Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

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drakes
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by drakes »

O Angel está certo, ficou mesmo ideia que só tinha um caráter político, mas muitas vezes a razão está tudo imbricado como o caso do Michel Servet (1) que foi perseguido por católicos e protestantes, sendo um daqueles casos da pessoa ter ido a fogueira em Genebra e uma representação dela ter ocorrido o mesmo em Viena.

Mas eu vejo que cada caso deve ser analisado isoladamente, tanto dos costumes, políticos ou religiosos, até a conjuntura, se a Espanha estava em guerras com países protestantes, normalmente nesses momentos há uma perseguição a quem se considera apoiadores dos inimigos.

Portugal me parece que havia uma politica quase oficial contra a alfabetização tanto que os números de letrados em porcentagem nas colonias espanholas eram maior que no Império Português até na Metrópole, lembro que a Coroa apesar das suplicas até com promessas de financiamento dos habitantes de Salvador (Bahia) não deixa fundar uma Universidade e toda tipografia é destruída, não sei se verdade os dados, mas se falava (1990 um pouco mais) que todos os que trabalhavam nessas oficinas eram processados pela Inquisição. Quanto aos costumes, apesar dos casos relatados na Colonia, só o João Ramalho tem 30 esposas, vários europeus casam-se com índias por causa das alianças em si a economia daqui era muito ligada ao modo de trocas dos Tupis,conforme o Jorge Caldeira (só escrever o nome dele e rodaviva tem uma entrevista que ele discute esse momento,claro que é versão dele).

Ainda nos costumes, li algo do Luis Mott que tem uma visão bem peculiar de história, por ser um militante da causa gay, mas dos casos que li da obra dele levantou a punição a sodomia era o exílio na África.

Mas, concluindo acredito que existe inquisições ligadas as coroas, tem caráter político,mas também reprimem a cultura e fés contrárias a ortodoxia, mas para saber o caso ao meu ver só vendo um a um e as motivações.

(1) Tem uma série La sangre y la ceniza não sei como mas vi o último capitulo que acredito tenha sido na TV cultura (estatal de radiotelevisão do Estado de São Paulo).

OBS: Sobre perseguição aos costumes tem a série The Miniaturist (https://www.imdb.com/list/ls021743312) que se passa na Antuérpia do XVII.
Helder Fialho
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by Helder Fialho »

Descobri hoje este caso de censura. A notícia é de hoje, é um caso recente e passa-se na Rússia. O artigo está muito bom e muito completo. Tomei a liberdade de traduzir o artigo do site da Rádio Europa Livre para quem não dominar bem o Inglês.


Link da notícia: https://www.rferl.org/a/spooked-officia ... 30563.html


Funcionário assustado proíbe a rodagem de filme de terror na "Cidade dos Mortos" do Sul da Rússia


DARGAVS, Rússia -- Um estúdio de Moscovo afastou os planos para filmar um thriller de terror de baixo orçamento nas proximidades de uma lendária necrópole medieval na aldeia de Dargavs no Sul da Rússia.

Tudo porque um representante regional da República da Ossétia do Norte-Alânia, responsável pela "cidade dos mortos" de Dargavs, ao ler o guião do filme, assustou-se e recusou conceder autorização ao estúdio para que o filme fosse rodado naquele local.

Contudo, a última palavra pode ser mesmo da Sort Films, a empresa por detrás do filme.

A produtora Alla Efremova diz que os seus (NOTA MINHA: não conheço nem consegui encontrar uma tradução para português suficientemente boa que se adequasse a 'location scouts'. São os "olheiros" que os estúdios mandam, quais enviados especiais, à procura dos melhores locais para filmar as cenas para os filmes) já fizeram gravações da necrópole suficientes para o filme, que tem o título provisório de "A Cidade dos Mortos". Afirma ainda que o que falta filmar desta produção de 1 milhão de dólares será filmado "noutro sítio qualquer" no Cáucaso.





A Lenda da Cidade dos Mortos

O complexo da necrópole perto de Dargavs é constituído por quase 100 criptas com telhados de forma em bico e túmulos abertos que contêm centenas de ossos de enterros colectivos.

Datadas do século XIV, as criptas de pedra estão dispostas numa encosta com vista para o rio Midagrabindon, como se de uma pequena cidade se tratasse, e rodeadas pelas Montanhas do Cáucaso.

Na aldeia de Dargavs, situada nas proximidades, abundam superstições e lendas locais. Uma delas diz que quem se atrever a andar neste cemitério sagrado não sai de lá vivo. Outras histórias associam inevitavelmente a necrópole a surtos de doenças, a pragas que ao longo dos séculos dizimaram a população das redondezas de Dargavs.



