The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

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JoséMiguel
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The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

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https://en.wikipedia.org/wiki/The_Mirac ... _of_Fatima
http://www.imdb.com/title/tt0044905/

Sinopse da RTP
O milagre de Fátima numa produção do início dos anos 50, onde se reflectem os grandes males do Mundo dos tempos da Guerra Fria na visão de Hollywood de um universal caso de Fé

A 13 de Maio de 1917, num vale da Serra de Ourém, a Virgem Maria aparece junto a uma azinheira a três pastorinhos, Lúcia, Jacinta e Francisco. Recomenda penitência e oração para a salvação do Mundo e promete regressar todos os dias treze durante seis meses. Os três garotos transformam-se numa sensação e são alvo de terríveis interrogatórios, continuando a proclamar firmemente a mensagem divina para a salvação dos homens.

Produzido no início dos anos 50 pela Warner, Milagre de Fátima, é uma reconstituição dos acontecimentos de Ourém em 1917 que deram origem ao fenómeno de Fátima. Com realização de John Brahm, esta produção norte-americana é, curiosamente, muito mais anti-comunista que pró-católica e o caso do Milagre de Fátima bem como o pesadelo de interrogatórios a que foram sujeitas as três ingénuas e inocentes crianças acabaram por se transformar num pretexto para reflectir sobre os grandes males do Mundo, que nessa época de Guerra Fria estavam claramente a Leste.

Fonte: http://www.rtp.pt/programa/tv/p13625
Trailer oficial

- O trailer oficial possui ideologia fascista norte-americana de extrema-direita, defende e apoia a ditadura do Salazar e calunia a Primeira República Portuguesa. Por esse motivo não o posso colocar na ficha técnica, pois contém mentiras e ofensas ao povo português, mas irei apresentá-lo na análise política que farei. -

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JoséMiguel
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Re: The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

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Introdução e esclarecimentos

No interesse de tranquilizar os leitores do fórum, quero indicar que não irei comentar nenhum aspecto espiritual ou religioso acerca do fenómeno das Aparições de Fátima. Como sabem eu sou ateu e quando eu acho que devo criticar alguma interferência religiosa contra a liberdade das pessoas, ou especialmente contra o cinema (este é um fórum de cinema), normalmente faço-o.

Eu sou defensor da liberdade religiosa, e acho que a sociedade portuguesa do presente é um exemplo de fazer inveja à maioria dos países do mundo, a que eu sei dar muito valor. Não vejo que venha nenhum mal ao mundo, pelos crentes do fenómeno de Fátima. Por exemplo, o meu falecido pai acreditava no milagre de Fátima.

Mas o caso muda de figura, quando surgem interferências políticas por parte da Igreja Católica portuguesa, e especificamente pela pastorinha Lúcia, e não irei dar nenhum tratamento especial a essa mulher, só porque ela é considerada uma profeta, pelo Vaticano.

Vou analisar o filme em dois artigos diferentes, o primeiro artigo será sobre geo-política, fascismo, comunismo, Hollywood e sobre a História de Portugal desde 1910 até à implantação da ditadura. Irei falar da Igreja Católica Portuguesa enquanto força política. Já o segundo artigo será simplesmente um pequeno comentário do filme, enquanto obra do cinema, com boa qualidade técnica, cuja visualização considero de interesse para os membros do fórum.

Eu sou ateu, mas enquanto cinéfilo gosto de ver as super-produções bíblicas de Hollywood, independentemente da propaganda religiosa que contêm. Numa situação destas em que estamos perante não só propaganda religiosa, como também propaganda política contra a União Soviética e a favor da ditadura de Salazar, factores que poderão afastar os cinéfilos deste filme, julgo que terá algum valor eu considerar este título um trabalho de qualidade (cinematográfica), acima da média do que Hollywood fazia nos anos 50.

Por isso, preparem-se para o meu comentário político sobre os aspectos ideológicos vergonhosos e das mentiras sobre o nosso país, mas apesar disso tudo, não deixem de ver o filme, pois ele possui grande interesse histórico cinematográfico.
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Re: The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

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Propaganda fascista de extrema-direita

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Screenshot do filme, em que vemos cadetes da organização fascista paramilitar "Mocidade Portuguesa"*, inspirada na "Juventude Hitleriana" do 3º Reich, em apoio político à Igreja Católica portuguesa. A bandeira da "Mocidade Portuguesa" é aquela que surge ao canto superior direito da imagem.

