Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Discussão de filmes; a arte pela arte.

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JoséMiguel
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Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

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http://www.imdb.com/title/tt4551318/
https://en.wikipedia.org/wiki/Paradise_(2016_film)
http://www.konchalovsky.ru/works/films/paradise/ (página oficial permanente do realizador e filme, com botão para seleccionar idioma em inglês ao canto superior direito)

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Sinopse oficial escrita pelo realizador e traduzida pela distribuidora portuguesa Legendmain Filmes
PARAÍSO conta a cativante história de três indivíduos, Olga, Jules e Helmut, cujos caminhos se cruzam na devastação da guerra.
Olga, uma imigrante aristocrática russa e membro da Resistência Francesa, é presa pela polícia nazista por esconder crianças judaicas durante uma invasão surpresa. Como castigo, é enviada para a prisão onde se encontra Jules, um colaborador franco-nazista que é designado para investigar o seu caso. Jules deslumbra-se por Olga e oferece-se para atenuar a sua punição em troca de favores sexuais. Embora Olga concorde, e fará o que for preciso para evitar a dura perseguição, a sua esperança de liberdade desaparece rapidamente quando os eventos tomam um rumo inesperado.
Enviada para um campo de concentração, Olga é forçado a uma vida de inferno. Para sua surpresa, ali, cruza-se com o oficial alemão da alta hierarquia das SS, Helmut, que em outros tempos se tinha apaixonado loucamente por ela e que ainda abriga esses sentimentos. Eles reacendem essa velha chama e embarcam num relacionamento retorcido e destrutivo. Helmut resolve resgatar Olga e oferece-lhe uma fuga que ela pensava já não ser possível. No entanto, com o passar do tempo e o destino da derrota nazi, a noção de Paraíso de Olga é irrevogavelmente alterada.
Usando o poder de monólogos confessionais e passagens de "footage found", o tema do filme pode ser resumido usando as famosas palavras do filósofo alemão Karl Jaspers: "O que aconteceu é um aviso. Esquecê-lo é um delito. Foi possível que acontecesse, e ainda é possível que volte a acontecer a qualquer momento. Somente no saber e conhecimento pode ser evitado.”

Fontes:

http://www.konchalovsky.ru/works/films/paradise/
http://legendmain.com/project/paraiso/
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Trailer



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Prémios

73rd Venice International Film Festival, Silver Lion award for Best Director, ITALY, 2016
73rd Venice International Film Festival, Premio Padre Nazareno Taddei SJ, ITALY, 2016
73rd Venice International Film Festival, Leoncino d'Oro Agiscuola Award, ITALY, 2016
73rd Venice International Film Festival, Soundtrack Stars Award, ITALY, 2016
73rd Venice International Film Festival, Award Bisato d'Oro to the actress Julia Vysotskaya, ITALY, 2016
Vatican, The Robert Bresson Prize to the Director Andrey Konchalovsky, ITALY, 2016
Vatican, Rivista del Cinematografo Award to Andrei Konchalovsky, ITALY, 2016
52nd Chicago International Film Festival (CIFF), Founder's Award, USA, 2016
32nd Haifa International Film Festival (HIFF), Cinematic Excellence Award, Israel, 2016
50th Hof International Film Festival, Award for Best Costume Design, GERMANY, 2016
50th Hof International Film Festival, Award for Best Setting, GERMANY, 2016
54th Gijon International Film Festival, Award for Best Actress (Julia Vysotskaya), SPAIN, 2016
54th Gijon International Film Festival, Award for Best Cinematography, SPAIN, 2016
54th Gijon International Film Festival, Yoth Jury Award for Best Feature Film, SPAIN, 2016
"Golden Eagle" Award of National Academy of picture arts and science for Best Film, Russia, 2016
Mar del Plata International Film Festival, Silver Astor Award for Best Screenplay, AEGENTINA, 2016
"Golden Eagle" Award of National Academy of picture arts and science for Best Director, Russia, 2016
"Golden Eagle" Award of National Academy of picture arts and science for Best Actress (Julia Vysotskaya), Russia, 2016
"White Elephant" national award of film critics and cinematographic press for Best Film, Russia, 2016
"White Elephant" national award of film critics and cinematographic press for Best Director, Russia, 2016
"White Elephant" national award of film critics and cinematographic press for Best Cinematography, Russia, 2016
18th Jerusalem Jewish Film Festival, The Schoumann Award for Jewish Cinema
30th NIKA Award (Russian Academy of Cinema Arts and Science) for Best Film, Russia, 2016
30th NIKA Award (Russian Academy of Cinema Arts and Science) for Best Director, Russia, 2016
30th NIKA Award (Russian Academy of Cinema Arts and Science) for Best Actress (Julia Vysotskaya), Russia, 2016

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Imagens promocionais

Não sei se se tratam de screenshots do filme ou fotos de produção, a autora das imagens é a Svetlana Malikova. As imagens acima e abaixo são provenientes da página oficial do realizador, mas carregadas por mim no photobucket.

http://www.konchalovsky.ru/works/films/paradise/

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JoséMiguel
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Re: Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Post by JoséMiguel »

Este filme está em exibição em duas salas portuguesas de cinema, uma em Braga e outra em Lisboa: https://filmspot.pt/filme/ray-408539/

Página do realizador no DVD Mania: viewtopic.php?f=11&t=50931

Na página acima, o Samwise divulgou duas críticas profissionais portuguesas:

https://www.publico.pt/2017/04/12/cultu ... te-1768435
http://www.rtp.pt/cinemax/?t=Rostos-e-v ... t=35&tm=52

