Título: Manifest Destiny
Data: 11/02/2000
Ordem: S06E04
Temas: Conquistadores; Extra-terrestres; Formas de Vida Exóticas; Naves Espaciais; Fernando Cortés; Ideologia Política Americana de interferência externa (Manifest Destiny); Perspectiva da 1ª Pessoa; Cenário envolvente.
Nota Técnica Especial: Este episódio possui uma técnica de filmagem pioneira, na primeira pessoa, na qual o cameraman é um dos actores, em ambiente totalmente fechado e circunscrito pelos corredores e paredes do cenário geometricamente completo e detalhado da nave espacial, ou seja, não existe a meia parede de cenário nem a equipa de filmagem típica, com o realizador sentado na cadeirinha, e os técnicos a operarem câmeras e microfones girafa; Em vez disso os actores andam à solta dentro do cenário, e um deles tem um headset com câmera.
Premissa: A Nave UFS Mercury, atraca com o couraçado UFS Rhesos, em resposta a um pedido de socorro. A acção é filmada/vista através da câmera no headset do oficial médico. Logo no início, ao encontrarem a nave deserta, acedem aos registos dos tripulantes, onde é explicado que o couraçado (couraçado é a tradução portuguesa para battleship, demorei imensos anos a descobrir isto, e os oficiais da marinha portuguesa nunca sabem traduzir) UFS Rhesos, procedeu às normas em vigor, de devastar o planeta com armas biológicas de aniquilação total de toda a flora e fauna, em caso de indícios de "fauna feroz", o que inclui civilizações humanóides inteligentes, pois o objectivo é a mineralização dos recursos geológicos. Ainda durante os momentos de abertura do episódio, são mostrados os registos finais do diário de bordo, com referências ao conquistador espanhol Fernando Cortés.
Esta é apenas a premissa inicial, pois o rumo deste episódio irá lidar com outros temas...
Comentários: Ui Ui Ui! Excelente episódio, se fosse mais longo seria um filme de culto, isto é a versão séria e adulta do que o filme "Event Horizon" tentou ser, filme esse que infelizmente cai na categoria da magia/fantasia/fantochada, mas é apenas a minha opinião claro, faço referência a esse filme, porque quem gosta dele, ficará intrigado e poderá querer ver este episódio. Mas, verdade seja dita, são histórias diferentes e abordagens cinematográficas diferentes, apenas direi mais uma coisa sobre o filme, e agora em completa oposição a este episódio, que tem a ver com o título "Horizonte de Acontecimentos", termo da Teoria Relatividade Geral de Einstein, que concerne a distância em redor da singularidade do buraco negro, a partir da qual a velocidade de escape é maior ou igual à velocidade da luz, e por isso nenhuma informação pode escapar do que se encontra além deste "véu de censura cósmica" (termo técnico genuíno, não é poesia) para dentro do nosso universo.
O problema deste título é que se trata de publicidade enganosa, que nada tem haver com a história do filme, e serve apenas para vender umas quantas cópias ao pessoal das ciências, que foi enganado, ou seja "Event Horizon" era apenas o nome da nave espacial, que podia ser também "Colher de Pau", "Pífaro", "Chiça Penico", "Chapéu de Côco", etc.
Agora que estabeleci as típicas tácticas javardolas comerciais indecentes de Hollywood, irei dar início à minha opinião sobre este episódio, que é o oposto dessas jogadas, começando exactamente pelo título, que ao contrário do "Event Horizon", não engana o espectador, mas pelo contrário enriquece fortemente a história.
"Manifest Destiny" é o equivalente dos Estados Unidos da América da Jihad Islâmica, é um termo e conceito idiológico político, que defende que os EUA têm o dever de policiar o mundo, algumas instâncias em que este termo foi invocado oficialmente pelos presidentes dos EUA, foram a expansão para oeste e genocídio dos índios; o ataque ao méxico; participação na 1ª Guerra Mundial; e mais recentemente foi invocado por George W. Bush para atacar o Iraque.
Curiosamente este episódio foi emitido no ano 2000, antes do atentado de 11 de setembro e os eventos subsequentes no Afeganistão e Iraque, estou a chamar a atenção para o título do episódio, porque este termo não é muito conhecido em Portugal, e porque enriquece/complementa a história, de modo a entender a mensagem que o autor pretendia passar.
Por outro lado, a história em si, irá seguir um rumo que envolve um conceito exótico, de vida extra-terrestre, no verdadeiro espírito do que o Carl Sagan tentou mostrar na série Cosmos, que é completamente original, perfeitamente bizarro, mas ao mesmo tempo faz sentido cientificamente, o que considero brilhante e me deixou encantado.
Finalmente, o forte deste episódio não é a história, mas sim a técnica pioneira de filmagem em 1ª pessoa em conjunto com o cenário fechado completo, com o actor/cameraman a passear pelos corredores da nave, simplesmente brilhante! Adorei!
