John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

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rui sousa
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John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by rui sousa »

John Wick - Chad Stahelski, David Leitch [2014]

Image

http://www.imdb.com/title/tt2911666/

Sinopse (Cinecartaz)
John Wick era famoso no submundo do crime pelas suas capacidade de surpreender os inimigos e pelos seus métodos pouco convencionais de fazê-los dizer a verdade. Mas quando descobriu que a sua mulher tinha um cancro em fase terminal, abandonou tudo para poder dedicar-lhe toda a atenção. Agora, depois da inevitável morte dela, Wick sente que nada o prende à vida. É então que, após assistir ao roubo do seu Boss Mustang de 1969, sente renascer em si a raiva acumulada. Determinado a recuperar o carro seja a que preço for, decide perseguir o culpado pela zona mais perigosa da cidade de Nova Iorque. É assim que descobre que o autor do roubo é Iosef, filho único de Viggo Tarasov, um mafioso russo que fora, em tempos, seu patrão e mentor. Mas quando Tarasov percebe que Wick anda atrás de Iosef, põe a sua cabeça a prémio, oferecendo uma enorme recompensa a quem o conseguir matar. Com os mais perigosos criminosos no seu encalço, John volta a ser a impiedosa máquina de matar que o mundo dos marginais já antes conhecera, desencadeando uma batalha sem precedentes, sem nada que o faça parar a não ser a satisfação da vingança que lhe devolveu o gosto pela vida.
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rui sousa
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by rui sousa »

John Wick: pancadaria com estilo

Quantos são, quantos são? Venham eles, que Keanu Reeves não tem medo de ninguém – porque todos os outros é que têm de tremer quando ele chega, com a sua sede implacável de vingança. John Wick é uma agradável surpresa dentro dos filmes de ação que têm chegado aos cinemas, porque deve ser um dos raríssimos exemplos do género que consegue ter algum interesse para o espectador, não se resumindo aos efeitos especiais e à banalidade mais corriqueira deste tipo de histórias.

Um filme que gira em torno de uma vendetta à moda antiga: John Wick perdeu a mulher que amava, e que o fez mudar de vida e largar o passado como assassino profissional. O único elo de ligação que mantém com a sua amada está numa cadela, que a mesma lhe deixou para o protagonista não se sentir tão sozinho e perdido. Mas depois, um gangue de criminosos assalta a sua casa, rouba o seu carro e destrói a única lembrança que poderia ter da mulher. Aí, John Wick vai querer vingança, pura e dura. E quando perceber que um dos envolvidos naquele assalto implacável é o filho do seu antigo patrão, irá iniciar uma luta sem precedentes para ajustar todas as contas.

É um filme de ação? Sim, mas de uma ação cheia de adrenalina e com alguma minúcia na sua preparação, algo que não conseguimos encontrar regularmente nesta nossa modernidade, dominada por efeitos especiais utilizados para tudo e para nada. E ao contrário da maioria dos seus congéneres, John Wick cumpre as premissas que qualquer filme de ação deveria ter como palavra de ordem: entretenimento exequível e agradável, bem ritmado e executado, onde os clichés misturam-se, e bem, com o estilo da personagem (e sim, Keanu Reeves ainda consegue ser o patrão!). O resultado? Uma história que passa depressa, que não nos faz levar as mãos à cabeça, e que nos entretém, à séria, durante pouco mais de 100 minutos.

Que se digam todas as barbaridades e que se atirem todos os preconceitos (injustos, na maioria) contra os filmes de ação, mas queremos acreditar que há uma linha que separa as andanças de filmes-chiclete como Os Mercenários, e as características de um filme como este – que, não sendo alguma coisa de outro mundo, que irá alterar a Humanidade ou a perceção que temos do cinema, não nos faz, também, pelo contrário, suplicar por misericórdia, contrariamente às experiências levadas a cabo pela trupe de veteranos dos filmes “machos” dos anos oitenta liderada por Stallone. John Wick não prima pela originalidade, mas pela eficácia atribuída ao seu conceito ultra-conhecido – e aí está o seu ponto mais forte, tal como a maneira utilizada para conduzir a história, fora de mecanismos mais risíveis a que estamos habituados a encontrar em histórias deste calibre.

Uma aposta muito interessante (e improvável) do filme está no seu lado cómico, assente em cenas completamente imprevisíveis, que dão à inverosimilhança da maioria dos momentos da história um outro fulgor. E talvez seja isto que se possa designar como bom entretenimento (apesar de, por esta altura, a palavra “entretenimento” ser, para muitos, um sinónimo de maldições satânicas). Apesar de não ser um filme que se vê para, rapidamente, se esquecer (há um ou outro momento verdadeiramente memorável no filme – e aqui tem de se voltar a congratular Keanu Reeves, como também alguns dos atores secundários, como Willem Dafoe), esse acaba por ser o seu objetivo. Mas o tempo que investimos a ver John Wick acaba por ser, até, bem recompensado – e, como sugestão de agradável divertimento cinematográfico, sai completamente vencedor.