Existem por lá uns comentários meus a essas críticas, que continuarei neste tópico.
JoséMiguel
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Re: Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Post by JoséMiguel »

Críticas, que eu considero terem qualidade, ordenadas da melhor, para a "menos boa":

http://sbccfilmreviews.org/?p=36758 (EN)
https://cinemaemovimentoblog.wordpress. ... 8/paraiso/ (PT-BR)
http://batataespacial.com.br/2017/01/ (PT-BR)

A primeira crítica foi escrita pelo Larry Gleeson, que é o dono de uma distribuidora norte-americana de filmes alternativos, chamada HollywoodGlee. A crítica dele é neste momento o único comentário que existe no IMDB, pois Portugal foi um dos primeiros países onde este filme já teve estreia comercial. Na verdade Portugal é apenas o 5º país a estrear comercialmente o filme, que ainda só foi exibido, fora de festivais, na Rússia, Brazil, Bielorrússia e Argentina.

Será decerto suspeito uma crítica feita pelo dono de uma distribuidora de Cinema, pelo que eu fui investigar as outras críticas dele no IMDB e noutros sites, para verificar se haveria algum conflito de interesses.

O único filme criticado por ele, que eu já vi, foi o "Nosferatu" de 1922. O texto dele está muito bom e ele compara a adaptação ilegal com o livro original, que ele já leu e eu também já li, não podia exigir uma melhor crítica profissional desse filme. Espreitem-na aqui no blog dele:

https://hollywoodglee.com/2016/03/16/fi ... nosferatu/

Na minha opinião, esse crítico norte-americano é "cá da malta do fórum", e se ele fosse português partilharia as suas críticas no DVD Mania. O homem escreve com amor ao cinema e dá-se ao trabalho de discutir comentários às suas próprias críticas, em "ambiente fórum" no site que indiquei no topo. Este "Рай / Paradise" é exactamente um dos filmes em que o crítico profissional, também discute o filme com o povo:

http://sbccfilmreviews.org/?p=36758

Tal como os comentadores acima, eu também fiquei em pulgas para ver este filme, só não irei ao Cinema, porque gosto de ver filmes no conforto de casa. Mas irei comprar o DVD quando sair (os DVD's da distribuidora portuguesa são vendidos na FNAC).

Uma das razões de eu querer ver o filme:
In line with his vision of achieving a dramatic authenticity, Konchalovsky wanted unknown actors audiences wouldn’t recognize from well-known projects to play the lead roles. Not an easy task for a casting director to find three actors with Russian, German and French language abilities who could carry out the characters monologues with maximum believability. Consequently, casting was carried out simultaneously in three countries with Elina Ternyaeva as the Russian Casting Director, Uwe Bünker was in Germany and Constance Demontoy worked in France.

Konchalovsky’s attention to detail continued with copious research into character development and environmental factors of female camp internment. Purportedly, he handed a compulsory list of 40 books for Clauss, which he graciously accepted, to read in preparation for his role as Helmut as a triangle of trust was being created between director, actor and audience. Julia Vysotskaya, a prominent television presenter, wife of Director Konchalovsky and working stage actress shaved her head, lost significant body weight and endured the rigors of the film’s highly intense, emotional scene work. Adding additional depth to the Paradise mise-en-scene and furthering the look and feel of the 1940’s war era with authentic costuming and set objects were the efforts of Costume Designer, Dmitry Andreev, and Production Designer, Irina Ochina.
Comentário do Bráulio Cruz:
What I can appreciate already from just reading the review is the fact that the filmmaker and actors have taken the time to do the research on the subject and have prepared to give the film as much of an authentic look and feel to it, this I feel is very important with this type of films because without it the film will just feel like a cheap attempt to grab the audience attention with such a popular subject matter.
Resposta ao Bráulio, pelo crítico Larry Gleeson, que começa a falar de cinematografia soviética com termos técnicos que eu desconheço por completo, e fiquei à toa devido ao meu desconhecimento do cinema soviético:
Good point, Braulio. As I watched the film I genuinely felt the director had a message to convey. I agree wholeheartedly with you about cheap attempts to catch the viewer’s attention. Interestingly enough, the homage to Vertov was a highly deliberate insert. Anyone, who knows film history is sure to pick up on it as Russia has a very storied cinematic history – some technical like the Kuleshov effect and montage editing, some socio-political and ideological. Konchalovsky is a proud Russian filmmaker and he’s quite talented. Thank you.
Eu fiquei intrigado com os conhecimentos e gostos de cinema desse Larry, e coloquei por exemplo este filme de aventura na minha watch list:

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http://sbccfilmreviews.org/?p=39356

Aqui está um filme que ele não recomenda:

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http://sbccfilmreviews.org/?p=39448
JoséMiguel
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Re: Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Post by JoséMiguel »

Aqui há uns anos existiu uma discussão longa entre mim e o Samwise, acerca da classificação de filmes, quer por críticos profissionais, quer por entusiastas como nós.

Essa discussão apenas teve lugar porque eu falava em alhos e o Sam falava em bugalhos, só no fim é que eu percebi que eu falava de uma coisa e o Sam de outra completamente diferente. Nós éramos como dois "palermas" a tentar medir a temperatura de um copo de água, em que um usava uma régua e o outro uma balança, :-P O Samwise insistia que a temperatura do copo, medida com a sua régua era de 10 unidades e eu insistia que a temperatura do mesmo copo, pesada com a balança era de 80 unidades, portanto essa discussão foi uma "conversa de parvos", escrita em vão. :lol:

Não se pode comparar 10 cm com 80 g, porque comprimento e massa são grandezas diferentes. mau-)

Vou então falar de classificação de filmes, uns tipos usam esse campo "classificação" para definir uma certa grandeza e outros usam o mesmo campo para definir uma grandeza completamente diferente. O que se passa por exemplo no IMDB é o equivalente a uns miúdos de 9 anos na escola, ao preencher uma ficha de exercícios em que um campo diz "Indique o volume do cubo: ", o primeiro palerma escreve lá "vermelho" e o segundo palerma escreve lá 2 kg".

