Zero Dark Thirty (2013) - Kathryn Bigelow

[Samwise]

No Público:

A “brutal” caça a Bin Laden entra na corrida aos Óscares

Zero Dark Thirty, o novo filme de Kathryn Bigelow, foi mostrado este fim-de-semana à imprensa americana. Classificam-no como “jornalismo cinematográfico” que “resume o clamor e a confusão de uma década numa narrativa clara”. A estreia portuguesa é a 17 de Janeiro.

Acompanhando o processo de perseguição e morte de Bin Laden desde o 11 de Setembro de 2011, o filme, com estreia americana marcada para Janeiro de 2013, não esconde a violência do processo, canalizada pela protagonista Maya, interpretada por Jessica Chastain, e o seu desconforto perante uma administração que, escreve o Huffington Post, considera "demasiado cautelosa". O sucessor de Estado de Guerra junta-se a Les Misérables, Lincoln e Argo na corrida aos Óscares.

Já sabíamos que, depois do Iraque em conflito de Estado de Guerra, vencedor do Óscar da Academia para Melhor Filme em 2010, Kathryn Bigelow se mantivera no mesmo espaço simbólico. Zero Dark Thirty, que terá estreia americana a 11 de Janeiro de 2013, acompanha o processo de perseguição e abate de Osama Bin Laden pelas forças especiais do Exército americano. Foi exibido este fim-de-semana em Nova Iorque e Los Angeles, em sessões para a imprensa, e as primeiras impressões apontam para que, apesar de o sentimentalismo e sentido épico de Les Misérables, de Tom Hopper, o peso histórico de Lincoln, de Steven Spielberg, ou a acção “hollywoodesca” de Argo, de Ben Affleck, se alinharem com a tradição da Academia, Zero Dark Thirty fica bem cotado na corrida às estatuetas. Os nomeados para os Óscares serão anunciados a 10 de Janeiro.

Na revista Time, Richard Corliss alinha o argumento do novo filme de Bigelow na tradição de A Sangue Frio, de Truman Capote, ou de Os Eleitos, de Tom Wolfe. “Saltando a fase ‘romance de não-ficção’”, escreve Corliss, “[Mark Boal] criou um argumento original que fornece um mapa temporal agilizado da caça a Bin Laden. A palavra ‘docu-drama’ não faz justiça ao feito”.

O primeiro guião de Zero Dark Thirty, termo usado pelo Exército norte-americano para designar meia-noite e meia, foi completado antes da morte de Osama Bin Laden e contava a história de como os Estados Unidos haviam deixado o líder da Al-Qaeda escapar do seu esconderijo em Tora Bora, no Afeganistão.

Bin Laden foi morto na madrugada de 2 de Maio de 2011, num complexo residencial em Abbottabad, no Paquistão. A operação dos Navy Seals foi organizada pela CIA e acompanhada em directo por Barack Obama. O corpo de Bin Laden foi levado para o Afeganistão para identificação e lançado ao mar menos de 24 horas depois do ataque.

Perante isto, o filme que os críticos viram este fim-de-semana tornou-se obviamente diferente do projecto inicial. Mike Ryan, num artigo de “Perguntas & Respostas” publicado no site de notícias Huffington Post, conta que Zero Dark Thirty tem início no 11 de Setembro de 2011 e acompanha os agentes da CIA Maya (Jessica Chastain) e Dan (Jason Clarke) na sua obsessiva perseguição a Bin Laden. Descreve algumas cenas como “brutais”, particularmente as de tortura a prisioneiros suspeitos de terrorismo. Na Time o filme é classificado como “jornalismo cinematográfico” que “resume o clamor e a confusão de uma década numa narrativa clara”.

Como seria de esperar, dado o tema e o facto de 2012 ter sido ano eleitoral nos Estados Unidos, Zero Dark Thirty esteve envolvido em polémica meses antes da sua primeira apresentação pública. Em Agosto, o republicano Peter King exortou o Departamento da Defesa e a CIA a investigar uma possível cedência de informação secreta, por parte da administração Obama, a Bigelow e a Boal. Tal foi negado tanto pela realizadora e pelo argumentista como pelo porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, Tommy Vietor. O Huffington Post citava ontem declarações de Maio, em que Vietor garantia que as informações fornecidas à realizadora e ao argumentista foram as mesmas dadas aos serviços de imprensa da Casa Branca, centradas no papel de Barack Obama em todos os processos de decisão: “Quando alguém, incluindo imprensa, realizadores e documentaristas que trabalham em projectos que envolvem o Presidente, pede para falar com representantes da administração, fazemos o nosso melhor para atender aos seus pedidos, de forma a assegurar que os factos são dados correctamente. Dificilmente isto representará uma nova abordagem aos media."

