Nymphomaniac (2013) - Lars von Trier

[rui sousa]

A DC passou há dias no LEFFEST. Volta a repetir amanhã, às 18:30, no Monumental. Tem 314 minutos.

[PanterA]

A Saída do Bluray está para breve:

http://www.amazon.com/Nymphomaniac-Exte ... B00MVIYMG2

É mesmo essa que espero. Mas podia jurar que era para mais cedo.

Mas também quem já esperou este tempo todo, espera mais umas semanas.

[PanterA]

Só hoje é que meti as mãos no Nymphomaniac porque decidi esperar pela DC, e ter a certeza que via um filme completo e como o realizador supostamente queria que saísse. Vi as 2 partes seguidas, por isso para mim é como se contasse apenas como 1.

Depois de tudo o que se leu e escreveu à volta do filme, incluindo a brutal polémica que já é conhecida do Von Trier, até pensei que o filme só tivesse aquilo que as pessoas fizeram dele: o grafismo brutal com cenas que certamente não era para todos os estômagos. Um pouco à imagem do Saló, este filme é muito, mas muito mais mais que isso. Sim, ele recorre a isso mesmo para criar uma história onde os tabus não existem, o choque é constante, e a frontalidade com que aborda todas a cenas, por mais puxadas que fossem, não deixa desequilibrar toda uma narrativa que tem o papel principal de se amar ou detestar aquilo que se vai vendo. Daí uma atmosfera seca e dificil de engolir.

Com toda essa envolvência forte que nos é transmitida na 1º pessoa, o verdadeiro sumo de mais de 5h30 de filme, é mesmo o seu argumento. A maneira como nos conseguiu criar várias sensações e uma reflexão mais a fundo sobre tantas mas tantas temática, desde a religião, aborto, homossexualidade, música, sexo vs amor etc etc etc agarra completamente uma pessoa ao ecrã. Lembro-me de todo capitulo do aborto, desde o seu inicio, quando ela passa para o acto em si, e acaba com aquela introspecção do concordo vs não concordo, marcou-me bastante. Sem dúvida a minha parte preferida do filme. Aliás, toda a cena sem esse grafismo brutal tão badalado, não era a mesma coisa.

Só foi pena que a partir ali da 4º hora, tornar-se um bocado melancólico e desviar-se para outras personagens e caminhos que não despertaram assim tanta curiosidade quanto isso. Mas o final certamente que não desiludiu. Já estava era ficar preocupado que tudo aquilo acabasse com um happy ending tão soft como tudo estava a indicar. - Von Trier uma vez mais a não desiludir nesse capitulo.

Para terminar, não deixar de referir a bela OST que o filme possui. Os temas de música clássica escolhidos ao pormenor, juntamente com as músicas do opening/closure fizeram toda a diferença.

8.5/10

[No Angel]

Só hoje é que meti as mãos no Nymphomaniac porque decidi esperar pela DC, e ter a certeza que via um filme completo e como o realizador supostamente queria que saísse. Vi as 2 partes seguidas, por isso para mim é como se contasse apenas como 1.

Depois de tudo o que se leu e escreveu à volta do filme, incluindo a brutal polémica que já é conhecida do Von Trier, até pensei que o filme só tivesse aquilo que as pessoas fizeram dele: o grafismo brutal com cenas que certamente não era para todos os estômagos. Um pouco à imagem do Saló, este filme é muito, mas muito mais mais que isso. Sim, ele recorre a isso mesmo para criar uma história onde os tabus não existem, o choque é constante, e a frontalidade com que aborda todas a cenas, por mais puxadas que fossem, não deixa desequilibrar toda uma narrativa que tem o papel principal de se amar ou detestar aquilo que se vai vendo. Daí uma atmosfera seca e dificil de engolir.