Image

(Fotografia da necrópole perto da aldeia de Dargavs. Parecem pequenas casas mas são criptas nas quais os habitantes de Dargavs enterravam os seus mortos. Cada "casa" pode ter vários corpos enterrados ao mesmo tempo)



Efrenova diz à RFE/RL (NOTA MINHA: estas são as siglas da Rádio Europa Livre/Rádio Liberdade) que o tema central desta longa-metragem de 90 minutos falada em Inglês vem de uma lenda que um idoso da aldeia contou aos (NOTA MINHA: mais uma vez os 'location scouts') quando vieram pela primeira vez a Dargavs em 2015. Segundo essa lenda, relata Efremova, a cidade dos mortos foi construída para receber (NOTA MINHA: por "receber" entenda-se: receber os cadáveres das pessoas que tinham falecido) as vítimas de uma praga lançada pelos deuses antigos que se irritaram pela forma como, 300 anos antes, naquele local, os habitantes da aldeia maltrataram uma jovem.

A lenda diz que a mulher encantava com a sua beleza todos os homens em Dargavs, o que levou a brigas mortais entre eles (NOTA MINHA: achei curioso que, até esta parte, a história da lenda é muito parecida à do filme português "O Crime da Aldeia Velha" de Manuel Guimarães, adaptado a partir da Peça de Bernardo Santareno do mesmo nome que, por sua vez, foi baseada num caso verídico, no qual também está presente a mesma situação de mulher bela em aldeia conservadora e ignorante -> homens loucamente apaixonados pela mulher -> conflitos entre os homens -> encanto que a mulher gera nos homens associado pelos aldeãos a bruxaria e feitiçaria) e apelos da população aos anciãos da aldeia para que decidissem quem deveria casar com ela.

Os anciãos da aldeia aperceberam-se de que esta mulher era a fonte destes conflitos mas eles também se apaixonaram por ela e estavam demasiado ciumentos para expulsarem-na da aldeia porque não queriam que um homem de outra aldeia casasse com ela.

Reza a lenda de que a solução a que chegaram foi matar a mulher (NOTA MINHA: Em "O Crime da Aldeia Velha", a mulher também é morta pelos habitantes da aldeia) - uma decisão que trouxe uma maldição negra a Dargavs.
Effremova descreve o seu filme como um "thriller místico de terror" passado na actualidade, no qual dois casais americanos viajam a Dargavs desconhecendo totalmente a sua maldição sobrenatural ou os terrores sanguinários que estão prestes a suceder-lhes.




"Na nossa terra, não"

O Director do Museu Nacional da Ossétia do Norte, Valery Kubalov, ficou relutante quando, no início do ano, a Sort Films lhe pediu autorização para filmar na aldeia e no local dos enterros, ambos sob a sua jurisdição administrativa, na medida em que abrangem um terreno de 17 quilómetros classificado como um museu ao ar livre.

"Eram pessoas estranhas com intenções pouco claras e não vão rodar filmes desse género na nossa terra", disse Kubalov à REL/RL. "Pedi-lhes para me mostrarem o guião e enviaram-me uma versão em rascunho. Era baseado numa história que lhes tinha sido contada por um residente da aldeia durante a visita anterior que tinham feito. Mais tarde, repreendi o homem por ter feito isso."

"Ele contou-lhes uma história totalmente fictícia que faz com que os Ossetianos / Ossetinos / Ossétios (NOTA MINHA: não sei como se designa em português os nomes dos habitantes da Ossétia :-P ) fiquem muito mal vistos", explicou Kubalov. "Disse-lhes para alterarem o guião e então depois poderíamos continuar a conversar. Eles alteraram-no mas a nova versão também era questionável - por isso recusei dar-lhes autorização".

Efremova, que se diz "meio-Ossétiana/Ossétina/Ossétia, nascida em Moscovo", diz que está a preparar uma carta formal para o Governo Regional da Ossétia do Norte e para o Ministério da Cultura a pedir uma investigação. "Este é um projecto internacional e era uma grande hipótese da Ossétia ser representada no mercado do cinema internacional", disse.

Yelizaveta Florentyeva, uma funcionária da Sort Films que visitou recentemente a Ossétia do Norte numa tentativa falhada de retomar as filmagens no local, diz que um dos principais objectivos do filme é "mostrar ao público do Ocidente a Rússia como ela é e não da forma como os realizadores ocidentais a retratam".

"Queríamos mostrar a Ossétia com a sua cultura, natureza e história particulares", diz Forentyeva.

"Isto é censura", diz Efremova, e acrescenta que é muito pouco habitual um administrador local dar indicações no sentido de alterar o guião de uma longa-metragem. "Há muitas coisas que queríamos manter no guião e que eles queriam que nós retirássemos", acrescenta. "Acima de tudo, queriam que retirássemos a lenda que forma o tema central do filme".

"O nosso filme não é histórico. É uma longa-metragem de ficção. Mas eles disseram que se não retirarmos a lenda do guião, farão tudo o que puderem para nos impedir de filmar lá".




"Não é um filme de zombies"

Florentyeva diz que os planos para a rodagem do filme na Ossétia do Norte foram postos em causa por uma campanha lançada na semana passada nas redes sociais, após Kubalov ter percebido que a equipa de realização do filme não iria apagar a lenda do guião.