Estamos perante um dos raros casos, em que a prioridade de um grande estúdio de Hollywood não era a obtenção do maior lucro possível... Esta é uma situação muito estranha e anormal na longa História da indústria de Hollywood. Não estamos perante a situação, em que tal também acontece, em filmes de autor como "A Lista de Schindler" ou o "Drácula, de Bram Stocker", em que no primeiro caso o Steven Spielberg pretendeu sensibilizar o mundo para um dos mais tristes episódios da História do século XX, de forma a que as pessoas aprendam com a História, e não deixem que tal situação se torne a repetir, e no segundo caso o Francis Ford Coppola deu uma bofetada na cara aos cineastas que tantas vezes faltaram ao respeito e deturparam grandes obras literárias como essa.

O que sucedeu nesta produção norte-americana de Hollywood, é muito grave e ultrapassa bastante o cinema de propaganda política do Macartismo, muito usual em Hollywood, por volta de 1951. Uma coisa é um filme de propaganda anti-comunista de Hollywood, feito durante o Macartismo, mas este filme ultrapassa até mesmo esse conceito, e entra em pleno nos patamares da actual Coreia do Norte, onde ainda hoje o povo norte-coreano não sabe que a URSS foi extinta em 1991, e da Alemanha Nazi, onde o povo alemão era manipulado para acreditar que judeus e russos eram sub-humanos.

É que uma coisa é um simples filme americano de propaganda política dos anos 40 e 50, mas aqui estamos perante as mesmas técnicas usadas pela Coreia do Norte e a Alemanha Nazi, através de métodos que incluem a manipulação cuidadosa dos factos, de uma forma muito inteligente, misturando factos históricos verdadeiros com mentiras-chave.

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Outra coisa que não é normal é a maneira atípica de fazer cinema, com grande esforço, despesas financeiras e meios, para tentar criar o naturalismo das super-produções soviéticas, que só viria a nascer anos mais tarde, após a morte do Estaline. Nem em super-produções como o "Ben-Hur" ou "Os Dez Mandamentos", existiu este esforço técnico, financeiro e de consultadoria histórica, para romper com o artificialismo de Hollywood.

Vi coisas neste filme, que após muitas leituras que eu fiz, me levantam muitas suspeitas de que o próprio ditador António de Oliveira Salazar, ou alguém muito próximo dele, colaborou no argumento deste filme, porque existem elementos-chave e factuais no enredo, que considero improváveis surgirem no argumento de um filme americano, mesmo que a equipa americana de Hollywood, tenha vindo a Portugal com intérpretes e com a cedência de oficiais políticos do regime salazarista a servirem de consultores "históricos" para ajudar os argumentistas americanos a escreverem o enredo.

Este enredo possui determinados elementos-chave muito manipulativos e de difícil detecção, mesmo hoje em dia, décadas após o 25 de Abril, que não teriam nenhum interesse para os cineastas norte-americanos que apenas pretendiam demonizar a URSS, através de mentiras, mas muito úteis para o regime do Salazar, quando o povo português viu este filme em 1953.



No meu primeiro excerto acima (tenho mais três :twisted: ), vemos a cena inicial do filme. Será óbvio não só para qualquer português do século XXI, como também para qualquer estrangeiro do século XXI, que estamos perante mentiras de suporte ao Salazarismo/Fascismo e contra a União Soviética. Até os cinéfilos americanos comentam isso no IMDB.

Já não estamos em 1953 quando o povo português era analfabeto, e quando os povos estrangeiros não tinham acesso ao wikipedia, para examinarem a história de Portugal entre 1910 e a ditadura de Salazar.

Mas em 1952/1953 esta cena de abertura enganou o mundo inteiro e aclamou o regime de Salazar como tendo salvo Portugal duma fictícia República Socialista Soviética instaurada em 1910, com estado policial sem eleições, e que possuía uma fictícia polícia secreta política, estilo a Cheka Soviética (antecessora da NKVD e KGB), que exterminava inimigos do estado polícial (do suposto regime soviético da Primeira República Portuguesa de 1910).

A cena de abertura do filme, que mostrei acima, cheira a esturro, mas o problema é que estamos perante a tal propaganda política de génios criminosos estilo a personagem do Professor Moriarty do Sherlock Holmes. Isto está de tal forma minado, que mesmo uma "pessoa do futuro" como eu, com pleno acesso aos arquivos do Diário da República Electrónico, tem de prosseguir com muita cautela.