Porque para se gostar do cinema mais complexo, é preciso, também, visitar este “outro” cinema, mais leve (em filosofia, não em barulho e efeitos sonoros), e não é nenhum crime ver-se uma história com as dimensões dramáticas e exageradamente violentas de John Wick. O espectador poderia sair muito mais defraudado com outras fitas do mesmo formato, que não tivessem, sequer, o estilo e o charme que emana este filme – e que, parecendo que não, é algo que acaba por fazer nele toda a diferença, tal como para o seu conteúdo, as suas personagens, e as suas dimensões psicológicas relativas.

Não sendo mais um exemplo do cinema de ação mais formatado ou desinspirado, John Wick consegue ser, ao mesmo tempo (e apesar das convenções da sua narrativa e da sua produção), uma singela homenagem aos elementos mais interessantes desses filmes, e uma curiosa investida no meio, apostando menos no CGI e mais em elaboradas coreografias, e em diálogos que não são nada dispensáveis. Keanu Reeves ressuscita num dos papéis mais revigorantes e mais cool da sua carreira (e o único que conseguiu suscitar algum interesse, desde a saga Matrix) e o público, pensamos nós, poderia pedir mais filmes assim – que possuam entretenimento, mas que também não usem esse entretenimento de uma maneira mais desleixada, para propiciar uma construção que tem como único objetivo tornar-se instantaneamente descartável.

7.5/10
In http://www.espalhafactos.com/2014/11/13 ... om-estilo/
nimzabo
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by nimzabo »

Carros bonitos tipo mustang, muito estilo, boa musica e 1345675 mortos (russos), boa parte deles com um tiro na cabeça à queima roupa.
De resto pouco mais. É um no brainer. Durante 1 hora e tal o cérebro pode descansar.
Há pouco tempo vi o Equalizer e mesmo não sendo também nada de especial, a personagem do Denzel Washington era um bocadinho mais trabalhada.
Para quem goste de filmes de ação pura são dois bons filmes.

Uma musica de que gostei no John Wick
(tem a voz muito parecida com alguém dos anos 80 ou 90 - a vocalista dos Everything but the girl?)
PanterA
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by PanterA »

Depois de um Reeves que fazia impressão ver pela sua cara de mórbido no Man of Tai Chi que ele próprio realizou, neste aqui foi mais do mesmo, mas para minha surpresa assentou que uma uma luva na personagem em questão. É verdade que ele nunca foi um pro no acting, mas nestes últimos anos parece que se tornou numa múmia sem conseguir fazer qualquer expressão.

Quanto ao filme de si, teve sequências de acção bastante bem conseguidas. As da discoteca por exemplo, foram um puro regalo para os olhos. Especialmente da maneira como foram coreografadas, com alguns longs shots pelo meio, que dava aquele feeling de pura imersão naquilo que víamos. Não aquelas shakys cams ou uma edição abrupta muito usada actualmente, que não se percebe patavina daquilo que está acontecer.
Aliás, o filme na parte técnica pouco há dizer de tão bom que foi. Mesmo com uma história bota para lá, conseguiram dar a volta por cima com actores da velha guarda a fazerem de pilares essenciais no desenrolar de toda a intriga.

7.5/10
THX
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by THX »

Estou mortinho por ver este filme, ainda mais, depois de ler esta review do PanterA que tem uns gostos muito semelhantes aos meus relativamente a filmes. Sei que vou gostar de certeza, assim como sei que ele vai gostar de "Whiplash".
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by Telmo R. »

os filmes que vejo: letterboxd ou mubi | a minha colecção de dvds: cine-dvd collection
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by Grande Guru »

Eu n gostei particularmente do filme mesmo q o analise sob diferentes perspectivas. A história n tem nada de original, mas até aqui tudo bem, n é fácil arranjar algo q não tenha sido já feito e refeito N vezes. O KR, na minha opinião, n tem perfil para este tipo de personagem. As cenas de acção estão exageradas, daquele tipo de "eu mato 200 de uma vez e nem com um arranhão fico". Sobra o entretenimento e pouco mais q isso. É mau? não, é bom? tb não.... Vê-se e esquece-se 30 segs depois...
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by PanterA »

Exageradas? Estão no ponto. Este filme prima pelo realismo das lutas (atacar / imobilizar + tiro mortal), assim como o tipo de uso da arma baseado em parte no estilo Center Axis Relock, que não é "estiloso" mas sim realista e objectivo.

