In 1916, beautiful young mute Helen is a domestic worker for elderly, ailing Mrs. Warren. Mrs. Warren's two adult sons, Albert (a professor) and womanizing impudent Steven, also live in the Warren mansion. Mrs. Warren becomes concerned for Helen's safety when a rash of murders involving 'women with afflictions' hits the neighborhood. She implores her physician, Dr. Parry, to take Helen away for her own safety. When another murder occurs inside the Warren mansion, it becomes obvious that Helen is in danger.
Este é um dos meus favoritos do Siodmak, podíamos dizer que é um pré-noir (em termos da época em que se passa a história, não em termos da época em que o filme foi realizado). Recomendo até mais não.
Last edited by Gaspar Garção on April 7th, 2017, 9:27 pm, edited 1 time in total.
Na baliza Jackson, defesa com Scorsese, Coppola, Spielberg e Eastwood. No meio campo, Ridley Scott, Wes Anderson, Pollack e Carpenter. Avançados, Woody, e solto nas alas Tarkovsky. Suplentes: Bunuel, Fellini, Kurosawa, Visconti, Antonioni, Lynch e Burton.
Bastante linear em termos de história, mas perfeito na criação da atmosfera (em que a casa quase se torna uma personagem!), a realização está no ponto!
Acaba por se tornar um de noir/terror, algo que está muito bem desenvolvido.
Tenho alguma dificuldade em associar este filme ao género noir - não tanto pela atmosfera criada (exímia, a necessitar do um apurado sistema de controlo de luz e sombras para funcionar de acordo com o plano), mas pela época em questão *** e pelas "rodas dentadas" que fazem girar os mecanismos de tensão e de suspense - e que são equivalentes aos que estamos habituados a ver nos (bons) filmes de terror. Naqueles tipo casa-assombrada - mais de metade do filme passa-se dentro de uma mansão com vários pisos, com várias personagens "ambíguas" lá dentro, e onde não há desta vez um detective de serviço. Também não há uma vertente sobrenatural - e talvez por aí se faça a a associação ao noir (???). É um Murder-Mistery-Thriller sombrio em que uns quantos movimentos de câmara sugestivos (que nos provocam arrepios no pelo) atestam as capacidades do Siodmak em brincar com as emoções dos espectadores. Junte-se a isto uma vítima muda, fisicamente impossibilitada de gritar ou de pedir ajuda, e está criado o setup ideal para um good old-fashioned cat-and-mouse game.
*** A época é o início do século (XX), e o início do século é prontamente ilustrado no início do fime através de uma sessão de cinema mudo, com uma pianista a fornecer o acompanhamento sonoro, e um projeccionista a dar freneticamente à manivela atrás de uma pequena plateia. Enquanto estes se deixam envolver pela maravilha tecnológica que mostra vidas alheias numa tela, na divisão de cima um assassinato está prestes a acontecer....
Nós somos aqui duplos espectadores de uma dupla sessão de cinema - nós somos ao mesmo tempo a rapariga que assiste transfixa ao que se está passar na tela e o espectador que assiste transfixo ao que se vai passar no quarto de cima - talvez a emoções envolvidas não sejam exactamente as mesmas, mas é um deliberado e criativo cruzamento entre o "cá de fora" e o "lá de dentro", em que deixa temporariamente de haver uma barreira entre o "lado de cá" e o "lado de lá", ainda que em sentido conceptual.
-- EDIT --
Ocorreu-me agora ainda outra coisa: a personagem muda que está a ver um filme mudo - um filme em que ocorre uma tragédia. Prenúncio sugerido e induzido para um destino fatal...?
8/10
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.
«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death