Basicamente existem duas grandezas diferentes que a malta gosta de medir, quando preenche o campo de classificação de filme no IMDB:

1) Gosto pessoal

Ex: Um gajo que não goste de filmes de máfia vai ao IMDB meter lá 1/10 como nota do filme "O Padrinho".

Quem usa este critério nunca parou para pensar que esse "1/10" não interessa a quem está a ler, e por isso é inútil, excepto quando existir clonagem humana, e isso possa ter interesse eventual para o clone deles. Considero muito grave um crítico profissional, que utilize este critério nº 1.

Mas qualquer pessoa é livre de utilizar este critério, se assim o deseje.

2) Qualidade geral

Ex: Um gajo que não gosta de "O Padrinho", reconhece a qualidade do filme e dará entre 8 a 10, a esse filme.

Este é o critério que eu utilizo.

Uma maneira de entalar os tipos que usam o critério 1, seria a implementação de uma classificação detalhada, do estilo revista de jogos de computador:

Gráficos: 10/10
Jogabilidade: 7/10
Som: 8/10
Repetibilidade: 1/10
Nota Geral: 6/10

...que no cinema seria assim:

Argumento:
Enredo:
Fotografia:
Cinematografia:
Banda Sonora:
Realização:
Desempenho dos actores:
Nota Geral:

Com essa classificação detalhada, os tipo que usam o critério 1, seriam logo entalados, e já não poderiam dar 1/10 ao "O Padrinho". :badgrin:

O que eles fariam, se fossem honestos era:

Argumento: 9
Enredo: 9
Fotografia: 8
Cinematografia: 6
Banda Sonora: 9
Realização: 9
Desempenho dos actores: 9
Nota Geral: 8

E ficavam entalados, porque aqui não surge esse campo estúpido do "Prazer que o filme me deu:" e não teriam onde meter o 1/10 deles.

Conclusão

Estou agora pronto para comentar a crítica profissional do jornalista Luís Miguel Oliveira, em mensagem seguinte. :twisted: :badgrin:
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Re: Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Post by Samwise »

Hehehe.

Acho que caminhamos a passos largos para outra discussão de alhos contra bugalhos. :-)))

Eu cada vez acho mais que não existe distinção entre os dois critérios que identificas. Ou melhor, para mim, e só para mim, cada vez vejo menos fronteiras entre um e outro.

Quanto à questão de entalar os utilizadores da primeira opção fazendo separações entre as várias componentes de um jogo/filme/etc, acho que não resulta, porque um dos factores pode sempre ter muito mais peso na opinião de uma pessoa do que todos os outros.

Exemplo, o Stoker do Wook, que vi há uns dias. Seria um nota 9 ou 10 em quase tudo, menos no argumento, que para mim seria um 3 ou um 4. Nota final 5/10... :-?
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Re: Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Post by Samwise »

E outra coisa mais importante:
JoséMiguel wrote: April 25th, 2017, 12:27 pm Com essa classificação detalhada, os tipo que usam o critério 1, seriam logo entalados, e já não poderiam dar 1/10 ao "O Padrinho". :badgrin:

O que eles fariam, se fossem honestos era:

Argumento: 9
Enredo: 9
Fotografia: 8
Cinematografia: 6
Banda Sonora: 9
Realização: 9
Desempenho dos actores: 9
Nota Geral: 8

E ficavam entalados, porque aqui não surge esse campo estúpido do "Prazer que o filme me deu:" e não teriam onde meter o 1/10 deles.

A honestidade aqui não poderia ter nenhuma palavra de interferência, pois duas pessoas podiam atribuir notas completamente diferentes e opostas em cada uma dessas componente sem deixarem de ser honestas.

Pensa na questão dos efeitos especiais CGI. :wink:

Tu, só de pensares no assunto, ficas logo doente. Eu não. Eu aprecio o CGI quando é bem feito e abomino quando é mal feito. Tu, só pelo facto de um filme ter CGI, baixas logo a partida não sei quantos pontos teóricos na classificação final do filme. Eu não.

E quem diz CGI, diz... por exemplo... intepretações. Aquilo que para ti pode ser uma interpretação "naturalista", por parte de um alguém que nem se quer é actor, para mim pode ser uma má interpretação. E vice versa. Um actror consagrado que gosto de ver actuar num filme pode ter para ti uma interpretação terrível, teatral e artificial.

Ou seja, o teu critério um estará sempre presente e será sempre determinante em cada componente do teu cruitério dois. Não há forma de encontrar sutentáculos objectivos na arte. Os aspectos técnicos podem sempre ser medidos (um plano demora x segundos, uma lente tem x de abertura e u de distância focal, etc), mas sem que isso traga um critério de qualidade aceite da mesma forma por toda a gente (a composição do plano resultava melhor só com a cabeça da personagem, ou deviamos ter optado por meio-corpo e um background mais presente? Como determinar qual das abordagens tem mais "qualidade"?) .
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Re: Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Post by JoséMiguel »

Soube da existência deste filme, através da crítica do Luís Miguel Oliveira, que o Sam colocou no tópico do realizador.

