The Hobbit: An Unexpected Journey (2012) - Peter Jackson

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superman
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by superman »

bisard wrote:
siroco wrote:
Samwise wrote:Pelas críticas que têm surgido, há uma certa uninimidade em considerar que os 48fps são prejudiciais ao filme.
E 10 horas para contar uma história que se lê em 5, não é prejudicial?

Esse é que é o meu grande receio. nails-) Estou mais habituado ao contrário, e julgo que resulta melhor.

O 48fps e 3d não me preocupam nada, vou dispensá-los. Não faço questão de ver as lentes de contacto do Gandalf. :twisted:

Btw, e como já acusaram quem criticou a duração de não ser fã do Tolkien nem do PJ, quero esclarecer que sou grande (enorme) fã do Tolkien e apreciei o que o PJ fez com o LOTR, agora isso não é motivo para querer vê-lo a "fazer render o peixe".
5 horas? Quando for grande quero ser como tu. :-P
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siroco
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by siroco »

Obviamente que não cronometrei, mas não me parece que 5 horas para ler o Hobbit seja exagerado.
JRibeiro
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by JRibeiro »

O Hobbit lê-se bem em 2/3 horas. Li o Revelação de Rama (cerca de 400 pags) em 5/6 horas. Um amigo meu leu 6 livros de GoT (Versões tugas) numa semana.
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by No Angel »

JRibeiro wrote:O Hobbit lê-se bem em 2/3 horas. Li o Revelação de Rama (cerca de 400 pags) em 5/6 horas. Um amigo meu leu 6 livros de GoT (Versões tugas) numa semana.
Como e que isso e possivel?

Enfim, digamos que eu tenho um ritmo lento de leitura :p
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by lud81 »

Isso é possível para quem lê na diagonal ou lê sem ritmo.


Mas quanto ao Hobbit, as pessoas continuam a pensar que o filme é uma adaptação apenas do Hobbit, quando o filme incorpora o livro O Hobbit mais apêndices e contos conhecidos do rico historial da Terra Média. Material não falta para fazer até 30 ou mais horas. Longe de render o peixe.
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by bisard »

JRibeiro wrote:O Hobbit lê-se bem em 2/3 horas. Li o Revelação de Rama (cerca de 400 pags) em 5/6 horas. Um amigo meu leu 6 livros de GoT (Versões tugas) numa semana.
2 horas?? Isso dá 30 segundos por página. Para mim é completamente impossível. A não ser que se esteja a ler tudo à pressa, a tentar bater algum record, sem apreender nada. Mas isto já é offtopic, siga a discussão do filme...
Samwise
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by Samwise »

Já tratei do meu "assunto pendente". :mrgreen:

Uma pergunta para os entendidos no assunto: a tecnologia 48fps é autónoma da tecnologia 3D, tanto na captação, como na projecção, certo? Porque será que não fizeram uma versão 2D a 48fps?

Essa seria no meu entender a melhor de todas as versões a nível visual.

Para a minha percepção sensorial, e comparando as duas versões do filme, os 48fps eliminam uma boa parte do "motion-blur" provocado pelos movimentos da câmara e pelos movimentos na acção, e tornam a imagem MUITO mais nítida e fluída aos nossos olhos (embora não lhe aumente a resolução - são coisas diferentes).

Tudo o que é grandes cenários e paisagens, sobretudo os naturais, ganham uma dimensão ultra-realista - parece que estamos a sobrevoá-los no local. Esta foi a parte que me fez cair o queixo e babar-me de contentamento em vários momentos do filme.

Por outro lado, nos planos ao perto, cenários interiores, e em tudo aquilo que são cenários artificiais ou construídos por CGI, a sensação de "fake" também fica ultra-ampliada. Nas personagens, parece que estamos a ver vários planos separados sem haver uma ligação ou uma progressão isométrica entre eles (parece um paradoxo, mas a sensação 3D de ver pessoas próximas da câmara é a de que cada uma delas é uma folha 2D a mover-se em planos separados, com um cenário também 2D lá ao fundo); e nos cenários "não naturais" a imagem é tão realista que a artificialidade fica à mostra. :shock:

Por seu turno, e para compensar o eventual ganho nos 48fps, o 3D consegue lixar tudo. grr-)

Em conjunto, as duas tecnologias tornam a imagem mais brilhante, mais contrastada (excessivamente constrastada, a ponto de haver zonas muito claras quase a queimar e zonas muito escuras dentro do mesmo fotograma), fazendo por consequência com que as cores se tornem desbotadas e pálidas - muito pouco naturais. A versão 2D, a este nível, está muito, muito acima.