Com toda essa envolvência forte que nos é transmitida na 1º pessoa, o verdadeiro sumo de mais de 5h30 de filme, é mesmo o seu argumento. A maneira como nos conseguiu criar várias sensações e uma reflexão mais a fundo sobre tantas mas tantas temática, desde a religião, aborto, homossexualidade, música, sexo vs amor etc etc etc agarra completamente uma pessoa ao ecrã. Lembro-me de todo capitulo do aborto, desde o seu inicio, quando ela passa para o acto em si, e acaba com aquela introspecção do concordo vs não concordo, marcou-me bastante. Sem dúvida a minha parte preferida do filme. Aliás, toda a cena sem esse grafismo brutal tão badalado, não era a mesma coisa.

Só foi pena que a partir ali da 4º hora, tornar-se um bocado melancólico e desviar-se para outras personagens e caminhos que não despertaram assim tanta curiosidade quanto isso. Mas o final certamente que não desiludiu. Já estava era ficar preocupado que tudo aquilo acabasse com um happy ending tão soft como tudo estava a indicar. - Von Trier uma vez mais a não desiludir nesse capitulo.

Para terminar, não deixar de referir a bela OST que o filme possui. Os temas de música clássica escolhidos ao pormenor, juntamente com as músicas do opening/closure fizeram toda a diferença.

8.5/10

Essa parte do aborto nao estava na versao que vi, de facto.

De resto, detestei o final, pra mim quase que estraga o filme, porque simplesmente NAO TEM NEXO! E simplesmente uma chapada gratuita do von trier ao publico, mais nada. Tendo em conta a dinamica das duas personagens ao longo de todo o filme, aquilo nunca poderia acontecer. Mas enfim, eu prefiro nem pensar nisso...

As partes que eu mais gostei foram aquelas a preto e braco na primeira parte, nela no hospital ou la o que era, e depois as cenas sadomasoquistas.

De resto, nao acho que este seja dos melhores dele, mas nao e mau, ve-se bem.

[PanterA]

Tem, tem bastante nexo. Ter acabado 2 ou 3 minutos mais cedo é que me estragaria um bocado da experiência que foi.

Aliás, o final foi uma metáfora muito bem conseguida entre o bem e o mal. Onde a mulher fazia os juízos de valor que era uma má pessoa tendo em conta a sua vida, e o velho, o grande catalisador do bem, argumentava sempre que aquilo que ela fez era tudo justificado dom x ou y. Com o final vem aquela ironia amarga que afinal nem tudo o que parece é, e na vida há que saber ter atenção aos falsos protagonismos. Foi sem dúvida alguma um murro no estômago daquelas mas pelas melhores razões, visto que acaba por ser ao mesmo tempo um abre-olhos.

Em relação à cena de aborto, foi pena que uma cena tão puxada graficamente como moralmente, não tenha estado na theatrical version. Ainda bem que não fui ver isto ao cinema.

[pedrojamess]

Sem entrar em grandes pormenores até porque irei fazer uma mini-review no meu blog na próxima semana, este foi um dos melhores filmes que assisti em 2014, lindo, magnífico, fenomenal, uma verdadeira obra-prima.

[Cabeças]

Nunca fui apreciador da obra do Lars von Trier. Aliás tenho evitado os filmes dele.
Gostei do Anti-Christ, que acho um bom filme de terror (na minha perspectiva). Ainda não o vi, mas penso que também poderei gostar do "Melancolia".
Mas nunca apreciei a Charlotte e achei gratuita a exposição peniana no início do Anti-Christ. Penso que era desnecessária, e que diminuiu a riqueza do contexto na altura, tornando-o "vulgar".

Aliás a necessidade de chocar com as imagens é algo que me irrita profundamente no Lars. Acho os filmes dele perfeitamente doentios e fazem-me sentir muito desconfortável, um pouco como os filmes do Nicolas Winding Refn. E como eu gosto do Cinema sobretudo numa componente de entretenimento, fujo dos filmes que me fazem sentir mal.

Este "Ninfomaníaca" é dos filmes mais "feios" que já vi. Cinco horas e meia que me forcei a ver, com vontade de desistir quase sempre. A Charlotte como mulher para mim é um bocado repugnante e nada atrativa, o que tornou mais penoso de ver a exposição dela (ou de uma dupla) a todos os níveis. Fiquei quase ao ponto do vómito de ver a vulva dela, o rabo dela, as mamas dela, a cara dela. É um filme que torna o sexo feio e explicita em termos gráficos grande parte da depravação de que o ser humano é capaz. É um filme que acaba por tornar o sexo em algo repulsivo e repugnante, sem qualquer beleza. A parte do aborto é das coisas talvez mais horríveis que já vi em filme, entre muitas outras que o filme tem.