Esse crítico é muito perigoso, pois a minha primeira impressão do filme foi negativa e nem sequer foi espreitar o IMDB ou wikipedia. Por causa desse Luís Miguel Oliveira, eu tinha sinceramente "cagado" para o filme. Se não fosse o Sam ter continuado o tópico com outra crítica, eu se calhar nunca iria ver este filme na vida.

Eu ainda não vi o filme, e podem questionar a legitimidade que terei em refilar com o critico português, mas aqui vai:

Então o homem dá uma nota negativa de 2/5 (40%) a um filme que ganhou estes prémios:
73rd Venice International Film Festival, Silver Lion award for Best Director, ITALY, 2016
73rd Venice International Film Festival, Premio Padre Nazareno Taddei SJ, ITALY, 2016
73rd Venice International Film Festival, Leoncino d'Oro Agiscuola Award, ITALY, 2016
73rd Venice International Film Festival, Soundtrack Stars Award, ITALY, 2016
73rd Venice International Film Festival, Award Bisato d'Oro to the actress Julia Vysotskaya, ITALY, 2016
Vatican, The Robert Bresson Prize to the Director Andrey Konchalovsky, ITALY, 2016
Vatican, Rivista del Cinematografo Award to Andrei Konchalovsky, ITALY, 2016
52nd Chicago International Film Festival (CIFF), Founder's Award, USA, 2016
32nd Haifa International Film Festival (HIFF), Cinematic Excellence Award, Israel, 2016
50th Hof International Film Festival, Award for Best Costume Design, GERMANY, 2016
50th Hof International Film Festival, Award for Best Setting, GERMANY, 2016
54th Gijon International Film Festival, Award for Best Actress (Julia Vysotskaya), SPAIN, 2016
54th Gijon International Film Festival, Award for Best Cinematography, SPAIN, 2016
54th Gijon International Film Festival, Yoth Jury Award for Best Feature Film, SPAIN, 2016
"Golden Eagle" Award of National Academy of picture arts and science for Best Film, Russia, 2016
Mar del Plata International Film Festival, Silver Astor Award for Best Screenplay, AEGENTINA, 2016
"Golden Eagle" Award of National Academy of picture arts and science for Best Director, Russia, 2016
"Golden Eagle" Award of National Academy of picture arts and science for Best Actress (Julia Vysotskaya), Russia, 2016
"White Elephant" national award of film critics and cinematographic press for Best Film, Russia, 2016
"White Elephant" national award of film critics and cinematographic press for Best Director, Russia, 2016
"White Elephant" national award of film critics and cinematographic press for Best Cinematography, Russia, 2016
18th Jerusalem Jewish Film Festival, The Schoumann Award for Jewish Cinema
30th NIKA Award (Russian Academy of Cinema Arts and Science) for Best Film, Russia, 2016
30th NIKA Award (Russian Academy of Cinema Arts and Science) for Best Director, Russia, 2016
30th NIKA Award (Russian Academy of Cinema Arts and Science) for Best Actress (Julia Vysotskaya), Russia, 2016
Mas o homem está a gozar na cara dos leitores ou o quê? :-x

Estes não são prémios de vão de escada! :shock: Só na Rússia ganhou o "Golden Eagle" (equivalente aos Globos de Ouro), Nika (equivalente ao Oscar) e "White Elephant" (equivalente ao Prémio da Crítica Fipresci), o que não é nada normal irem todos para o mesmo filme.

O crítico profissional português dá uma classificação negativa a um filme destes!? Grr:-) Negativa!??????

Aparentemente o Luís Miguel Oliveira usa o critério nº 1 e classifica a grandeza "prazer que o filme me dá" no campo de classificação cinematográfica do jornal Público!!!

O que é que "o prazer que o filme deu" ao crítico de cinema, interessa aos leitores, pergunto eu? :-?

Já houve alguém no fórum, que me chamou a atenção que dá zero importância os prémios de cinema de um filme, e que isso não pesa nada na sua decisão de ir ver um filme, penso que terás sido tu, Samwise? :-)

Um problema da crítica do Luís Miguel Oliveira é que ele fala no prémio de Veneza, e apenas no prémio de Veneza. Isto é mau jornalismo, de elevada incompetência, sem qualquer profissionalismo, porque a crítica foi publicada a 12 de Abril de 2017, e por exemplo a cerimónia Nika decorreu a 28 de Março de 2017. O jornalista português simplesmente foi copiar alguma informação desactualizada que leu numa crítica antiga, ou no site oficial da distribuidora portuguesa, que está desactualizado (outra empresa incompetente e pouco profissional).

Aquele crítico americano de que gostei muito, apenas refere o prémio de Veneza, porque o homem foi mesmo a Veneza ver o filme.
Viewed by Larry Gleeson at Venice Film Festival.
Para mim é impensável que um crítico profissional, critique um filme russo, após ele ter ganho o prémio Nika, sem se calhar ter a mínima ideia que o prémio exista. Eu sugeria que ele passasse os filmes russos para os seus colegas do Público, e se dedicasse a criticar filmes de Hollywood, pois ao menos não se esqueceria de referir que ganhou o Oscar de melhor filme, aquando da estreia portuguesa de Cinema. Isto é muito mau serviço do jornal Público, não deveria haver lá algum director que controlasse a qualidade dos críticos de cinema?

Samwise, eu sei que tu achas imensa graça a ler "as bocas" e comentários que os jornalistas escrevem nas críticas, mas para mim um crítico assim não serve.

