actores que são amadores mas o filme resulta bem descontando algumas interpretações pouco naturais. Gostei especialmente da velhota quando bebe brandy com ela, a forma de rir dela é imperdível. A actriz principal esteve excelente.
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
(versão curta)
Excelente filme. Gostei muito.
Não há nada de estranho com o tapatalk paupau , fui eu que "resumi" o comentário ...tinha muitos spoilers
...mas por respeito para contigo vou repô-lo na forma original
(versão longa)
Já tinha ouvido falar bem (e menos bem) desta singular obra de Varda mas ainda não a tinha visto e tinha curiosidade. E é efectivamente um filme "forte", incómodo mesmo, para quem (ainda) for sensível à degradação humana, ou para quem acredite na utopia da liberdade plena, sem encargos ou obrigações,sem preocupações de como será o dia de amanhã, sem horários a cumprir executando tarefas regulares a troco de dinheiro que permita "comprar coisas" ...e ser feliz assim(?) Foi uma visualização algo penosa não porque o filme seja mau, antes pelo contrário, mas talvez porque criei uma certa empatia com a jovem Mona, apesar do seu feitio difícil, e a crueza e a "autenticidade" com que Varda retrata os últimos tempos da vida da rapariga é "dolorosa". Confesso mesmo que tive que interromper e vê-lo em duas vezes, pois a meio comecei a ficar um bocado deprimido (cá em casa ninguém mais quis participar). Mas porquê esse sentimento de perturbação com uma ficção sobre a suposta vida de uma estranha? Talvez porque nos meus quase 50 anos de vida e de algumas viagens, em especial as feitas na minha juventude, de mochila às costas, já me cruzei com gente assim, que deambula sem destino, sem conforto, sem protecção social, tocando nas ruas ou fazendo malabarismos, vivendo da generosidade dos passantes que é cada vez mais escassa, (a generosidade) tal como no filme também vai progressivamente rareando. ...e talvez a perturbação e o desconforto que me causou também tenha sido um pouco ampliada pelo facto de a história se passar no inverno... e estes últimos dias cinzentos e a visualização nocturna a solo ajudaram a "entrar" dentro do filme, para além de não ter uma musiquinha melodiosa (uma balada melancólica) nem luminosidades poéticas tipo "un beau coucher de soleil à la campagne" nada que atenue a tristeza do que é retratado...
Mona é uma jovem algo revoltada/rebelde, sem abrigo, "sem eira nem beira" cujo passado é pouco (ou nada) revelado e o filme começa logo por nos mostrar a sua morte solitária "retrocedendo" depois e relatando um pouco da sua vida recente, da sua luta pela sobrevivência, até ser derrotada(?) por uma morte precoce, contada por quem com ela conviveu nesse espaço de tempo. Mas será que foi "vencida" por ter entrado num "caminho sem regresso" ou terá completado a sua existência de uma forma que tenha sido uma escolha deliberada? e terá sido verdadeiramente feliz na sua curta existência com essa suposta escolha? Bom isso não é claramente explicado, (ou eu não consegui vislumbrar) existem apenas uns indícios algo vagos ...e também nem sei se será relevante (?). A realização é sóbria, austera, realista, eficaz e o desempenho de Sandrine Bonnaire pareceu-me bastante convincente. Ficam mais algumas dúvidas: Até que ponto a liberdade e a solidão se podem confundir? A curiosa história da doença que estava a matar plátanos, provocada por algo inusitado terá algum simbolismo especial? e algumas mais que ainda não deu bem para perceber...
Se gostei? Até gostei, mas confesso que é um "gosto" um pouco amargo... (enfim é a perfeita antítese de um filme pipoca e isto não é um elogio é apenas uma constatação minha)
Excelente filme. Gostei muito.