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A primeira mina, que eu julgo ter sido depositada pelo próprio Salazar (e não pelos cineastas americanos) é o decreto-lei acima. A versão do filme possui erros na data, no nome do Ministro da Justiça e no aspecto de Portugal em 1910/1911 não ser a floresta de Sherwood onde o Xerife de Nottingham prega decretos-lei em árvores, mas o teor do decreto é verídico e eu já estive a lê-lo no site oficial do Diário da República Electrónico, do Governo Português:

https://dre.pt/application/dir/pdfgrati ... /09200.pdf

Mas o contexto histórico é que a Igreja Católica Portuguesa em 1910 era uma força política, que andava de mãos dadas com a monarquia, e que explorava o povo e governo portugueses, que tinham de pagar impostos e sustentar essa força política. São os vestígios finais daquele capítulo da História que damos na escola, onde o Clero e a Nobreza detinham 98% da riqueza de Portugal.

Foi esse decreto que trouxe a separação entre o Estado e a Igreja, e o direito à liberdade religiosa em Portugal, no ano de 1911. Antes disso eu iria preso por ser ateu. À luz do actual modelo português do século XXI, que eu defendo e onde todos se dão bem uns com os outros, penso que todos seremos unânimes em reconhecer que era errado proibir os padres e freiras, de vestirem os seus "hábitos" e vestimentas quando saíam à rua. Eu gostei de ler esse decreto-lei de 1911 onde aprendi bastante, existem lá muitos artigos que são demasiados radicais e eticamente errados, mas o poder da Igreja Católica Portuguesa, enquanto força política, era de tal dimensão, que se calhar de outra forma não dariam ao povo português os mesmos direitos de liberdade religiosa que a constituição norte-americana e que a revolução francesa deram aos seus povos, no século XVIII. Agora no século XXI, tudo está bem em Portugal nesse aspecto...

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Na imagem acima vemos a bandeira vermelha a simbolizar o comunismo, do tal golpe de estado fictício desencadeado pelo fictício partido comunista português, durante a monarquia.

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Nem falta a boina na cabeça do José Relvas, quiçá inspirada nos comunistas espanhóis que combateram o ditador Franco. Na verdade aqui está uma fotografia do José Relvas a proclamar a Primeira República Portuguesa, no dia 5 de Outubro de 1910, e não o vejo com nenhuma boina de guerrilheiro comunista espanhol na cabeça.

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Em relação à primeira mina salazarista do decreto-lei que proíbe os padres de saírem à rua vestidos com a indumentária de padre, esse elemento verídico foi introduzido na cena de abertura do filme, para causar dificuldades a qualquer crítico de cinema, português ou estrangeiro, que tentasse criticar negativamente o filme na década de 1950, quando ainda não existiam os recursos da internet, e Portugal era um estado policial fascista. Para concluir o meu trabalho de sapador ao desminar essa armadilha, chamo a atenção que agarrado a essa verdade, estão lá todas aquelas mentiras que sugerem que Portugal entre 1910 e 1926 era um estado-policial comunista, onde a polícia secreta portuguesa fazia purgas estalinistas a quem fosse religioso.

Por acaso até existia uma espécie de polícia política, durante a Primeira República, chamava-se "Polícia de Segurança do Estado". Durante a 1º Guerra Mundial censurou a imprensa por motivos militares, tal como a Grã-Bretanha o fez na 2ª Guerra Mundial, fora do contexto da Guerra o pior que fez foi prender dois jornalistas pelo crime de "Delito de Opinião", um era nazi e outro era comunista bolchevique, ambos fanáticos radicais, e ambos libertados por falta de provas... Agora comparem isso com a PIDE ou com os EUA do século XXI, que tortura presos políticos...

Mais informações acerca da polícia política da Primeira República Portuguesa.

http://www.centenariodarepublica.org/ce ... do-estado/

Essa foi outra desminagem que tive de fazer a este filme...

Neste momento farei um intervalo e publicarei o que escrevi até agora, tenho mais 3 excertos para análise política e histórica, e 80 separadores abertos no Firefox com informação necessária para o que irei escrever na continuação.

