Qual foi o último filme que viram ?

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nimzabo
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by nimzabo »

Mais alguns relacionados com isso:
The Fog of War - https://www.imdb.com/title/tt0064482/?ref_=nv_sr_1
In the Year of the Pig - https://www.imdb.com/title/tt0317910/?ref_=nm_knf_i1
The Trials of Henry Kissinger - https://www.imdb.com/title/tt0326306/?ref_=nv_sr_1

O ultimo vale a pena esperares para ver até veres o Batalha do Chile
José
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by José »

Busanhaeng - Train To Busan (2016), de Sang-ho Yeon
https://www.imdb.com/title/tt5700672/?ref_=nv_sr_1

Em primeiro lugar, devo confessar que não sou grande apreciador de filmes com esta temática. Posto isto, foi com abertura de espírito que avancei para este Train To Busan e... bendita a hora! Grande thriller, repleto de comentário social e até político, um filme de acção frenético do princípio ao fim. Fiquei bastante contente por se refugiar poucas vezes nos ditos efeitos especiais, dando sim primazia a efeitos práticos. No meio de tanta vertigem (e tão bem filmada!), consegue também ser bastante comovente. É um "thrill ride" que nos enfeitiça desde cedo e quase que não damos pelo tempo passar. Grande e belíssima surpresa!
Samwise
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by Samwise »

nimzabo wrote: May 2nd, 2018, 8:48 pm Mais alguns relacionados com isso:
The Fog of War - https://www.imdb.com/title/tt0064482/?ref_=nv_sr_1
In the Year of the Pig - https://www.imdb.com/title/tt0317910/?ref_=nm_knf_i1
The Trials of Henry Kissinger - https://www.imdb.com/title/tt0326306/?ref_=nv_sr_1

O ultimo vale a pena esperares para ver até veres o Batalha do Chile
Tudo boas sugestões! Não conhecia o documentário sobre o McNamara, e fiquei logo bastante interessado. Ele foi o Secretário de Estado da Defesa durante a primeira metade do envolvimento directo dos EUA no Vietname (passou pelo Kennedy e pelo Lyndon Johnson), aparece em 4 ou 5 episódios do documentário sobre a guerra, e é uma das personagens mais importantes do The Post, mesmo que não seja das principais.

O Kissinger veio depois, trabalhou praticamente na administração Nixon, e está envolvido numa série de operações e decisões obscuras e extremamente polémicas, para não dizer pior. Falas do A Batalha do Chile --- eu comecei a ver esse documentário há uns anos atrás, só que não acabei (eram 5 episódios, segundo me lembro, e vi os dois primeiros). Vou retomar antes de ver o The Trials...

Entretando terminei o Mark Felt. Como peça de cinema, achei fraquinho (o Liam Neeson está competente, mas nada que já não tenhamos visto antes e melhor), e penso que não valerá a pena uma visualização apenas pelo prazer de ver cinema. Vale contudo uma espreita para quem se interessar pelo caso Watergate, pelo mandato do presidente Nixon, ou pela história social e política da América daqueles tempos (década de 70). Desta perspectiva, é um bom complemento ao All the President's Men, porque clarifica uma série de aspectos que não dá para entender (porque não são abordados) no filme do Pakula, entre factos, instituições, personalidades envolvidas e a relação que todos liga.

Comecei a ver o Nixon, de Oliver Stone (já tinha visto no cinema, mas não me lembro de praticamente nada). Os primeiros 30 minutos são uma confusão de factos e nomes que sem se ter uma noção prévia de quem são não dá para seguir...
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.