Ainda de outra perspectiva, o resultado conjunto disto tudo é tão estranho e tão distractivo que para mim foi quase impossível seguir a história - a nossa atenção fica de tal maneira cativa pelos efeitos visuais anormais que o "conteúdo narrativo" passa para segundo plano. Se não tivesse visto já o filme, teria tido um sério conflito entre sentidos e memória para determinar qual deles ganharia - sendo que o normal é trabalharem bem em conjunto e de forma automática...
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by jimmy »

É completamente autónoma a captação. O 3d é apenas cada um dos frames replicados de uma perspectiva ligeiramente diferente. Porque não é lançado a versão em 2d a 48 ? Não faço ideia. Receio talvez. Resultados que não agradaram , ou simplesmente uma estratégia de promoção (modelo antigo ou 3d com 48). Mas não deixa de ser esquisito porque o 2d a 24 é claramente uma versão extremamente modificada e obtida apenas em pos produção , provavelmente até criando artificialmente motion blur (porque a conversão é sempre de um material original a 48fps com um tempo de exposição completamente diferente do que é usado para 24 , e esse tempo é que é gera o tal arrastão e não os frames a mais ou menos). De resto é interessante porque já li na net algumas queixas a esta versão (estão-se a mexer rapido demais , etc) dos 24 , exactamente por esta situação.

Samwise wrote:
Por outro lado, nos planos ao perto, cenários interiores, e em tudo aquilo que são cenários artificiais ou construídos por CGI, a sensação de "fake" também fica ultra-ampliada. Nas personagens, parece que estamos a ver vários planos separados sem haver uma ligação ou uma progressão isométrica entre eles (parece um paradoxo, mas a sensação 3D de ver pessoas próximas da câmara é a de que cada uma delas é uma folha 2D a mover-se em planos separados, com um cenário também 2D lá ao fundo); e nos cenários "não naturais" a imagem é tão realista que a artificialidade fica à mostra. :shock:

Também tive essa sensação acentuada em relação ao que já me acontecia com 3d . Parecem folhas a mover-se no plano , com fundos estáticos. A nitidez dos frames a mais ajudam muita coiss do 3d , mas também põem a nu a fragilidade deste tipo de projecção. É como o cérebro perceber que está a ser enganado e não existe nenhuma profundidade. E está sempre a fazer on e off. Distrai imenso.

Não sentes quando vês o 3d uma sensação de tudo estar reduzido ? Os oculos , as imagens que cortam pelo limite da tela , a constante convergencia que somos obrigados a fazer para o objecto que o realizador escolhe (e não os nossos olhos). De repente a sensação de grandeza da tela parece que se esbate . Em vez de criar imersão , parece criar uma barreira.

Acho que nunca vou gostar do 3d , por muitos que os estúdios queiram que a gente engula isto . Mas eu acho que gostei um bocadinho mais do HFR do que tu :-)))
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by Samwise »

jimmy wrote: Mas não deixa de ser esquisito porque o 2d a 24 é claramente uma versão extremamente modificada e obtida apenas em pos produção , provavelmente até criando artificialmente motion blur (porque a conversão é sempre de um material original a 48fps com um tempo de exposição completamente diferente do que é usado para 24 , e esse tempo é que é gera o tal arrastão e não os frames a mais ou menos). De resto é interessante porque já li na net algumas queixas a esta versão (estão-se a mexer rapido demais , etc) dos 24 , exactamente por esta situação.
Pelo que percebi desta parte, um filme projectado a 24fps já é um produto extremamente modificado em relação ao modo como foi originalmente gravado/captado, por forma a "caber" nos requisitos dos projectores de cinema - e algures ao longo do processo (incluindo a projecção), são gerados os "fastasmas" e os arrastos do "motion-blur". É isso?

Pelo que sei de fotografia, e se o princípio for semelhante, para conseguires congelar uma imagem em movimento rápido (por exemplo, um carro a 200km/h) necessitas de muito mais do que 1/50s na velocidade de obturação - mas já não sei ao certo como se processa a passagem de x imagens captadas desse carro para os 24fps ou 48fps e que requisitos de captação mudam para conseguir antingir esse objectivo.

