Desabafos... (Off-TopiC)

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PanterA
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by PanterA »

Gostava de estar na tua situação. Estou na última semana de férias e já despachei tudo o que tinha na minha watchlist quer de filmes ou séries. Tanto que ás vezes estou a ver filmes que nem queria ver, porque à partida já me estavam a cheirar que não ia gostar nada daquilo mas para passar o tempo lá teve que ser.

Hoje à noite ver se dou uma vista de olhos pelas internets para ver se arranjo algo para ver nesta última semana. Caso contrário vai ser penoso não ter nada para ver.
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by nimzabo »

Experimenta o Hounds of Love
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by mansildv »

PanterA wrote: August 10th, 2020, 8:15 am Gostava de estar na tua situação. Estou na última semana de férias e já despachei tudo o que tinha na minha watchlist quer de filmes ou séries. Tanto que ás vezes estou a ver filmes que nem queria ver, porque à partida já me estavam a cheirar que não ia gostar nada daquilo mas para passar o tempo lá teve que ser.

Hoje à noite ver se dou uma vista de olhos pelas internets para ver se arranjo algo para ver nesta última semana. Caso contrário vai ser penoso não ter nada para ver.
Algum género específico? Ou temática? 🤔 A malta pode dar sugestões :-)))
PanterA
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by PanterA »

Tenho despachado tudo o que mexe, desde vários géneros, desde que não sejam romances ou comédia românticas. Tenho pavor a isso. :D
Para os próximo dia e meio já cá tenho o: The Omen; Scent of a Woman; Les Traducteurs e agora mais o Hounds of Love.

O que me lixou foi ter ficado 2 meses de quarentena fechado em casa. Tinha uma imensidão de filmes e séries para ver, em condições normais até diria que me dava para quase até ao final do ano, mas despachei logo isso tudo. Agora ando a penar.
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by nimzabo »

É pesquisares um pouco. Há tanta coisa...
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by PanterA »

Farto de pesquisar ando eu. Mas só encontro filmes aos pares. Não aos 10 e 20 como disseram para trás. :P
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by nimzabo »

Blue Caprice
Cure (1997)
Santoalla (doc)
Pusher III (2005)
Calibre
Glória (2016)
São Jorge
Lilja 4-Ever
O Salão de Musica
Las Elegidas
Sweet Country
7 Cajas
Leave no Trace
Zero Motivation
Once Were Warriors
Another Earth
O Homem do Ano (2003)
Wild Wild Country (doc)
Punishment Park
Blindspotting
Woman at War
Krugovi
La Zona (2007)
Weiner (doc)
In My Father's Den
Transit
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by PanterA »

Já tenho que me entreter. Ty
Se gostar tanto ou mais que o Hounds of love, estou bem servido para o resto da semana. Ainda que já vi alguns deles.
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by PanterA »

nimzabo wrote: August 10th, 2020, 5:44 pm Experimenta o Hounds of Love
Obrigadinha. Graças a ti não consigo tirar a música nem a cena em questão da cabeça. E já lá vão uns dias. Grr:-)


:mrgreen:
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by nimzabo »

A história podia ter algo mais mas a realização e os actores achei muito bons.
Prefiro assim com actores desconhecidos do que com actores que já vi 20 vezes em diversos papéis.
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by PanterA »

A história é o que é. Preferia outro outro tipo de miolo e principalmente o final que necessitava de uma outra camada mais dark. Mas no geral foi bastante bom.
technicolor
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by technicolor »

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É um dos melhores e mais belos filmes da história do cinema
...e será a minha próxima compra em 4K.
Na altura e se ainda não houver tópico talvez arrisque escrever algo.

Mas para já, ei-lo aqui num belo texto texto de João Lopes


Lawrence da Arábia: o deserto é uma coisa interior

Faça-se um inquérito a jovens que vivam todos os dias empolgados pelos fenómenos "sociais" que, pelo menos uma vez por minuto, os vão convocando, acionando um bip nos seus telemóveis. Peça-se-lhes que identifiquem uma personagem épica que conheçam através do cinema. Quantos irão citar o coronel, arqueólogo e escritor britânico T.E. Lawrence (1888-1935)?Quantos dirão que sabem da sua existência através de Lawrence da Arábia, o filme que David Lean lhe dedicou em 1962, com Peter O'Toole no papel central?

Admito que possamos ser surpreendidos. E que haja muitos jovens que (ainda) não tenham sido intelectualmente afogados pela noção segundo a qual, para além do mais recente blockbuster cujos cartazes apoquentam as ruas das nossas cidades, a memória não é um vício nostálgico nem um luxo pretensioso, antes uma forma de entendimento e enriquecimento do nosso presente.

