"Showgirls" do Paul Verhoeven - Opiniões

[alquimista]

<blockquote id="quote"><font size="1" face="Verdana, Arial, Helvetica" id="quote">quote:<hr height="1" noshade id="quote">E estou do lado do Dark.... o Total Recall é uma trampa.<hr height="1" noshade id="quote"></blockquote id="quote"></font id="quote">

O que eu nunca entendi naquele filme, foi...que raio de cenarios de contraplacado e rochas de esferovite foram aqueles ?! Até em termos arquitéctonicos os cenários eram estranhos, tudo extremamente quadrado e extremamente geométrico. Até os supostos corredores por debaixo da terra pareciam construidos estilo caixa de sapatos.
Tudo geometricamente muito limitado. Seria para a cara rectangular tipo tijolo do Arnaldo não ficar destoada do conjunto geral ?

E tudo com uma iluminação que parecia saida das telenovelas da tvi. Estilo, não pode ficar um cantinho sem luz, toca a apontar lampadas bem brilhante para tudo que a malta nao comprou um televisor para ver bocados de imagem escuros.

Muito estranho este filme graficamente falando....[:D]

Alquimista - 34 anos neste mundo e até agora ainda não fui expulso.

[Thanatos]

Nem mais, alquimista. A mise-en-scene é horrível. E chega a um ponto em que já cansa andar a ver filmes passados em fábricas abandonadas. Então em Marte a sensação de claustrofobia é total. Até mesmo nas cavernas onde está o mecanismo alien que são supostamente gigantescas, temos a impressão de espaço fechado, de clausura extrema. É um filme menor e uma adaptação menor. Mil vezes prefiro o Robocop, pelo menos esse é mesmo para se passar num fábrica de Detroit, abandonada.

Agora comparem a cenografia de Total Recall com a de Blade Runner (e já nem falo de Minority Report que é muito mais recente..., mas mesmo assim falo )

Cumprimentos,
Thanatos
http://members.lycos.co.uk/hyperdrivezine --- um fanzine de ficção científica
"Ever let the fancy roam,
Pleasure never is at home"
-- John Keats

[lud81]

Por acaso eu acho que o aspecto de todos os filmes de FC do Verhoeven é muito característico dele. Tanto RoboCop, Total Recall, Starship Troopers e Hollow Man, qualidades artísticas de cada um à parte, são graficamente muito semelhantes e topa-se o "estilo Verhoeven". Sobretudo nos capacetes, hão-de reparar.

Ludovic Mestre
"Epá, tá aqui um cheiro esquisito..."
"É esquisito, é... hehe Made in Marrocos!"

[katrinapop]

Oi Dark Phoenix[8D]

Eu, pessoalmente, não gostei do Showgirls. Mas confesso que existem filmes bem piores, como a série interminável da Academia de Polícia e o Porky's, que é inenarrável.
O Showgirl chegou numa altura má, era o ano de 1995, onde havia muitos bons filmes em cartaz e clássicos instantâneos, como o: Toy Story, Os Suspeitos do Costume, Seven, Braveheart, As pontes de Madison County, Dead Man Walking, etc. Como é que o Showgirls, com um argumento tão banal, básico e mediocre, poderia competir com filmes como estes? Era impossível. E, graças ao exibicionismo do Paul Verhoeven e muito mais, do Joe Esztheras, o filme foi o fracasso que foi, tendo sido o recordista dos Razzie Award de 1995. E depois, contratam a Elizabeth Berkley para a personagem principal, que sinceramente não lhe deveria ser entregue, porque ficou provado que a rapariga não é boa actriz, nem sequer é razoável, e o resultado foi o que foi. Espanta-me ver pessoas como a Gina Gershon ou o Kyle Maclachan (antigo alter-ego do David Lynch!), embrulhados nesta miséria. Mas enfim, até os actores cometem erros...
No entanto, continuo a dizer que não é o pior filme de sempre, porque xistem alguns bem piores, sem dúvida. Mas este, sem dúvida, está no top ten.

um bem haja a todos

katrinapop

[Mad Dog]

"e o Porky's, que é inenarrável."

O quê????
Eu cá gosto imenso do filme (embora já não o veja há mais de 10 anos). Até me deste vontade de o rever, tenho-o lá em casa em DVD.

O Showgirls não é nada de especial, é certo, mas é um filme honesto.
Estava à espera de ver o que depois ví.
E convenhamos que a actriz principal (de que não me lembro agora do nome) tem muito jeito para a coisa;).


---
A minha colecção:

http://www.dvdprofiler.com/mycollection ... jorgequina

Auf!

[Samwise]

Rui Santos,

Depois da nossa conversa no tópico do Magic Mike, ando a tentar ver isto.

Aos 15 minutos de filme, está a ser mais difícil do que imaginei. Vai ser um "trabalho de Hércules" aguentar até ao fim.