Quanto à imagem estar a mexer rápido demais - eu também dei por isso em certos momentos. Logo no início, quanto o Bilbo vai ao baú buscar o diário, por exemplo.
Não sentes quando vês o 3d uma sensação de tudo estar reduzido ? Os oculos , as imagens que cortam pelo limite da tela , a constante convergencia que somos obrigados a fazer para o objecto que o realizador escolhe (e não os nossos olhos). De repente a sensação de grandeza da tela parece que se esbate . Em vez de criar imersão , parece criar uma barreira.
Sim e não. Se não olhar para os limites da tela consigo-me abstrair desses cortes - mas também é verdade que preciso de um ecrã bastante grande à frente. Ver 3D num ecrã reduzido é um desastre logo à partida.
Acho que nunca vou gostar do 3d , por muitos que os estúdios queiram que a gente engula isto . Mas eu acho que gostei um bocadinho mais do HFR do que tu :-)))
Eu gostei imenso dos grande espaços naturais - a imagem fica nítida até ao "infinito", e a fluidez dos travelings é espectacular. Sem ver isto a funcionar com o 2D não me posso pronunciar, porque não consigo calcular ao certo o que é que cada uma das tecnologias contribuiu para resultado final. Ainda tenho alguma fé que resulte na totalidade sem o 3D (:cross-fingers:)... nails-)
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by jimmy »

Samwise wrote:
jimmy wrote: Mas não deixa de ser esquisito porque o 2d a 24 é claramente uma versão extremamente modificada e obtida apenas em pos produção , provavelmente até criando artificialmente motion blur (porque a conversão é sempre de um material original a 48fps com um tempo de exposição completamente diferente do que é usado para 24 , e esse tempo é que é gera o tal arrastão e não os frames a mais ou menos). De resto é interessante porque já li na net algumas queixas a esta versão (estão-se a mexer rapido demais , etc) dos 24 , exactamente por esta situação.
Pelo que percebi desta parte, um filme projectado a 24fps já é um produto extremamente modificado em relação ao modo como foi originalmente gravado/captado, por forma a "caber" nos requisitos dos projectores de cinema - e algures ao longo do processo (incluindo a projecção), são gerados os "fastasmas" e os arrastos do "motion-blur". É isso?

Pelo que sei de fotografia, e se o princípio for semelhante, para conseguires congelar uma imagem em movimento rápido (por exemplo, um carro a 200km/h) necessitas de muito mais do que 1/50s na velocidade de obturação - mas já não sei ao certo como se processa a passagem de x imagens captadas desse carro para os 24fps ou 48fps e que requisitos de captação mudam para conseguir antingir esse objectivo.

Quanto à imagem estar a mexer rápido demais - eu também dei por isso em certos momentos. Logo no início, quanto o Bilbo vai ao baú buscar o diário, por exemplo.

Não percebi se a pergunta era em relação a este filme ou no geral. No geral , não existe nenhuma conversão (ou melhor até existia para o homevideo com pal , ntsc e tudo isso , mas não para projectar em sala) . Neste The Hobbit , para se atingir a projecção a 24fps 2D teve de se modificar.

Tentando não ser confuso . Cinema desde há 70 anos é na sua grande maioria captado a 24fps com velocidades de obturação de 1/48 (o valor é o dobro dos frames porque utilizam um mecanismo de obturação de 180º , ). De uma forma esquemática é quase como separar um segundo em 48 partes e acabar por captar metade delas (24). Imaginado que agora isso ia acontecer para 48fps mas mantinha-se um tempo de exposição igual (1/48 , basicamente estar a expor sempre o filme á luz em todos os momentos , o Mann fez algo muito parecido com isto no Public Enemies mas para 24fps , usando velocidades de 1/24. Por isso é que toda a gente se queixa do look do filme , e dos rastos :-))) )...o problema do motion blur continuava a existir.

