Nothing But the Truth (2008) - Rod Lurie

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Shivers
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Nothing But the Truth (2008) - Rod Lurie

Post by Shivers »

Estreia esta semana:

A Verdade e só a Verdade

A história de Rachel Armstrong, uma jovem repórter da secção nacional do Capitol Sun-Times, um dos mais importantes jornais diários de Washington. Rachel escreve um artigo explosivo, revelando a identidade de uma agente da CIA sob disfarce, Erica Van Doren, que ao ser publicada desencadeia um verdadeiro vendaval, levando o Governo a pedir a identificação da fonte de Rachel. Com o apoio do seu editor, Bonnie Benjamin, do advogado do jornal, Avril Aaronson e do marido, Ray, Rachel desafia o carismático e decidido Procurador, Patton Dubois. Quando Rachel também se recusa a revelar a sua fonte ao Juíz Distrital Hall, este acusa-a de desrespeito pelo Tribunal e manda-a para a cadeia, afirmando que só ela tem o poder de sair da cela e que o tempo a passar no Centro de detenção a ajudará a percebê-lo. A história segue a dura experiência de Rachel atrás das grades, bem como a luta legal empreendida pelo seu advogado, Albert Burnside, que cita a Primeira Emenda da Constituição, quando leva o caso ao Supremo Tribunal de Justiça. Mas toda a gente está ansiosa por saber: quem é afinal a fonte e porque razão está Rachel disposta a sacrificar-se para a proteger?

http://www.nothingbutthetruthfilm.com/
Grande Guru
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Re: Nothing But the Truth (2008) - Rod Lurie

Post by Grande Guru »

O princípio e o fim são o melhor do filme. Infelizmente o tempo intermédio é demasiado longo e a espaços mesmo algo enfadonho, o q n abona para o resultado global do filme. No fm de contas nada q n se possa passar ao lado e poupar no bilhete de cinema.
p_alucinado
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Re: Nothing But the Truth (2008) - Rod Lurie

Post by p_alucinado »

Este filme deve ser visto primeiramente por aqueles que acham que de Hollywood já nada vem de novo, de excitante, que mereça efetivo destaque. Para aqueles que preguiçosamente insiste no cliché de que em terras do Tio Sam, quando se fala de cinema, só os dólares contam. Na verdade, este Nothing But the Truth é um objeto tão singular no panorama cinematográfico atual que até a mim surpreendeu. Pela ousadia. Pela mestria como nos leva a encantados (indignados?) até ao seu glorioso final.

Rod Lurie tem-se especializado num tipo de cinema com uma certa carga política, do qual The Contender (O Jogo do Poder, 2000), The Last Castle (O Último Castelo, 2001) e Straw Dogs (o remake do Cães de Palha, de Peckinpah) são exemplos efetivos. Lurie não tinha conseguido, no entanto, contar as suas histórias sem que um travo de moralismo patriótico as impedisse de atingir a visceralidade a que os temas propostos almejavam, acabando por vezes por se tornarem, a princípio, obras excitantes, mas terminando como objetos amorfos.

Em Nothing But The Truth - história de uma jornalista (Kate Beckinsale) que se recusa a divulgar a fonte de uma das suas histórias, para desgosto do governo que a passa a perseguir - era fácil cair nas armadilhas lamechas a que o tema normalmente está adjacente. A identificação com a personagem de Beckinsale, a mulher de princípios bem definidos, é imediata, mas o argumentista/realizador não cede e confronta constantemente os dois lados da barricada, com personagens que acreditam realmente naquilo que estão a dizer e fazendo, por vezes, com que o espectador não se sinta totalmente seguro no partido que toma, assim como o próprio advogado da jornalista (avassalador Alan Alda). É aí que reside o maior trunfo de um filme que corre alguns riscos, evita ele mesmo tomar partidos definitivos, e arrisca num final tão arrasador quanto coerente.

Não será um filme para todos, e poderá até gerar animadas discussões. No final, entende-se os motivos e as reservas que o levaram a ter uma distribuição bastante limitada, apesar do elenco estrelar (estão lá também Matt Dillon e Vera Farmiga). Justiça lhe seja feita: só o fato de Hollywood o ter produzido já é um grande triunfo.
Um clássico por semana, visto pela primeira vez, em UMA PARAGEM NO DRIVE-IN (http://umaparagem.blogspot.pt)
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