Um aspecto que serei forçado a focar, é a pastorinha Lúcia enquanto inimiga (auto-proclamada) do governo soviético na década de 1940, que ataca a URSS publica e politicamente, durante a guerra fria. Esse é um aspecto central deste filme americano e a razão dele ter sido feito, sem nenhum interesse por lucros. Não será fácil eu abordar o assunto, sem magoar as crenças espirituais dos leitores, mas eu não posso aceitar que um filme de Hollywood manipule esse caso com mentiras. O problema é que se as mentiras fossem apenas para demonizar a URSS, eu ainda poderia hesitar em abordar o assunto, mas os americanos estão a defender o fascismo do Salazar e perante isso vou ter mesmo de criticar a pastorinha Lúcia, enquanto mulher activista política. Nesse aspecto o filme pode ser encarado como Exploitation religiosa da nação portuguesa, para demonizar a URSS, e acho que isso define bem este filme.


Agora já posso mostrar o trailer oficial

Trailer oficial



*Era obrigatório todos os jovens pertencerem à Mocidade Portuguesa, e não se tratava de fanatismo nazi por parte dos jovens, que não tinham outro remédio.
Gaspar Garção
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Re: The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

Post by Gaspar Garção »

Embora não conheça este filme, já vi alguns filmes noirs deste realizador (The Lodger e Hangover Square), além de ser conhecido por ter feito também os conceituados The Locket e The Brasher Doubloon (com o Philip Marlowe).

Este, imagino que seja propaganda e manipulação...
Na baliza Jackson, defesa com Scorsese, Coppola, Spielberg e Eastwood. No meio campo, Ridley Scott, Wes Anderson, Pollack e Carpenter. Avançados, Woody, e solto nas alas Tarkovsky. Suplentes: Bunuel, Fellini, Kurosawa, Visconti, Antonioni, Lynch e Burton.
JoséMiguel
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Re: The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

Post by JoséMiguel »

Gaspar Garção wrote: February 16th, 2017, 3:01 am Embora não conheça este filme, já vi alguns filmes noirs deste realizador (The Lodger e Hangover Square), além de ser conhecido por ter feito também os conceituados The Locket e The Brasher Doubloon (com o Philip Marlowe).

Este, imagino que seja propaganda e manipulação...
Não me pareceu que o psicopata fascista aqui fosse o realizador, e estou mais inclinado para os argumentistas, julgo que o António de Oliveira Salazar foi um argumentista não creditado, mas dentro dos créditos públicos este sujeito chamou-me a atenção:

https://en.wikipedia.org/wiki/Crane_Wilbur

Com destaque para esta "Bela Merda" (em bom português):

https://en.wikipedia.org/wiki/I_Was_a_C ... or_the_FBI
JoséMiguel
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Re: The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

Post by JoséMiguel »

Opiniões actuais de cinéfilos norte-americanos, segundo o IMDB

Nesta primeira citação sublinhei os parágrafos políticos acerca do nosso país, que mostram que nem todos os norte-americanos são ignorantes palermas, que não conhecem a História de Portugal.

Este sujeito americano que vive numa localidade chamada de "Buffalo", sabe mais sobre a História da Primeira República Portuguesa, do que se calhar a maioria dos leitores do DVD Mania que estão a ler isto.

Pelo menos, falando por mim, eu era ignorante destas questões até há uns dias atrás, até às pesquisas acerca da História de Portugal a partir de 1910, que fiz após ver o filme. Mas este americano de Buffalo sabia mais do que eu, no ano de 2009, acerca da "Primeira República Portuguesa".
The Character Has Stayed The Same
7/10
Author: bkoganbing from Buffalo, New York
28 November 2009

Although the religious aspects of The Miracle Of Our Lady Of Fatima story stuck pretty much to the established story, the political dynamics were tailored very much for the Cold War. It was a case of a lot of mutual needs being met.

In 1910 the Braganza-Coburg dynasty was overthrown in a revolution which plunged Portugal into a great deal of political turmoil until Antonio Salazar took power in 1926. The revolution that threw out the monarchy was anti-clerical in nature, that is true enough, but it was hardly the nascent Marxist state that is depicted in The Miracle Of Our Lady Of Fatima. That was done to meet Cold War needs.

The Roman Catholic Church under Pius XII and Antonio Salazar's Portugese state were staunchly anti-Communists. Portugal, neutral in World War II was now a member of NATO. It was under Salazar who was a former Seminarian and religious Catholic that the Fatima legend was spread and tourism to the site of Fatima was encouraged and the story really took off from there. The film helped the Salazar regime and most assuredly encouraged Portugese tourism.