No caso do The Hobbit eles captaram 48fps a uma velocidade de 1/64 s (o numero vem de usarem um mecanismo de 270º). Ora isto é uma exposição completamente diferente do normal. O arrastão é muito menor. Quando convertem para 24 , vão ter sempre por base frames expostos aquele tempo usado (e não o normal em 24). Por isso é que é capaz de existir algumas cenas que mesmo a 24 parecem pouco "naturais" para o olho cinematográfico. Além do processo normal de converter para menos frames , tiveram de em pos produção também ter em atenção o tal motion blur que não existe...mas devia existir :lol: (a tal situação inicial do Bilbo que referes e já vi mencionadas n-vezes por outras pessoas)

Se o cinema estagnou nos 24 não foi obra do acaso. Foi simplesmente o formato que permitiam conciliar com qualidade o som , imagem , artificialidade e...poupar fita.

De resto isto não ficará por aqui. O James Cameron já prometeu ...60 fps para a sequela do Avatar. :-)))
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Kimosabe
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by Kimosabe »

Vi O Hobbit ontem. 3d, 48 fps, tudo o que tinha direito :)... E sinceramente, 24h depois, ainda ando às voltas a tentar perceber a minha reacção ao filme. Se calhar, estou a exagerar, mas por certo, a reacção é, diria, algo "confusa".

As prequelas, na teoria, sofrem tendencialmente de um mal: são o princípio de uma história cuja melhor parte já foi contada. Prequelas divididas em trilogias, em particular, a primeira parte, sofrem do mesmo mal, mas de forma agravada: são o princípio do princípio de uma história cuja melhor parte já foi contada.

Embora nunca tenha lido O Hobbit, sei que não se trata de uma pura prequela na completa acepção da palavra, mas a colagem ao Senhor dos Anéis é inevitável, bem para além da temática, na medida em que existe um esforço mais que óbvio por parte da realização em fazê-lo, forçosamente tornando a 1ª trilogia numa referência para comparação, por mais que a quiséssemos evitar (curiosa a ligação que fazem...O Hobbit começa horas antes do FOTR).

Longe vai a sensação de espanto que senti há 11 anos atrás quando dei o primeiro passeio pela Terra-Média. Pouco é novo, os cenários já estão vistos, bem como algumas das personagens e respectivas caracterizações, os comportamentos, os discursos, etc. A história, por seu turno, é bem mais reduzida em escala e o tom mais leve e cómico. Até aqui tudo natural, dado que o universo é o mesmo e a história antecede a do LOTR. Pena é que da realização, tenha também vindo mais do mesmo. Não que lhe falte qualidade, falta-lhe, sim, novidade: a fotografia é a mesma, os ângulos são os mesmos, as panorâmicas tal e qual, até a banda sonora se confunde. Todos quiseram jogar pelo seguro, apostando na mesma receita, na decisão mais lógica e temeram adicionar-lhe algum ingrediente novo, receando que o respectivo sabor se sobrepusesse aos demais já conhecidos e que o público não gostasse. Seria o Guillermo del Toro a solução? Não sei, mas também nunca vamos saber. Na teoria, a hipótese de passagem de testemunho parecia, pelo menos, trazer consigo a vontade de injectar novidade, na consciência de que, caso contrário, cairiam no rótulo de "mais do mesmo". Ganhou a pressão dos milhões.

Quanto ao temido e já afamado ritmo narrativo (ou falta dele...), está longe de ser aquele longo e tortuoso caminho palmilhado à força dos joelhos, qual peregrino em Fátima, que tantas críticas apregoam. Pressupõe que o género fantástico nos caia no goto e alguma frescura física, é vdd, mas uma vez envolvidos na história, quase que não damos pelo tempo a passar. Não quer dizer, no entanto, que algumas "gorduras" não pudessem ser dispensadas. Fica no entanto difícil de distinguir nesta fase, sobretudo para quem não conhece o que vem para diante como eu, entre o que seria objectivamente "cortável" e o que serve para estabelecer futuros pontos de desenvolvimento da história.

Pode não parecer pelo que acima escrevi, mas gostei do filme. Comigo podem contar sempre para um grande filme de aventuras recheado de magia, encantamento, criaturas e criaturinhas das mais diferentes espécies e tamanhos e de uma boa sessão de "paulada" da forte lá pelo meio, tudo acompanhado ao som de uma banda sonora épica e grandiosa. E todos estes elementos, em diferentes medidas, estão presentes neste filme. Apenas entendo que este Hobbit ao vir depois do LOTR, acaba por funcionar um pouco como um anti-clímax. Tivesse sido seguida no cinema a cronologia das histórias e teríamos uma viagem de 6 filmes pela Terra-Média em crescendo e assim, por certo, mais plena de satisfação no final. Mais do que aconteceu com os outros filmes, em particular, com o FOTR, preciso de rever este Hobbit para arrumar ideias, sobretudo, depois de completa a nova trilogia.