Ela diz que foi feita uma série de posts nas redes sociais cujos autores são "detractores que obviamente tiveram acesso a detalhes do guião a partir da versão em rascunho que tinha sido enviada a Kubalov".

"Eles fizeram afirmações em que deturparam a história do filme", o que alimentou um escândalo na Ossétia do Norte, com alegações de que um "filme de zombies" iria ser feito no "cemitério sagrado", diz Florentyeva. "Apresentaram o nosso projecto de uma forma negativa e fizeram com que fosse impossível fazer mais negociações com as autoridades".

Apesar do enredo ter semelhanças com o do filme de terror sobrenatural de 1981 "Evil Dead" (A Noite dos Mortos-Vivos, na versão portuguesa) de Sam Raimi e do título ser parecido com o do filme de zombies italiano de 1980 "City of the Living Dead" (Os Mistérios da Cidade Maldita, na versão portuguesa) de Lucio Fulci, Efremova insiste que o seu filme "não é um filme de zombies".

Contudo, a realizadora não vai esperar por uma resposta à carta que vai enviar ao Governo Regional da Ossétia do Norte em Vladikavkaz. A sua equipa já descobriu locais alternativos fora da Ossétia do Norte onde poderão filmar as cenas da aldeia de Dargavs e cenas de intensidade dramática.

Ela diz que há muitos outros sítios no Cáucaso onde as paisagens naturais são parecidas às das proximidades de Dargavs e onde a sua equipa será bem-vinda.

Na lista de alternativas estão incluídos lugares noutras zonas do Sul da Rússia, Arménia, Azerbaijão, Geórgia e a sua região separatista da Abecásia.

Ela diz que essas imagens podem ser editadas facilmente utilizando gravações de teste que os seus (NOTA MINHA: mais uma vez os 'location scouts') conseguiram fazer na necrópole no decorrer das visitas anteriores a Dargavs.

Mas, no fim de contas, diz Efremova, a sua equipa de filmagens terá de decidir se todas as referências a Dargavs e à Ossétia do Norte devem ou não ser retiradas do diálogo no guião.




Mais dados sobre a necrópole de Dargavs:

Na Wikipedia é referido que era costume os habitantes de Dargavs enterrarem os seus familiares falecidos em pequenos barcos de madeira e que, apesar de não haver rios navegáveis nas redondezas, eles faziam isto à mesma porque acreditavam que, após a morte, as almas dos mortos tinham de atravessar um grande rio.
Diz-se que quando havia pragas que dizimavam famílias inteiras, as pessoas de família que já estivessem muito mal e sem salvação possível e que, uma vez mortas, não haveria ninguém para as enterrar, dirigiam-se às criptas das suas famílias e simplesmente deixavam-se lá ficar aguardando (literalmente) pela sua morte.

Há muitas moedas espalhadas pelo chão na necrópole. Isso acontece porque as pessoas da Ossétia do Norte lançavam uma moeda por cada pessoa de família falecida. Eles acreditavam que se a moeda batesse na pedra da cripta, significava que a alma da pessoa morta tinha chegado ao Céu/Paraíso. Também faziam isto em frente a pequenos poços que estão à frente de cada cripta.

Actualmente, quase nenhum dos habitantes de Dargavs vai à necrópole. Um dos motivos é por causa da superstição referida no artigo de que qualquer pessoa que vá lá, morre.
Last edited by Helder Fialho on July 5th, 2018, 3:36 pm, edited 10 times in total.
technicolor
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by technicolor »

Helder Fialho wrote: July 2nd, 2018, 2:11 am Descobri hoje este caso de censura. A notícia é de hoje, é um caso recente e passa-se na Rússia. É absolutamente incrível e o artigo está muito bom e muito completo. Tomei a liberdade de traduzir o artigo do site da Rádio Europa Livre para quem não dominar bem o Inglês.


Link da notícia: https://www.rferl.org/a/spooked-officia ... 30563.html


Título: Funcionário assustado proíbe a rodagem de filme de terror na "Cidade dos Mortos" do Sul da Rússia


DARGAVS, Rússia -- Um estúdio de Moscovo afastou os planos para filmar um thriller de terror de baixo orçamento nas proximidades de uma lendária necrópole medieval na aldeia de Dargavs no Sul da Rússia.

Tudo porque um representante regional da República da Ossétia do Norte-Alânia, responsável pela "cidade dos mortos" de Dargavs, ao ler o guião do filme, assustou-se e recusou conceder autorização ao estúdio para que o filme fosse rodado naquele local.

Contudo, a última palavra pode ser mesmo da Sort Films, a empresa por detrás do filme.

A produtora Alla Efremova diz que os seus (NOTA MINHA: não conheço nem consegui encontrar uma tradução para português suficientemente boa que se adequasse a 'location scouts'. São os "olheiros" que os estúdios mandam, quais enviados especiais, à procura dos melhores locais para filmar as cenas para os filmes) já fizeram gravações da necrópole suficientes para o filme, que tem o título provisório de "A Cidade dos Mortos". Afirma ainda que o que falta filmar desta produção de 1 milhão de dólares será filmado "noutro sítio qualquer" no Cáucaso.