Zero Dark Thirty, de título provisório Kill Bin Laden, teve estreia programada para 12 de Outubro, ou seja, para antes das eleições presidenciais que garantiram a reeleição de Barack Obama. A corrida à Presidência levou a Sony Pictures a adiar o lançamento para Janeiro de 2013 (o filme chega aos cinemas portugueses dia 17).

No supracitado artigo no Huffington Post, Mike Ryan escreve que, “quando muito, a administração Obama surge [no filme] como demasiado cautelosa, o que, aos olhos da ultra-agressiva Maya, não é uma coisa boa”.

trailer:

[jimmy]

É interessante referir que isto já estava em plena produção (não sei se já tinha começado a filmar , creio que não) quando ocorreu o assassinato , o que levou a um reajustamento da história.

Gosto muito da Bigelow , mas o Hurt Locker não é filme que me tenha encantado. Mas valerá a pena , nem que seja para ver a Jessica Chastain

[Samwise]

Eu gosto muito da Bigelow E o The Hurt Locker é o que considero o melhor entre os pares.

Dos filmes apontados para os Oscares no artigo, este é de longe o que tenho mais interesse em ver - considerando também que o Lincoln vem numa fase menos boa do Spielberg (e que, a julgar pelo trailer, parece insuflado daquele articifialismo barroco de contornos clássicos ao jeito do Ford, mas amplificado 10x do ponto de vista técnico e reduzido 10x na sua significância narrativa prática); que Os Miseráveis põe a malta a cantar alegremente (ou nem tanto); e que o Argo parece um filme "simpático" e esforçado, mesmo de um ponto de vista político, mas sem metade da força deste Zero Dark Thirty.

[Ludovico]

Eu gosto muito da Bigelow E o The Hurt Locker é o que considero o melhor entre os pares.

Dos filmes apontados para os Oscares no artigo, este é de longe o que tenho mais interesse em ver - considerando também que o Lincoln vem numa fase menos boa do Spielberg (e que, a julgar pelo trailer, parece insuflado daquele articifialismo barroco de contornos clássicos ao jeito do Ford, mas amplificado 10x do ponto de vista técnico e reduzido 10x na sua significância narrativa prática); que Os Miseráveis põe a malta a cantar alegremente (ou nem tanto); e que o Argo parece um filme "simpático" e esforçado, mesmo de um ponto de vista político, mas sem metade da força deste Zero Dark Thirty.

Discordo de três pontos:
1-"The Hurt Locker" é um bom filme mas é,na minha óptica,o pior dos filmes de Bigelow.
2-"Lincoln" NÃO VEM numa fase menos boa de Spielberg antes pelo CONTRÁRIO:
O ano passado foi o melhor ano de sempre da carreira dele desde que faz 2 filmes no mesmo ano.O primeiro Tintim e "Cavalo de Guerra" mostam Spielberg no pico de forma dele e oxalá que nos próximos filmes ele continue a demonstrar isso.
3-Nunca ajuizar um filme com base no "trailer".A minha experiência diz-me que em 90 por cento dos casos quanto melhor é o trailer pior é o filme e vice-versa.Vamos ver se no caso de "Lincoln" irá fazer parte da minoria de filmes que o trailer é fraco e o filme é fraco também ou se faz parte da maioria dos casos.

Onde estou de acordo é na expectativa por este filme de Bigelow.Deposito grandes esperanças neste filme,espero que não sejam defraudadas

[Samwise]

1-"The Hurt Locker" é um bom filme mas é,na minha óptica,o pior dos filmes de Bigelow.

Mas... mas... o imdb afirma que é o melhor...

2-"Lincoln" NÃO VEM numa fase menos boa de Spielberg antes pelo CONTRÁRIO:
O ano passado foi o melhor ano de sempre da carreira dele desde que faz 2 filmes no mesmo ano.O primeiro Tintim e "Cavalo de Guerra" mostam Spielberg no pico de forma dele e oxalá que nos próximos filmes ele continue a demonstrar isso.

