Qual foi o último filme que viram ?

[PanterA]

Never Look Away - 8/10

O melhor elogio que posso fazer ao filme é que de 3h de runtime se tivesse mais 1 ou 2 ficava colado na mesma. E até que pelo menos mais uma horinha ali metida não se perdia nada, até porque houve situações, principalmente a parte que vão de um lado do Muro de Berlim para o outro precisava de mais tempo de antena. Era algo demasiado importante para ser narrado tão ao leve. De resto e mesmo sendo algo slow-pace tem aquela narrativa interessante e bem conduzida que em momento algum há aborrecimento ou monotonia.

The Passenger - 6/10

Está difícil apanhar aquela grande obra do mestre que me encha realmente as medidas. É um tipo de linguagem e uma maneira como conta as coisas que por vezes não me cativa. Tens alguns que sim, mas outros fica difícil acompanhar aqueles simbolismos e metáforas do ambiente criado em relação aos problemas das personagens. Porque aqui toda a caracterização é feita de fora para dentro, e o que conta é que o mostram e não o que falam. Basicamente é uma simbiose de sensações um pouco para o estranho.

High Life - 7/10

De vez em quando sabe bem ver algo deste tipo. Um sci que mesmo não estando a reinventar a roda e sabendo +/- aquilo que se pode esperar dele, cumpre tudo aquilo que é suposto e acrescenta ainda uma história interessante, ideias que vale a pena pensar nelas e um final ambíguo mas diria que mesmo no ponto.

[nimzabo]

O Never Look Away reforçou a opinião que já tinha de que este foi o ano com o lote mais forte de filmes estrangeiros a concurso nos Óscares.

[PanterA]

E para mim um deles até foi mesmo o melhor filme do ano. Cada filme estrangeiro valia por 5 ou 6 dos ditos americanos.

[djm]

Qual?

[PanterA]

Shoplifters.

[Samwise]

Vi o ultimo dos nomeados para a categoria de melhor filme estrangeiro que me faltava ver.

Nunca Deixes de Olhar
https://www.imdb.com/title/tt5311542/?r ... f_=nv_sr_1
https://www.rottentomatoes.com/m/never_look_away
Gostei muito apesar de alguns pormenores na fase inicial mais próprios de filmes menores.
É um filme que consegue ser profundo e belo mas num ou noutro detalhe é também um pouco básico.
Alguns poderão achar a história inverosímil e não gostar do filme por isso mas para mim não é inverosímil.
Faz sentido assim. São 3 horas de filme.

Never Look Away - 8/10

O melhor elogio que posso fazer ao filme é que de 3h de runtime se tivesse mais 1 ou 2 ficava colado na mesma. E até que pelo menos mais uma horinha ali metida não se perdia nada, até porque houve situações, principalmente a parte que vão de um lado do Muro de Berlim para o outro precisava de mais tempo de antena. Era algo demasiado importante para ser narrado tão ao leve. De resto e mesmo sendo algo slow-pace tem aquela narrativa interessante e bem conduzida que em momento algum há aborrecimento ou monotonia.

O Never Look Away reforçou a opinião que já tinha de que este foi o ano com o lote mais forte de filmes estrangeiros a concurso nos Óscares.

Acabei agora de ver este filme. Decepcionou-me um pouco depois de ter lido estes comentários. No final dou-lhe um 7/10.

Apreciei as primeiras duas horas, sobretudo por conta da contextualização histórica e da elegância narrativa de recorte clássico (com o bombardeamento de Dresden quase logo à abrir), depois comecei a ficar progressivamente "dormente" e desinteressado. Não fui nada à bola com o personagem central, que é baseado num pintor contemporâneo de algum renome, porque me pareceu uma mosquinha morta, um banana sem sentimentos e sem vontade própria, sem "intensidade de vida" para nos ser apresentado como o artista sensitivo que querem mostrar - parece viver de forma inconsequente, sem mágoas, sem agruras face ao que a vida lhe vai preparando de tortuoso. Pareceu-me o mesmo em a relação ao caso de amor - nada intenso do lado dele - vai-se passando como se fosse pré-determinado, sem esforço, sem chama (apesar de inúmeras sequências a dar para o tórrido) e pronto. Já a personagem da rapariga é de outra cepa (interpretada pela actriz que entra no Frantz, de François Ozon, um filme de que gostei bastanta mais). Também achei fraquinha a abordagem que fazem do mundo artístico lá para o final do filme - fraquinha no sentido de nada desenvolvida, apenas figurativa para contextualizar e algo desamparada, largada nos ombros daquele professor polémico, tudo muito denunciado e sem espessura. Achei mais interessante o paralelo que estabeleceram entre a arte no regime de Hitler e a arte no regime de Stalin - com as respectivas concepções e definições a serem ditadas pelos regimes, apesar de aí, também, a coisa se ficar pela superficie.