Não me surpreende que haja quem goste/adore, e que até tenha sido defendido à posteriori por personalidades de algum peso no meio, que vieram em auxílio do Verhoeven, dizendo inclusivamente que o filme era uma "obra-prima" incompreendida. Tenho a forte sensação de que eu vou (continuar a) estar pólo oposto.

Primeiras impressões ao fim dos tais 15 minutos: personagens burras que nem uma porta, ao que se adiciona aquela agressividade irracional constante que caracteriza os excessos do cinema do Verhoeven - uma "marca de autor" que me faz desligar de tudo o resto que possa haver de "bom".

Vou continuar o desafio...

[José]

Bem sei que rumo contra uma imensa maré, mas sou um dos defensores deste filme. É certo que não o considero uma obra-prima, como o Jacques Rivette, Quentin Tarantino e Jim Jarmusch, entre outros... Mas, quanto a mim, é um excelente filme, bastante incompreendido. Um "All About Eve" trashy, over the top e virado do avesso, polvilhado com muita purpurina e exposição corporal. O crítico João Lopes disse uma vez que é o filme erótico para acabar com todos os filmes eróticos; tendo a concordar mais com a visão do próprio realizador, Paul Verhoeven: o filme é sim anti-erótico, já que todas as formas de sedução e os próprios actos sexuais são sempre um meio bem calculado para atingir um objectivo traçado; nada é natural e nenhum desses momentos é vivido com verdadeira entrega emocional. Outra coisa que sempre achei graça, e que li algures, já não sei onde, é que é um filme em que se trata de sobreviver num mundo de luzes e apelo sensorial mas que é na sua essência um mundo cão, voraz e triturador, em que todas as conquistas pessoais e profissionais da protagonista são sempre manchadas e secundarizadas pelas acções deploráveis dos homens à sua volta. Gosto muito deste Showgirls e, para mim, mesmo admitindo que tem veia rasca, exagerada e a dar para o chunga, ao menos tem uma história para contar e tem um alto valor de entretenimento, nunca se tornando aborrecido.

[Samwise]

O crítico João Lopes disse uma vez que é o filme erótico para acabar com todos os filmes eróticos; tendo a concordar mais com a visão do próprio realizador, Paul Verhoeven: o filme é sim anti-erótico, já que todas as formas de sedução e os próprios actos sexuais são sempre um meio bem calculado para atingir um objectivo traçado; nada é natural e nenhum desses momentos é vivido com verdadeira entrega emocional.

Isto é interessante. Mas vou reservar um comentário para depois de ter visto tudo.

Vou a meio. Melhorou ligeiramente, mas continuo sem achar ponta por onde pegar. A mulher, para além de burra e vítima, também é cabra. Nas mesmas proporções. E ferve em pouca água.

Já estou a ver essa ligação ao All About Eve que mencionaste, mas epá, a diferença intelectual entre um e outro é.... pornográfica.

[Salgueiro]

Também gosto bastante do Showgirls. É um exploitation puro e nesse aspecto é muito bom. Quem tenta ver fora disso vai apanhar uma desilusão. Os filmes exploitation têm normalmente argumentos simples com personagens, muitas vezes, pouco desenvolvidas e têm muita acção e sexo. Acho que é preciso conhecer este género de filmes para apreciar o filme. Grande parte das pessoas que foram ver o filme estavam à espera de ver um filme à "Hollywood" e apanharam com um exploitation. Se fosse nos dias de hoje este filme nunca seria feito com um orçamento tão alto (40 Milhões Dólares) e com uma estreia "mainstream" nos cinemas.

[Samwise]

Isto é muuuuito interessante:

[nimzabo]

Não vi.
Mas vi o Delicias Turcas (Turkish Delight) e gostei imenso.
viewtopic.php?f=11&t=50716&p=614402
Alguém viu?

[José]

O crítico João Lopes disse uma vez que é o filme erótico para acabar com todos os filmes eróticos; tendo a concordar mais com a visão do próprio realizador, Paul Verhoeven: o filme é sim anti-erótico, já que todas as formas de sedução e os próprios actos sexuais são sempre um meio bem calculado para atingir um objectivo traçado; nada é natural e nenhum desses momentos é vivido com verdadeira entrega emocional.

Isto é interessante. Mas vou reservar um comentário para depois de ter visto tudo.

Vou a meio. Melhorou ligeiramente, mas continuo sem achar ponta por onde pegar. A mulher, para além de burra e vítima, também é cabra. Nas mesmas proporções. E ferve em pouca água.

Já estou a ver essa ligação ao All About Eve que mencionaste, mas epá, a diferença intelectual entre um e outro é.... pornográfica.

