Produtor: Samuel Bronston (1908-1994)

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JoséMiguel
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Produtor: Samuel Bronston (1908-1994)

Post by JoséMiguel »

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https://en.wikipedia.org/wiki/Samuel_Bronston
http://thehollywoodart.blogspot.pt/2008 ... chive.html <-- Destaque

Filmografia

- Por ordem cronológica ascendente, com hiper-ligação para wikipedia -

























JoséMiguel
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Re: Produtor: Samuel Bronston (1908-1994)

Post by JoséMiguel »

Eu reparei no Samuel Bronston enquanto produtor americano independente, quando vi a versão original do "The Fall of the Roman Empire" (1964). Eu já conhecia o remake "Gladiator" (2000) do Ridley Scott, mas nunca tinha visto a versão original.

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Quando vi a filmografia dele no wikipedia, reparei que dois dos filmes dele (El Cid e 100 Dias em Pequim) estão na minha colecção VHS, e também o filme francês "Fort Saganne", que tinha visto na véspera. Decidi ver mais alguns filmes dele e ao todo já vi 9 dos 13 filmes por ele produzidos (até vi o filme com o John Wayne, e eu não suporto esse actor).

Para já fiz um excerto do filme "A Walk in the Sun" (1945), incluí a introdução muito original, que vale a pena verem, e mais uma ou outra pequena cena:



Um filme muito peculiar, quase anti-guerra (pelo menos não é patriótico pro-guerra como os filmes do John Wayne).
Samwise
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Re: Produtor: Samuel Bronston (1908-1994)

Post by Samwise »

Eu gostei mais do Gladiator, do Scott do que do Fall of the Roman Empire, do Mann (que vi na Cinemateca), essencialmente por dois aspectos:

1- Clareza na definição das duas personagens centrais e respectivas interpretações. Têm um protagonismo que engole praticamente tudo à sua volta. Na versão antiga não é assim.

2- Encenação das sequências de ação, e aqui é uma batalha directa entre os cenários naturais e o emprego de centenas de figurantes VS cenários de estúdio e efeitos visuais CGI. As tecnologia modernas permitem também métodos de filmagem bastante mais esclarecidos neste aspecto. O Gladiator tem algumas sequência de combate espectaculares, enquanto que o outro parece irremediavelmente datado. A recriação de Roma em CGI, apesar de se notar que é CGI, também está bastante boa.

Mas tu, José Miguel, por causa destes "defeitos", és capaz de apreciar mais a versão "velhinha"... :wink:

--- EDIT (lembrei-me agora de uma sequência que está bastante boa no original, uma perseguição de quadrigas, com participação, salvo erro, de um duplo que era na altura um respeitadísimo veterano na área, o Yakima Canutt...
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Gaspar Garção
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Re: Produtor: Samuel Bronston (1908-1994)

Post by Gaspar Garção »

Sei que este senhor é um produtor um pouco mal amado (e que tratava mal os realizadores e lhes montava os filmes, à revelia dos últimos), mas não deixo de admirar aquela tetralogia de filmes feitos em Almeria, no famoso deserto de Tabernas.

O El Cid e a Queda...são os filmes mais conhecidos desse período, mas eu sempre gostei muito dos dois files do Nicholas Ray, um dos meus realizadores favoritos, que levaram "porrada" na altura, e continuam ainda a ser patinhos feios na sua filmografia, em especial o 55 Dias em Pequim, de que gosto muito.

O Circus World vendeu-mo o Kubrick a semana passada, tenho de o ver!

Os filmes de início de carreira dele, até agradecia que o nosso "camarada" Zé me desse a opinião dele, porque merecem ser investigados a fundo, sem dúvida (já ouvi falar de alguns, adaptações de clássicos como o Martin Eden e a autobiografia do grande escritor Jack London, e cheira-me que haverá um ou dois noir ali misturados) .
Na baliza Jackson, defesa com Scorsese, Coppola, Spielberg e Eastwood. No meio campo, Ridley Scott, Wes Anderson, Pollack e Carpenter. Avançados, Woody, e solto nas alas Tarkovsky. Suplentes: Bunuel, Fellini, Kurosawa, Visconti, Antonioni, Lynch e Burton.
JoséMiguel
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Re: Produtor: Samuel Bronston (1908-1994)

Post by JoséMiguel »

Só uma nota rápida:

A minha ideia de ter criado este tópico tem a ver com a dimensão e qualidade das estruturas construídas em Espanha, por exemplo o filme da Roma Antiga ainda detém o recorde mundial nesse aspecto.

Depois esta é mais uma peça do puzzle, para eu entender a falta de diversidade que existe hoje nos grandes estúdios americanos.

Mas existem mais pontos de interesse nos filmes deste produtor, como por exemplo:

"While filming a scene where the main tent catches fire, John Wayne was almost killed when the set collapsed. As he was "fighting" the fire, Wayne was to be cued by the assistant director when to leave before the set was to collapse in flames. Either Wayne didn't hear the assistant director, or the a.d. mistimed it (it was never determined which), but the flaming set began to collapse before Wayne got out. He escaped with just seconds to spare before the entire set fell down."

Isso é o tipo de realismo associado ao cinema soviético, em que os actores quase que morrem. Mas eu já vi o "Circus World" e a cena em questão não é tão interessante como a descrição acima sugere...

Na prática a equipa de cada filme, nunca sabia aproveitar os meios que o produtor colocava à sua disposição. É mais um caso de "dar pérolas a porcos".

Sam, comento o "Gladiador" noutra altura (eu prefiro a versão mais recente)...
JoséMiguel
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Re: Produtor: Samuel Bronston (1908-1994)

Post by JoséMiguel »

King of Kings - cenas da revolta do Barrabás na Judeia e crucificação

Tinha criado este excerto há um mês e meio, mas ainda não o tinha carregado no Vimeo...

Já agora, eu tive imenso trabalho a criar mini-posteres na ficha técnica deste tópico, com link directo para a página wikipedia de cada filme, para agora não perder tempo a criar fichas técnicas e páginas de filmes.

A minha atitude perante os filmes produzidos pelo Samuel Bronston é a mesma que tenho perante a ficção científica infantil soviética. Que quer isto dizer? Isto significa que em ambos os casos estamos perante cinema desequilibrado, onde a estupidez caminha de mãos dadas com a genialidade.

E por falar em cinema soviético, irão ter oportunidade de ver no meu vídeo abaixo uma cinematografia e encenação do estilo soviético, com câmera de filmar acoplada à cruz, que filma o ponto de vista do condenado Jesus de Nazaré, ao ser erguida a cruz. Isso surge a partir do minuto 5m25s.





Um crítica que o pessoal de 1961 (algum público e/ou crítica profissional) fez a este filme há 55 anos atrás, é totalmente injusta ao acusar o actor que faz de Jesus de ser um "puto adolescente". Eu não concordo nada com isso, e ficam a saber que o actor Jeffrey Hunter tinha a mesma idade exacta de 33 anos, que Jesus quando foi crucificado, num exemplo louvável de realismo de cinema.

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O actor Jeffrey Hunter não se comporta como nenhum "puto estúpido" imaturo, antes pelo contrário este é o actor que fez de Capitão Pike no episódio piloto da série original Star Trek em 1966, actor sério escolhido a dedo pelo Gene Rodenberry para protagonizar essa série, mas que os executivos americanos substituíram pelo "cowboy palhaço" William Shatner, para infantilizar a série original do Star Trek.

https://en.wikipedia.org/wiki/Jeffrey_Hunter
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