Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

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rui sousa
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Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by rui sousa »



O trailer do novo filme de Woody Allen (que estreará em Portugal a 5 de Setembro), com o nome de «Blue Jasmine», está já disponível. Conta com as interpretações de Cate Blanchett, Alec Baldwin, Peter Sarsgaard e Louis C.K, e pelo que estas imagens mostram, promete surpreender...
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by rui sousa »

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Woody Allen e toda a sua filmografia serão sempre dominados por um estigma que o público português (ou pelo menos, grande parte dos espectadores tugas) nunca se irá esquecer e nunca pararão de associar ao cineasta: é que ele foi (e ainda é) especialista em grandes comédias neuróticas, onde as pessoas gostam de se rir à gargalhada de coisas que, muitas delas, não entenderam patavina (é quase uma gargalhada de "status"). Daí que ontem, na sessão de antestreia (a que assisti graças à oferta do passatempo do Cinema2000) de «Blue Jasmine», o novo filme de Allan Stewart Konigsberg, no Cinema do Campo Pequeno, muita gente tenha pensado que o que estavam a ver era uma verdadeira comédia, e muitas gargalhadas despropositadas em muitas potentes cenas trágicas (se houve pessoas que se riram do final deste filme, devem talvez achar muita graça aos dramas de «A Lista de Schindler» ou de «O Padrinho» - porque é que é tão difícil perceber que nem tudo é para rir numa comédia? Para algumas pessoas o rótulo de "humor" dá-lhes permissão para se rirem de tudo e mais alguma coisa, inclusive de coisas que não têm qualquer tipo de graça?) da história protagonizada excecionalmente por Cate Blanchett (digo aqui e não mudo de opinião: ela VAI levar o Oscar para casa - e, se eu depois a opinião da Academia não for a mesma que a minha, não vou mudar este texto!). Mas «Blue Jasmine» tem mais para chorar, ou pelo menos pensar, do que gargalhar: há grandes momentos de comédia, mas nada se compara à força do drama vivido por Jasmine e toda a crítica social que Woody Allen coloca nesta sua protagonista e anti-heroína. Num dos filmes mais aclamados de toda a carreira do comediante e realizador (com tantas marcas do seu estilo muito próprio a voltarem a deslumbrar-nos - a começar logo pelos créditos iniciais e aquele tipo de letra que diz tanto aos fãs de Woody), encontramos uma metáfora e uma história que poderia encaixar em tantas vidas, e em tantas pessoas que conhecemos no nosso dia a dia. Jasmine é uma pessoa que não quer acreditar no declínio da sua própria existência, levada a cabo por uma série de fatores e de factos que "destruíram" o seu passado milionário, luxuoso e repleto de excessos (e que nos são revelados ao longo de toda a ação e de toda a narrativa da fita, onde seguimos dois fios temporais, contados de forma intercalada, o que dá uma construção cinematográfica bastante interessante e reveladora, em que ambos os "mundos" cronológicos acabam por encaixar em certos pormenores e situações: o passado e as consequências que levaram ao fim da vida aparentemente feliz e segura de Jasmine, e o presente, onde a encontramos depressiva, reencontrada com a irmã adotada - tal como ela - e a recusar encontrar um novo caminho para si mesma - ou pelo menos, quando tenta fazer isso, nem sempre tudo acaba bem, acabando por arruinar mais um pouco todas as pessoas que a rodeiam e que a tentam levar à razão. Os dois tempos são também atravessados pela viagem por dois estratos sociais diferentes, o dos ricos e o da "vulgaridade" do povo). Quanto de Jasmine estará em cada um de nós, ou pelo menos, na perceção do mundo de cada ser humano? Algumas pessoas levam mais a sério do que outras esta história e as dúvidas que ela coloca (e sim, volto a falar das gargalhadas indesejáveis, e de pessoas que não perceberam que aquilo que se passava no ecrã é extremamente real e profundo - não estamos a visionar nenhum romance neurótico ao estilo de «Annie Hall», e ainda bem!), mas fiquei com a ideia de que estamos perante uma das melhores e mais inteligentes obras saídas da mente e criatividade de Woody Allen. E isto já é dizer muito, sobre aquele que será, efetivamente, um dos melhores filmes a estrear nas nossas salas este ano. Já para não falar que a vinda de uma nova fita de Allen é sempre alvo de um grande acontecimento e de grandes expectativas por parte de público e de crítica, que já vive sempre à espera, anualmente, de um novo bombom cinematográfico da autoria de um dos maiores mestres do Cinema Americano "livre" e tão perspicaz.