A LENDA DA CIDADE DOS MORTOS

O complexo da necrópole perto de Dargavs é constituído por quase 100 criptas com telhados de forma em bico e túmulos abertos que contêm centenas de ossos de enterros colectivos.

Datadas do século XIV, as criptas de pedra estão dispostas numa encosta com vista para o rio Midagrabindon, como se de uma pequena cidade se tratasse, e rodeadas pelas Montanhas do Cáucaso.

Na aldeia de Dargavs, situada nas proximidades, abundam superstições e lendas locais. Uma delas diz que quem se atrever a andar neste cemitério sagrado não sai de lá vivo. Outras histórias associam inevitavelmente a necrópole a surtos de doenças, a pragas que ao longo dos séculos dizimaram a população das redondezas de Dargavs.



Image

(Fotografia da necrópole perto da aldeia de Dargavs)



Efrenova diz à RFE/RL (NOTA MINHA: estas são as siglas da Rádio Europa Livre/Rádio Liberdade) que o tema central desta longa-metragem de 90 minutos falada em Inglês vem de uma lenda que um idoso da aldeia contou aos (NOTA MINHA: mais uma vez os 'location scouts') quando vieram pela primeira vez a Dargavs em 2015. Segundo essa lenda, relata Efremova, a cidade dos mortos foi construída para receber (NOTA MINHA: por "receber" entenda-se: receber os cadáveres das pessoas que tinham falecido) as vítimas de uma praga lançada pelos deuses antigos que se irritaram pela forma como 300 anos antes naquele local os habitantes da aldeia maltrataram uma jovem.

A lenda diz que a mulher encantava com a sua beleza todos os homens em Dargavs, o que levou a brigas mortais entre eles (NOTA MINHA: achei curioso que, até esta parte, a história da lenda é muito parecida à do filme português "O Crime da Aldeia Velha" de Manuel Guimarães, adaptado a partir da Peça de Bernardo Santareno do mesmo nome que, por sua vez, foi baseada num caso verídico, no qual também está presente a mesma situação de mulher bela em aldeia conservadora e ignorante -> homens loucamente apaixonados pela mulher -> conflitos entre os homens -> encanto que a mulher gera nos homens associado pelos aldeãos a bruxaria e feitiçaria) e apelos da população aos anciãos da aldeia para que decidissem quem deveria casar com ela.

Os anciãos da aldeia aperceberam-se de que esta mulher era a fonte destes conflitos mas eles também se apaixonaram por ela e estavam demasiado ciumentos para expulsarem-na da aldeia porque não queriam que um homem de outra aldeia casasse com ela.

Reza a lenda de que a solução a que chegaram foi matar a mulher (NOTA MINHA: Em "O Crime da Aldeia Velha", a mulher também é morta pelos habitantes da aldeia) - uma decisão que trouxe uma maldição negra a Dargavs.
Effremova descreve o seu filme como um "thriller místico de terror" passado na actualidade, no qual dois casais americanos viajam a Dargavs desconhecendo totalmente a sua maldição sobrenatural ou os terrores sanguinários que estão prestes a suceder-lhes.




"NA NOSSA TERRA, NÃO"

O Director do Museu Nacional da Ossétia do Norte, Valery Kubalov, ficou relutante quando, no início do ano, a Sort Films lhe pediu autorização para filmar na aldeia e no local dos enterros, ambos sob a sua jurisdição administrativa, na medida em que abrangem um terreno de 17 quilómetros classificado como um museu ao ar livre.

"Eram pessoas estranhas com intenções pouco claras e não vão rodar filmes desse género na nossa terra", disse Kubalov à REL/RL. "Pedi-lhes para me mostrarem o guião e enviaram-me uma versão em rascunho. Era baseado numa história que lhes tinha sido contada por um residente da aldeia durante a visita anterior que tinham feito. Mais tarde, repreendi o homem por ter feito isso."

"Ele contou-lhes uma história totalmente fictícia que faz com que os Ossetianos / Ossetinos / Ossétios (NOTA MINHA: não sei como se designa em português os nomes dos habitantes da Ossétia :-P ) fiquem muito mal vistos", explicou Kubalov. "Disse-lhes para alterarem o guião e então depois poderíamos continuar a conversar. Eles alteraram-no mas a nova versão também era questionável - por isso recusei dar-lhes autorização".

Efremova, que se diz "meio-Ossétiana/Ossétina/Ossétia, nascida em Moscovo", diz que está a preparar uma carta formal para o Governo Regional da Ossétia do Norte e para o Ministério da Cultura a pedir uma investigação. "Este é um projecto internacional e era uma grande hipótese da Ossétia ser representada no mercado do cinema internacional", disse.

Yelizaveta Florentyeva, uma funcionária da Sort Films que visitou recentemente a Ossétia do Norte numa tentativa falhada de retomar as filmagens no local, diz que um dos principais objectivos do filme é "mostrar ao público do Ocidente a Rússia como ela é e não da forma como os realizadores ocidentais a retratam".