But as to the story itself, if we believe it, like Bernadette of Soubirous, three pious Catholic youths, a brother and sister and their cousin were given a vision of the blessed Virgin Mary and an insight into what the future holds for God's creations on this planet. And on October 13, 1917 a sign was given from the heaven's themselves to confirm the truth of the children's story.

The three children, Sammy Ogg, Sherry Jackson, and Susan Whitney give deeply felt and sincere performances. Frank Silvera plays the administrator of the town and a sinister individual indeed, personifying the anti-clerical regime of the time. The skeptical folks of the time is personified by Gilbert Roland, friend of the children who is not a person of faith by any means, but the protector of the kids when they need one.

Roland is one of my favorite character actors from the golden age of the cinema. He has enough cheerful Latin charm for a dozen people and he's never boring in any film. He's reason enough to watch the film even if you are skeptical in matters of faith.

The younger two children played by Ogg and Jackson died during the great influenza epidemic post World War I. Susan Whitney's character Lucia Dos Santos became a nun and was revered as a living saint in the Roman Catholic community until her death at the ripe old age of 97 just a few years ago. Whitney's performance though good was hardly rewarded with an Oscar the way Jennifer Jones's was for playing St. Bernadette. The Miracle Of Our Lady Of Fatima did in fact get one Oscar nomination, one of several Max Steiner got for his musical score.

In 2001 I was touring Portugal and visited Fatima. A place more isolated and remote you can hardly imagine. But other than the giant cathedral there, pictured at the end of the film, and the various little shops selling religious articles, the place has kept the character of what it was in 1917. No one is going to put up a Fatima Hilton there, it would ruin the place altogether.

For Roman Catholics the film is a matter of faith. For film fans it's not a bad telling of a strange and beautiful story.
De seguida temos um crítico amador norte-americano, que utiliza o mesmo critério do famoso Roger Ebert, que perante um filme de ideologia nazi de extrema direita como este, dava a nota mínima, em condenação moral e ética, independentemente de qual fosse a qualidade técnica/artística do filme perigoso de propaganda Nazi ou Salazarista.
The real miracle is that this horrid film didn't destroy Jack Warner's reputation
1/10
Author: A.L. Hern (originalthinkr@sbcglobal.net) from United States
25 December 2013

Covers the same basic ground as Fox's infinitely superior "The Song of Bernadette" (1944), but with none of that earlier film's subtlety, fine performances and music, or assurance of dramatic narrative. This is a clumsy, ham-handed attempt on the part of Warner Bros. to make the case to the public and Congress's House Un-American Activities Committee (HUAC) during the darkest days of McCarthyism and its anti- Communist witch-hunts, that Hollywood was, if not exactly a model of piety, at least not a den of Red subversives, and not a few of the religious extravaganzas of the 1950's were made with this goal in mind. Earning a profit at the box office or kudos from critics were not high on the studio's list of priorities for this claptrap -- it was propaganda, plain and simple.

In short, this is a dreadful film that does a grave disservice to its subject matter.
Esta crítica acima merece respeito, mas primeiro temos de entender que ele utiliza o mesmo critério do crítico Roger Ebert e está a dar 1/10 devido à ideologia nazi, fascista e salazarista deste filme. A frase dele "(...)Congress's House Un-American Activities Committee (HUAC) during the darkest days of McCarthyism and its anti- Communist witch-hunts, that Hollywood was" é pura poesia para os meus olhos, destaque também para a parte em que ele concorda comigo no aspecto deste filme não procurar a obtenção de lucros, mas pelo contrário transmitir ideologia de extrema direita pelo mundo fora, estilo o ministro da propaganda Dr. Goebbels da Alemanha Nazi.

Existem mais comentários no IMDB, mas não muitos (apenas 3 páginas), eu escolhi as duas críticas de que mais gostei. Também existem críticas de portugueses, mas esses indivíduos portugueses são religiosos ou patriotas (não percebo bem) e não possuem maturidade suficiente para detectarem ou comentarem o aspecto politico do filme, que os ultrapassa, pelo que não terá nenhum interesse citar as opiniões deles, num filme desta natureza (era a mesma coisa de eu citar opiniões de crianças de 7 anos, a pedir aos astrónomos para que Plutão volte a ser um planeta, fazendo um desenho todo torto do cão do Rato Mickey, que também se chama "Pluto", que é o nome inglês do planetóide). Eu falo de alhos e eles falam de bugalhos...
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Re: The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

Post by paupau »

Excelente topico, sem duvida. Lembro de ver isto em miudo mas ja nao me lembro de bada sinceramente.
Fiquei curioso foi com esse Song of Bernadette que via a capa do filme com a Jennifer Jones e nao fazia ideia que estivesse relacionado com um milagre.
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technicolor
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Re: The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

Post by technicolor »

Interessante tópico este José Miguel, e muito bem elaborado, com direito a teaser e tudo :o .