O tal Larry Gleeson, além de ter ido a Veneza, foi fazer pesquisa em jornais russos, para obter a informação preciosa (que não está no wikipedia em nenhum idioma, nem no site do realizador) que ele indica no seu texto. Ele tem mais textos sobre o filme no seu blog.

Eu posso não saber escrever uma crítica profissional, mas bastou-me ir ao IMDB, clicar onde diz "site oficial do filme", para obter a lista dos prémios. Ainda vou a tempo de passar essa indicação aos leitores do DVD Mania, porque o filme ainda está em sala. Aquela lista de prémios faz diferença a muita gente e um crítico profissional que analisa um filme russo que esteja em sala, tem obrigação de saber a data em que ocorre a cerimónia anual do prémio Nika.
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Re: Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Post by JoséMiguel »

Samwise wrote: April 25th, 2017, 1:04 pm E outra coisa mais importante:
JoséMiguel wrote: April 25th, 2017, 12:27 pm Com essa classificação detalhada, os tipo que usam o critério 1, seriam logo entalados, e já não poderiam dar 1/10 ao "O Padrinho". :badgrin:

O que eles fariam, se fossem honestos era:

Argumento: 9
Enredo: 9
Fotografia: 8
Cinematografia: 6
Banda Sonora: 9
Realização: 9
Desempenho dos actores: 9
Nota Geral: 8

E ficavam entalados, porque aqui não surge esse campo estúpido do "Prazer que o filme me deu:" e não teriam onde meter o 1/10 deles.

A honestidade aqui não poderia ter nenhuma palavra de interferência, pois duas pessoas podiam atribuir notas completamente diferentes e opostas em cada uma dessas componente sem deixarem de ser honestas.

Pensa na questão dos efeitos especiais CGI. :wink:

Tu, só de pensares no assunto, ficas logo doente. Eu não. Eu aprecio o CGI quando é bem feito e abomino quando é mal feito. Tu, só pelo facto de um filme ter CGI, baixas logo a partida não sei quantos pontos teóricos na classificação final do filme. Eu não.

E quem diz CGI, diz... por exemplo... intepretações. Aquilo que para ti pode ser uma interpretação "naturalista", por parte de um alguém que nem se quer é actor, para mim pode ser uma má interpretação. E vice versa. Um actror consagrado que gosto de ver actuar num filme pode ter para ti uma interpretação terrível, teatral e artificial.

Ou seja, o teu critério um estará sempre presente e será sempre determinante em cada componente do teu cruitério dois. Não há forma de encontrar sutentáculos objectivos na arte. Os aspectos técnicos podem sempre ser medidos (um plano demora x segundos, uma lente tem x de abertura e u de distância focal, etc), mas sem que isso traga um critério de qualidade aceite da mesma forma por toda a gente (a composição do plano resultava melhor só com a cabeça da personagem, ou deviamos ter optado por meio-corpo e um background mais presente? Como determinar qual das abordagens tem mais "qualidade"?) .
Entendeste mal, a minha classificação do filme "O Padrinho" é de 10/10, esses valores que coloquei nos campos eram apenas valores típicos gerais arbitrados. Nós não sabemos a estatística verdadeira de nenhum filme, por causa da malta que contamina a classificação com "prazer que o filme me dá". :-P

O posição que eu estava a marcar, era simplesmente, que na ausência do campo "prazer que o filme me deu", a malta do 1/10 não teria sítio onde inserir nenhum "1", e teriam de se esforçar para preencher os campos. Alguém que coloque um 1, em qualquer dos campos do "O Padrinho", estará a agir de má fé e de forma desonesta. E eu nem ligo muito ao filme, acho que é aborrecido, mas é um filme de qualidade e quem acha que a sua qualidade seja 1/10 é atrasado mental. O campo "Prazer que o filme me dá" está omisso no meu cenário de classificação detalhada. :wink:
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Re: Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Post by Samwise »

JoséMiguel wrote: April 25th, 2017, 1:46 pm Entendeste mal, a minha classificação do filme "O Padrinho" é de 10/10, esses valores que coloquei nos campos eram apenas valores típicos gerais arbitrados. Nós não sabemos a estatística verdadeira de nenhum filme, por causa da malta que contamina a classificação com "prazer que o filme me dá". :-P

O posição que eu estava a marcar, era simplesmente, que na ausência do campo "prazer que o filme me deu", a malta do 1/10 não teria sítio onde inserir nenhum "1", e teriam de se esforçar para preencher os campos. Alguém que coloque um 1, em qualquer dos campos do "O Padrinho", estará a agir de má fé e de forma desonesta. E eu nem ligo muito ao filme, acho que é aborrecido, mas é um filme de qualidade e quem acha que a sua qualidade seja 1/10 é atrasado mental. O campo "Prazer que o filme me dá" está omisso no meu cenário de classificação detalhada. :wink:
Não entendi mal, mas defendo é que não há nenhuma "estatística verdadeira", pois a qualidade de cada filme terá sempre uma componente subjectiva por conta da opinião do observador, e que corresponde exactamente, sem tirar nem pôr, ao "prazer que o filme me deu". Este "prazer que o filme me deu", na minha opinião, é a verdadeira e única forma de apreciação de qualquer objecto artístico. Não interessa para nada o que os outros dizem ou que prémios esse objecto ganhou. Se eu não gostar dele, não há forma de lhe reconhecer as qualidades que os outros vêem nele, ou há? Isso é que para mim seria desonesto. Não gostar de um filme mas achar que ele "tem qualidade". Não faz qualquer sentido.