Um aparte final, que isto já vai longo, para o 3D a 48 fps. Até aqui não era adepto do 3D e assim continuarei, ainda que significativamente revigorado pelos 48 fps. Não o repudio, acho que há espaço no mercado, mas também não acho que seja o futuro da experiência cinematográfica, pelo menos, não na forma como se apresenta actualmente. Encaro-o como uma special feature, uma opção adicional, longe de ser crucial para estabelecermos a nossa ligação com o filme e, acima de tudo, para percebermos até onde vai o nosso gosto por ele. Eu gosto de um filme quando rio ou choro com ele, sinto-me envolvido quando mexe com as minhas emoções, quando me sensibiliza ou me enraivece, quando não me deixa indiferente e quando me sinto mais rico quando acabo de vê-lo e não é, certamente, a ilusão de profundidade que contribui para que tal aconteça. Pode ter piada, mas é perfeitamente dispensável.

Em relação aos 48 fps, é bem-vinda a definição e claridade que oferece à imagem, os efeitos especiais parecem integrar melhor com a realidade, esbatendo-se frequentemente em maior profundidade a linha que os separa. Por outro lado, a ilusão de aceleração, a maior fluidez de movimentos, o tom artificial da imagem (o que até é estranho que aconteça quando o CGI parece melhor integrado) "prejudicam" a estética associada a um filme tal como a conhecemos. Escrevo entre aspas pois aqui questiono-me se não será maioritariamente a falta de hábito que me leva a pensar assim. Fico curioso por uma versão 2D a 48 fps, mas para já continuo a preferir os bons velhos 24 fps :)
Grande Guru
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by Grande Guru »

Dá para ver isto sem ter visto em condições os filmes do senhor dos anéis?
Pedro Pereira de Carvalho
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by Pedro Pereira de Carvalho »

Pois se é uma prequela!! A história passa-se cronologicamente antes de O Senhor dos Aneis. A única desvantagem que podes ter é ficares a conhecer alguns personagens que aparecem depois no Senhor dos Aneis, bem como a conheceres algo da história do Anel.
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by DarkPhoenix »

Versão 3d 48 HFR, sala 15 UCI Arrábida.

Já lá vão uns valentes anos desde que li "The Hobbit".
Deixou-me um gosto agradável, uma leitura leve e indicada para "todas" as idades.
No entanto, só me lembro da estrutura básica da narrativa e de alguns momentos chave.

O filme correspondeu mais ou menos ao que eu esperava, com algumas surpresas.

A maior de todas foi a nível técnico.
Este 3d HFR é um espanto, e é absolutamente a norma a seguir para o cinema em 3d.
O bom senso exige que sejam banidos os 24p, não há vista que aguente a divisão dessa velocidade ( já de si, lenta ) a fim de criar o efeito de profundidade ( ou 3d ).
Lembro-me de ter preferido mil vezes ( por exemplo ) ver o "The Avengers" em 2d, porque em 3d não se conseguiam perceber as coreografias mais rápidas, devido à falta de frames.
Até no "Avatar", onde só o 3d oferece a viagem completa pela opulência majestosa de Pandora, a revisão em 2d revelou-se uma experiência mais reconfortante para a vista.
Abaixo o 24p, deixem-se de saudosismos caducos, a tecnologia existe e é para ser utilizada.

Em relação ao filme.
Peter Jackson regressa a bom porto, depois das excentricidades insuportáveis ou enervantes ( "The Two Towers" ou "The Return Of The King - Extended Edition" ) que mancharam as suas anteriores viagens à Terra Média.
Em "The Hobbit", respira-se o mais puro Tolkien! yes-)
A dose correcta de humor, de poesia, de grandiosidade.
Nada dos excessos de que PJ é capaz, quando se deixa levar pela excentricidade e pelo $$$$.

