Winter Sleep / Kış Uykusu (2014) - Nuri Bilge Ceylan
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Winter Sleep / Kış Uykusu (2014) - Nuri Bilge Ceylan

Sinopse:
Aydin, a former actor, runs a small hotel in central Anatolia with his young wife Nihal with whom he has a stormy relationship and his sister Necla who is suffering from her recent divorce. In winter as the snow begins to fall, the hotel turns into a shelter but also an inescapable place that fuels their animosities...
IMDB
Trailer:
Re: Winter Sleep / Kış Uykusu (2014) - Nuri Bilge Ceylan
Muito boa nota.
No entanto já vi dois filmes desse realizador e não posso dizer que tenha gostado muito.
O Once upon a time in Anatolia achei uma seca.
Do Uzak gostei mais mas mesmo assim não achei nada de especial.
Ambos um bocado para o 'parado'.
O que não quer dizer que esse não possa ser bom.
Os 8,9 no imdb impressionam...
RT: http://www.rottentomatoes.com/m/kis_uykusu
No entanto já vi dois filmes desse realizador e não posso dizer que tenha gostado muito.
O Once upon a time in Anatolia achei uma seca.
Do Uzak gostei mais mas mesmo assim não achei nada de especial.
Ambos um bocado para o 'parado'.
O que não quer dizer que esse não possa ser bom.
Os 8,9 no imdb impressionam...
RT: http://www.rottentomatoes.com/m/kis_uykusu
Re: Winter Sleep / Kış Uykusu (2014) - Nuri Bilge Ceylan
Eu nunca vi nada do realizador, mas estou curioso com este filme... uma das boas coisas de Cannes e dar a conhecer filmes e realizadores desconhecidos do grande publico, que se outra forma passariam despercebidos.nimzabo wrote:Muito boa nota.
No entanto já vi dois filmes desse realizador e não posso dizer que tenha gostado muito.
O Once upon a time in Anatolia achei uma seca.
Do Uzak gostei mais mas mesmo assim não achei nada de especial.
Ambos um bocado para o 'parado'.
O que não quer dizer que esse não possa ser bom.
Os 8,9 no imdb impressionam...
RT: http://www.rottentomatoes.com/m/kis_uykusu
Re: Winter Sleep / Kış Uykusu (2014) - Nuri Bilge Ceylan
Aconselho ver todos os filmes deste realizador. É um dos meus favoritos. A fotografia é do melhor. Podemos considerar os filmes um bocado "parados" mas acontece numa grande parte dos filmes europeus.
- Clouds of May 9/10
- Uzak 10/10
- Climates 9/10
- Three Monkeys 9/10
- Once Upon a Time in Anatolia 10/10
- Clouds of May 9/10
- Uzak 10/10
- Climates 9/10
- Three Monkeys 9/10
- Once Upon a Time in Anatolia 10/10
Re: Winter Sleep / Kış Uykusu (2014) - Nuri Bilge Ceylan
Vi este filme no LEFFEST, foi a sessão de abertura no Monumental.
Sinceramente fiquei desiludido: não passa mais do que um calhamaço cinematográfico, cheio de diálogos, a querer tentar imitar o estilo de Ingmar Bergman. Mas o problema é esse: não é mais do que uma imitação, onde as cenas se sucedem umas a seguir às outras sem manter um interesse coerente.
De facto, eu fiquei com uma opinião mediana deste «Winter Sleep» não pela "lentidão", ou por ser um filme "parado" (que era, por acaso, aquilo que mais me estava a interessar no filme - e se o realizador aproveitasse para trabalhar mais a cãmara, o resultado teria sido bem melhor que isto), mas por ser um filme... cheio de diálogos. Sim, um filme demasiado espalhafatoso e palavroso, que se perde em ideias postas a "martelo" para encher o espaço suficiente que lhe permita ganhar muitos prémios e ser louvado pela crítica.
Vale pelas formidáveis interpretações e por ter óptimas ideias narrativas e visuais. Pena é que, noutra metade, não tenha ideias interessantes, embarcando numa onda que tem algo de "encher chouriços".
6.5/10
Na altura escrevi isto no MUBI:
"The latest Palm d'Or winner has some Bergman touches, but not all of his wisdom, unfortunately. The weak structure of the script is, however, offset by the exceptional cast, guided by a camera that was asking for more silence and less excessive dialogue."