«Blue Jasmine» é um filme onde ouvimos diálogos "woodyallenianos" que já não se faziam aparecer há muito tempo (e se o cineasta recebeu o Oscar de Melhor Argumento Original com «Meia Noite em Paris», com este merecia o mesmo ou mais! Mas prefiro apostar todas as minhas certezas na Blanchett, é impossível alguém não ficar arrasado com a sua performance!), e possuindo toques de «Um Elétrico Chamado Desejo» (pelo pouco que conheço da peça de Tenessee Williams isso é notório), mas também de anteriores filmes de Allen, como «Alice» (mais uma crítica a uma elite social e a um certo modo de ser e estar para o "status") e todas as suas obras que lidam com temáticas amorosas ou de relacionamentos, constrói-se uma história tão rica em pormenores, sátira e inteligência como foram feitas poucas nos últimos tempos. É, talvez, um daqueles filmes "especiais" de Allen, onde sentimos aquele espírito que só as suas obras primas sabem transmitir a quem queira estar atento a elas. E com um fantástico elenco (não só com Blanchett a brilhar, mas também com os notáveis Peter Sarsgaard, Alec Baldwin, Bobby Cannavale, Sally Hawkins e Louis C.K - sendo que, para este último, o realizador já mostrou intenções de voltar a filmar com ele, mas para um papel não tão secundário -, entre tantos outros), «Blue Jasmine» recria o drama existencial que é o de toda a Humanidade, para além da busca do nosso papel na sociedade, que constantemente fazemos e da qual nunca desistimos, ou pelo menos nunca queremos desistir. Numa brilhante alusão à riqueza, ao mundo dos ricos e a todas as suas incongruências, Woody Allen conjuga-a muito bem com a vida da classe média e de todos os pontos que sejam possíveis, ainda, espicaçar na mesma. Jasmine, qual discípula dos inúmeros convidados sorrateiros das festas de Jay Gatsby na obra de F. Scott Fitzgerald, pretende, no passado, encontrar o seu lugar na alta sociedade, e no presente, não ter de se desabituar às rotinas que o mundo dos ricaços proporcionou e não ter de pensar que os tempos luxuosos vividos com o seu ex-marido nunca poderão voltar. Mas ela não quer, pura e simplesmente, olhar para as coisas e perceber que, agora, a situação é diferente, que está falida, e que o seu "dom" de gastadora viciada não para, mesmo que já não tenha dinheiro para continuar a dar nas vistas com as suas marcas caras e estupidamente "fashion" sem qualquer razão racional. O passado e o presente contrapõem-se constantemente, com Jasmine a mudar segundo as suas necessidades (dantes nunca falava com a irmã, ou desprezava-a descaradamente, e agora que precisa dela é como se tivessem sido sempre muito íntimas uma da outra - não conhecemos tantas pessoas que são assim, minhas amigas e meus amigos?) e a perceber que o passado ainda é presente... mas nas coisas indesejáveis que ela não quer recuperar do vasto núcleo de memórias que possui da sua vida anterior, e que ainda a afetam muito na atualidade cinematográfica da sua história, querendo aparentar que nunca teve esses problemas (mas a sua saúde, e a sua doença, não vai deixar que ela esconda bem esses traumas ainda tão vivos...).

