Romasanta (2004), de Francisco Plaza
Site Oficial
Imdb
Gosto muito de filmes de lobisomens e desde que vi uma referência a este titulo num site qualquer, há uns meses atrás, que fiquei curioso em relação a ele.
Tenho muito boas experiências com o cinema fantástico espanhol, o que aumenta a minha expectativa.
O filme estreou no festival de Cannes no passado mês de Maio.
Pelas datas de estreia nos outros países, duvido que ele vá passar nos cinemas em Portugal, sendo provável que passe directamente para o mercado de aluguer.
Alguém já o viu, ou tem informações sobre o filme?
Já agora fica aqui a sinopse do IMDB:
«An uproar is caused when some mutilated cadavers are discovered, giving way to the legend of the "Werewolf of Allariz". A traveling vendor rolls through the forest in his old wagon. A woman from every village on his route faithfully awaits him. He's attractive, intelligent, charming.... But he's also the monster feared by all. His most recent prey, Barbara will soon become the one who hunts him down. The film is based on the true-life story of Manuel Blanco Romasanta, the traveling vendor, who confessed to the murders of thirteen people, using their body fat to make soap. Romasanta was tried in Allaríz in 1852 and avoided capital punishment by proclaiming he was a werewolf. Barbara was the lone survivor of four sisters.»
Romasanta (2004) - Francisco Plaza
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Victor Melo
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Romasanta (2004) - Francisco Plaza
«The bigger the director/picture, the more "fun" people have acting like they're above it.»
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Não resisti esperar e já tive ocasião de o ver.
O Filme é bastante razoável.
É acima de tudo um thriller, com uma boa dose de suspense, algum gore e interpretações bem conseguidas. Quanto à parte tecnica, está igualmente bem trabalhada, com uma boa fotografia, enquadramentos e iluminação.
Agoras os contras;
SPOILERS...........SPOILERS............SPOILERS................SPOILERS..............SPOILERS.............SPOILERS
Primeiro, que acaba por não ser exactamente um "senão", é a escolha do actor JULIAN SANDS para o papela de Manuel Romasanta. Acho que este tipo de intrepretação não é a mais indicada para JULIAN, é que, pelo menos para mim, em parte alguma do filme consegui achar o homem assustador. Faltou sempre aquela capacidade de criar visualmente uma personagem gélida, psicologicamente profunda e assustadora.
Segundo, e a mais flagrante, é que neste filme acontece um dos maiores e mais flagrantes erros que já tive oportunidade de ver no cinema.
Numa cena que decorre numa sala de tribunal, onde estão a julgar um assassino, a palavra é dada a um "especialista" que começa o discurso por dizer que existem dois tipos de assassinos; o tipo circunstancial e o GENÉTICO. Ora bem, o filme decorre em 1850, até 1851, e o trabalho de Mendel só foi publicado em 1866.
......................................................................................................................................................
Ainda assim, acho que é um filme a ver, sem duvida.
Cumprimentos,
Ricardo Sendim, Coimbra, 32 anos.
O Filme é bastante razoável.
É acima de tudo um thriller, com uma boa dose de suspense, algum gore e interpretações bem conseguidas. Quanto à parte tecnica, está igualmente bem trabalhada, com uma boa fotografia, enquadramentos e iluminação.
Agoras os contras;
SPOILERS...........SPOILERS............SPOILERS................SPOILERS..............SPOILERS.............SPOILERS
Primeiro, que acaba por não ser exactamente um "senão", é a escolha do actor JULIAN SANDS para o papela de Manuel Romasanta. Acho que este tipo de intrepretação não é a mais indicada para JULIAN, é que, pelo menos para mim, em parte alguma do filme consegui achar o homem assustador. Faltou sempre aquela capacidade de criar visualmente uma personagem gélida, psicologicamente profunda e assustadora.
Segundo, e a mais flagrante, é que neste filme acontece um dos maiores e mais flagrantes erros que já tive oportunidade de ver no cinema.
Numa cena que decorre numa sala de tribunal, onde estão a julgar um assassino, a palavra é dada a um "especialista" que começa o discurso por dizer que existem dois tipos de assassinos; o tipo circunstancial e o GENÉTICO. Ora bem, o filme decorre em 1850, até 1851, e o trabalho de Mendel só foi publicado em 1866.