Não há nada de estranho com o tapatalk paupau , fui eu que "resumi" o comentário ...tinha muitos spoilers
...mas por respeito para contigo vou repô-lo na forma original
(versão longa)
Já tinha ouvido falar bem (e menos bem) desta singular obra de Varda mas ainda não a tinha visto e tinha curiosidade. E é efectivamente um filme "forte", incómodo mesmo, para quem (ainda) for sensível à degradação humana, ou para quem acredite na utopia da liberdade plena, sem encargos ou obrigações,sem preocupações de como será o dia de amanhã, sem horários a cumprir executando tarefas regulares a troco de dinheiro que permita "comprar coisas" ...e ser feliz assim(?) Foi uma visualização algo penosa não porque o filme seja mau, antes pelo contrário, mas talvez porque criei uma certa empatia com a jovem Mona, apesar do seu feitio difícil, e a crueza e a "autenticidade" com que Varda retrata os últimos tempos da vida da rapariga é "dolorosa". Confesso mesmo que tive que interromper e vê-lo em duas vezes, pois a meio comecei a ficar um bocado deprimido (cá em casa ninguém mais quis participar). Mas porquê esse sentimento de perturbação com uma ficção sobre a suposta vida de uma estranha? Talvez porque nos meus quase 50 anos de vida e de algumas viagens, em especial as feitas na minha juventude, de mochila às costas, já me cruzei com gente assim, que deambula sem destino, sem conforto, sem protecção social, tocando nas ruas ou fazendo malabarismos, vivendo da generosidade dos passantes que é cada vez mais escassa, (a generosidade) tal como no filme também vai progressivamente rareando. ...e talvez a perturbação e o desconforto que me causou também tenha sido um pouco ampliada pelo facto de a história se passar no inverno... e estes últimos dias cinzentos e a visualização nocturna a solo ajudaram a "entrar" dentro do filme, para além de não ter uma musiquinha melodiosa (uma balada melancólica) nem luminosidades poéticas tipo "un beau coucher de soleil à la campagne" nada que atenue a tristeza do que é retratado...
Mona é uma jovem algo revoltada/rebelde, sem abrigo, "sem eira nem beira" cujo passado é pouco (ou nada) revelado e o filme começa logo por nos mostrar a sua morte solitária "retrocedendo" depois e relatando um pouco da sua vida recente, da sua luta pela sobrevivência, até ser derrotada(?) por uma morte precoce, contada por quem com ela conviveu nesse espaço de tempo. Mas será que foi "vencida" por ter entrado num "caminho sem regresso" ou terá completado a sua existência de uma forma que tenha sido uma escolha deliberada? e terá sido verdadeiramente feliz na sua curta existência com essa suposta escolha? Bom isso não é claramente explicado, (ou eu não consegui vislumbrar) existem apenas uns indícios algo vagos ...e também nem sei se será relevante (?). A realização é sóbria, austera, realista, eficaz e o desempenho de Sandrine Bonnaire pareceu-me bastante convincente. Ficam mais algumas dúvidas: Até que ponto a liberdade e a solidão se podem confundir? A curiosa história da doença que estava a matar plátanos, provocada por algo inusitado
Se gostei? Até gostei, mas confesso que é um "gosto" um pouco amargo... (enfim é a perfeita antítese de um filme pipoca e isto não é um elogio é apenas uma constatação minha)
Last edited by technicolor on December 14th, 2017, 9:42 am, edited 3 times in total.
Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Vinha aqui comentar que alinho pela bitola do techicolor e nao vejo post nenhum
O tapatalk as vezes fica super estranho.
So ponho as maos no meu dvd mais perto do Natal e espero escrever dois ou tres paragrafos na altura.
Do que me lembro, Varda aproveita o percurso de Mona para abordar alguns aspetos da Liberdade. Ate que ponto e possivel estar inserido na sociedade como um membro produtivo desta e ao mesmo tempo ser livre?
Mona e mais livre do que qualquer um de nos. Eu pessoalmente prefiro um pouco menos de liberdade, nao aguentava esse estilo de vida. A ideia romantica que temos do que e ser realmente livre para mim implica um estilo de vida deste genero, ou de filmes como o Into the Wild ou Grizzly Man.
Nao ter horarios, compromissos de qualquer ordem, preocupacoes monetarias e por ai fora, so esta ao alcance de um milionario ou de um vagabundo.