«Blue Jasmine» é um filme sobre as máscaras dos outros, sobre as nossas máscaras, e também sobre as máscaras que usamos uns com os outros. Do mundo dos apertados, rígidos e desnecessários códigos sociais (onde um pequeno e acidental movimento pode dizer, a todos os convidados de uma festa, que o seu anfitrião já não tem tantas propriedades como antes, ou que mostrar uma mala da Chanel ou uma certa maneira de falar, arrogante e superficial, caracteriza o "status monetarium" da persona em questão), Jasmine tem que se adaptar ao mundo, mais livre mas não menos apertado, da classe média e de todos os seus problemas. A história de Jasmine mostra-nos como a riqueza muda as pessoas, antes e depois de uma pessoa ter passado pelas experiências que grandes somas de dinheiro podem proporcionar, num mundo onde ninguém é de confiança e onde nos podemos destruir de um momento para o outro de uma maneira assustadora. Com, mais uma vez, uma excecional e colorida fotografia que tem caracterizado os últimos filmes de Woody Allen (de maneira mais notável, em «Meia Noite em Paris»), «Blue Jasmine» intercala simplicidades e excessos de uma forma audaz, e que muitos não estariam à espera de ver num realizador que, insistem alguns ditos "especialistas", já deu tudo o que tinha a dar. De um extremo ao outro da vida social, viajamos com Jasmine e todas as personagens secundárias que com ela convivem, conhecendo cada vez mais ao pormenor a psicologia estranha e complexa de uma das figuras mais peculiares criadas pelo cérebro e pela caneta do cineasta, e surpreendendo-nos pelas múltiplas facetas em que a mesma se desdobra e que, em certos momentos da trama, nos parecem ser inacreditáveis. Ou que, pelo menos, Woody Allen foi inspirar-se para este filme pegando no caso de um nosso vizinho ou conhecido que conhecemos bem demais. Jasmine não quer ser inferiorizada, apesar de, depois de tanta ascensão social e de todas as (injustas) vantagens que a ela trouxeram e que ela não soube partilhar com quem estava mais próximo dela, ter-se instalado o declínio na sua vida que, ao que parece, não tem motivos para continuar sempre em "ação". O argumento de Woody Allen revela um lado espirituoso e astuto que, é preciso dizer, ele já não revelava há algum tempo (talvez desde «Match Point», ou em parte, em «Meia Noite em Paris»), e que dá ao filme aquela dimensão especial que, para mim, e para além de «Blue Jasmine», só «Ana e as Suas Irmãs», «Crimes e Escapadelas» e «Match Point» conseguiram conquistar: Woody fez aqui outro filme excecional, dos poucos que nenhum pessimista pode alegar que é mais uma prova da constante "repetição" entre os filmes mais recentes, menos originais mas não menos bons, da filmografia do cineasta, que aqui decidiu regressar ao seu país de origem, depois de uma temporada pela Europa onde filmou as suas obras e as suas ideias nos últimos anos. É impossível sair da sala de Cinema e ficar-se na mesma depois de se ver «Blue Jasmine»: ou se acha que se viu uma grande comédia, comparável ao "hit" do momento, «A Gaiola Dourada» (eu sei que os tempos estão difíceis e que as pessoas precisam, mais do que nunca, de rir. Mas não confundam coisas. Há momentos para humor no filme mas não é essa a dominante, e há muito mais para pensar depois, em casa ou para a vida, do que memórias de momentos hilariantes para contar aos amigos), ou então, percebe-se que acabou de se ver uma obra preciosa e verdadeiramente inovadora, em Woody Allen e no panorama moderno das fitas Americanas.

Jasmine é uma mulher que nunca se preparou para a vida real, e numa história repleta de sarcasmo existencial e de uma credibilidade tão forte que até por vezes assusta, ela é apenas uma alegoria para todo o género humano e para a sociedade americana, tão livre numas coisas mas tão ridícula noutras (como, aliás, é o caso de qualquer outra sociedade ou país - não, não vamos falar de Portugal, pois não? Ainda bem), como também é apenas um símbolo da profunda crise que o mundo ocidental atravessa, mas que, no mundo dos ricos, é quase como nada se passasse e os excessos e as festas pudessem continuar a ser concretizadas. «Blue Jasmine» é a influência da opinião dos outros em cada um de nós, e as coisas que estamos dispostos a fazer para mantermos o nosso lugar na pirâmidade estratificada do meio a que pertencemos. Mas devemos seguir os nossos sentimentos e as nossas ambições ou deixarmo-nos levar pela ansiedade do "status" e de tudo o que o mesmo representa? E mesmo que Woody Allen volte aos mesmos temas (principalmente a uma certa crítica de «Alice», como referi anteriormente), consegue sempre surpreender e, neste caso, de uma forma ainda maior. Jasmine deixou que um mundo construído com mentiras e/ou ilusões lhe levasse, quase que se pode dizer assim, a sua alma, e as transformações que ela experimenta, na sua relação com os outros e na sua relação consigo mesma, são um espelho de toda uma classe e das outras todas também, ou pelo menos, das pessoas que só querem, desesperada e estupidamente, a ela pertencer. É um filme de referência, uma das obras maiores de Woody Allen. Já expliquei tudo o que tinha a explicar, e que anotei fervorosamente em várias folhas de um bloco de notas durante a sessão. Por isso, resta apenas que agora vão ver esta magnífica peça cinematográfica.