Eu sei que há muito boa gente que defende com unhas e dentes a noção de que o gosto é uma coisa e a qualidade é outra. Para mim não. Curioso que no mundo empresarial o significado de qualidade de um produto seja definido unicamente pela importância que o cliente lhe atribui. Não interesse que métodos foram usados na sua concepção. Se o cliente não gosta, o produto não tem qualidade. :wink:

José Miguel, a propósito do teu post anterior sugiro que reflitas sobre o seguinte:

- O que torna um crítico num bom crítico? Que características fazem de uma pessoa um bom crítico (de cinema, por exemplo). Não interessa se é profissional ou amador.
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Re: Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Post by JoséMiguel »

Samwise wrote: April 25th, 2017, 1:04 pm (...)A honestidade aqui não poderia ter nenhuma palavra de interferência, pois duas pessoas podiam atribuir notas completamente diferentes e opostas em cada uma dessas componente sem deixarem de ser honestas.

Pensa na questão dos efeitos especiais CGI. :wink:

Tu, só de pensares no assunto, ficas logo doente. Eu não. Eu aprecio o CGI quando é bem feito e abomino quando é mal feito. Tu, só pelo facto de um filme ter CGI, baixas logo a partida não sei quantos pontos teóricos na classificação final do filme. Eu não.

E quem diz CGI, diz... por exemplo... intepretações. Aquilo que para ti pode ser uma interpretação "naturalista", por parte de um alguém que nem se quer é actor, para mim pode ser uma má interpretação. E vice versa. Um actror consagrado que gosto de ver actuar num filme pode ter para ti uma interpretação terrível, teatral e artificial.

Ou seja, o teu critério um estará sempre presente e será sempre determinante em cada componente do teu cruitério dois. Não há forma de encontrar sutentáculos objectivos na arte. Os aspectos técnicos podem sempre ser medidos (um plano demora x segundos, uma lente tem x de abertura e u de distância focal, etc), mas sem que isso traga um critério de qualidade aceite da mesma forma por toda a gente (a composição do plano resultava melhor só com a cabeça da personagem, ou deviamos ter optado por meio-corpo e um background mais presente? Como determinar qual das abordagens tem mais "qualidade"?) .
Dois pontos a clarificar:

O primeiro ponto é muito importante, porque tenho de desfazer um enorme mal entendido acerca de mim, pelos leitores do fórum, agora evidenciado pelo Samwise. Isto é off-topic mas muito importante para quem lê "as minhas bocas".

A minha classificação geral para todos os filmes da trilogia do "Senhor dos Anéis" do Peter Jackson, é de 100%. Eu desisti de ver o primeiro Hobbit por causa do cgi abusivo e cenas parvas de acção infantil, mas a trilogia original do "Senhor dos Anéis", para mim valem 100% de classificação.

O segundo filme, possui um exército com CGI no ataque à fortaleza, esse exército poderia ter sido feito com soldados de exércitos de vários países, com treino prévio, mas tendo em conta que o filme é de 2002, e até essa data não existia nenhum filme semelhante, não penalizo o facilitismo do uso de CGI. Não é o facto de na era soviética terem sido feitos filmes com dezenas de milhares de soldados, que me faz baixar o 100%, pois esses filmes do bloco soviético não eram do mesmo género do Senhor dos Anéis. Mas se eu vir um filme de Guerra Napoleónica ou de 2ª Guerra Mundial com soldados CGI, aí penalizo-o pois os russos já filmaram batalhas dessas com soldados a sério, mas só lhe tiraria uns pontos percentuais, por exemplo se o filme fosse 100%, se calhar baixaria a nota para uns 95%.

Também não tenho problema com o CGI do "Titanic" do James Cameron, pois à data do filme não conheço nenhum outro em que tenham construído uma réplica do barco, o que teria sido a situação ideal. Se não desse 10/10 ao "Titanic" não seria por nenhum aspecto visual do filme, que é muito bonito. Aliás a minha classificação para o "Titanic" é mesmo de 10/10, pois não conheço nenhum outro filme parecido, que seja melhor.

Os filmes do "Star Trek" começaram em 1979, e passaram de modelos de naves espaciais para CGI (Star Trek V), algum muito mal feito, apesar de ser o melhor que se fazia na época, não penalizo a série de filmes por usar CGI muito mau (garrafa de champanhe a embater na Enterprise-B no Star Trek VII), porque são naves espaciais.

Agora um filme que mostre um avião de passageiros CGI a descolar de um aeroporto, num filme trivial de comédia romântica, em que um personagem está simplesmente a apanhar um avião de uma cidade para a outra, é uma situação muito grave equiparada ao uso de projecção traseira para filmar o interior de um automóvel, dentro de um estúdio. Esses dois casos são muito mau cinema, de elevada incompetência e falha técnica, a insultar a inteligência do espectador, embora os outros aspectos do filme possam se bons.

Apenas perdoo o artificialismo de estúdio, se for um filme artístico (Dracula de Coppola) ou uma situação especial como o "The Rope", filmado em tempo real.

Quanto a outros aspectos, como o artificialismo vs naturalismo dos actores, há uns meses vi dois filmes gregos do mesmo realizador, ambos adaptações de tragédias gregas, com texto original teatral. O primeiro filme (Efigénia) foi convertido para a corrente do realismo de actores e diálogos e adorei, o segundo filme (sobre as viúvas de Troia, capturadas pelos gregos), tinha lá actrizes a declamar monólogos e não aguentei, mas não iria penalizar o filme por causa disso.

Idem para filmes sobre obras do Shakespere, adoro O Mercador de Veneza, com o Al Pacino, que foi convertido ao realismo, mas não suporto as adaptações fiéis às obras originais com actores a declamarem. Eu não iria penalizar um filme teatral, porque as obras originais do escritor merecem respeito, mesmo que "o prazer que o filme me deu" seja 1%, poderia dar 100% de classificação se os outros aspectos merecessem.