«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death

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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by nimzabo »

Batalha do Chile são três. Os dois primeiros melhores que o terceiro, na minha opinião.
...Caçador, Killing Fields, Good Morning Vietnam, Little Dieter Needs to Fly...
Samwise
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by Samwise »

nimzabo wrote: May 3rd, 2018, 7:59 pm ...Caçador, Killing Fields, Good Morning Vietnam, Little Dieter Needs to Fly...
Esses já vi todos. Entretanto dei com este: Path to War. É capaz de valer a pena. Para ver depois do The Fog of War.
Television critic Matt Zoller Seitz in his 2016 book co-written with Alan Sepinwall titled TV (The Book) named Path to War as the 6th greatest American TV-movie of all time, writing: "This nearly three-hour epic plays like the greatest political drama that Oliver Stone never made.... This is easily the greatest of Frankenheimer's late-period TV work, which equals his finest work from the 1960s".[1]
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by nimzabo »

Easy Money
https://www.imdb.com/title/tt1291652/?ref_=ttls_li_tt
https://www.rottentomatoes.com/m/snabba_cash_2012
Jugoslavos, latinos, albaneses e droga num filme passado na Suécia.
Na linha de outros filmes como os 3 Pusher, o Suburra ou o Rise of the Footsdier.
Gangues e criminosos em luta uns contra os outros em que vale quase tudo.
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by Samwise »

rui sousa wrote: September 13th, 2012, 7:18 pm Image

A História da Europa, ao longo dos séculos, revelou-se propícia a ser usada e abusada pelas lides hollywoodianas (embora, mais nos últimos tempos, o alvo do entretenimento cinematográfico e televisivo americano tenha sido mais a badalhoquice das épocas que retratam do que os factos e acontecimentos mais interessantes e que marcaram a mesma), que desde os primórdios da Sétima Arte, tem abordado muitos episódios importantes (outros menos que outros, diga-se) em diversos filmes e séries de televisão.
Eu, sinceramente, nunca fui grande fã de filmes ou séries que se passassem muito atrás no tempo. Não sei porquê, mas nunca me pareceram interessantes o suficiente para ter pachorra para os acompanhar até ao fim. Casos como o dos grandes épicos bíblicos (que, na minha opinião, são constantemente alvo de sobrevalorização), ou as grandes produções como «Cleópatra» (um espectáculo visualmente deslumbrante, mas que falha em termos de qualidade e veracidade), passando pelas séries mais recentes «Os Tudors» (OK, este é o maior exemplo da badalhoquice com que a indústria do entretenimento trata a Idade Média e os séculos anteriores ao XIX) são algumas das provas do meu desgosto por este tipo de entretenimento, que pretende ser real ou, ao menos, «inspirado numa história verídica», mas esse epíteto não basta para substituir todo um trabalho de produção e argumento que, muitas vezes, é esquecido de ser trabalhado.
Contudo, há filmes/programas que se destacam (e que se tratam, verdadeiramente - no caso dos filmes-, dos que são unanimemente considerados como clássicos de visionamento obrigatório) por conseguirem ser, além de grandes peças de arte e de entretenimento, uma reconstituição da época que retratam que, apesar de não poder ser 100% fiel à realidade daqueles tempos tão antigos (como há menos registos e como não havia câmaras de filmar ou máquinas fotográficas para se registarem momentos para "mais tarde recordar", poderá haver certas dificuldades em retratar o que foi real), conseguem ser um verdadeiro luxo para a vista e um complemento diria que educacional, que nos faz relembrar certos pormenores e factos absorvidos em algumas aulas de História. Foi o que me aconteceu, a ver «Um Homem para a Eternidade», um filme que é realmente uma verdadeira jóia da coroa britânica e um filme que terá mesmo de durar para a Eternidade (e desculpem a ideia tão fatela e tão pouco criativa, do uso do título do filme para o elogiar, mas enfim, foi o que pensei que fazia sentido), quer pela dimensão da sua história e pelos pontos tão importantes que foca da História do Reino Unido (e da própria Europa) durante a época de mudança e inovação que foi a dos Descobrimentos, quer pela mensagem e pela moral que transmite, através do exemplo de Thomas More, um dos mais influentes pensadores de todos os tempos (e uma grande figura da época do filme) e cuja obra literária «A Utopia» revela-se como uma das mais célebres e estimadas obras da História da Filosofia
O filme é baseado na peça homónima de Robert Bolt (que se encarregou de transportar a sua obra teatral para um guião cinematográfico), e conseguiu reproduzir, além de muitos pormenores e factos da época retratados no filme (que, ao contrário de outros casos, não são inseridos na ação da fita de forma forçada, ou para lembrar aos espetadores que estão a ver uma obra histórica que fala de coisas que realmente aconteceram), a "teatralidade" da peça sem perder a mais ínfima parte de credibilidade e de qualidade do texto original. Apesar de terem sido feitas diversas alterações à história de «Um Homem para a Eternidade» (tornando, assim, possível a melhor maneira de se adaptar a história de Bolt ao grande ecrã), o filme funciona de uma forma excecional e inigualável, dando mesmo a sensação que fizemos uma viagem no tempo até ao século XVI (ou à ideia mais próxima e apurada que se possa ter sobre como foi esse século) e à vida de Thomas More. Este factor é também muito auxiliado pela realização sólida e preparada de Fred Zinnemann (responsável por muitos clássicos de Hollywood, incluindo «Até à Eternidade» e «Oklahoma», o primeiro filme a ser gravado em 35 mm) que venceu um Oscar (entre os seis que «Um Homem para a Eternidade» recebeu, incluindo melhor filme e melhor argumento adaptado), e também pelas poderosas atuações de um elenco de luxo que dispõe de diversos gigantes da arte de representar e da arte de fazer cinema: Paul Scofield (também vencedor de um Oscar pela sua prestação no filme) é um magnífico Thomas More, muito convincente e muito bem preparado para o seu papel (provavelmente por ter feito parte do elenco da primeira apresentação da peça de teatro) e é auxiliado por um bom leque de atores secundários que deixaram a sua marca neste clássico do cinema: John Hurt (no filme que lançou a sua carreira), Robert Shaw (como o excêntrico e estranho Henrique VIII), Orson Welles (um pequeníssimo papel, mas que marca uma forte presença da personagem clerical que o ator interpreta) entre muitos outros, que fazem de «Um Homem para a Eternidade» um filme fascinante e visualmente impressionante que mostra que podem os tempos e as vontades mudar, mas há coisas, problemas, situações, que não se alteram com o passar das gerações.