Convenhamos que o panorama global é terrível: para além da promoção de alguns jogadores de futebol a santos de uma religião planetária, a nossa miséria cultural pode medir-se através do metódico esvaziamento da noção de epopeia cinematográfica. Perante a nossa bonomia, não poucas vezes tingida de estúpido paternalismo, permitimos que as gerações mais jovens sejam ensinadas a confundir a pulsão épica do cinema (e não só) com a acumulação gratuita de efeitos especiais. Isto em paralelo com um cego liberalismo que nos tornou indiferentes ao triunfo quotidiano dos horrores da reality TV e seus derivados.

Como é possível que o talento de atores como Robert Downey Jr. seja banalizado (aliás, em boa verdade, ocultado) através da sua encarnação de figuras metalizadas, geradas por mecanismos digitais, como o Homem de Ferro? O nome dele aparece nas fichas dos filmes, mas o que vemos não passa de um fantasma virtual, uma marioneta sem alma que, para além da sofisticação da sua fabricação, nada deve à nobre arte de representar.

Bem sabemos que o artifício e as manipulações técnicas estão ligadas a muitas maravilhas da história do cinema. Não nos esquecemos de Georges Méliès (1861-1938), contemplamos com renovado fascínio o seu foguetão a aterrar no rosto acolhedor da Lua e deslumbramo-nos com as ilusões que ele soube criar há mais de um século, quando o cinema era ainda um sonho hesitante entre a fragilidade efémera da atração de feira e a glória de ser a forma mais universal de arte popular (que foi, de facto, durante o século XX).

A grandeza mitológica
Nada disso tem que ver com a contemplação beata dos feitos tecnológicos. Da angústia ao riso, o cinema foi - e continua a ser - uma linguagem capaz de celebrar as convulsões e contrastes da nossa muito humana condição. André Bazin (1918-1958), mestre do pensamento crítico, terno guru dos cineastas da Nova Vaga francesa, disse-o através de uma frase esplendorosa que continua a seduzir-nos como um enigma que importa, talvez, não tentar decifrar em absoluto: "O cinema substitui os nossos olhares por um mundo que se adequa aos nossos desejos."

Os nossos jovens poderão até conhecer o filme Lawrence da Arábia através do ecrã mágico do seu computador. Porque não? Contornemos a facilidade do cinismo: como Walter Benjamin nos avisou, sabemos que vivemos assombrados pela "reprodutibilidade técnica" das obras de arte; encararemos tal estado de coisas com euforia ou ceticismo, mas se não pudermos ir a Londres ver os quadros de Francis Bacon na Tate, isso não será uma boa razão para menosprezarmos as virtudes de um competente álbum de reproduções.

Acontece que Lean foi um cineasta da grandiosidade do ecrã. Grandiosidade física, antes do mais, por certo indissociável da sua grandeza mitológica. É verdade que Lawrence da Arábia pode "caber" no retângulo luminoso do nosso computador. Ou até, suprema insolência, no visor do nosso telemóvel. Mas importa perceber que se trata de um filme, não exatamente feito "contra" a atual proliferação de ecrãs, mas num contexto em que tal proliferação não existia, a não ser, talvez, como delírio de ficção científica.

Cada grão de areia do deserto de Lawrence da Arábia não é um píxel que um génio imberbe de Silicon Valley tenha associado a outro píxel, a outro e mais outro... revendo-se na performance impessoal dos seus maravilhosos gigabytes. Década após década, o filme preserva, porventura ampliando, uma visceral verdade física. Daí que o deserto não seja um cenário de fundo, muito menos uma decoração pitoresca para enquadrar as atribulações dos incautos humanos. Podemos mesmo arriscar dizer que o deserto é uma presença íntima, coisa absolutamente interior na epopeia de Lawrence. Daí também a sensação insubstituível de que houve gente humana, porventura demasiado humana, que protagonizou e registou aquelas imagens desejadas e pensadas para os maiores ecrãs do mundo.

Ser ou não ser
Essa intimidade, de uma só vez secreta e sensorial, não pode ser separada da sua origem literária: Lawrence da Arábia baseia-se no livro de T. E. Lawrence Os Sete Pilares da Sabedoria (cuja primeira edição tem data de 1922). Estamos perante um desses clássicos capazes de nos confrontar com as infinitas tensões entre as vivências individuais e as convulsões coletivas, ziguezagueando entre a sedução das abstrações políticas e o misto de pragmatismo e crueza que os gestos políticos tendem a refletir.

Lawrence foi uma figura fundamental durante a Grande Guerra de 1914-18, emergindo como líder do envolvimento militar britânico com a revolta árabe contra a Turquia, aliada da Alemanha. A sua liderança trouxe-lhe uma dimensão simbólica de "arabização" de que as suas vestes do deserto constituem apenas os sinais mais óbvios: através da reconfiguração física e psicológica da sua identidade, Lawrence viveu um trágico processo de "ser ou não ser" que confere à sua epopeia um valor universal, profundamente atual.