Tem momentos musicais bonitos, alguma fotografia de paisagem bonitas, e uma parte intelectual fornecida pelo homem mais velho que achei interessantes, ou a relação dela com o pai (boa interpretação do Christian Slater, que já não via há muito tempo) quando era pequena e o fascínio elas árvores, bem como o momento perto do final do filme em que ela encontra finalmente a árvore com que se identifica. Mas tudo isto é muito pouco para para tornar este filme minimamente interessante para mim.

A parte final é também um exercício para chocar apenas. Tendo em conta tudo o que se tinha passado e o cavalheiro muito culto que o homem mais velho parecia ser, seria muito mais expectável ele falar com ela mostrando-se interessado em experimentar

até porque era supostamente virgem, o que era uma boa razão

até porque já tinham desenvolvido uma relação com alguma profundidade. Aquele final para mim roçou o ridículo e foi apenas um final que estragou ainda mais um filme que detestei como já não me acontecia há muito tempo relativamente a um filme.

Nunca dou "notas" ou classifico um filme, mas este para mim (com todo o respeito por quem gosta deste filme e do Lars) está na categoria do vómito.

[TheLimey]

Nunca fui apreciador da obra do Lars von Trier. Aliás tenho evitado os filmes dele.
Gostei do Anti-Christ, que acho um bom filme de terror (na minha perspectiva). Ainda não o vi, mas penso que também poderei gostar do "Melancolia".
Mas nunca apreciei a Charlotte e achei gratuita a exposição peniana no início do Anti-Christ. Penso que era desnecessária, e que diminuiu a riqueza do contexto na altura, tornando-o "vulgar".

Aliás a necessidade de chocar com as imagens é algo que me irrita profundamente no Lars. Acho os filmes dele perfeitamente doentios e fazem-me sentir muito desconfortável, um pouco como os filmes do Nicolas Winding Refn. E como eu gosto do Cinema sobretudo numa componente de entretenimento, fujo dos filmes que me fazem sentir mal.

Este "Ninfomaníaca" é dos filmes mais "feios" que já vi. Cinco horas e meia que me forcei a ver, com vontade de desistir quase sempre. A Charlotte como mulher para mim é um bocado repugnante e nada atrativa, o que tornou mais penoso de ver a exposição dela (ou de uma dupla) a todos os níveis. Fiquei quase ao ponto do vómito de ver a vulva dela, o rabo dela, as mamas dela, a cara dela. É um filme que torna o sexo feio e explicita em termos gráficos grande parte da depravação de que o ser humano é capaz. É um filme que acaba por tornar o sexo em algo repulsivo e repugnante, sem qualquer beleza. A parte do aborto é das coisas talvez mais horríveis que já vi em filme, entre muitas outras que o filme tem.

Tem momentos musicais bonitos, alguma fotografia de paisagem bonitas, e uma parte intelectual fornecida pelo homem mais velho que achei interessantes, ou a relação dela com o pai (boa interpretação do Christian Slater, que já não via há muito tempo) quando era pequena e o fascínio elas árvores, bem como o momento perto do final do filme em que ela encontra finalmente a árvore com que se identifica. Mas tudo isto é muito pouco para para tornar este filme minimamente interessante para mim.

A parte final é também um exercício para chocar apenas. Tendo em conta tudo o que se tinha passado e o cavalheiro muito culto que o homem mais velho parecia ser, seria muito mais expectável ele falar com ela mostrando-se interessado em experimentar

até porque era supostamente virgem, o que era uma boa razão

até porque já tinham desenvolvido uma relação com alguma profundidade. Aquele final para mim roçou o ridículo e foi apenas um final que estragou ainda mais um filme que detestei como já não me acontecia há muito tempo relativamente a um filme.