Nota: * * * * *
Não tenho uma opinião tão entusiástica como a do Rui, mas fiquei globalmente satisfeito com o filme.

A sua virtude mais "à mostra" é o elenco, que tem os actores certos nos lugares certos, com Paul Scofield em permanente e merecido destaque. Outra virtude será a estrutura elaborada e engenhosa dos diálogos, que num filme deste género cumpre com distinção várias metas: é essencial para delimitar de forma clara as causas e os valores que estão em confronto, é importante para situar com exactidão a posição de cada personagem no xadrez político, e serve ainda o objectivo de expor a sagacidade de raciocínio das personagens nos debates, pela forma como dominam ou tentam dominar os adversários - neste sentido, é um filme em que a densidade da violência se estabelece por completo pela via psicológica, através da tensão crescente que cada diálogo vai permitindo construir.

Trata-se então de uma "morality play" baseada em factos históricos, que coloca à sua personagem principal, Thomas More (Scofield ), um dilema de fidelidade, em que terá de escolher entre os seus princípios, neste caso centrados na fé religiosa, e a sua vida, no momento em que o Rei Henrique VIII decide desafiar e afastar-se da autoridade católica de Roma e do Papa, de modo a poder divorciar-se, uma vez que o sumo pontífice não lhe concede essa vontade. More, que é Chanceler do reino e um magistrado de grande prestígio institucional junto do povo (pela rectidão e moralidade incorruptíveis), terá de escolher entre continuar a seguir a autoridade de Roma (a única que aceita como legitimada perante Deus) ou sujeitar-se à (nova) autoridade do seu monarca, e terá de o assumir publicamente, de forma inequívoca.

Mas se alguns factos estão historicamente confirmados, por outro lado o que o filme faz com as personagens já é duvidoso, caindo rapidamente nos abismos do maniqueísmo. More é um impoluto poço de virtudes morais e qualidades intelectuais, não se lhe vislumbra um defeito, uma fraqueza, uma nódoa moral ao longo do calvário, enquanto do outro lado Thomas Cromwell (Leo McKern) é a personificação repugnante de tudo o que a espécie humana compreende de mau, e Richard Rich (John Hurt) um conveniente bode expiatório onde se aloja o modelo da fraqueza da tentação. Esta disposição algo denunciada e indigesta de traços de carácter chega inclusivamente aos limites da aparência física e das expressões faciais... Tudo muito geometricamente definido, tudo muito preto e branco.