* * * * *
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Cabeças
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by Cabeças »

Muitos Parabéns, caro Rui! Mais uma excepcional (eu escrevo "contra" o acordo) crítica! Mas esta... está mesmo fantástica, no meu entender das melhores que já li tuas, ou mesmo a melhor! yes-) salut-)

Acrescento que, na minha opinião e pegando num aspecto que realças no teu texto... aquilo de que as pessoas se riem, é um excelente indicador do seu carácter, da sua inteligência, e da sua personalidade. Ou da falta deles.

Abraço!
Cabeças
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leaodocinema
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by leaodocinema »

Mais um grande filme de Woody Allen, que vale mais pelo incrível papel desempenhado por Cate Blanchett.

http://moviesreviewsleao379.blogspot.pt ... smine.html
Helldr
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by Helldr »

Já li uma crítica que diz mesmo que este é o melhor filme da carreira do Woody Allen!!! Será?!
rui sousa
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by rui sousa »

Muito obrigado Cabeças! Mas fez-me impressão as pessoas rirem-se do que não era para ter graça. Sei lá, é como se conhecesse alguém que achasse a cena do chuveiro de «A Lista de Schindler» algo cómico.

Helldr não digo que seja "o" melhor (para mim nada ultrapassa «Ana e as Suas Irmãs»), mas este é com certeza um dos seus melhores filmes. Pelo menos é o que eu acho! yes-)
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by ruben »

Estreia hoje.

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IMDB


Sinopse:

Depois de tudo na sua vida se ter desmoronado, incluindo o casamento com Hal, um rico homem de negócios, a elegante Jasmine, uma mulher habituada à vida social de Nova Iorque, muda-se para o modesto apartamento da irmã Ginger, em São Francisco, para se tentar recompor de novo. Jasmine chega a São Francisco num estado mental frágil, a sua cabeça num rolo, devido ao cocktail de anti-depressivos que anda a tomar. Apesar de ainda conseguir projectar a sua postura aristocrática, Jasmine está mentalmente débil e falta-lhe qualquer capacidade prática de cuidar de si própria. E desaprova o namorado da irmã, Chili, que considera um falhado, como o ex-marido dela, Augie. Ginger, reconhecendo mas não compreendendo totalmente a instabilidade psicológica da irmã, sugere-lhe que trabalhe em design de interiores, uma carreira que correctamente intui que Jasmine não considere indigna do seu estatuto. Entretanto, Jasmine aceita com relutância um emprego como recepcionista num dentista, onde sem o desejar atrai as atenções do patrão, o Dr. Flicker. Sentindo que a irmã pode ter razão em relação ao seu terrível gosto em relação aos homens, Ginger começa a sair com Al, um engenheiro de som que considera um degrau acima de Chili. E Jasmine vislumbra uma potencial hipótese de vida quando conhece Dwight, um diplomata que é imediatamente seduzido pela sua beleza, sofisticação e estilo. O problema de Jasmine é que funciona em função da maneira como é vista pelos outros, enquanto que ela própria está cega em relação ao que se passa à sua volta. Delicadamente interpretada por uma muito real Cate Blanchett, Jasmine conquista a nossa compaixão porque se torna um inconsciente instrumento da sua própria queda.

Ludovico
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by Ludovico »

Na melhor das hipóteses igualará "Match-Point","A Rosa Púrpura do Cairo" e "Ana e as Suas irmãs" :-) .
Agora duvido que seja melhor do que "Match-Point", já que este,é também,um dos filmes da minha vida até ao momento. Haverá espaço para mais este no meu top 10?.Tenho muitas dúvidas sobre isso :-))) .
Estou mortinho para saber isso, já que eu sou um grande fã de Woody Allen :-D .
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by Bladder »

rui sousa wrote:Muito obrigado Cabeças! Mas fez-me impressão as pessoas rirem-se do que não era para ter graça. Sei lá, é como se conhecesse alguém que achasse a cena do chuveiro de «A Lista de Schindler» algo cómico.

Helldr não digo que seja "o" melhor (para mim nada ultrapassa «Ana e as Suas Irmãs»), mas este é com certeza um dos seus melhores filmes. Pelo menos é o que eu acho! yes-)
LOLADA

A cena do chuveiro na Lista é impagável, só de me lembrar é aquela barrigada!

Então e a cena de poupar balas juntando as cabeças dos judeus? lol e até tem uma mensagem ecológica implicita!

Epah, é um comediante, este Spielberg!
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by rui sousa »

Ludovico, vai ver o filme e não penses muito nisso! ;)

Bladder, stop joking! Se calhar existe alguém nesse mundo fora que tenha esse tipo de humor...
Bladder
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by Bladder »

Tenho de ver este filme.

