JoséMiguel wrote: ↑April 22nd, 2018, 3:31 am Sam, tu levantas várias questões...
Julgo que estamos de acordo em relação ao meu elogio ao Rui Santos.
Em relação aos críticos profissionais de cinema portugueses, nós nunca iremos chegar a acordo e o nosso debate já tem muitos anos.
Fica a minha dúvida acerca dessa história dos profissionais portugueses receberem dinheiros de fundos europeus comunitários, para depois nem saberem restaurar um filme a 12 ou 18 fps. Ok! Eu não tenho provas nem pretendo meter-me com essa máfia que são sobrinhos de algum ministro. Apenas exijo o direito à liberdade de expressão de dizer que técnicos de cinema portugueses que restauram filmes de 1911 a 24 fps só têm merda na cabeça, são imbecis, palermas e atrasados mentais.
Eu não sou técnico nenhum, mas para mim foi fácil ajustar o frame-rate do filme português de 1911. Qual será a desculpa desse tal técnico da Cinemateca Portuguesa, que se calhar só tem o emprego com uma cunha de merda, à boa maneira portuguesa de corrupção, do nosso triste país, que é tão idiota e otário que não sabe que fez merda em restaurar este filme acelerado para 24 fps?
EDIT: Eu não sou nacionalista nem patriota, o limite do meu dever patriótico será recomendar o queijo amanteigado de Seia a um apreciador estrangeiro ou este filme português de 1911 a um cinéfilo estrangeiro que goste de história do cinema. Esses técnicos portugueses que restauraram este filme com os fotogramas errados, são palhaços, que obtiveram o cargo através de cunhas, que destroem o património português, perante o resto do mundo. Isso eu não aceito e trata-se de mais um caso de alta corrupção política em que algum ministro meteu uma cunha para um sobrinho idiota restaurar filmes portugueses na cinemateca. Por mim tudo bem, pois já tenho a versão com a velocidade correcta para estrangeiro ver, no meu canal do You Tube. Eu não sou idiota nem filho de ministro e sei ajustar um filme mudo para a velocidade correcta.
Eu acho que percebo o que vai na cabeça da maioria das pessoas que insulta e deita abaixo os críticos de cinema, mas confesso que estou a zeros quanto às tuas motivações. Cada texto que leio teu sobre o assunto mais intrigado me deixa. Também me deixa triste, por outro lado, porque tu és uma pessoa que tem por hábito sustentar devidamente as opiniões, e neste caso é o contrário. Não sabes o que se passa e aparentemente não queres saber.
Nunca iremos estar em sintonia de opinião sobre a importância e a relevância dos críticos (de arte) profissionais na sociedade de hoje, mas não foi essa a minha questão quando abordei, no contexto deste tópico, o assunto. Eram antes duas outras questões: a que propósito são estes profissionais invocados para este debate sobre a problemática das "frames por segundo" nos filmes antigos, e por que razão os deprecias tanto, a ponto de dizeres que se "auto-intitulam" de críticos (quando não é isso que se passa. É uma profissão como outra qualquer, que pode ser exercida no sector privado e no sector público, no caso de instituições como a Cinemateca)?
A estas questões, acrescento agora estas: o que te leva a insultar de forma tão gratuita e generalizada estes profissionais, bem como os "técnicos" que trabalham na Cinemateca? Nas tuas palavras, eles são "malandros", "atrasados mentais", "palhaços", "idiotas", "otários", "corruptos", "mafiosos", "só têm merda na cabeça", "escrevem como robots" (!?), são incompetentes que "não sabem restaurar um filme" e que "destroem o património português", que só lá estão por cunha, ou por serem sobrinhos ou filhos de algum político, e ainda por cima gastam fundos comunitários no processo.
Ao mesmo tempo, tu próprio assumes que não sabes nada sobre o assunto ("Eu não tenho provas" , "Eu não sou técnico nenhum", "Qual será a desculpa desse tal técnico da Cinemateca Portuguesa"), mas isso não te impede de os insultares forte e feio ( ), de os chamares de incompetentes, e dos os acusares de corrupção. Ainda mais estranho, tu "exiges o teu direiro à liberdade de expressão" (um direito que não te está a ser negado, e que nunca esteve em causa), mas recusas-te a tentar perceber a causa e a razão das coisas junto dos profissionais que tratam directamente destas matérias. Então para que te serve a liberdade de expressão se não tencionas sequer perceber se estás a ser correcto, verdadeiro e justo em primeiro lugar? Assim é fácil...
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A título de curiosidade, alguma foste à Cinemateca? Conheces o trabalho que por lá se faz quanto a memória, conservação, restauro, análise e divulgação de tudo o que é cinema nacional e estrangeiro (em intercâmbio com outras cinematecas)? Conheces as instalações, o museu, o arquivo, as pessoas e os processos? Conheces o modelo económico que sustenta o espaço?