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Ainda assim, acho que é um filme a ver, sem duvida.
Cumprimentos,
Ricardo Sendim, Coimbra, 32 anos.
(...) is all but a dream within a dream (...)
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Victor Melo
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Segundo a lista de estreias do 7arte o filme vai estrear no dia 17 de Fevereiro.
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Também já vi este filme e nem sabia que havia aqui um tópico... Encontrei-o por acaso.
Bem, também tinha grandes expectativas para o filme, especialmente por causa de uma imagem promocional que vi dele. E sendo espanhol e com o Julian Sands (todo o fan do terror o conhece) esperava qualquer coisa.
MAs o filme é muito medíocre mesmo, e tende mais para o mau do que para o bom. Mas a culpa é única e exclusivamente do argumento, pois o trabalho de realização é impecável e a fotografia e o som então!! O filme, a nível técnico é uma coisa parva! Logo na primeira cena a primeira coisa que se repara é no incrível som! Acho que desde FOTR (cena de Moria) que não ouvia tão bom som!
A imagem é também muito boa, como já disse o dawnfrost, excelente fotografia, tanto enquadramentos como iluminação e tudo o resto. Este homem parece discípulo do francês Christophe Gans que também tem fotografia imaculada nos seus filmes.
Mas o filme é um pouco vazio... tipo, o que é que se passou no filme? Eu não vi nada... Vi uma sucessão de imagens bonitas e pouco mais...
É uma curiosidade que deve ser vista no entanto, acho eu.
Ah, e também não é bem um filme de lobisomens, por isso... tirem daí a idéia.
5/10
Bem, também tinha grandes expectativas para o filme, especialmente por causa de uma imagem promocional que vi dele. E sendo espanhol e com o Julian Sands (todo o fan do terror o conhece) esperava qualquer coisa.
MAs o filme é muito medíocre mesmo, e tende mais para o mau do que para o bom. Mas a culpa é única e exclusivamente do argumento, pois o trabalho de realização é impecável e a fotografia e o som então!! O filme, a nível técnico é uma coisa parva! Logo na primeira cena a primeira coisa que se repara é no incrível som! Acho que desde FOTR (cena de Moria) que não ouvia tão bom som!
A imagem é também muito boa, como já disse o dawnfrost, excelente fotografia, tanto enquadramentos como iluminação e tudo o resto. Este homem parece discípulo do francês Christophe Gans que também tem fotografia imaculada nos seus filmes.
Mas o filme é um pouco vazio... tipo, o que é que se passou no filme? Eu não vi nada... Vi uma sucessão de imagens bonitas e pouco mais...
É uma curiosidade que deve ser vista no entanto, acho eu.Ah, e também não é bem um filme de lobisomens, por isso... tirem daí a idéia.
5/10
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Victor Melo
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lud81 wrote: Ah, e também não é bem um filme de lobisomens, por isso... tirem daí a idéia.
Pela sinopse do imdb e pelo acontecimento verídico no qual o filme se baseia, também já desconfiava que não... mas obrigado por me desfazeres as dúvidas... precocemente…
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JoséMiguel
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Re: Romasanta (2004) - Francisco Plaza
https://en.wikipedia.org/wiki/Romasanta
Nota: O idioma original do filme é o inglês, apesar de ser um filme espanhol.
Sinopse (Wikipedia)
Trailer musical criado por mimRomasanta, also known as Romasanta, la caza de la bestia, is a 2004 Spanish-Italian-British horror film directed by Paco Plaza and starring Julian Sands, Elsa Pataky and John Sharian. It is available on DVD from Lion's Gate Entertainment under the title Werewolf Hunt.
Based on a script by Alfredo Conde, according to the end credits the film is based on a true story, that of Manuel Blanco Romasanta, Spain’s first documented serial killer. Conde is a descendant of one of the doctors involved the original Werewolf of Allariz court case that took place in 1853/54 in Galicia, Spain. He went on to write a fictional novel, The Uncertain Memoirs of a Galician Wolfman: Romasanta.[2] The same case previously provided the basis for the 1968 Spanish film El bosque del lobo ("The Wolf's Forest").
Curiosidades
A título provisório vou copiar para aqui o que escrevi no Tópico do Cinema de Espanha.