Parece algo de novo e refrescante na carreira do Allen, ultimamente penso que anda a se auto-reciclar. O ultimo que achei mais estimulante se calhar foi o Mighty Aphrodite seguido do scoop. Aqueles baseados em cidades deixam-me frio, sao giros mas banais na minha opiniao, claro.
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by THX »

"Match Point" = a grande filme.
Partilho do gosto do Ludovico, sendo também um dos meus preferidos de Allen.

Este vou ver com certeza.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by Ludovico »

Estou a acabar de chegar de ver o filme e estou em gaúdio salut-) .
Aqui subescrevo na integra a critica do Rui.
É exatamente como previa. Um dos melhores de toda a filmografia dele.
Digo com toda a sinceridade, este é o melhor filme desde "Match-Point".
Este entra no panteão dos filmes que mencionei no último post.
A grande diferença é que "Match-Point" é um filme atípico na filmografia dele já "Blue Jasmine" é dos melhores típicos da carreira dele.
É uma nota 9 dado não ser tão especial e criativo como outros filmes de Woody Allen :-D .
Last edited by Ludovico on February 11th, 2014, 9:06 pm, edited 1 time in total.
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by Cabeças »

Ena! Ena! Um filme do Woody Allen!

Para mim, é sempre um acontecimento. Basta começar a ver o genérico característico e o tipo de música habitual que o acompanha e automaticamente respiro fundo e esqueço-me de quase tudo. Pura e simplesmente adoro os filmes deste senhor, que vai fazer 78 anos no próximo dia 1 de Dezembro.

O Rui Sousa já disse tudo, numa das suas mais excelentes críticas, pelo que, concordando com tudo o que ele referiu, não me resta acrescentar muito mais. Ficam todavia algumas notas breves sem nenhuma ordem especial...

O papel da Cate é realmente avassalador. As expressões de completo vazio e desespero absoluto mesclado de revolta com que consegue mascarar o rosto, são absolutamente impressionantes. Espero sinceramente que ganhe o óscar!

Devo dizer-vos que simpatizei muito com a Sally Hawkins no seu papel de Ginger. Penso que esta actriz também faz um papel extremamente bem conseguido na sua personificação de uma mulher ainda jovem, de classe média baixa, mas com bastante sex-appeal, dividida de algum modo entre um contexto onde se sente confortável e o complexo de inferioridade perante a irmã que a desafia a tentar procurar "melhor". Segue lição de vida.

O filme é um drama tremendo com quase todo o foco trágico centrado na Jasmine, e que, como referiu o Rui Sousa, embora tenha bastantes momentos de humor, não pode na minha opinião ser considerado uma comédia. De qualquer modo, os momentos de humor que tem, são extremamente bem conseguidos, como sempre com os filmes do Woody Allen. Por exemplo os momentos e o diálogo entre as duas irmãs e o Chili e o amigo deste, são impagáveis!

Adoro também os finais que "fecham o círculo" com o início do filme, e este é mais um em que não só isto sucede, como nos brinda com a meu ver um muito bom momento de humor, que de um modo muito suave e elegante se mistura com o drama que está a acontecer no momento. Estou-me a referir ao facto da senhora que se levanta do banco e se vai embora... e ao facto deste momento fazer a ligação à senhora idosa do aeroporto do início do filme, que estava fartissima de aturar a Jasmine. Muito bom.

Sessão no City do Campo Pequeno (para mim o "City" vai ser sempre o da Avenida da Praia da Vitória). Adoro estas salas, são das minhas preferidas. Mas desta vez achei as cores do filme muito pouco saturadas. Gosto de cores fortes.

Excelente banda sonora, como sempre. Vale a pena ver sempre o genérico até ao fim. Os filmes do Woody só terminam em termos de visionamento no final da música. No final do genérico. Embora depois continuem connosco! :-)

Ficamos a aguardar ansiosamente o Magic in the Moonlight!
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Re: Blue Jasmine (2013) - Woody Allen

Post by Cabeças »

Já agora e porque penso fará sentido mencionar o facto aqui... fiz mais um blogzito, desta vez com os filmes do Woody Allen. Todos os filmes, os realizados e os em que entrou como actor. A acrescentar em breve muito mais informação, como trailers, resumos e links para a imdb, mas aberto desde já à participação de todos nos comentários. As capas são todas minhas, excepto a do Blue Jasmine, que ainda não tem edição nacional.

Quais são os seus filmes preferidos do Woody Allen?

http://woody-movies.blogspot.pt/
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