Ainda ontem o meu irmão o viu, como hoje o meu pai, e não resisti em ficar lá e ver pelo menos a parte da discoteca. LINDO!
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by Samwise »

Epá, muito mau! Uma das piores coisas que vi este ano. Depois do Equalizer, e na mesma onda do one-man-army, este consegue ser quinhentas vezes mais exagerado. Um exagero que se manifesta num body-count para concorrer ao livro Guiness, e que é filmado com um apuro formal e um dinamismo coreográfico mecanizado que começam a ser rotineiras em Hollywood. O Keanu está cá um canastrão!!!! Como dá para ver pelos inúmeros comentários acima, há quem goste. Eu destestei... 2/10
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.

«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death

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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by PanterA »

Não foram muitos. 74 gajos que ele matou. :D

Btw, se isto vão ser os próximos filmes de acção, filmados inclusive com aquela qualidade, então venham eles. Tretas como Transformers e etc uma pessoa já anda farta.
Samwise
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by Samwise »

PanterA wrote:Não foram muitos. 74 gajos que ele matou. :D

Btw, se isto vão ser os próximos filmes de acção, filmados inclusive com aquela qualidade, então venham eles. Tretas como Transformers e etc uma pessoa já anda farta.
Mesmo dentro deste tipo "filmes de acção", penso que há patamares discerníveis de complexidade e de aproximação à realidade, mesmo considerando que a maioria apenas pretende passar por no-brainers de puro entretenimento (e que, portanto, é estar a bater no ceguinho andar a criticar estes pormenores).

Dois de que gostei bastante foram o Man on Fire e o mais recente Jack Reacher, mas aí, para além de "um pouco menos" de exagero nas capacidades físicas do héroi, há também personagens constrúidas de raiz com um fundo humano, com alguma complexidade e ambiguidade (no caso do Man on Fire, a exploração dessa complexidade é mesmo um elemento de peso na narrativa). No John Wick é o nadir absoluto (uma folha de papel não é fina o suficiente para fazer justiça à espessura da personagem), e no Equalizer há uns pózinhos mágicos que remetem para metáforas culturais com a alguma piada, mas a coisa fica-se por aí. O resto é só estilo (paletes, remas de estilo) e matança mecanizada de bad-guys.

-- EDIT -- O Equalizer também ganha ao Wick noutros dois aspectos: diálogos e carisma da personagem central. O Wick não fala quase, e tem o carisma de um poste de iluminação. Já o McCall tem um actor credível e carismático a suportá-lo, e a educar os maus da fita com diálogo smart-ass e a autoridade de um anjo-vingador.
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by THX »

Eu já vi o "Taken, o "The Crow", o "Man of Fire", o "Jack Reacher", o "Commando", o "Raw Deal", quase todos os filmes do Steven Seagal, do Chuck Noris, e muitos do Van Damme também.
A verdade é que adoro filmes de porrada...pois de vez em quando sabe mesmo bem ver alguém a fazer justiça sem burocracias da treta.
Este tipo de filmes servem como um escape a todos os outros filmes que também gosto de ver.

Recentemente vi o "Equalizer" que simplesmente adorei (sim, acredito mesmo que existem homens que são verdadeiras máquinas de matar, principalmente os mais disciplinados, inteligentes e perfeccionistas).

Claro que este "John Wick" está na minha linha da frente até porque eu e o Lorde X até estivemos para o ir ver ao cinema, só que o horário era muito tarde (1h20 no UCI da Arrábida).
E claro vai-me saber muito bem vê-lo após o "Equalizer".
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by PanterA »

Samwise wrote:
PanterA wrote:Não foram muitos. 74 gajos que ele matou. :D

Btw, se isto vão ser os próximos filmes de acção, filmados inclusive com aquela qualidade, então venham eles. Tretas como Transformers e etc uma pessoa já anda farta.
Mesmo dentro deste tipo "filmes de acção", penso que há patamares discerníveis de complexidade e de aproximação à realidade, mesmo considerando que a maioria apenas pretende passar por no-brainers de puro entretenimento (e que, portanto, é estar a bater no ceguinho andar a criticar estes pormenores).

Dois de que gostei bastante foram o Man on Fire e o mais recente Jack Reacher, mas aí, para além de "um pouco menos" de exagero nas capacidades físicas do héroi, há também personagens constrúidas de raiz com um fundo humano, com alguma complexidade e ambiguidade (no caso do Man on Fire, a exploração dessa complexidade é mesmo um elemento de peso na narrativa). No John Wick é o nadir absoluto (uma folha de papel não é fina o suficiente para fazer justiça à espessura da personagem), e no Equalizer há uns pózinhos mágicos que remetem para metáforas culturais com a alguma piada, mas a coisa fica-se por aí. O resto é só estilo (paletes, remas de estilo) e matança mecanizada de bad-guys.