Sinceramente fiquei desiludido: não passa mais do que um calhamaço cinematográfico, cheio de diálogos, a querer tentar imitar o estilo de Ingmar Bergman. Mas o problema é esse: não é mais do que uma imitação, onde as cenas se sucedem umas a seguir às outras sem manter um interesse coerente.
De facto, eu fiquei com uma opinião mediana deste «Winter Sleep» não pela "lentidão", ou por ser um filme "parado" (que era, por acaso, aquilo que mais me estava a interessar no filme - e se o realizador aproveitasse para trabalhar mais a cãmara, o resultado teria sido bem melhor que isto), mas por ser um filme... cheio de diálogos. Sim, um filme demasiado espalhafatoso e palavroso, que se perde em ideias postas a "martelo" para encher o espaço suficiente que lhe permita ganhar muitos prémios e ser louvado pela crítica.
Vale pelas formidáveis interpretações e por ter óptimas ideias narrativas e visuais. Pena é que, noutra metade, não tenha ideias interessantes, embarcando numa onda que tem algo de "encher chouriços".
6.5/10
Na altura escrevi isto no MUBI:
"The latest Palm d'Or winner has some Bergman touches, but not all of his wisdom, unfortunately. The weak structure of the script is, however, offset by the exceptional cast, guided by a camera that was asking for more silence and less excessive dialogue."
Re: Winter Sleep / Kış Uykusu (2014) - Nuri Bilge Ceylan
Curiosamente estava a ver este filme e estava a lembrar-me de outro que vi neste mês.
E quando cheguei ao fim deste Sono de Inverno percebi porquê.
São ambos inspirados em peças de Tchekov.
O outro é o Vanya on 42nd Street - http://www.imdb.com/title/tt0111590/?ref_=nv_sr_2 e é ainda mais teatral que este.
Foi um diálogo em concreto que me fez pensar no Vanya, é quando se diz que do Aydin (personagem principal do Sono de Inverno) se esperava algo mais e que a vida dele não fez jus ao que se poderia supor de inicio. No Vanya existe exatamente a mesma conversa.
O Sono de Inverno como disse o Rui tem muito boas interpretações e algumas imagens muito belas.
Anda aí no fórum um tópico sobre fotografia e este filme acaba por ter imagens fantásticas e uma fotografia excelente.
Gostei bastante mais do que dos outros filmes que tinha visto deste realizador.
Eu ao contrário do Rui achei alguns diálogos interessantes se bem talvez lhe falte alguma coisa para ser um grande filme, talvez um propósito claro.
O 8,7 que tem atualmente acho exagerado, ainda assim penso que tem interesse e que está muito bem realizado.
E quando cheguei ao fim deste Sono de Inverno percebi porquê.
São ambos inspirados em peças de Tchekov.
O outro é o Vanya on 42nd Street - http://www.imdb.com/title/tt0111590/?ref_=nv_sr_2 e é ainda mais teatral que este.
Foi um diálogo em concreto que me fez pensar no Vanya, é quando se diz que do Aydin (personagem principal do Sono de Inverno) se esperava algo mais e que a vida dele não fez jus ao que se poderia supor de inicio. No Vanya existe exatamente a mesma conversa.
O Sono de Inverno como disse o Rui tem muito boas interpretações e algumas imagens muito belas.
Anda aí no fórum um tópico sobre fotografia e este filme acaba por ter imagens fantásticas e uma fotografia excelente.
Gostei bastante mais do que dos outros filmes que tinha visto deste realizador.
Eu ao contrário do Rui achei alguns diálogos interessantes se bem talvez lhe falte alguma coisa para ser um grande filme, talvez um propósito claro.
O 8,7 que tem atualmente acho exagerado, ainda assim penso que tem interesse e que está muito bem realizado.
Re: Winter Sleep / Kış Uykusu (2014) - Nuri Bilge Ceylan
Também o vi agora mesmo.
Realmente é o típico filme se uma pessoa não está no mood correcto, vai apanhar uma seca descomunal. Eu por acaso nem sabia que isto era do mesmo realizador do Anatolia, senão já ia precavido por assim dizer. Além que, bastou apenas meros minutos para perceber a quem pertencia visto que a introdução, a maneira como a narrativa corria lentamente ou então fotografia que eram tão igual o Anatolia.
Quanto ao resto, se tivemos em conta que é um filme 3h15, com planos estáticos em conversas superiores a 15 minutos, uma iluminação muito escura, tem que ter um bom sumo por detrás para uma pessoa conseguir encaixar tanto diálogo per minuto. No inicio, até estava achar o filme +/- cativante. Mas só mesmo da primeira 1h30 é que finalmente apareceu o click. Porque até então, daqueles que mostrava muita parra mas pouca uva. Curioso que, e tal como o Rui, também achei que isto tinha vários chamamentos ás narrativas de Bergman, Tarkovski e afins, mas aí a mestria era outra. Pelo menos neste filme em particular.