Talvez que o tempo de filme, dada a complexidade narrativa (leia-se: elaboração e duração dos diálogos - que têm por base uma peça de teatro), não permitisse uma "atenção mais atenta" à definição das personagens, no sentido de as "des-definir", de as tornar mais difusas, mais ambíguas, até porque é infinitamente mais estimulante, quando chega a altura de lhes expor a fibra moral mais interior, colocar em cena personalidades que batalham com a sua própria incerteza, e que, defendendo determinados princípios agem por vezes em sentido contrário para enjeitar concessões, mas ainda assim teria sido preferível não expor de forma tão denunciada (quase que nos é esfregado na cara) as virtudes de uns (os "bons", os defensores da igreja "tradicional") e os defeitos de outros (os "maus", os que rompem com Roma).

7/10

Comecei a ver a série Wolf Hall, uma outra abordagem sobre o mesmo material histórico, e uma outra interpretação moral sobre as mesmas personagens. Nesta série, a figura central é o Cromwell (Mark Rylance) e está retratado praticamente ao contrário do que sucedeu no filme. O More, pelo pouco que vi, também está "ao contrário" do filme. Vi o primeiro episódio e fiquei muito bem impressionado.
Last edited by Samwise on May 11th, 2018, 12:27 pm, edited 3 times in total.
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by rui sousa »

Samwise wrote: May 10th, 2018, 9:01 pmNão tenho uma opinião tão entusiástica como a do Rui, mas fiquei globalmente satisfeito com o filme.


Já escrevi isso há quantos anos? :p

Provavelmente hoje também não daria uma nota tão alta. Mas tenho boas recordações do filme, principalmente por causa do elenco.
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by PanterA »

Wolf Hall é recomendadissímo. :)
3 anos depois ainda estou à espera da 2º season.
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by Samwise »

rui sousa wrote: May 10th, 2018, 11:56 pm
Samwise wrote: May 10th, 2018, 9:01 pmNão tenho uma opinião tão entusiástica como a do Rui, mas fiquei globalmente satisfeito com o filme.


Já escrevi isso há quantos anos? :p
Ainda usavas fraldas... (em sentido figurado, claro... "fraldas cinéfilas" :mrgreen: )
PanterA wrote: May 11th, 2018, 9:13 am Wolf Hall é recomendadissímo. :)
3 anos depois ainda estou à espera da 2º season.
Vou no episódio 3. Com seria de esperar, o "recheio" e preenchimento contextual das personagens é muito superior ao que sucede no filme, incluindo toda a matéria que contribui para afastar as mesmas da zonas puramente brancas e puramente pretas (há uma sequência em que se vê o "são" Thomas More a dirigir uma sessão de tortura a um "herege", ao mesmo tempo que lê uns trechos da bíblia, para doutrinar o infeliz). Ainda assim, esperava uma maior atenção na caracterização de muitas das personagens "não principais", como exactamente a de Thomas More. Aparentemente, por decisões "artísticas", decidiram filmar a história "na primeira pessoa", sempre do ponto de vista de Cromwell, significando isto que ele está presente em praticamente todas as sequências, e que não há muito poucos momentos narrativos com outras personagens "a sós" - uma escolha que limita a nossa percepção sobre muitos dos intervenientes.
Last edited by Samwise on May 11th, 2018, 5:59 pm, edited 1 time in total.
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by Samwise »

drakes wrote: April 27th, 2018, 5:54 pm
No Angel wrote: April 27th, 2018, 5:24 pm
nimzabo wrote: April 26th, 2018, 8:40 pm
os filmes portugueses por vezes têm disso... testam a nossa capacidade de manter a atenção :-)))
O nosso cinema é tão mau... principalmente pelo som e pelo guião (ou falta dele, visto que as personagens parecem mudas).
Não é o caso desse filme, a produção é caprichada, só que narra cartas e as imagens são sobre ele no conflito, mas ótimo som e fotografia, o filme mesmo realizado "mudo" se tivesse falas os atores seria um bom filme.
O Cartas de Guerra tem este trailer (que me parece magnífico, e não fosse a língua não o "reconheceria" no imediato como português):