-- EDIT -- O Equalizer também ganha ao Wick noutros dois aspectos: diálogos e carisma da personagem central. O Wick não fala quase, e tem o carisma de um poste de iluminação. Já o McCall tem um actor credível e carismático a suportá-lo, e a educar os maus da fita com diálogo smart-ass e a autoridade de um anjo-vingador.
Então que dizer por exemplo de um The Raid, para muitos o melhor filme de acção da ultima década, e basicamente aquilo é dar porrada nos gajos enquanto sobe um prédio? Onde qualquer background também é praticamente inexistente? Ou outro grandíssimo filme de acção, o The Protector, onde toda a premissa é o gajo dar forte e feio nos bad guys porque... lhe roubaram o elefante e ficou fulo com isso?

Em relação as coreografias, claro que tem o seu exagero - é um filme - mas tal como disse neste post...
Exageradas? Estão no ponto. Este filme prima pelo realismo das lutas (atacar / imobilizar + tiro mortal), assim como o tipo de uso da arma baseado em parte no estilo Center Axis Relock, que não é "estiloso" mas sim realista e objectivo.
... a base está toda lá. Não fazem acrobacias, não saltam de um lado para o outro, não inventam, não arrastam as lutas para aquele show off apenas porque sim. Basicamente é ver, imobilizar e acabar logo com ele para passar ao próximo
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by Samwise »

THX wrote:Este tipo de filmes servem como um escape a todos os outros filmes que também gosto de ver.
O pior é quando um filme-escape de porrada não cumpre esse propósito de escape (mesmo que esteja cheio de porrada "bem filmada") - e claro que, como em relação a todos os outros filmes, cada um de nós tem as suas preferências quanto ao que gosta de ver em filmes de porrada. O John Wick para mim foi um bocejo - lá para o fim já me estava a custar bastante assistir.
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Re: John Wick (2014) - Chad Stahelski, David Leitch

Post by Samwise »

PanterA wrote: Então que dizer por exemplo de um The Raid, para muitos o melhor filme de acção da ultima década, e basicamente aquilo é dar porrada nos gajos enquanto sobe um prédio? Onde qualquer background também é praticamente inexistente? Ou outro grandíssimo filme de acção, o The Protector, onde toda a premissa é o gajo dar forte e feio nos bad guys porque... lhe roubaram o elefante e ficou fulo com isso?
Não sei - não vi nem um, nem outro. Depois dessa descrição, ainda fiquei com menos vontade de ver. :-)))

O "para muitos o melhor filme de " é algo que a mim me passa completamente ao lado, como já deves ter reparado. :wink:

... a base está toda lá. Não fazem acrobacias, não saltam de um lado para o outro, não inventam, não arrastam as lutas para aquele show off apenas porque sim. Basicamente é ver, imobilizar e acabar logo com ele para passar ao próximo
Então vamos a factos
- 100% de eficácia nos tiros - acerta sempre em todos os alvos, nos sítios exactos, qualquer que seja a distância, e com qualquer arma que pegue, incluindo pistolas, metralhadoras, carabinas de sniper, e mais uma espécie de caçadeira de três canos que não sei como se chama.
- Rodeado por todos os lados e os atacantes atacam um de cada vez, em vez do mais lógico - todos ao mesmo tempo. A sequência da igreja é um bom exemplo disto: 5 oponentes armados, espalhadas pelo local, e ele consegue disparar mais rápido que todos e matar cada 1 à primeira. Na sequência da discoteca passa-se o mesmo, mas é mais diluída pelos recantos do local. É sempre 1 de cada vez a atacar.
- Acontece-lhe de tudo fisicamente, desde cair de um piso para o outro sobre as costas, a levar com um jipe em cima por atropelamento (aquela pancada partia a coluna a qualquer pessoa), e mais uns quantos "arranhões" espalhados pelo corpo. Mas é como se não tivesse nada. É sempre andar para a frente. Coxeia um bocado, e tal, mas "se estiver aflito, use estes comprimidos - os pontos são capazes de rasgar, mas o seu corpo vai responder ao que pretende"...
- Nas cenas de tiroteio à distância, quando ele se levanta para disparar, nunca ninguém lhe acerta, mas quando os outros se levantam para disparar, levam sempre tiros na cabeça - mais uma vez: à primeira.
- Estas proezas são por vezes conseguidas em sequências de duram vários minutos, com dezenas de oponentes distribuidos no espaço, e com coreografias tipo "ballet" em que ele "dança" enquanto vai despachando os bad-guys uns atrás dos outros. É tão irreal e repetitivo que aborrece. Pelos menos a mim faz-me isso...
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