7/10
PS: Pensava que seria um dos grandes candidatos aos óscares, mas pelos vistos ficou de fora.
Realmente é o típico filme se uma pessoa não está no mood correcto, vai apanhar uma seca descomunal. Eu por acaso nem sabia que isto era do mesmo realizador do Anatolia, senão já ia precavido por assim dizer. Além que, bastou apenas meros minutos para perceber a quem pertencia visto que a introdução, a maneira como a narrativa corria lentamente ou então fotografia que eram tão igual o Anatolia.
Quanto ao resto, se tivemos em conta que é um filme 3h15, com planos estáticos em conversas superiores a 15 minutos, uma iluminação muito escura, tem que ter um bom sumo por detrás para uma pessoa conseguir encaixar tanto diálogo per minuto. No inicio, até estava achar o filme +/- cativante. Mas só mesmo da primeira 1h30 é que finalmente apareceu o click. Porque até então, daqueles que mostrava muita parra mas pouca uva. Curioso que, e tal como o Rui, também achei que isto tinha vários chamamentos ás narrativas de Bergman, Tarkovski e afins, mas aí a mestria era outra. Pelo menos neste filme em particular.
7/10
PS: Pensava que seria um dos grandes candidatos aos óscares, mas pelos vistos ficou de fora.
Re: Winter Sleep / Kış Uykusu (2014) - Nuri Bilge Ceylan
Mesmo contando com uma duração elefantina, o tempo passa a voar neste filme. Pelo menos, foi essa a noção que tive, vê-se mesmo muito bem; esplendorosa fotografia, belíssimas interpretações e uma narrativa sumarenta. Adorei-o, de uma pontinha à outra!
A descrição tão elaborada do círculo comunitário (feita com minúcia, com uma respiração controlada e de pendor humanista) deu-me ares de Kiarostami e Kechice e o traço Bergmaniano, em termos atmosféricos, está lá todo. Achei muito bem concretizada a ideia daquele lugar que vai sendo fustigado com condições meteorológicas cada vez mais extremas, fazendo com que todas as emoções fiquem ao rubro.
Perceber que isto tudo teve por base Tchekov não é de espantar, bate certo por demais. Esta é a história de um homem de meia-idade tão "autista" na sua compreensão do mundo e das pessoas e tão fixo na ilusão do suposto controlo de tudo que acaba por se isolar na sua própria bolha social e emocional, excluindo nesse processo e ao longo dos anos todos os que estão ao seu redor (família incluída).
O facto de criar constantes dificuldades, barreiras de percepção que travam a naturalidade da partilha das vidas interiores e anímicas das pessoas da sua vida - e as suas respectivas e legítimas orientações de pensamento - conduzem-no a ser um homem cada vez mais isolado em si mesmo, na sua própria "ilha".
Por isto tudo e muito mais, esta é também uma obra de paladar Shakespeariano, a tragédia íntima de um pobre Diabo que não quer saber e não sabe "melhor".
A descrição tão elaborada do círculo comunitário (feita com minúcia, com uma respiração controlada e de pendor humanista) deu-me ares de Kiarostami e Kechice e o traço Bergmaniano, em termos atmosféricos, está lá todo. Achei muito bem concretizada a ideia daquele lugar que vai sendo fustigado com condições meteorológicas cada vez mais extremas, fazendo com que todas as emoções fiquem ao rubro.
Perceber que isto tudo teve por base Tchekov não é de espantar, bate certo por demais. Esta é a história de um homem de meia-idade tão "autista" na sua compreensão do mundo e das pessoas e tão fixo na ilusão do suposto controlo de tudo que acaba por se isolar na sua própria bolha social e emocional, excluindo nesse processo e ao longo dos anos todos os que estão ao seu redor (família incluída).
O facto de criar constantes dificuldades, barreiras de percepção que travam a naturalidade da partilha das vidas interiores e anímicas das pessoas da sua vida - e as suas respectivas e legítimas orientações de pensamento - conduzem-no a ser um homem cada vez mais isolado em si mesmo, na sua própria "ilha".
Por isto tudo e muito mais, esta é também uma obra de paladar Shakespeariano, a tragédia íntima de um pobre Diabo que não quer saber e não sabe "melhor".