O filme já passou por mais de uma vez na RTP, e até na TVI quando ainda era um canal que pertencia à igreja. Pessoalmente acho-o (tanto quanto me lembro) um filme medíocre, com o qual Salazar ao contrário do que pensas não terá tido muito a ver, talvez mais tenha intervido, na sombra, claro, o seu grande amigo cardeal Cerejeira por intermédio dos seus "leais" bispos,(é a opinião do meu consultor para filmes anteriores a 1970 :mrgreen: ). E já que prezas tanto o rigor histórico só um pequeno reparo; sugiro-te respeitosamente, que procures conhecer melhor as circunstâncias históricas que conduziram Salazar ao poder... quem o lá colocou e porquê, algo que é quase sempre ignorado. A diabolização do "Botas" (alcunha do Salazar) tornando-o único responsável pelo negro período da ditadura é um facilitismo que tende a desresponsabilizar os que o lá o colocaram (directa ou indirectamente) e lá o mantiveram (os generais) E não, não sou de maneira nenhuma um salazarento, mau-) muito antes pelo contrário... gosto é de conhecer várias perspectivas dos factos :wink:

Só um pequeno "lamiré"...
"Desde a implantação da república em 1910 até ao golpe militar de 1926, Portugal teve oito Presidentes da República, quarenta e quatro reorganizações de gabinete e vinte e uma revoluções. O primeiro Governo da República não durou dez semanas e o mais longo durou pouco mais de um ano. Várias personalidades políticas foram assassinadas. Pela Europa fora a palavra “revolução” passou a estar associada a Portugal. O custo de vida aumentou vinte e cinco vezes, a moeda caiu para 1/33 partes do seu valor relativamente ao ouro. O fosso entre ricos e pobres continuou sempre a aumentar. A Igreja Católica foi implacavelmente perseguida pelos maçons anticlericais. Os atentados terroristas e o assassinato político generalizaram-se. Entre 1920 e 1925, de acordo com dados oficiais da polícia nas ruas de Lisboa explodiram 325 bombas. Com o país continuamente à beira de uma guerra civil, em 1926 dá-se um levantamento militar, sem derramamento de sangue e com a adesão de inúmeros sectores da sociedade portuguesa, desejosos de acabar com o clima de terror e violência que se tinha instalado no país.[9] Fernando Pessoa escreve "O Interregno Defeza e Justificação da Dictadura Militar em Portugal" onde afirma: “É hoje legítima e necessária uma ditadura militar em Portugal”.[10]Em Junho de 1926 os militares convidam Salazar para a pasta das finanças; mas passados treze dias Salazar renuncia ao cargo e retorna a Coimbra por não lhe haverem satisfeitas as condições que achava indispensáveis ao seu exercício. Em 27 de abril de 1928, após a eleição do general Óscar Carmona e na sequência do fracasso do seu antecessor em conseguir um avultado empréstimo externo com vista ao equilíbrio das contas públicas, Salazar reassumiu a pasta das finanças, mas exigiu o controlo sobre as despesas e receitas de todos ministérios. Satisfeita a exigência, impôs forte austeridade e um rigoroso controlo de contas, conseguindo um superavit, um "milagre" nas finanças públicas logo no exercício económico de 1928–29...
Caso tenhas curiosidade, o texto completo em : https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3 ... ra_Salazar

Sobre o filme, consta que, poderá sido um friendly "passar de mão (imperialista) pelo pêlo a Portugal" dado o interesse estratégico que a Base das Lages tinha para os USA, numa altura crítica da guerra fria em que ainda não existiam misseis balísticos intercontinentais. Dizem também que apesar de muito "acarinhado" pela igreja não terá tido por cá grande sucesso... o povo como acima dizes era em grande parte, analfabeto e não se faziam dobragens. Na origem do filme americano (1952) poderá ter estado uma versão espanhola de 1951de Rafael Gil http://www.imdb.com/title/tt0044026/
que terá tido muito bom acolhimento, sobretudo na américa latina o que terá despertado o interesse de brother Jack Warner e como por essa altura o Macarthismo estava a surgir e atemorizava Hollywood terá sido isso que talvez terá dado origem a esse cariz anticomunista de um filme que deveria ser apenas religioso. Mas a versão espanhola embora mais naif "peca" pelo mesmo (em 51 era Franco ...e a Opus Dei... quem mandava em Espanha). Não deixa contudo de ser um documento propagandístico com algum interesse...