Surgiram elementos oficiais novos sobre o caso, desde que eu pesquisei o assunto em 2013, para o meu tópico d'"El bosque del lobo (1971)" do realizador Pedro Olea. viewtopic.php?f=11&t=48763&p=596527
Ando a ler a nova informação disponibilizada, que é muitíssimo interessante:
Por exemplo estou a ler algo de muito poderoso, que é o relatório do julgamento, escrito pelo advogado do Manuel Romasanta em 1859, no exemplo abaixo (página 221 do relatório judicial) vemos a página em que o advogado pede a sua majestade, a Rainha de Espanha, que conceda o indulto à pena de morte por garrote vil, por motivos de investigação científica e médica a pedido de um cientista francês identificado como "Mr. Philips". Espreitem a página porque merece ser lido um texto jurídico com mais de 150 anos, acerca de um assunto macabro.
http://galiciana.bibliotecadegalicia.xu ... sicion=221
Portada da reseña da causa contra Romasanta, publicada polo seu avogado defensor, Manuel Rúa Figueroa, en 1859.
Durante muito tempo não se sabia quem era este misterioso "Mr. Philips", mas recentemente um conjunto de 4 médicos psiquiátricos galegos publicou um artigo científico a identificar o cientista francês (que estava na altura exilado fora de França, por motivos políticos).
O artigo está aqui:EL DR. JOSEPH DURAND DE GROS Y EL CASO DEL HOMBRE LOBO
BLANCO ROMASANTA (1853).
¿UN “BRAIDISTA” EN LA CORTE DE ISABEL II?
David Simón Lorda1; Xaqueline Estévez Gil1;
María Victoria Rodríguez Noguera2; Mónica Minoshka Moreira Martínez2
Servicio de Psiquiatría. Complexo Hospitalario de Ourense. Servizo Galego de Saúde.
32003 Ourense. España.
1Médico(a) Psiquiatra; 2Médico residente de Psiquiatría.
EL DR. JOSEPH DURAND DE GROS Y EL CASO... (PDF Download Available). Available from: https://www.researchgate.net/publicatio ... _ISABEL_II [accessed May 26 2018].
https://www.researchgate.net/publicatio ... _ISABEL_II
Este médico é uma personagem do filme de 2004 do Paco Plaza, mas se repararem acima, os investigadores galegos em 2005 ainda não tinham a certeza deste ser o "famoso hipnólogo (profesor de Electro-biología) (...) Joseph-Pierre Durand de Gros (1826-1900)". Pois bem, o personagem que o filme mostra em 2004 bate certo com o que li desse "pseudo"-cientista francês, mas claro que ele nunca conseguiu ir a Espanha examinar o licantropo (maluco que acha que é lobisomem), ao contrário do que é mostrado no filme. Mas só o facto da personagem bater certo com o que ando a ler sobre o homem, já será um ponto a favor, que me surpreendeu.El dr Philips y Joseph Pierre Durand de Gros
Ya en 2005 (Simón, 2005), apuntamos la posibilidad de que Mr. Philips, el famoso
hipnólogo (profesor de Electro-biología) hubiera sido con mucha probabilidad Joseph-
Pierre Durand de Gros (1826-1900), pero no teníamos a aquellas alturas datos fiables ni
bibliografía que lo constatara.
Recientemente pudimos conseguir el libro de Jean-Michel Cosson, “La Trilogie Durand
de Gros, apôtres de la science et martyrs de la liberté” (Rodez- Aveyron-Francia, 1993),
dedicado al estudio de la familia Durand de Gros ("Apóstoles de la Ciencia y mártires
de la libertad"), podemos afirmar que estábamos en lo cierto, y confirmar aquella
hipótesis.
En el libro de Cosson se detalla cómo Durand de Gros esperó en vano durante un
tiempo en Marsella a ser llamado por la Corte española para poder reconocer al
Hombre-lobo Blanco Romasanta tal y como había sugerido/solicitado por carta a la
Reina Isabel II en julio de 1853...
Pese a que la Reina Isabel II ordena que se realicen las investigaciones científicas que
sugiere Dr. Philips (Durand de Gros), lo cierto es que nunca lo llamaron a España
EL DR. JOSEPH DURAND DE GROS Y EL CASO... (PDF Download Available). Available from: https://www.researchgate.net/publicatio ... _ISABEL_II [accessed May 26 2018].