"Queríamos mostrar a Ossétia com a sua cultura, natureza e história particulares", diz Forentyeva.

"Isto é censura", diz Efremova, e acrescenta que é muito pouco habitual um administrador local dar indicações no sentido de alterar o guião de uma longa-metragem. "Há muitas coisas que queríamos manter no guião e que eles queriam que nós retirássemos", acrescenta. "Acima de tudo, queriam que retirássemos a lenda que forma o tema central do filme".

"O nosso filme não é histórico. É uma longa-metragem de ficção. Mas eles disseram que se não retirarmos a lenda do guião, farão tudo o que puderem para nos impedir de filmar lá".




"ISTO NÃO É UM FILME DE ZOMBIES"

Florentyeva diz que os planos para a rodagem do filme na Ossétia do Norte foram postos em causa por uma campanha lançada na semana passada nas redes sociais, após Kubalov ter percebido que a equipa de realização do filme não iria apagar a lenda do guião.

Ela diz que foi feita uma série de posts nas redes sociais cujos autores são "detractores que obviamente tiveram acesso a detalhes do guião a partir da versão em rascunho que tinha sido enviada a Kubalov".

"Eles fizeram afirmações em que deturparam a história do filme", o que alimentou um escândalo na Ossétia do Norte, com alegações de que um "filme de zombies" iria ser feito no "cemitério sagrado", diz Florentyeva. "Apresentaram o nosso projecto de uma forma negativa e fizeram com que fosse impossível fazer mais negociações com as autoridades".

Apesar do enredo ter semelhanças com o do filme de terror sobrenatural de 1981 "Evil Dead" (A Noite dos Mortos-Vivos, na versão portuguesa) de Sam Raimi e do título ser parecido com o do filme de zombies italiano de 1980 "City of the Living Dead" (Os Mistérios da Cidade Maldita, na versão portuguesa) de Lucio Fulci, Efremova insiste que o seu filme "não é um filme de zombies".

Contudo, a realizadora não vai esperar por uma resposta à carta que vai enviar ao Governo Regional da Ossétia do Norte em Vladikavkaz. A sua equipa já descobriu locais alternativos fora da Ossétia do Norte onde poderão filmar as cenas da aldeia de Dargavs e cenas de intensidade dramática.

Ela diz que há muitos outros sítios no Cáucaso onde as paisagens naturais são parecidas às das proximidades de Dargavs e onde a sua equipa será bem-vinda.

Na lista de alternativas estão incluídos lugares noutras zonas do Sul da Rússia, Arménia, Azerbaijão, Geórgia e a sua região separatista da Abecásia.

Ela diz que essas imagens podem ser editadas facilmente utilizando gravações de teste que os seus (NOTA MINHA: mais uma vez os 'location scouts') conseguiram fazer na necrópole no decorrer das visitas anteriores a Dargavs.

Mas, no fim de contas, diz Efremova, a sua equipa de filmagens terá de decidir se todas as referências a Dargavs e à Ossétia do Norte devem ou não ser retiradas do diálogo no guião.
Notícia interessante à qual só tenho dois pequenos reparos;

1º A " Rádio Europa Livre" foi (e ainda o é :wink: )uma estação de propaganda controlada pela CIA https://en.wikipedia.org/wiki/Radio_Fre ... io_Liberty que teve (tem ?) emissores em Portugal desde os anos 50 http://www.aminharadio.com/radio/raret_raret (é um facto devidamente documentado) logo, a mim, uma notícia sobre uma questão interna Russa com origem nesta organização, causa-me algum "prurido". Se fosse a fonte a BBC o mesmo a Europe 1 ...

2º O monumento em questão é um património precioso(e único) e o director/responsável do mesmo terá toda a autoridade para barrar o acesso ao local a produtoras cinematográficas (ou outras entidades) cujas as intenções lhe ofereçam dúvidas sobre a utilização que vai ser feita, desse património: É essa a função para a qual foi nomeado. O mesmo se passa com os nossos monumentos e com toda a legitimidade, não se tratando, a meu ver, de censura mas sim de proteger/preservar os locais.
Actualmente a tecnologia 3D permite (com grande realismo) simular todos os cenários, desde as pirâmides do Egipto até Fort Knox :mrgreen: pelo que o acesso ao local não é estritamente necessário para conclusão do projecto seja qual for a sua "qualidade artística"

Posto isto peço desculpa pois não é meu hábito entrar em polémicas destas por aqui mas achei importante o esclarecimento salut-)
Helder Fialho
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by Helder Fialho »

technicolor wrote: July 2nd, 2018, 7:15 pm
Notícia interessante à qual só tenho dois pequenos reparos;

1º A " Rádio Europa Livre" foi (e ainda o é :wink: )uma estação de propaganda controlada pela CIA https://en.wikipedia.org/wiki/Radio_Fre ... io_Liberty que teve (tem ?) emissores em Portugal desde os anos 50 http://www.aminharadio.com/radio/raret_raret (é um facto devidamente documentado) logo, a mim, uma notícia sobre uma questão interna Russa com origem nesta organização, causa-me algum "prurido". Se fosse a fonte a BBC o mesmo a Europe 1 ...