O ritmo do filme é lento. É verdade.
Mas o problema não está no facto de ser lento, mas sim no que o torna aborrecido e previsível.
A estrutura do argumento deixa algo a desejar, continua a ser o elemento mais fraco dos Tolkien de Peter Jackson.
Os heróis estão cercados, mas falta alguém no grupo? Sim......zzzzzzzzz.... é ele quem aparece no último milésimo de segundo para salvar a situação....zzzzzzzzzzzz.... #-)
Outro problema é o excesso de cenas de combate.
Já não emocionam, já ninguém quer saber das armas a bater contra os escudos, é tudo repetitivo, dejá vu, só queremos que acabem para a história voltar a fluir.
Mesmo quando em "The Hobbit", se encontram algumas das melhores cenas de acção que Peter Jackson já filmou/criou.

As melhores cenas são as clássicas, as poucas que me recordo do livro.
A invasão da casa do Bilbo por aquela cambada de anões!
O maravilhoso duelo de enigmas com o Gollum, recriado de forma magistral!
Os idiotas dos Trolls a discutirem acerca da forma como iriam cozinhar os anões e o Bilbo. :-)))

Este "The Hobbit" está "enriquecido" ( discutível ) com alusões à trilogia LOTR, ao Silmarillion e ao Contos de Númenor ( estes últimos, nunca os li, mas confio nas críticas de quem encontrou traços deles no filme ).
Uma forma inteligente de tentar justificar as quase 3 horas de duração do primeiro filme de uma trilogia.
Não é o Hobbit do livrinho original de Tolkien, é algo mais, e algo diferente.

Na minha opinião, é um bom filme.
Imensamente superior ao entulho "The Two Towers" e é pelo menos tão bom como a versão de cinema de "O Regresso Do Rei".
Não chega, no entanto, ao explendor do "The Fellowship Of The Ring", porque lhe faltam momentos especiais como toda a sequência de Mória e a batalha final que culmina com a morte de Boromir.

"The Hobbit" é honesto, uma incursão respeitosa e fiel pelo imaginário de Tolkien.
Infelizmente, a divisão de uma história relativamente simples em 3 filmes, atira os grandes climax e resoluções para as suas sequelas, nomeadamente para o terceiro filme.
Isso prejudica este filme, deixa-o algo tresmalhado e confuso.

Um bom divertimento, excelentes valores de produção, bons actores, banda sonora que nunca desilude.
A grande surpresa é que o filme não surpreende, não emociona, nunca explode, apesar dos "esteróides narrativos". Culpas de um argumento incapaz de lidar com a divisão da história original em três partes. Não era tarefa fácil.
Só espero que o Peter Jackson mantenha esta postura equilibrada na realização, e desta vez não deixe as suas macaquices arruinar as sequelas.

7.5/10
Ludovico
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Re: The Hobbit (2012) - Peter Jackson

Post by Ludovico »

Pois fui ver ontem.
Na globalidade,muito bom.
Sinceramente,nunca li nenhum livro de Tolkien mas fiquei muito fã da primeira trilogia.
Quando soube que Jackson ficou com o projecto das mãos de Del Toro fiquei muito feliz.
Ao contrário do que já aqui foi dito se estes filmes passam-se ANTES do outros não fazia sentido ser OUTRO o realizador dos filmes.Se há continuidade o realizador deve manter-se.
Não é como os Indiana Jones em que as histórias são independentes entre si.
Bem quanto ao filme,gostei nem mais nem menos do que gostei quando vi "A Irmandade do Anel" em 2001.É um filme soberbamente realizado,interpretado,com efeitos especiais de sonho,mais divertido e cómico,com momentos de cinema de antologia
os gigantes de pedra são geniais
e tenho a sensação que o melhor está reservado para os outros filmes a seguir.Tenho até a impressão que o melhor será o último tal como aconteceu,na minha opinião,com "O Regresso do Rei".
Sim porque,lembro-me que quando vi " O Regresso do Rei" na sala gigante do ArrábidaShopping apinhada em Dezembro de 2003 quando acabou,fiquei tão satisfeito com o filme que quase me apetecia "morrer na sala".Atenção,é só uma força de expressão :oops: :-))).Mas é verdade,fiquei ultra-satisfeito mais do que estava á espera e foi a versão de sala.
Quanto a este "The Hobbit-Uma Viagem Inesperada" é o novo "Irmandade e do Anel",nem mais nem menos.
Os outros serão melhor,suspeito eu.
Nota:8/10
"Sempre as horas,as horas,as horas......"
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