Pedro Pereira de Carvalho wrote: ↑September 22nd, 2018, 11:19 pm
Sim reparei nisso, o que acho estranho é um filme recente do Woody Allen ser exclusivo da FNAC. Tanto quanto saiba os filmes do Woody Allen vendem-se bem por cá.
Poderá estar relacionado com a recente polémica que envolveu o Woody? Mas o que importa é que vai ser lançado por cá
Continuo sem entender como é que este grande filme tem uma nota tão baixa e passou completamente ao lado dos prémios - para mim, Kate Winslet e o Jim Belushi tinham nomeações garantidas! Acho o filme fabuloso - 9/10
Um filme verdadeiramente ASSOMBROSO sobre vários pontos de vistas.Tinha-o que o comentar mais em pormenor numa critica mais profunda e detalhada porque revi-o mais uma vez à pouco tempo e acho que desta vez ainda gostei mais um bocadinho mas,agora acho que Allen podia ter sido menos púdico em relação a Winslet do que foi com Scarlett Johanssen em Match-Point,para lhe dar um clique mais ousado,carnal,de sensualidade.Para lhe dar a nota máxima a personagem de Winslet necessitava disso devido à psicologia da personagem e do contraste com o personagem de Timberlake.Quero dizer que para ambas as personagens,as cenas de amor são demasiado macias e acanhadas.Esse é que o defeito que impede de ser um filme favorito meu,isto é nota máxima.É uma coisa muito picuinhas mas sinto isso mesmo com sinceridade.Mas tirando esse pequeno pormenor o filme é perfeito.Woody Allen acertou de uma forma brilhante no que conta.Assim na década de 50,num verão quente uma mulher americana já quarentona casada pela segunda vez com um homem pobre dono de um carrossel recebe com surpresa a filha do marido.Jim Belushi e Juno Temple fazem duas personagens cheias de imperfeições de personalidade.Allen desenha-os no seu guião com invulgar mestria e estofo.Belushi é um homem marcado pela vida,pelos fracassos pessoais e familiares que teve no passado e Juno Temple é a sua filha que reentra na sua vida de uma forma inesperada por razões ilícitas dela mesma.Winslet vê-se no meio dessa crise entre pai e filho mas que ainda é mais intensificada com entrada em cena,de um jovem cheio de energia que é a personagem de Timberlake que vai fazer um cocktail sentimental explodir de vez.Todas as angustias de autor de Woody Allen são exploradas de um forma vertiginosa.Assim:sexo,amor,cultura,familia estes 4 vectores é fundido de uma forma repleta de classe como já é hábito.Além do mais,na componente técnica “Roda Gigante” é um filme invulgarmente rico.Todo o jogo de luzes necessário para o que nos é narrado é digno de se tirar o chapeu .Vitório Storaro brinda-nos com azul para melancolia de personagem de Winslet vermelho quando é o clima de paixão e sensualidade.Mas claro,a surpresa maior é que este filme está longe de ser uma comédia,é um drama puro,bem vincado e depurado de palha que poderia existir.Allen mostra-se um cineastas que sabe bem como evitar lugares comuns apesar de filmar sem cessar desde 1992 até hoje,consegue dirigir com arreganho de um miúdo de 20 anos.Tal como Clint Eastwood os filmes dele os personagens são personagens vividos.Não sei como ele consegue mas quando quer ele esmera-se e o espetador sai de lá encantado e imensamente satisfeito.Foi o que aconteceu comigo desta vez.Allen faz dos mais magistrais filmes,dos mais prodigiosos guiões que ele escreveu nos últimos tempos.Além do mais tem desempenhos perfeitos de todos os atores e mesmo de quem nem é actor como é Justin Timberlake.Essa é que é surpresa permanente nos filme de Woody Allen.Mesmo não atores ele eleva a grandes desempenhos cinematográficos.Todos têm química incrível e impressionante.Uma palavra para Kate Winslet.Como sabem eu sou um fã incondicional do trabalho de Winslet.Acho-a a melhor atriz da geração dela dos tempos modernos,a par de Nicole Kidman.Em Roda Gigante,assisti em transe à melhor interpretação principal num filme que ela fez até hoje.Porque está em perfeito estado de graça.Não imagino outra atriz para fazer este papel com tamanha qualidade como Winslet faz.Jim Belushi que não tenho em grande estima,de uma forma soberba e desconcertante,faz um trabalho excecional o mesmo acontecendo com Juno Temple.Mas para além disso, é uma maravilha em termos técnicos também.A fotografia de Vitório Storaro é verdadeiramente genial.Não exagero se disser que é das melhores da carreira de Allen e Storaro.Um verdadeiro mimo de azul em melancolia, depois quando convém é o vermelho como signo do amor ou paixão.Enfim,Roda Gigante é um filme verdadeiramente prodigioso porque é uma fusão plena de todos os elementos da carreira de Woody Allen.
Nota:9 em 10
Revisto ontem, devido à sua exibição no canal Hollywood, às 21h30. Maravilhoso!!!! O tempo voa a ver este filme, senti-me novamente transportado para um daqueles clássicos dos anos 50.
Lindo a todos e mais alguns níveis, a espaços divertido por causa de toda aquela neurose resultante dos ciúmes da personagem de Winslet e um pouco sufocante também, na medida em que as personagens bem tentam ter alentos para almejar algo mais da vida e no entanto afundam-se cada vez mais nas errâncias das suas existências, nunca conseguindo estar em paz com aquilo que têm e são na realidade. O filme tem uma perninha a ir para o campo do depressivo, pelo menos para mim.