2º O monumento em questão é um património precioso(e único) e o director/responsável do mesmo terá toda a autoridade para barrar o acesso ao local a produtoras cinematográficas (ou outras entidades) cujas as intenções lhe ofereçam dúvidas sobre a utilização que vai ser feita, desse património: É essa a função para a qual foi nomeado. O mesmo se passa com os nossos monumentos e com toda a legitimidade, não se tratando, a meu ver, de censura mas sim de proteger/preservar os locais.
Actualmente a tecnologia 3D permite (com grande realismo) simular todos os cenários, desde as pirâmides do Egipto até Fort Knox :mrgreen: pelo que o acesso ao local não é estritamente necessário para conclusão do projecto seja qual for a sua "qualidade artística"


Muito sinceramente não tive isso em consideração porque não sabia que a Rádio Europa Livre é de propaganda. Conhecia o nome vagamente mas desconhecia o posicionamento político-ideológico. Como as únicas palavras de russo que sei são priviet (olá) e spasiba (obrigado) e não percebo nada do alfabeto cirílico, nem me atrevi a procurar nos sites de notícias russos mas estive a procurar se mais algum órgão de comunicação social internacional fala neste caso de Dargavs e não encontrei nenhuma referência, o que, de facto, pode levantar suspeitas sobre a própria veracidade da notícia. Concretamente sobre o filme, no IMDB há uma referência a um City of the Dead de 2018 mas é um documentário em que o realizador se chama Miguel Eek, portanto nada a ver com esta produção russa, mas também o nome deste filme russo ainda é um nome provisório. Pessoalmente, não ponho muito a mão no fogo pela BBC.. a imprensa ocidental também faz propaganda quando convém aos poderes instituídos. Todos fazem, de um lado e do outro da "barricada". Lembro-me bem que a CNN fez muita coisa para ajudar a vender a guerra no Iraque e a narrativa de que o Saddam Hussein tinha armas de destruição maciça e afinal...


Concordo totalmente que é necessário preservar o monumento e mantê-lo afastado de "mãos sujas" mas os argumentos que o director do Museu da Ossétia do Norte dá para justificar não dar autorização para filmar na necrópole de Dargavs, uns são vagos e omissos e outros são absurdos. Primeiro diz que eles (a equipa de realização) eram pessoas muito estranhas e que tinham intenções pouco claras. O que é uma pessoa estranha? Depois não diz em que medida é que, no seu entender, as intenções deles não foram claras. Quando se reuniram com ele para lhe pedir autorização para filmar, eles terão dito algo que o fez desconfiar de alguma coisa porque ele ficou com suspeitas mas não diz o que terá sido. Se ficou com suspeitas, porque é que não as verbalizou quando foi entrevistado pelo jornalista? Acho que as intenções foram claras, eles só pretendiam fazer filmagens no local. Não seria certamente fazer graffitis nas paredes das criptas ou causar outros danos. Ou isto ou então há uma omissão propositada de dados da parte da Rádio Europa Livre, fruto de uma eventual triagem do que convém dizer ou não por motivos políticos. "They will not shoot movies like that in our country", disse ele. O "that" naquela fase inicial da notícia não se percebe bem a que se refere, só se percebe mais tarde que se refere a terror e, mais concretamente, a zombies, quando a realizadora fala na campanha feita para "poluir" o ambiente criando um clima de multidão em motim com laivos de Inquisição com a distorção que foi feita junto da população para passar a ideia de que o filme era de zombies. O medo é um excelente catalisador para levar as pessoas a fazer muita coisa. Os habitantes devem ter ficado assustados e ofendidos porque podem ter pensado que, e aqui vou conjecturar, se o filme era de zombies (a realizadora diz que não é mas não sabemos realmente), a realizadora aproveitaria a questão das pessoas enterradas nas criptas do cemitério de Dargavs (e essas pessoas existiram) para fazer com que no filme se transformassem em zombies ou então as pessoas da aldeia tiveram medo de que as filmagens no local fossem perturbar os mortos. Depois ele refere a lenda que o habitante da aldeia lhes contou e que é o ponto principal de discórdia entre ele e a equipa do filme porque ele não quer que as referências à lenda constem do guião do filme e, consequentemente, do filme propriamente dito. Ele disse que repreendeu o homem por ter contado a lenda à equipa do filme. Porquê? Se a lenda existe, porque é que ele não quis que ela se soubesse, que ela fosse divulgada, neste caso contada à equipa de realização do filme? Ele justifica dizendo que o homem contou-lhes uma história totalmente fictícia. Todas as histórias das lendas são fictícias ou têm 95% de ficção, por isso é que são lendas e não factos. Mas normalmente há um mínimo de realidade e de facto histórico nelas. Parece-me que o director está a esconder alguma coisa (ou algumas coisas) e deve estar com receio de que fique exposto esse mínimo de história que terá dado forma à lenda e que, segundo ele, faz com que os habitantes da Ossétia fiquem mal vistos. Porque é que ele quis que apagassem a lenda do guião? Para mim, esse receio deve estar relacionado com a parte da lenda em que eles mataram a mulher, mas isto sou eu a especular. Mas também vejo o outro lado da questão porque "quem conta um conto, acrescenta um ponto". É possível que a história da lenda tenha tido partes que foram sendo adicionadas ao longo dos séculos e que a versão actual esteja já muito longe da primeira e que seria, nesse caso, a original. Também é possível que isto tenha acontecido.