Já imaginaram se eu fosse ao IMDB dar 1/10 a todos os filmes do Shakespere, com diálogos fiéis às obras, porque não gosto de ver actores a declamaram? Olhem que é isso que muita gente faz...

Ainda mais, "o prazer que o filme me dá" para O Mercador de Veneza é de 100%, mas se o filme não merecer não lhe dou um 10/10 (por acaso acho que merece 9/10 :-) ) e seu eu vir um crítico a dar um 5/10 todo furioso por os actores não estarem a declamar, que decida penalizar o filme por "não ser fiel à peça de teatro original", eu entendo perfeitamente a justificação para tal.

Não penalizo em nada cinema intelectual, que odeio, só não saberia que nota dar... :wink:

Ao filme "Conan, The Barbarian" daria 10/10 de pontuação ao campo "Desempenho dos actores", porque considero que o actor Arnold Schwarzenegger é o actor ideal para a personagem, não existe aí nenhuma falha nesse campo. No mesmo campo daria 5/10 ao "E Tudo o Vento Levou", que no geral considero merecer uns 92% de classificação, a performance dos actores do "E Tudo o Vento Levou" são inferiores ao Arnold a fazer de Conan, tendo em conta as personagens. Não estou a gozar... :!:

Quanto ao segundo ponto, que era a diferença de opinião subjectiva em como classificar as várias componentes de um filme. Se a sub-classificação fosse implementada no IMDB, não antecipo grandes desvios nas estatísticas mundiais, filmes como o "Star Wars", "Aliens", "Senhor dos Anéis" teriam sempre notas muito altas nos campos de qualidade visual ou técnica, se alguém desse 1/10 nesses campos, a algum desses filmes, poderia haver um alerta automático, para retirar as notas desses users da classificação oficial, por suspeita de abuso e utilização de má fé, com base em critérios da comunidade, a decidir pela equipa de moderadores. O IMDB é um site privado moderado como um fórum, não sujeito à liberdade de expressão, e podiam ter lá uma opção para "mostrar classificação alternativa, re-calculada sem users suspeitos de votar em má fé".

Mas sim haverão muitos casos em que as notas honestas seriam divergentes, mas não seria essa confusão actual, com alguns users a classificarem a qualidade do filme, e outros a classificarem "o prazer que o filme me deu", isto assim é que não é nada... Grr:-) mau-)
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Re: Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Post by Samwise »

JoséMiguel wrote: April 25th, 2017, 3:12 pm Dois pontos a clarificar:

O primeiro ponto é muito importante, porque tenho de desfazer um enorme mal entendido acerca de mim, pelos leitores do fórum, agora evidenciado pelo Samwise. Isto é off-topic mas muito importante para quem lê "as minhas bocas".

A minha classificação geral para todos os filmes da trilogia do "Senhor dos Anéis" do Peter Jackson, é de 100%. Eu desisti de ver o primeiro Hobbit por causa do cgi abusivo e cenas parvas de acção infantil, mas a trilogia original do "Senhor dos Anéis", para mim valem 100% de classificação.

O segundo filme, possui um exército com CGI no ataque à fortaleza, esse exército poderia ter sido feito com soldados de exércitos de vários países, com treino prévio, mas tendo em conta que o filme é de 2002, e até essa data não existia nenhum filme semelhante, não penalizo o facilitismo do uso de CGI. Não é o facto de na era soviética terem sido feitos filmes com dezenas de milhares de soldados, que me faz baixar o 100%, pois esses filmes do bloco soviético não eram do mesmo género do Senhor dos Anéis. Mas se eu vir um filme de Guerra Napoleónica ou de 2ª Guerra Mundial com soldados CGI, aí penalizo-o pois os russos já filmaram batalhas dessas com soldados a sério, mas só lhe tiraria uns pontos percentuais, por exemplo se o filme fosse 100%, se calhar baixaria a nota para uns 95%.

Também não tenho problema com o CGI do "Titanic" do James Cameron, pois à data do filme não conheço nenhum outro em que tenham construído uma réplica do barco, o que teria sido a situação ideal. Se não desse 10/10 ao "Titanic" não seria por nenhum aspecto visual do filme, que é muito bonito. Aliás a minha classificação para o "Titanic" é mesmo de 10/10, pois não conheço nenhum outro filme parecido, que seja melhor.

Os filmes do "Star Trek" começaram em 1979, e passaram de modelos de naves espaciais para CGI (Star Trek V), algum muito mal feito, apesar de ser o melhor que se fazia na época, não penalizo a série de filmes por usar CGI muito mau (garrafa de champanhe a embater na Enterprise-B no Star Trek VII), porque são naves espaciais.

Agora um filme que mostre um avião de passageiros CGI a descolar de um aeroporto, num filme trivial de comédia romântica, em que um personagem está simplesmente a apanhar um avião de uma cidade para a outra, é uma situação muito grave equiparada ao uso de projecção traseira para filmar o interior de um automóvel, dentro de um estúdio. Esses dois casos são muito mau cinema, de elevada incompetência e falha técnica, a insultar a inteligência do espectador, embora os outros aspectos do filme possam se bons.

Apenas perdoo o artificialismo de estúdio, se for um filme artístico (Dracula de Coppola) ou uma situação especial como o "The Rope", filmado em tempo real.