Nunca dou "notas" ou classifico um filme, mas este para mim (com todo o respeito por quem gosta deste filme e do Lars) está na categoria do vómito.

Também detestei A Ninfomaníaca. É um dos piores filmes do Lars von Trier, execrável mesmo.

Agora Europa, Ondas de Paixão, Dogville e Melancolia são fabulosos! Experimenta ver estes e penso que não te vais arrepender.

O Ondas de Paixão é, na minha opinião, um dos melhores filmes da década de 90 e acho que deves começar por vê-lo em primeiro lugar. É a melhor porta de entrada para a obra do von Trier.

[nimzabo]

O Dancer in the Dark e o Riget considero imperdíveis.
Desses que nomeaste gostei menos do Melancolia.

[José]

Nunca fui apreciador da obra do Lars von Trier. Aliás tenho evitado os filmes dele.
Gostei do Anti-Christ, que acho um bom filme de terror (na minha perspectiva). Ainda não o vi, mas penso que também poderei gostar do "Melancolia".
Mas nunca apreciei a Charlotte e achei gratuita a exposição peniana no início do Anti-Christ. Penso que era desnecessária, e que diminuiu a riqueza do contexto na altura, tornando-o "vulgar".

Aliás a necessidade de chocar com as imagens é algo que me irrita profundamente no Lars. Acho os filmes dele perfeitamente doentios e fazem-me sentir muito desconfortável, um pouco como os filmes do Nicolas Winding Refn. E como eu gosto do Cinema sobretudo numa componente de entretenimento, fujo dos filmes que me fazem sentir mal.

Este "Ninfomaníaca" é dos filmes mais "feios" que já vi. Cinco horas e meia que me forcei a ver, com vontade de desistir quase sempre. A Charlotte como mulher para mim é um bocado repugnante e nada atrativa, o que tornou mais penoso de ver a exposição dela (ou de uma dupla) a todos os níveis. Fiquei quase ao ponto do vómito de ver a vulva dela, o rabo dela, as mamas dela, a cara dela. É um filme que torna o sexo feio e explicita em termos gráficos grande parte da depravação de que o ser humano é capaz. É um filme que acaba por tornar o sexo em algo repulsivo e repugnante, sem qualquer beleza. A parte do aborto é das coisas talvez mais horríveis que já vi em filme, entre muitas outras que o filme tem.

Tem momentos musicais bonitos, alguma fotografia de paisagem bonitas, e uma parte intelectual fornecida pelo homem mais velho que achei interessantes, ou a relação dela com o pai (boa interpretação do Christian Slater, que já não via há muito tempo) quando era pequena e o fascínio elas árvores, bem como o momento perto do final do filme em que ela encontra finalmente a árvore com que se identifica. Mas tudo isto é muito pouco para para tornar este filme minimamente interessante para mim.

A parte final é também um exercício para chocar apenas. Tendo em conta tudo o que se tinha passado e o cavalheiro muito culto que o homem mais velho parecia ser, seria muito mais expectável ele falar com ela mostrando-se interessado em experimentar

até porque era supostamente virgem, o que era uma boa razão

até porque já tinham desenvolvido uma relação com alguma profundidade. Aquele final para mim roçou o ridículo e foi apenas um final que estragou ainda mais um filme que detestei como já não me acontecia há muito tempo relativamente a um filme.

Nunca dou "notas" ou classifico um filme, mas este para mim (com todo o respeito por quem gosta deste filme e do Lars) está na categoria do vómito.

Também detestei A Ninfomaníaca. É um dos piores filmes do Lars von Trier, execrável mesmo.

Agora Europa, Ondas de Paixão, Dogville e Melancolia são fabulosos! Experimenta ver estes e penso que não te vais arrepender.

O Ondas de Paixão é, na minha opinião, um dos melhores filmes da década de 90 e acho que deves começar por vê-lo em primeiro lugar. É a melhor porta de entrada para a obra do von Trier.

Sim, sim! O Breaking the Waves e o Dogville são ambos excepcionais. Também considero o Breaking the Waves um dos grandes títulos de todos os anos 90