Neste filme o deserto não é um cenário, é uma presença íntima.

Enredado nas contradições internas do mundo árabe, por vezes pontuadas por inusitadas formas de violência, mas também marcado pelas ambivalências hipócritas das diretrizes políticas do seu próprio país (e da Europa, hélas!), Lawrence é um homem rasgado pela fúria labiríntica da história. Por um lado, os seus esforços para viver e vestir-se "como os árabes" conduziram-no ao distanciamento do seu "ser inglês"; por outro lado, a sua descoberta do(s) outro(s) envolveu um drama prático e filosófico cujo desespero ele condensa nas palavras de abertura do capítulo II do seu livro: "A primeira dificuldade do movimento árabe era dizer quem eram os árabes."

Mais de meio século depois, o filme de David Lean continua a acompanhar-nos como um dedicado conselheiro existencial, não merecendo a acusação de Bosley Crowther, crítico do The New York Times, que em dezembro de 1962 o considerou "tão despido de humanidade como as areias secas do deserto que retrata". No ano seguinte, em Cannes, Crowther cruzou-se com Lean, dirigindo-lhe um caloroso cumprimento: "Nem penses, Bosley", foi a resposta. Digamos, para simplificar, que é preciso de tudo para tentarmos ser dignos da complexidade dos grandes filmes, incluindo prestar alguma atenção aos movimentos imponderáveis das areias.

https://www.dn.pt/1864/lawrence-da-arab ... atUD48B4oU

A apreciação à edição 4K feita por quem sabe no hdmoviesourceblog
The best way to describe how Lawrence of Arabia looks on 4K UHD is one word, stunning. The color, the detail, it's all here in 12bit Dolby Vision glory.

Film grain consistency is excellent, there is no digital noise in-between film grains. This is difficult to do, and I wish most discs we're transferred to look this good. There are a couple of shots where the film grain is muddy, but the transfer remains rock solid.

The resolution is excellent throughout the movie, and facial detail is incredibly sharp. This is the result of a 4K or 8K scan, detail like this is impossible on 2K Scans. I believe that this what 4K UHD is made for. There minor haloing around objects, however, this is a camera and film artifact, not a digital one.

The color is bold and strong, I don't think many of the reds would be visible on HDR10. The color benefits amazingly from Dolby Vision. I think that these colors are impossible on any other format.

There is nothing digital about this image, it looks 100% authentic film. All transfers need to look this good in my opinion. The Columbia Classics set a standard for all future transfers rated by. If you love film and love Lawrence of Arabia then you need to own this title on 4K UHD. This is not a title that can be streamed, it would be an absolute injustice to this movie.
Last edited by technicolor on August 21st, 2020, 9:05 pm, edited 1 time in total.
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by nimzabo »

viewtopic.php?f=11&t=41507&p=611463#p611463

O Publico, há umas semanas atrás, trazia para aí metade do suplemento dedicado ao T.E. Lawrence porque foram recentemente editadas cá em Portugal duas versões diferentes do 'Os Sete Pilares da Sabedoria' (a somar à antiga da Europa América que era a que havia).

O artigo do João Lopes não explica qual foi o dilema principal dele e discordo completamente com a seguinte passagem:
a sua descoberta do(s) outro(s) envolveu um drama prático e filosófico cujo desespero ele condensa nas palavras de abertura do capítulo II do seu livro: "A primeira dificuldade do movimento árabe era dizer quem eram os árabes
O drama prático e filosófico dele não tem absolutamente nada a ver com a frase citada.
Aliás nem faz muito sentido a frase como está. Penso que foi um lapso.

Ele foi, como oficial inglês, ajudar a mobilizar um movimento árabe que sabotasse o império otomano, aliado da Alemanha na 1ª GM.
Nessa missão ele tornou-se verdadeiramente amigo dos árabes e preocupava-o o que lhes aconteceria depois da guerra.
Por um lado ele estava convencido que os ingleses não iriam cumprir as promessas feitas mas ao mesmo tempo achava que a melhor perspectiva que os árabes tinham era terem alguma relevância durante a Guerra, de forma a através de algum tipo de merecimento saírem beneficiados no fim.

O problema dele é que, para além de estar ao serviço dos ingleses, sendo verdadeiramente amigo dos árabes não era completamente honesto com eles pois não partilhava com eles a sua convicção e que era que no fim os ingleses haveriam de trair as aspirações árabes.
Por outro lado ele achava que não lhes dizendo isso, era ainda assim a melhor hipótese que eles tinham. Melhor do que aconteceria se fosse honesto com eles.
Este foi o grande dilema e diz da pessoa que foi.
Last edited by nimzabo on August 21st, 2020, 6:54 pm, edited 1 time in total.
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

Post by technicolor »

E já agora a opinião de Steven Spielberg sobre o filme
.
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Re: Desabafos... (Off-TopiC)

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