Relativamente à tecnologia 3D, isso é verdade mas imagino que, para ter acesso a isso, é preciso gastar muito dinheiro e o filme é de baixo orçamento, provavelmente um b movie, por isso não acredito que eles tenham recursos financeiros para recorrer à tecnologia 3D.
Helder Fialho
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by Helder Fialho »

Lembrei-me de um caso em Portugal que li há uns tempos e no qual, ainda que, felizmente, o filme não tenha chegado a ser efectivamente censurado e proibida a sua exibição nas salas, foi alvo de uma tentativa de proibição.
No dia 3 de Abril de 1979, estreou o filme "As Horas de Maria", do realizador António de Macedo, falecido recentemente. A Igreja Católica criticou publicamente o filme por várias coisas, entre as quais o facto de o filme pôr em dúvida que a Virgem Maria fosse virgem, tendo afirmado que o filme era blasfemo. O filme, de facto, posso confirmar, arrasa a Igreja Católica de uma ponta à outra.



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João Bénard da Costa, antigo Director da Cinemateca (retirado da Wikipedia):

"O realizador, baseado nos chamados Evangelhos Apócrifos, propunha uma visão não transcendental de Jesus e punha em causa a virginidade de Maria». (João Bénard da Costa, Histórias do Cinema, Sínteses da Cultura Portuguesa, Europália 1991, ed. Imprensa Nacional)


Neste dia no Cinema Nimas (presumo que o actual Espaço Nimas) em Lisboa, várias pessoas ligadas a uma seita religiosa (penso que a Opus Dei), dirigiram-se ao cinema e protestaram contra a estreia do filme, tentando mesmo impedir as pessoas de entrarem no cinema para vê-lo e até insultando-as. Várias dessas pessoas colocaram-se de joelhos nos passeios com as mãos juntas a rezar terços e Pais Nossos e até orações para que a alma do realizador do filme pudesse ser salva, porque consideravam que ele estava possuído pelo Diabo. Outras creio ter lido que trouxeram chicotes, puseram-se de joelhos e chicotearam-se nas costas em penitência e gritavam. O realizador António de Macedo foi considerado blasfemo pela Igreja Católica e chegou a receber ameaças de morte. Uma coisa absolutamente louca e incrível no nosso País, cinco anos depois do 25 de Abril!

Ainda na Wikipedia pode ler-se:

Na estreia, a 3 de Abril de 1979, um evento insólito deu relevo ao filme nos meios de comunicação e gerou considerável polémica: um grupo agressivo de manifestantes de direita, sentindo-se apoiados pelo repúdio já manifestado pela Igreja católica, que achava a obra blasfema, insultaram e agrediram espectadores em frente da sala – o Nimas, na Av.5 de Outubro, em Lisboa, – com actos violentos e apedrejamentos. O ritual manter-se-ia por vários dias, com agrupamentos a rezar o terço e a entoar ladainhas para a conversão de Macedo, dos espectadores contaminados, dos fãs heréticos.
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by rui sousa »

Helder Fialho wrote: July 9th, 2018, 9:45 pm Na estreia, a 3 de Abril de 1979, um evento insólito deu relevo ao filme nos meios de comunicação e gerou considerável polémica: um grupo agressivo de manifestantes de direita, sentindo-se apoiados pelo repúdio já manifestado pela Igreja católica, que achava a obra blasfema, insultaram e agrediram espectadores em frente da sala – o Nimas, na Av.5 de Outubro, em Lisboa, – com actos violentos e apedrejamentos. O ritual manter-se-ia por vários dias, com agrupamentos a rezar o terço e a entoar ladainhas para a conversão de Macedo, dos espectadores contaminados, dos fãs heréticos.
Se puderem vejam "Nos interstícios da Realidade", o interessantíssimo documentário sobre António de Macedo que fala desta e outras polémicas! Tem sido exibido na RTP2 de tempos a tempos.
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by Helder Fialho »

rui sousa wrote: July 10th, 2018, 4:06 pmSe puderem vejam "Nos interstícios da Realidade", o interessantíssimo documentário sobre António de Macedo que fala desta e outras polémicas! Tem sido exibido na RTP2 de tempos a tempos.
Ainda não o vi e adorava!
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by technicolor »