Retrato de Romasanta realizado polo litografista Vicente Urrabieta e publicado na revista La Ilustración, de Madrid, en xuño de 1854. Cedida polo Arquivo Castro Vicente.
Sendo este filme uma adaptação de um livro de ficção do género fantástico e mistério, não se trata de um filme biográfico ou histórico. Ainda assim eu farei uma análise acerca do rigor ou não das partes que são factuais. Por exemplo imaginando que um cineasta decide fazer um filme acerca da Ilha dos Amores, conforme o Luís de Camões a descreveu nos Lusíadas:
Eu exigiria que a parte de magia e fantasia com as ninfas nuas, fosse fiel a essa secção ficcional do Lusíadas, e que o resto (caravelas, roupas, comportamento dos marinheiros, etc.) fosse fiel aos factos históricos dos Descobrimentos. Isso bem feito, seria o tal "Realismo Mágico", claro que se as ninfas não aparecessem todas nuas e não fossem sex-symbols, eu acusaria logo a equipa do filme de serem puritanos religiosos, conforme o que já sucedeu no cinema português no filme "Hans Staden" (foi uma versão puritana luso-brasileira do mesmo assunto do excelente filme "Como era gostoso o meu francês").
Descobri ainda mais duas fontes interessantes acerca do Manual Blanco Romasanta.
Aproximación facial de Romasanta, realizada por Fernando Serrulla e Marga Sanín.
Artigo em 3 partes, no portal da ciência galego:
http://www.gciencia.com/historias-gc/ma ... masanta-1/
Blog por três irmãos advogados, que são familiares descendentes do médico que analisou o psicopata, eles foram descobrir os arquivos da paróquia, de onde foi enterrado o Manuel Romasanta (antigamente ninguém sabia o que sucedeu ao corpo). Também foram aos locais onde ele matou as crianças, à procura de algumas ossadas antigas, para saberem se os ossos teriam marcas de faca ou de dentes humanos, mas não encontraram nada.
https://arquivocastrovicente.wordpress. ... romasanta/
Ilustração de um romance ficcional de 1853 sobre este caso, em que tal como o realizador Paco Plaza, o escritor aproveitou e inventou uma história de terror com lobisomens.
Fonte: Linkei as imagens do GCiencia - Portal da Ciência Galega.
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JoséMiguel
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Re: Romasanta (2004) - Francisco Plaza
Primeira impressão
Existem pelo menos 4 diferentes maneiras de abordar este caso macabro do séc. XIX no Cinema, e duas delas foram utilizadas em dois filmes espanhóis, em 1971 e 2004.
A) Método actual de Hollywood (o pior).
Filme infanto-juvenil para adolescestes atrasados mentais. Felizmente este método não foi utilizado e passarei à frente.
B) Método do Realismo quasi-documental (o melhor), estilo os filmes dos anos 80 do cineasta Pedro Costa Musté, que ia pessoalmente investigar o assunto, antes de preparar o argumento do filme (como exemplo podem ler o que escrevi no tópico de Cinema de Espanha, sobre "O Crime das estanqueiras de Sevilha").
C) Adaptação de um livro, com Realismo de Simulação Histórica, o mais rigorosa possível da história do livro. É o caso do filme de 1971 do Pedro Olea, ao qual eu dei uma nota de 100%, enquanto filme. Quando eu era criança, tinha um tio-avô dono de uma taberna/mercearia (chama-se "Venda" em português do antigamente), numa região remota da serra algarvia, sem luz eléctrica, água canalizada ou saneamento. O meu tio-avô tinha um frigorífico a gás e o único telefone público oficial e posto de correio da região. Eu era um menino de Lisboa que ficou muito marcado com o que viu, numa sociedade sem electricidade, televisão ou sanitas, em que eu tinha de ir cagar à horta. Pois bem, quando eu vejo no trabalho da 7ª Arte do Pedro Olea, os galegos a norte de Portugal comportarem-se como eu vi os algarvios sem electricidade fazerem, na taberna do meu tio-avô, sei que estou perante uma excelente reconstituição histórica do povo ibérico do século XIX.