Isto é baseado na experiência e na correspondência, ambas reais, do escritor António Lobo Antunes, que a par do Saramago é um dos gigantes da nossa cena literária contemporânea, e que, também a par do Saramago, é constantemente fustigado por comentários irritados de candidatos a leitores que não entendem o que ele escreve, sobretudo pelo formato e estrutura gramaticais "invulgares", que acusam de "não respeitar as regras da língua portuguesa".

No final do trailer há uma pequena sequência falada entre as personagens (não é a voz da mulher a ler a carta) e percebe-se então que o próprio Lobo Antunes é um dos soldados (é o "doutor"), e o "romance" que ele diz estar a escrever será o futuro livro "Os Cus de Judas"...

Tenho muita vontade de ver este filme - e mesmo sem o ver sei que não é um "filme normal", tal como a escrita do seu autor não é uma escrita "normal", e é dessas anormalidades, a que muitos não têm pachorra para prestar tempo e atenção, que surgem por vezes grandes obras. salut-) :wink: :-D
Last edited by Samwise on May 11th, 2018, 5:38 pm, edited 1 time in total.
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by paupau »

Em boa hora o faras, pois e um filme muito recomendado, de certeza que vais aprrciar a fotografia.

Enviado do meu SM-A510F através do Tapatalk

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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by Samwise »

A fotografia vê-se pelo trailer que foi tratada por algum especialista em fase de grande inspiração. Deliro com este tipo de cinematografia. pato-)
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by drakes »

Samwise wrote: May 11th, 2018, 1:25 pm
drakes wrote: April 27th, 2018, 5:54 pm
No Angel wrote: April 27th, 2018, 5:24 pm

O nosso cinema é tão mau... principalmente pelo som e pelo guião (ou falta dele, visto que as personagens parecem mudas).
Não é o caso desse filme, a produção é caprichada, só que narra cartas e as imagens são sobre ele no conflito, mas ótimo som e fotografia, o filme mesmo realizado "mudo" se tivesse falas os atores seria um bom filme.
O Cartas de Guerra tem este trailer (que me parece magnífico, e não fosse a língua não o "reconheceria" no imediato como português):



Isto é baseado na experiência e na correspondência, ambas reais, do escritor António Lobo Antunes, que a par do Saramago é um dos gigantes da nossa cena literária contemporânea, e que, também a par do Saramago, é constantemente fustigado por comentários irritados de candidatos a leitores que não entendem o que ele escreve, sobretudo pelo formato e estrutura gramaticais "invulgares", que acusam de "não respeitar as regras da língua portuguesa".

No final do trailer há uma pequena sequência falada entre as personagens (não é a voz da mulher a ler a carta) e percebe-se então que o próprio Lobo Antunes é um dos soldados (é o "doutor"), e o "romance" que ele diz estar a escrever será o futuro livro "Os Cus de Judas"...

Tenho muita vontade de ver este filme - e mesmo sem o ver sei que não é um "filme normal", tal como a escrita do seu autor não é uma escrita "normal", e é dessas anormalidades, a que muitos não têm pachorra para prestar tempo e atenção, que surgem por vezes grandes obras. salut-) :wink: :-D
Esse é o tipo de filme que é bom já saber como é seu formato, por não ser um filme "normal".
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Re: Qual foi o último filme que viram ?

Post by Samwise »

PanterA wrote: May 11th, 2018, 9:13 am Wolf Hall é recomendadissímo. :)
3 anos depois ainda estou à espera da 2º season.
Podes esperar sentado. O livro ainda está a ser escrito. É uma trilogia - e a série Wolf Hall adapta os dois primeiros volumes. O terceiro livro está previsto sair para a rua em finais de 2019, segundo a autora, Hilary Mantel.
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