Ela é impulsiva, exagerada, explosiva, etc... Não me esqueço daquela forma louca como ela deita o ketchup nas batatas fritas para logo de seguida deitar tudo ao chão lol. Não terá sido opção criativa da própria actriz, mas sim indicações de Verhoeven, como ele já terá vindo a admitir há uns tempos. Ele é inclusive o primeiro a falar do tom cartoonesco e camp que quis imprimir ao filme. Quanto áquilo que referi do João Lopes, ele terá dito que seria o filme erótico para acabar com todos os filmes eróticos, mas o saldo final resvalou para o desastre e para o cómico. Enfim, um filme que polariza imenso, mas continuo a ser um defensor acérrimo desta empreitada "Verhoeviana".

[Samwise]

O crítico João Lopes disse uma vez que é o filme erótico para acabar com todos os filmes eróticos; tendo a concordar mais com a visão do próprio realizador, Paul Verhoeven: o filme é sim anti-erótico, já que todas as formas de sedução e os próprios actos sexuais são sempre um meio bem calculado para atingir um objectivo traçado; nada é natural e nenhum desses momentos é vivido com verdadeira entrega emocional.

Isto é interessante. Mas vou reservar um comentário para depois de ter visto tudo.

Vou a meio. Melhorou ligeiramente, mas continuo sem achar ponta por onde pegar. A mulher, para além de burra e vítima, também é cabra. Nas mesmas proporções. E ferve em pouca água.

Já estou a ver essa ligação ao All About Eve que mencionaste, mas epá, a diferença intelectual entre um e outro é.... pornográfica.

Ela é impulsiva, exagerada, explosiva, etc... Não me esqueço daquela forma louca como ela deita o ketchup nas batatas fritas para logo de seguida deitar tudo ao chão lol. Não terá sido opção criativa da própria actriz, mas sim indicações de Verhoeven, como ele já terá vindo a admitir há uns tempos.

Sim, em tudo o que li acerca da interpretação exagerada da miúda, o Verhoeven diz que esteve sempre a puxar por ela para que fosse nesse sentido. Ele assume "as culpas" pelas críticas todas que desabaram depois de estreia e que a visavam a ela.

Não tenho particulares queixas a fazer em relação à interpretação em si, parece-me bem contextualizada no tom do filme - aliás, um dos aspectos positivos e interessantes que tenho a salientar prende-se com a relação algo ambígua e de "amor-ódio" com a outra protagonista (interpretada pela Gina Gershon). São as duas muito parecidas - e elas sabem-no quase a partir do primeiro momentos, só que essa mesma natureza, ao mesmo tempo que as aproxima e fascina, impede-as de firmar uma amizade. Não gostei foi mesmo da personagem - acho-a repugnante (e não me parece que tenha sido essa a intenção do Verhoeven em primeiro lugar).

O outro aspecto que me agradou foi a realização. Acho que está excelente e que dá tareias a muitos produtos "modernos" que se fazem hoje em dia.

Pela parte negativa... bom... tudo o resto. História, situações, diálogos, ambiguidade moral (a meu ver resulta contra a intenção de "denúncia da realidade", se é que havia alguma), situações de humor... e sobretudo a questão da agressividade constante em tudo e em todos. A conversa e as explicações do Verhoeven são bem-vindas, e parecem-me sinceras, mas os factores que ele aponta não funcionam comigo. O anti-erotismo que indica como um objectivo à partida, justificando com a ideia com o facto de todo o sexo mostrado ter uma finalidade calculista na génese, não tem para mim relevância nenhuma - o que a mim que retira "a pica", por assim dizer, é mesmo a agressividade constante, que chega a ser carnívora, em tudo o que é manifestação erótica - nem em produtos pornográficos de calibre mais puxado o excesso chega a estes limites. A sequência na piscina passa rapidamente de um ambiente sensual e de sedução (que já se adivinhava) para uma rave alienígena - nem consigo perceber o que se passou ali, que motivações psicológicas ou físicas levam alguém a agir daquela forma. Enquanto filme de "exploitation", parece-me que subverte um pouco o princípio à conta de um orçamento milionário e de uma produção em tudo luxuosa, se bem que mantém e hiperboliza toda a "sleezeness" que caracteriza esses produtos.

Ao pé do Showgirls, realmente o Magic Mike, em toda a sua extensão politicamente correcta e certinha (mesmo nos "piores momentos"), é um menino de coro. Nada a ver um com o outro, tirando o facto de se debruçarem sobre o mundo do strip.

O Showgirls não será o pior-filme do mundo, e não merecia o linchamento público a que foi sujeito, mas tenho uma grande dificuldade em fechar os olhos a todos os defeitos - que as intenções over-the-top não limpam/justificam, antes tornam mais desagradáveis.

[Samwise]

E já percebi onde o Tarantino se inspirou para a sequência de fecho no Death Proof... (a brincar, a brincar...)

[Samwise]

Para os apreciadores do filme...

https://www.imdb.com/title/tt10011412/