P.S.: Existe também, como certamente saberás a versão de 1997 http://www.imdb.com/title/tt0119172/ feita com dinheiro do santuário para promover o lucrativo negócio dos milagres e que se vende como pãezinhos quentes na livraria do santuário... :lol:
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Re: The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

Post by Samwise »

José Miguel, tens os meus aplausos pelo cuidado e dedicação prestados ao filme e aos temas subjacentes (em concreto, à "desminagem" da intriga). Pelo que percebi, ainda tens mais segmentos para publicar. Venham eles. salut-)

Quanto ao filme (e ao "remake" com as vedetas portuguesas da altura), desconhecia por completo. Não vou por agora dedicar tempo a isto, mas mais tarde hei-de agendar uma visualização.
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.

«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death

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Re: The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

Post by JoséMiguel »

tecnhicolor, vou tentar comentar o que escreveste mais tarde, focaste alguns pontos que por acaso eu também tencionava abordar.

Activismo político da Irmã Lúcia contra a União Soviética

Preparei mais um pequeno excerto para desminagem:

A acção desenrola-se em Lisboa, no Ministério da Justiça, entre 13 de Julho de 1917 e 19 de Agosto de 1917, ou seja entre as datas da 3ª e 4ª "Aparição". Os intervenientes são o Ministro da Justiça, Alexandre Braga, filho e Artur de Oliveira Santos, administrador do Conselho de Ourém.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_Braga,_filho
https://pt.wikipedia.org/wiki/Artur_de_Oliveira_Santos



De menor interesse será a placa que diz "Ministery of Police", em que no universo de fantasia do filme, seria uma espécie de quartel-general da polícia secreta soviética portuguesa, onde o Ministro apenas não consegue fechar todas as igrejas de Portugal, porque os militares desta polícia secreta, estilo a NKVD soviética, estão a combater na Flandres.

Mas não foi por isso que criei este excerto...

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Reparem no jornal que o Ministro da Justiça está a ler:

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E tomem nota da conversa acerca da Rússia... antes de eu proceder, com cautela, à desminagem desta cena, que tem lá mesmo uma mina, quero comentar a importância para os cineastas americanos, desta cena.

Existe uma expressão inglesa que diz "The cardinal doctrine of a fanatic's creed is that his enemies are the enemies of God.*"

*Andrew Dickson White, in The History of the Warfare of Science with Theology in Christendom (1898), Vol. II, Ch. xvi, p. 149

Este é o filme americano de propaganda contra a URSS, mais formidável que conheço, que explora um fenómeno religioso português, de forma implacável e vil, mas de planeamento muito inteligente, para demonstrar que a URSS é inimiga de Deus.

Que melhor argumento pode existir, do que uma profeta vidente a receber uma profecia em 1917, vinda directamente de Deus, a prever que no futuro a URSS seria inimiga da religião (que até realmente foi)?

Então se a URSS é inimiga de Deus, naturalmente os EUA e a NATO são soldados ao serviço de Deus, numa espécie de cruzada ou guerra santa.

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Eu já vi muita coisa no cinema, ao longo da minha vida, mas aqui tenho mesmo de tirar o chapéu a esta técnica da equipa norte-americana. Até o próprio Goebbels, ministro de propaganda do 3º Reich, ficaria orgulhoso com estes cineastas se fosse vivo.

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Vou então começar a desminar esta cena, para tentarmos perceber o que se passa aqui.