Quantidade não é sinónimo de qualidade - até gostei do Tintin (porque o coloca perto de um determinado estilo de realização à "Salteadores" - sem esquecer toda a vertente de acção/aventura), mas o War Horse achei fraquinho - é o Spielberg piegas e pomposo no seu "melhor".

3-Nunca ajuizar um filme com base no "trailer".A minha experiência diz-me que em 90 por cento dos casos quanto melhor é o trailer pior é o filme e vice-versa.Vamos ver se no caso de "Lincoln" irá fazer parte da minoria de filmes que o trailer é fraco e o filme é fraco também ou se faz parte da maioria dos casos.

Quando se está a falar em expectativas, e quando há trailers em análise, não vejo por que não fazer previsões - penso que é disso que estamos a falar. Às vezes acerta-se, outras não. Mas ao longo do tempo tenho estreitado a margem entre os dois universos. Em relação ao Tintin e ao War Horse em concreto, tudo o que vi nos trailers veio depois a confirmar-se. Para não deixar dúvidas: se o tom geral do Lincoln for semelhante ao que vende o trailer... au... ai... ui...

[jimmy]

Eu gosto muito da Bigelow E o The Hurt Locker é o que considero o melhor entre os pares.

Dos filmes apontados para os Oscares no artigo, este é de longe o que tenho mais interesse em ver - considerando também que o Lincoln vem numa fase menos boa do Spielberg (e que, a julgar pelo trailer, parece insuflado daquele articifialismo barroco de contornos clássicos ao jeito do Ford, mas amplificado 10x do ponto de vista técnico e reduzido 10x na sua significância narrativa prática); que Os Miseráveis põe a malta a cantar alegremente (ou nem tanto); e que o Argo parece um filme "simpático" e esforçado, mesmo de um ponto de vista político, mas sem metade da força deste Zero Dark Thirty.

Desses que referes , também não tenho duvida nenhumas que o que mais me interessa é o filme da Bigelow. O resto é a tipica estupada americana desta altura. Xarope insuportável.

[jimmy]

[Samwise]

A cada novo trailer que vejo, as expectativas sobem.

[Kimosabe]

2 palavras... Jessica Chastain. Enough said!

Nunca percebi muito bem o burburinho à volta do The Hurt Locker. Bom filme sim, mas facilmente esquecível, não o achei a última coca-cola do deserto.

Quanto a este Zero Dark Thirty, os trailers estão a fazer um bom trabalho a vendê-lo e o filme, à semelhança do que aconteceu com o The Hurt Locker, começa a ganhar momento através dos vários prémios que tem recebido nas cerimónias que ocorrem por esta altura, parecendo para já constituir-se como o grande adversário do Lincoln de Spielberg.

[Net_Holer]

Um filme que enalteça os USA?
É automaticamente candidato a globos de ouro, oscars, bafta, globos de ouro da sic, natal dos hospitais da TVI, etc. Hehehe, JK. Verei em casa quando sair em "bluray".

[Samwise]

Um filme que enalteça os USA?
É automaticamente candidato a globos de ouro, oscars, bafta, globos de ouro da sic, natal dos hospitais da TVI, etc. Hehehe, JK. Verei em casa quando sair em "bluray".

Estás a falar do ZDT ou do Lincoln?

[ruben]

Estreia hoje.



IMDB


Sinopse:

A caça a Osama bin Laden inquietou o mundo e dois Governos Americanos durante mais de uma década. Mas, no final, foi uma pequena e dedicada equipa de operacionais da CIA que o conseguiu localizar. Cada pormenor da missão foi preparado no mais completo segredo.

[Cabeças]

Acho alguma piada na capa estar a palavra "captura". Não foi uma captura, foi uma execução.

Perfeitamente justificada, na minha opinião, mas foi uma execução, que tem que ser contextualizada no facto dos USA estarem em cenário de guerra relativamente aos Taliban. Nesse contexto, Osama foi simplesmente abatido.

Por muita razão que possa haver contra excessos e injustiças relativamente ao imperialismo e ao capitalismo... não é assassinando 3000 pessoas inocentes como arquitectou Osama que se ganha qualquer razão ou se justifica o que quer que seja.

[rui sousa]

Tinha um convite para a antestreia deste filme e não fui...

[Grande Guru]

Vou ver isto brevemente, espero q seja bem melhor q o The Hurt Locker, o q tendo em conta q achei o HL um filme absolutamente banal, este se tiver algum "sumo", é capaz de ser uma obra prima ao pé do outro.