Outro aspeto que o filme me lembra e a questao ate que ponto cada pessoa e uma ilha. Ate que ponto e possivel de viver realmente sozinho caso alguem deseje viver como um eremita isolado da sociedade.
Nem mesmo a monte como o Palito ou o Pedro Dias, dois casos recentes. E literalmente impossivel desaparecer do mapa sem ter ajudas.
Isto sao tangentes ao filme em si, mas lembrei-me nos ultimos dias a pensar no filme.
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O tapatalk as vezes fica super estranho.
So ponho as maos no meu dvd mais perto do Natal e espero escrever dois ou tres paragrafos na altura.
Do que me lembro, Varda aproveita o percurso de Mona para abordar alguns aspetos da Liberdade. Ate que ponto e possivel estar inserido na sociedade como um membro produtivo desta e ao mesmo tempo ser livre?
Mona e mais livre do que qualquer um de nos. Eu pessoalmente prefiro um pouco menos de liberdade, nao aguentava esse estilo de vida. A ideia romantica que temos do que e ser realmente livre para mim implica um estilo de vida deste genero, ou de filmes como o Into the Wild ou Grizzly Man.
Nao ter horarios, compromissos de qualquer ordem, preocupacoes monetarias e por ai fora, so esta ao alcance de um milionario ou de um vagabundo.
Outro aspeto que o filme me lembra e a questao ate que ponto cada pessoa e uma ilha. Ate que ponto e possivel de viver realmente sozinho caso alguem deseje viver como um eremita isolado da sociedade.
Nem mesmo a monte como o Palito ou o Pedro Dias, dois casos recentes. E literalmente impossivel desaparecer do mapa sem ter ajudas.
Isto sao tangentes ao filme em si, mas lembrei-me nos ultimos dias a pensar no filme.
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Não vejo spoiler nenhum. Um bom post, que me deixou ainda com mais vontade de rever o filme.
E estou ansioso que estreie o Visages, Villages que ja vem com a fama de magnifico.
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Já vinha aqui resmungar por ter desaparecido determinado texto (que cheguei a ler no "original"), mas vejo que foi justamente reposto. Gostei de ler.
Ainda não acabei de ver o filme, mas deixo já uma resposta-opinião à pergunta do João:
O que por sua vez me faz lembrar de um texto de opinião que li há pouco tempo, e que vou ver se localizo.
Penso também que a Varda tencionou provocar-nos de outra maneira: e se fossemos nós naquela situação?
Apreciei o facto de não ter tentado "santificar" a mendiga, expondo-lhe os vícios e defeitos na mesma medida que as qualidades e virtudes.
Ainda não acabei de ver o filme, mas deixo já uma resposta-opinião à pergunta do João:
Acho que a intenção da realizadora é mesmo acender o rastilho na mente do espectador, com um debate sobre o que significa ser livre. De que forma a liberdade pode ter várias interpretações, de que formas se pode manifestar, que sacrifícios e trade-offs são necessários.joao.sampaio.165 wrote: ↑December 9th, 2017, 3:48 pm Mas eu pergunto ela é livre em quê? Todos os dias a depender da caridade dos outros para poder sobreviver, sujeita a violações e a ter que vender-se por trocos, isso é ser livre? Aqui fiquei na dúvida se a mensagem da realizadora era que as pessoas são tão estúpidas que não sabem a sorte que têm ou se esta vida errante, despreocupada e ao mesmo tempo completamente desprotegida e dependente dos outros era algo a desejar.
O que por sua vez me faz lembrar de um texto de opinião que li há pouco tempo, e que vou ver se localizo.
Penso também que a Varda tencionou provocar-nos de outra maneira: e se fossemos nós naquela situação?
Apreciei o facto de não ter tentado "santificar" a mendiga, expondo-lhe os vícios e defeitos na mesma medida que as qualidades e virtudes.