Pareceu-me um filme com vontade de ser muito mais, mas sem poder a nível de argumento para o conseguir. Tem uma bela cinematografia, um belo modelo narrativo (raro hoje em dia), um par de belas actrizes e meia dúzia de contextos históricos que nunca é demais mostrar e denunciar - mas falta-lhe um eixo narrativo forte, mais consequente, para agregar isto tudo, e uma personagem central que transmita dramaticamente aquilo que os contextos vão ditando.

Curiosidade - um dos quadros que aparece no filme esteve à venda em 2006 por uma quantia volumosa. Podem ver aqui:
https://www.christies.com/lotfinder/Lot ... tails.aspx

[nimzabo]

Também gostei bastante da primeira actriz e a cena em que é levada à força do consultório achei muito bem representada.
A cena em que eles estão na cama e chegam os pais achei muito forçada: os pais a aparecer na hora, ele a fugir pela janela, a mãe dela a vê-lo nu... depois mais à frente a cena em que ele viu o médico na cama com outra que não a mulher... parecem cenas de telenovela, quando o filme se pretende colocar noutro patamar.
A mãe da rapariga que tão compreensiva foi com o amante da filha quando ele caiu da árvore, pura e simplesmente desapareceu de cena quando o marido quis provocar o aborto. Seria o caso de ter medo dele? não se sabe.
Já mais perto do fim as cenas em que eles aparecem a rebolar na cama também não gostei, por exemplo.
E tem mais cenas assim, pequeninas para o que o filme pretende ser e é, no geral.

As pessoas ligam mais aos vencedores mas tem havido ao longo dos anos vários bons filmes propostos para o Oscar mas que não ganharam ou nem sequer foram nomeados e depois acabaram por ficar meio esquecidos, ainda mais se forem de países meio exóticos.
Por exemplo e apenas de 2010 para cá: Footnote, Duas Vidas, Foxtrot ou Corpo e Alma

[Samwise]

Também gostei bastante da primeira actriz e a cena em que é levada à força do consultório achei muito bem representada.

Sim, partilho. Também achei ao mesmo nível a sequência em que a vão buscar a casa. E cena da juventude hitleriana no cortejo, que é praticamente toda centrada na cara dela, e naqueles olhos azuis hipnóticos, foi muito bem pensada, filmada e interpretada.

Dos restantes candidatos estrangeiros deste ano só vi o Cold War, mas tenciono ver os restantes. O próximo é o Roma.

[nimzabo]

Viste O Culpado também.

[drakes]

Liu lang di qiu (2019)
https://www.imdb.com/title/tt7605074

Assistido via Netflix, é um bom filme catástrofe, tem superação, sacrifício, drama familiar, tensão equipe, exageros, e diversamente de alguns boas atuações, por isso 7,2.

[José]

Shattered - Pulsações Explosivas (1991), de Wolfgang Petersen
https://www.imdb.com/title/tt0102900/?r ... f_=nv_sr_5

Thriller noir/conjugal bem interpretado, a querer colar-se ao tom dos clássicos de outrora, embora sem a força destes. Conta a história de um homem que, na sequência de um aparatoso acidente de viação que sofre com a sua esposa, fica sem memória, é sujeito a operações plásticas e, mais tarde, lança-se no deslindar de certas circunstâncias do seu passado mais recente. O filme é implausível até dizer chega e pede uma enorme suspensão de descrença por parte do espectador, mas a verdade é que tem uma boa atmosfera, prende a atenção e entretém bem; já quando eu não estava à espera, no final, conta com um twist muito, mas muito bem construído.

[Samwise]

Ainda sobre o Nunca Deixes de Olhar, uma das sequências no início, em que a protagonista aguarda a passagem de Hitler, encarado na altura por uma parte crescente da população como o novo "Messias". O filme não aborda o ditador, mas esta cena é contextualizadora do êxtase por que a rapariga passa nesse momento - com consequências determinantes para a sua saúde mental. Não chegamos a ver Hitler, porque a câmara não larga o rosto da rapariga. Para além do branco imaculado dos uniformes (inclusivamente o do oficial das SS), as outras cores que se destacam em todo o enquadramento são o vermelho dos emblemas e o azul dos olhos (o preto passa relativamente despercebido).

[PanterA]

Conclusão: quando se é bonito(a) tem-se as portas de meio mundo aberto. :D

[nimzabo]

[Samwise]

Não deixando isso de ser verdade, a intenção do filme vai muito para lá disso, designadamente a denuncia das práticas de eugenia durante o período da Alemanha Nazi, que visavam a "purificação" da raça ariana através do assassinato em massa de elementos considerados inferiores. No caso da rapariga, de nada lhe serviu a beleza a partir do momento em que a família a levou ao médico por causa de um distúrbio mental...