An Ordinary Miracle (1978) - Mark Zakharov

[JoséMiguel]

- Filme integrado na colecção gratuita dos estúdios Mosfilm, no You Tube -

An Ordinary Miracle / Обыкновенное чудо



Título original: Обыкновенное чудо
Título inglês: An Ordinary Miracle
Data de lançamento: 1978 (URSS)
Realizador: Mark Zakharov
Género(s): Romance/Fantasia/Musical
Duração: 138 min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0186408/
Wikipédia: http://en.wikipedia.org/wiki/An_Ordinar ... 78_film%29

Excerto:



Sinopse:

Adaptação cinematográfica da peça de teatro homónima de 1956, por Evgeny Shvarts. O enredo concerne um escritor de contos de fadas, com o poder mágico de tornal real as suas histórias. Aclamado por muitos como uma obra-prima do cinema.

Curiosidades:


Evgeny Shvarts (1896-1958) - Escritor, dramaturgo e argumentista.


Placa em homenagem a um bom contador de histórias, junto à casa onde viveu.

Filme Completo, versão oficial, legendada em inglês:

Parte I:


Parte II:

[JoséMiguel]

Um filme que vai contra todas as regras dos meus gostos pessoais em Cinema... Não devia gostar dele e no entanto fiquei arrasado... o filme não me sai da cabeça... não existe explicação lógica.

Ainda por cima acabei de fazer a ficha técnica científica deste aqui:

http://forum.dvdmania.org/viewtopic.php?f=11&t=47186

...onde estive a ler o artigo enciclopédico épico (no wikipédia russo) acerca do cientista consultor do filme, com equações, e troca de correspondência a desafiar o próprio Albert Eistein. Um texto científico é comigo, agora este Ordinary Miracle... uma adaptação de uma peça teatral musical...?

Adorei o filme! Não sei explicar porquê, pois não existe uma explicação lógica. Acho que é uma obra-prima e não consigo explicar porquê... O que posso dizer é que vejam o trailer que escolhi até ao fim. Se depois de o verem ficarem com vontade de ver o filme, então os links para o filme completo, legendado em inglês, estão mais abaixo, cortesia dos Estúdios Mosfilm. Se o trailer não vos diz nada, então não vejam o filme.

Suponho que seja uma questão pessoal dos gostos de cada um.

Já agora o conceito de género musical no cinema da União Soviética, não corresponde ao mesmo género nos cinemas português, americano, francês ou italiano. Terão de ver o filme para perceber a diferença.

Não se trata de um filme pseudo-intelectual pois o story telling do conto de fadas possui lógica. Acho que é um filme onde o lado artístico é muito forte, mas sem cair no pseudo-intelectualismo do cinema da europa ocidental.

Não sei mais o que dizer, excepto que o filme é gratuito e não perdem nada em ir lá espreitar, e sempre é uma boa sugestão para variar dos filmes histórico-épicos que aqui tenho apresentado.

[JoséMiguel]

Trailer Musical criado por mim

Músicas:

Urge Overkill - Girl You'll Be a Woman Soon
Leonard Cohen - Dance me to the end of love

Eu criei esta montagem musical mais para a malta do You Tube, aqui no fórum julgo que ninguém tem interesse neste filme.

[JoséMiguel]

Opinião - Uma história de fantasia para ateus.



Na minha opinião, este filme de grande maturidade, foi concebido por ateus, para ateus. O filme é de fantochada e de magias, mas a religião e moralidade cristã aqui nem piam um bocadinho. Ao menos para que servisse de alguma coisa a ditadura comunista soviética que pagava filmes como estes.

Os personagens principais deste filme são saídos da ficção científica do Gene Rodenberry, ou dos antigos deuses gregos do Olimpo. São um casal com poderes de deuses, cansado do dia-a-dia, cujo marido tenta entreter a esposa amada com feitiços originais para dar prazer a ela.

"Quem chora por Adónis?" foi um episódio do Star Trek de 1969, que lidava com o aborrecimento do "deus" Adónis (um extraterrestre que visitou a Terra na Grécia antiga).



Este tema voltou a ser abordado pelo Gene Rodenberry no filme de 1989 "Star Trek V: The Final Frontier", onde o Capitão Kirk pergunta a Deus "What does god want with a Starship?".



Aqui no "An Ordinary Miracle" temos um casal que parecem serem deuses do Olimpo, que se amam, mas estão aborrecidos com uma eternidade juntos. O Feiticeiro passa o tempo a criar cenários mágicos para agradar à sua mulher, o filme arranca com ele a criar um cowboy americano para dar prazer sexual à sua esposa, sem qualquer sucesso. Mostrei o cowboy no meu trailer musical.



Embora a ideologia possa ser semelhante ao Star Trek do Gene Rodenberry, a sua execução não tem nada a ver e estamos perante um filme artístico, com interlúdios musicais. Mas ao contrário de um filme artístico da Europa Ocidental, aqui não existem simbolismos ou aspectos subjectivos. Neste filme Art House russo, as coisas mágicas são tal como surgem, sem segundas interpretações e com a vantagem de não estar contaminado com o cristianismo.



Este não é um filme fácil de analisar e fico-me por aqui, eu pessoalmente gostei dele.