D) Adaptação de um livro, sem qualquer tipo de Realismo, em que o que interessa é o aspecto artístico-poético. É o caso do filme "Romasanta" do presente tópico, em que os personagens vestem roupa clockpunk, com casacos de cabedal com grande pinta, que nada têm a ver com a roupa que o povo galego vestia no século XIX. É anunciada a recompensa de 10 moedas aos aldeões, pela captura de um lobo, como se de um videojogo da Nintendo se tratasse, em que o boneco do jogo Final Fantasy, apanha um objecto e recebe 10 moedas e ganha 10 GP na pontuação do jogo. Mas o que ver a ser isto!?
Na Galícia do século XIX usava-se o Real e não "moedas" de jogos de computador. Eu não entendo este Paco Plaza. 
Eu gostei deste "Romasanta" por ser um filme adulto com maturidade, muito bonito a nível visual, de um tema do género fantástico. Realismo aqui não há. Este homem Paco Plaza só faz Realismo, quando a tal é obrigado como nos filmes found-footage "REC" e "REC 2" (porque o género found-footage apenas funciona com Realismo de Cinema), no entanto o homem já não aguentou mais o Realismo, e quando fez o "REC 3" meteu os personagens a comportarem-se como bonecos de banda desenhada infanto-juvenil.
O "Romasanta" é um bom filme de mistério que não contém o género terror. O enredo possui maturidade e não utiliza a fórmula previsível de Hollywood. Este filme é muitíssimo semelhante ao "The Savage Hunt of King Stach", filme bielorusso de 1980 pelo realizador Valery Rubinchik:
viewtopic.php?f=11&t=48592
É também semelhante ao filme francês de 1994 "Giorgino", pelo realizador Laurent Boutonnat:
viewtopic.php?f=11&t=49810&p=613885
Ambos filmes de que gostei muito.
Existem pelo menos 4 diferentes maneiras de abordar este caso macabro do séc. XIX no Cinema, e duas delas foram utilizadas em dois filmes espanhóis, em 1971 e 2004.
A) Método actual de Hollywood (o pior).
Filme infanto-juvenil para adolescestes atrasados mentais. Felizmente este método não foi utilizado e passarei à frente.
B) Método do Realismo quasi-documental (o melhor), estilo os filmes dos anos 80 do cineasta Pedro Costa Musté, que ia pessoalmente investigar o assunto, antes de preparar o argumento do filme (como exemplo podem ler o que escrevi no tópico de Cinema de Espanha, sobre "O Crime das estanqueiras de Sevilha").
C) Adaptação de um livro, com Realismo de Simulação Histórica, o mais rigorosa possível da história do livro. É o caso do filme de 1971 do Pedro Olea, ao qual eu dei uma nota de 100%, enquanto filme. Quando eu era criança, tinha um tio-avô dono de uma taberna/mercearia (chama-se "Venda" em português do antigamente), numa região remota da serra algarvia, sem luz eléctrica, água canalizada ou saneamento. O meu tio-avô tinha um frigorífico a gás e o único telefone público oficial e posto de correio da região. Eu era um menino de Lisboa que ficou muito marcado com o que viu, numa sociedade sem electricidade, televisão ou sanitas, em que eu tinha de ir cagar à horta. Pois bem, quando eu vejo no trabalho da 7ª Arte do Pedro Olea, os galegos a norte de Portugal comportarem-se como eu vi os algarvios sem electricidade fazerem, na taberna do meu tio-avô, sei que estou perante uma excelente reconstituição histórica do povo ibérico do século XIX.
D) Adaptação de um livro, sem qualquer tipo de Realismo, em que o que interessa é o aspecto artístico-poético. É o caso do filme "Romasanta" do presente tópico, em que os personagens vestem roupa clockpunk, com casacos de cabedal com grande pinta, que nada têm a ver com a roupa que o povo galego vestia no século XIX. É anunciada a recompensa de 10 moedas aos aldeões, pela captura de um lobo, como se de um videojogo da Nintendo se tratasse, em que o boneco do jogo Final Fantasy, apanha um objecto e recebe 10 moedas e ganha 10 GP na pontuação do jogo. Mas o que ver a ser isto!?