Quanto a outros aspectos, como o artificialismo vs naturalismo dos actores, há uns meses vi dois filmes gregos do mesmo realizador, ambos adaptações de tragédias gregas, com texto original teatral. O primeiro filme (Efigénia) foi convertido para a corrente do realismo de actores e diálogos e adorei, o segundo filme (sobre as viúvas de Troia, capturadas pelos gregos), tinha lá actrizes a declamar monólogos e não aguentei, mas não iria penalizar o filme por causa disso.

Idem para filmes sobre obras do Shakespere, adoro O Mercador de Veneza, com o Al Pacino, que foi convertido ao realismo, mas não suporto as adaptações fiéis às obras originais com actores a declamarem. Eu não iria penalizar um filme teatral, porque as obras originais do escritor merecem respeito, mesmo que "o prazer que o filme me deu" seja 1%, poderia dar 100% de classificação se os outros aspectos merecessem.

Já imaginaram se eu fosse ao IMDB dar 1/10 a todos os filmes do Shakespere, com diálogos fiéis às obras, porque não gosto de ver actores a declamaram? Olhem que é isso que muita gente faz...

Ainda mais, "o prazer que o filme me dá" para O Mercador de Veneza é de 100%, mas se o filme não merecer não lhe dou um 10/10 (por acaso acho que merece 9/10 :-) ) e seu eu vir um crítico a dar um 5/10 todo furioso por os actores não estarem a declamar, que decida penalizar o filme por "não ser fiel à peça de teatro original", eu entendo perfeitamente a justificação para tal.

Não penalizo em nada cinema intelectual, que odeio, só não saberia que nota dar... :wink:

Ao filme "Conan, The Barbarian" daria 10/10 de pontuação ao campo "Desempenho dos actores", porque considero que o actor Arnold Schwarzenegger é o actor ideal para a personagem, não existe aí nenhuma falha nesse campo. No mesmo campo daria 5/10 ao "E Tudo o Vento Levou", que no geral considero merecer uns 92% de classificação, a performance dos actores do "E Tudo o Vento Levou" são inferiores ao Arnold a fazer de Conan, tendo em conta as personagens. Não estou a gozar... :!:

José Miguel, ainda bem que escalreceste um pouco melhor a tua perspectiva sobre os efeitos visuais. yes-) Pessoalmente, e como bem reparaste, tinha a ideia de que CGI para ti era coisa tóxica independente do contexto.

Ainda assim, o nosso diferendo sobre a forma como cada pessoa interpreta cada critério mantém-se. Continuamos a ter uma abordagem diferente, com diferenças de opinião, sobre um mesmo assunto, o que de certa forma favorece o meu argunento: não há hipótese de estabelecer critérios objectivos de avaliação da arte nem do entretenimento, por mais circunspecção e guidelines que se queira impor.

Quanto ao segundo ponto, que era a diferença de opinião subjectiva em como classificar as várias componentes de um filme. Se a sub-classificação fosse implementada no IMDB, não antecipo grandes desvios nas estatísticas mundiais, filmes como o "Star Wars", "Aliens", "Senhor dos Anéis" teriam sempre notas muito altas nos campos de qualidade visual ou técnica, se alguém desse 1/10 nesses campos, a algum desses filmes, poderia haver um alerta automático, para retirar as notas desses users da classificação oficial, por suspeita de abuso e utilização de má fé, com base em critérios da comunidade, a decidir pela equipa de moderadores. O IMDB é um site privado moderado como um fórum, não sujeito à liberdade de expressão, e podiam ter lá uma opção para "mostrar classificação alternativa, re-calculada sem users suspeitos de votar em má fé".
Ui, um sistema para "atenuar" ainda mais as média dadas aos filmes, de modoa a torná-las mais "honestas",? E separadas por critérios? Tu que não suportas a censura propões um esquema destes? E quem quisesse de facto dar um 1/10 aos efeitos especiais do tLoTR de forma honesta (por uma qualquer razão que realmente tivesse desagradado a essa pessoa), como fazia?
Mas sim haverão muitos casos em que as notas honestas seriam divergentes, mas não seria essa confusão actual, com alguns users a classificarem a qualidade do filme, e outros a classificarem "o prazer que o filme me deu", isto assim é que não é nada... Grr:-) mau-)
Eu acho que a grande maioria dos votantes não distingue entre as duas abordagens de uma forma consciente, e portanto vai tudo dar ao mesmo. Mas como também se me afigura que as médias do IMBD são inúteis, assim como as estrelas que os críticos dão, não ligo nada ao assunto. :-)))
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Re: Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Post by PanterA »

Não consegui perceber a relação de um filme ter ganho muitos prémios, com o quase obrigar sempre a darmos uma boa nota. Isso não faz qualquer sentido. Mesmo nenhum. Caso contrário estávamos sempre refém das criticas que um filme leva.
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Re: Рай / Paradise (2016) - Andrei Konchalovsky

Post by Samwise »

Samwise wrote: April 25th, 2017, 2:10 pm José Miguel, a propósito do teu post anterior sugiro que reflitas sobre o seguinte:

- O que torna um crítico num bom crítico? Que características fazem de uma pessoa um bom crítico (de cinema, por exemplo). Não interessa se é profissional ou amador.
Vou juntar aqui mais uns pontos para reflexão, tendo sempre presnte o contexto do cinema enquanto arte ou entretenimento:

- O que significa "gosto"? (ex: "gostei da fotografia neste filme")

- O que significa "qualidade"? (ex: "a fotografia neste filme é de qualidade")

- Tanto num caso como noutro, como podemos encontrar critérios/medidas/bases para justificar o porquê de considerarmos que "gostamos" ou que "tem qualidade"?
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