rui sousa wrote: July 10th, 2018, 4:06 pm
Helder Fialho wrote: July 9th, 2018, 9:45 pm Na estreia, a 3 de Abril de 1979, um evento insólito deu relevo ao filme nos meios de comunicação e gerou considerável polémica: um grupo agressivo de manifestantes de direita, sentindo-se apoiados pelo repúdio já manifestado pela Igreja católica, que achava a obra blasfema, insultaram e agrediram espectadores em frente da sala – o Nimas, na Av.5 de Outubro, em Lisboa, – com actos violentos e apedrejamentos. O ritual manter-se-ia por vários dias, com agrupamentos a rezar o terço e a entoar ladainhas para a conversão de Macedo, dos espectadores contaminados, dos fãs heréticos.
Se puderem vejam "Nos interstícios da Realidade", o interessantíssimo documentário sobre António de Macedo que fala desta e outras polémicas! Tem sido exibido na RTP2 de tempos a tempos.

Uma sugestão complementar: António Macedo, o cineasta inconformado



uma conversa informal sobre as dificuldades que este realizador teve com destaque especial para produção do seu celebre A Promessa ...o qual infelizmente nunca foi passado digital e do qual só tenho uma cópia "ilegal" (com qualidade "broadcast" 625 linhas ) gentilmente cedida por um membro aqui do forum a quem estou extremamente grato :wink: salut-)
Last edited by technicolor on July 13th, 2018, 10:18 am, edited 1 time in total.
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by rui sousa »

technicolor wrote: July 12th, 2018, 10:40 pm uma conversa informal sobre as dificuldades que este realizador teve com a censura nos tempos da ditadura com destaque especial para o seu celebre A Promessa ...o qual infelizmente nunca foi passado digital e do qual só tenho uma cópia "ilegal" (com qualidade "broadcast" 625 linhas ) gentilmente cedida por um membro aqui do forum a quem estou extremamente grato :wink: salut-)
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Acuso-me porque não considero pirataria divulgar filmes que nunca estiveram disponíveis.
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by technicolor »

off-topic
rui sousa wrote: July 12th, 2018, 11:23 pm
:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

Acuso-me porque não considero pirataria divulgar filmes que nunca estiveram disponíveis.
Confirmo... e reafirmo a gratidão: Obrigado Rui Sousa, graças à tua generosidade tenho tido a possibilidade de divulgar (bastante) esta obra junto de amigos meus que não a conheciam ...e que sistematicamente me questionam sobre esta e outras lacunas na edição de cinema português dos anos 60/70
Fica outro exemplo (ridículo) de mais uma interessante obra de AM "A maldição de Marialva" que só encontrei dobrado em italiano :shock: grr-)



Que tristeza de país o-(
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by Helder Fialho »

Descobri o António de Macedo há dois anos graças a este artigo, cujo título me chamou a atenção:

https://observador.pt/2016/10/29/e-como ... invisivel/

Sinceramente não conhecia absolutamente nada dele, e conheço a obra de realizadores portugueses de cinema de autor bastante obscuros como o António Reis, por exemplo. Fiquei revoltado ao ler as coisas que lhe fizeram! O artigo fala bastante sobre isso. Ele fez os únicos filmes de cinema fantástico em português até ao Tiago Guedes com o Coisa Ruim e outros! É incrível como nenhum dos filmes dele está disponível em DVD! Acho que nem em VHS saíram! Ainda não os vi todos mas os que vi tive de ver no youtube porque não estão disponíveis em mais lado nenhum. A Maldição do Marialva só está em italiano mas eu não percebo italiano, por isso tive de desistir com muita pena minha...
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by rui sousa »

O Domingo à Tarde foi lançado em DVD e está disponível nas Fnacs. De resto é esperar que apareçam melhores cópias dos restantes filmes... Até lá é ir divulgando as contrafacções, a única maneira de ver uma boa parte do cinema português.
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by Helder Fialho »

rui sousa wrote: July 14th, 2018, 1:36 am O Domingo à Tarde foi lançado em DVD e está disponível nas Fnacs. De resto é esperar que apareçam melhores cópias dos restantes filmes... Até lá é ir divulgando as contrafacções, a única maneira de ver uma boa parte do cinema português.

Ah foi? Não sabia... bem, mais vale tarde do que nunca!
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by drakes »

China no aguanta más bromitas sobre Winnie the Pooh y prohíbe el estreno de su próxima película


https://magnet.xataka.com/un-mundo-fasc ... ign=repost
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Re: Censura no Cinema e TV: Antes e agora...

Post by technicolor »

Uns a proibir Grr:-) outros "contracorrente" :-))) ... aqui vai uma em especial para o "Luso-espanhol" Zé D'Adega salut-)
Prohibido prohibir cine
La sexta edición del ciclo ‘Lo + Prohibido’ lleva a la sala Artistic Metropol de Madrid películas censuradas, retiradas de la exhibición o envueltas en polémica
mais informação no link

https://elpais.com/ccaa/2018/08/08/madr ... 74733.html
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