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Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Bom, vejo (pelos comentários acima) que com a minha "estratégia provocatória" consegui parcialmente voltar a chamar a atenção para este interessante tópico proposto pelo nimzabo, (logo com um filme que não foi nada fácil de ver e de comentar). Uma palavra de apreço também para o comentário do joao.sampaio.165 que por sua vez chamou a minha atenção para o tópico.
Obrigado ao paupau e ao Samwise pelos elogios, e venham mais participações, Dezembro costuma ser um mês muito "atarefado" mas ainda vai a meio
Obrigado ao paupau e ao Samwise pelos elogios, e venham mais participações, Dezembro costuma ser um mês muito "atarefado" mas ainda vai a meio
Re: Filme do Mês - Dezembro/2017 - Sans Toi ni Loi
Desculpem o atraso, mas fui adiando o visionamento e só hoje consegui ver o filme.
Encurtando, porque preciso de dormir: gostei, mas não fiquei fascinado como a maioria. Cada vez mais me sinto ligado a filmes que tenham ideias de cinema, e só depois é que sigo para as "ideias que suscitem um debate pós-visionamento". Além de que "realismo" num filme não é algo que me motive a ver determinados filmes porque... Lá está.... São filmes e acreditar que podem ser "realistas", porque nunca serão um pedaço da vida, é demasiado utópico para mim.
Para um filme tão "underground" fiquei com a impressão de que, a nível de realização e montagem, é muito convencional, e haveria tanta coisa boa em termos de planos para pegar que, parece-me, não interessaram à realizadora - aqui, acho que a sua austeridade revela apenas falta de ideias... e que o que a personagem deixa não é por culpa do filme, que não faz muito por ela, mas do espectador que faz a construção, a partir de pouco que o filme deixa. Parece que a ideia inicial deixa de ter qualquer interesse, sendo que a Varda se perde, para mim, em vinhetas que, na sua maioria, não têm qualquer intenção a não ser a da aleatoriedade, e a forte protagonista vai ficando cada vez mais para trás.
Não sei, talvez eu tenha visto o filme num dia mau, mas não percebo o fascínio, mas estive a adiar constantemente porque, sendo o meu primeiro filme da Varda, quis vê-lo na altura mais apropriada. No letterboxd leio criticas que falam deste filme como uma viagem espiritual... Não percebo porquê.
Creio que a prestação da protagonista e alguns apontamentos nos diálogos, ou na presença de algumas figuras secundárias, já fazem com que o visionamento seja merecido.
Vá, já me podem linchar. :D
Encurtando, porque preciso de dormir: gostei, mas não fiquei fascinado como a maioria. Cada vez mais me sinto ligado a filmes que tenham ideias de cinema, e só depois é que sigo para as "ideias que suscitem um debate pós-visionamento". Além de que "realismo" num filme não é algo que me motive a ver determinados filmes porque... Lá está.... São filmes e acreditar que podem ser "realistas", porque nunca serão um pedaço da vida, é demasiado utópico para mim.
Para um filme tão "underground" fiquei com a impressão de que, a nível de realização e montagem, é muito convencional, e haveria tanta coisa boa em termos de planos para pegar que, parece-me, não interessaram à realizadora - aqui, acho que a sua austeridade revela apenas falta de ideias... e que o que a personagem deixa não é por culpa do filme, que não faz muito por ela, mas do espectador que faz a construção, a partir de pouco que o filme deixa. Parece que a ideia inicial deixa de ter qualquer interesse, sendo que a Varda se perde, para mim, em vinhetas que, na sua maioria, não têm qualquer intenção a não ser a da aleatoriedade, e a forte protagonista vai ficando cada vez mais para trás.
Não sei, talvez eu tenha visto o filme num dia mau, mas não percebo o fascínio, mas estive a adiar constantemente porque, sendo o meu primeiro filme da Varda, quis vê-lo na altura mais apropriada. No letterboxd leio criticas que falam deste filme como uma viagem espiritual... Não percebo porquê.
Creio que a prestação da protagonista e alguns apontamentos nos diálogos, ou na presença de algumas figuras secundárias, já fazem com que o visionamento seja merecido.
Vá, já me podem linchar. :D