Na Galícia do século XIX usava-se o Real e não "moedas" de jogos de computador. Eu não entendo este Paco Plaza. Eu gostei deste "Romasanta" por ser um filme adulto com maturidade, muito bonito a nível visual, de um tema do género fantástico. Realismo aqui não há. Este homem Paco Plaza só faz Realismo, quando a tal é obrigado como nos filmes found-footage "REC" e "REC 2" (porque o género found-footage apenas funciona com Realismo de Cinema), no entanto o homem já não aguentou mais o Realismo, e quando fez o "REC 3" meteu os personagens a comportarem-se como bonecos de banda desenhada infanto-juvenil.
O "Romasanta" é um bom filme de mistério que não contém o género terror. O enredo possui maturidade e não utiliza a fórmula previsível de Hollywood. Este filme é muitíssimo semelhante ao "The Savage Hunt of King Stach", filme bielorusso de 1980 pelo realizador Valery Rubinchik:
viewtopic.php?f=11&t=48592
É também semelhante ao filme francês de 1994 "Giorgino", pelo realizador Laurent Boutonnat:
viewtopic.php?f=11&t=49810&p=613885
Ambos filmes de que gostei muito.
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Re: Romasanta (2004) - Francisco Plaza
Nome do realizador
O D.N.I. (O B.I. espanhol) do cineasta Paco Plaza diz lá de facto "Francisco Plaza", mas eu considero errado e perigoso (a nível de criar problemas no fórum, em pesquisas) manter "Francisco" no nome deste tópico e explicarei porquê:
Em Portugal um José é abreviado para Zé e um Francisco para Chico, muitas vezes um artista profissional da Indústria da Música ou Cinema opta pelo diminutivo, enquanto nome oficial artístico do seu trabalho. É o caso do músico português Paco Bandeira, que é de Elvas e foi locutor na Rádio de Badajoz. O Bilhete de Identidade do Paco Bandeira diz lá "Francisco Bandeiras", e eu acho errado e muito mau haver um tópico sobre o músico português com o nome "Francisco Bandeiras", pois esse não é o nome artístico do músico português.
Em português nós abreviamos Francisco para Chico, o que tem lógica fonética (cantor lusófono Chico Buarque), mas o Paco espanhol já envolve religião do arco-da-velha:
Obrigado pela vossa atenção.
O D.N.I. (O B.I. espanhol) do cineasta Paco Plaza diz lá de facto "Francisco Plaza", mas eu considero errado e perigoso (a nível de criar problemas no fórum, em pesquisas) manter "Francisco" no nome deste tópico e explicarei porquê:
Em Portugal um José é abreviado para Zé e um Francisco para Chico, muitas vezes um artista profissional da Indústria da Música ou Cinema opta pelo diminutivo, enquanto nome oficial artístico do seu trabalho. É o caso do músico português Paco Bandeira, que é de Elvas e foi locutor na Rádio de Badajoz. O Bilhete de Identidade do Paco Bandeira diz lá "Francisco Bandeiras", e eu acho errado e muito mau haver um tópico sobre o músico português com o nome "Francisco Bandeiras", pois esse não é o nome artístico do músico português.
Em português nós abreviamos Francisco para Chico, o que tem lógica fonética (cantor lusófono Chico Buarque), mas o Paco espanhol já envolve religião do arco-da-velha:
Eu sugiro à moderação alterar o nome do realizador no título deste tópico, de "Francisco Plaza", para "Paco Plaza". Como sabem eu ando a desenvolver um tópico sobre o Cinema Espanhol, e faço pesquisas de filmes no DVD Mania pelo nome do realizador, porque o motor de busca do DVD Mania não aceita títulos de filmes pequenos, e falha logo com este realizador nos filmes "Rec":Paco is a Spanish nickname for Francisco. One theory says that the nickname has its origins in Saint Francis of Assisi, who was the father of the Franciscan order. According to folk etymology, his name was written in Latin by the order as Pater Communitatis (father of the community); hence "Paco" was obtained by taking the first syllable of each word
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Paco
Julgo que o meu pedido é pertinente e está bem demonstrado e justificado.As seguintes palavras foram ignoradas na procura: rec.
Tem que especificar pelo menos uma palavra para a pesquisa. Cada palavra tem que conter no mínimo 4 caracteres caracteres e não pode conter mais do que 14 caracteres caracteres.
Obrigado pela vossa atenção.