Facto nº 1

A pastorinha Lúcia, nunca referiu a Rússia em 1917, e como tal nada foi escrito na imprensa portuguesa que pudesse relacionar a Rússia com as aparições de Fátima. Existiu de facto uma reportagem do jornal "O Século" acerca da última aparição a 13 de Outubro, mas o assunto era outro:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Milagre_do_Sol

Os americanos tiveram o cuidado de criar aquela versão do jornal nalguma tipografia norte-americana (reparem na ausência de acentos), mas trata-se de falsa manipulação política. Reparem também que tiveram o cuidado colocar a cena do jornal, logo a seguir à 3ª Aparição (onde supostamente a Virgem Maria, critica o comunismo). Alguma vez um estúdio norte-americano teria este trabalho de pesquisa e pormenores, se isto fosse apenas um filme bíblico dos anos 50!? Isto é deveras estranho e suspeito...


Facto nº 2
Em 26 de Julho de 1941, o Bispo de Leiria escreve a Lúcia anunciando-lhe o livro "Jacinta" que estava a ser preparado pelo Dr. J. Galamba de Oliveira. Pede-lhe então para recordar tudo o mais o que pudesse lembrar sobre a prima, de modo a ser incluído nesta edição. Esta ordem cai no fundo da alma da vidente como um raio de luz, dizendo-lhe que era chegado o momento de revelar as duas primeiras partes do Segredo. Manifesta então a vontade de acrescentar à edição dois capítulos: um sobre o Inferno e outro sobre o Imaculado Coração de Maria.
É aqui, que é feito o primeiro activismo político da Irmã Lúcia contra a URSS, passo a citar o teor do capítulo Imaculado Coração de Maria, que consiste num ataque político por parte dela à URSS, imediatamente a seguir ao lançamento da Operação Barbarossa, a invasão da URSS pela Alemanha Nazi, numa altura em que o Salazar se guiava pelos modelos de fascismo alemão e italiano (ele só se distanciou, quando a Alemanha começa a perder a guerra).

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Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI[nota 3] começará outra pior. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida[nota 4], sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados[nota 5]. Se atenderem aos meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé.
Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Apari%C3% ... es_do_Anjo
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%BAcia_dos_Santos


Facto nº 3

O Dr. J. Galamba de Oliveira que recolheu esta nota de última hora da freira Lúcia, era amigo do Cardeal Cerejeira, por sua vez amigo íntimo do Salazar.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Go ... _Cerejeira
http://www.dn.pt/gente/interior/o-advog ... 71118.html


Facto nº 4

A demonização da União Soviética pela Irmã Lúcia, ocorre portanto a 26 de Julho de 1941, num contexto geopolítico de apoio à Invasão da Rússia, pelo regime de Salazar.

Os norte-americanos exploraram o fenómeno em contexto de guerra fria, em 1951, mas ele surgiu num contexto de nazismo e fascimo, não como apoio português ao aliado americano da NATO, mas como apoio português à Alemanha Nazi.


Facto nº 5

Esta mensagem de Deus acerca da Rússia, é supostamente comunicada à pastorinha na aparição de 13 de Julho de 1917 (que ela só se recordou e a relatou, após a invasão alemã da URSS).

Mas qual era a situação na Rússia a 13 de Julho de 1917?

Meus amigos, nessa data a Rússia era um aliado militar de Portugal, que combatia do nosso lado na 1ª Guerra Mundial e ainda não se tinha dado a revolução de Outubro. Não fazem grande sentido as palavras da virgem Maria acerca da Rússia, nesse momento...


Voltando ao filme norte-americano

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Os cineastas poderiam ter colocado a propaganda anti-comunista, junto dos seus efeitos especiais da aparição da Virgem Maria. Se o tivessem feito, isso poderia ser defendido como simples encenação do relato da Irmã Lúcia, à semelhança do milagre da separação do mar no filme "Os Dez Mandamentos", perfeitamente natural num filme de fé.

Mas aqui estamos a lidar com fanáticos ideológicos, que recorrem a mentiras, de forma muito inteligente, calculada e sofisticada, e do ponto de vista deles não seria suficientemente feroz o argumento religioso sobrenatural, e acharam necessário a inclusão de uma falsa notícia da imprensa portuguesa, a legitimar e documentar a capacidade mágica da pastorinha ter previsto o futuro da URSS, antes sequer da Revolução de Outubro ter ocorrido.

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Isto realmente é um grande abuso das crenças espirituais das pessoas, por motivos políticos. É muito lamentável existirem pessoas dispostas a recorrer a esses métodos...

Quem ler este texto julga que sou algum apoiante da URSS ou da ideologia comunista, quando eu sou neutro e não tenho nenhuma ideologia política (mas se calhar não acreditam, porque estou sempre a criticar os americanos e gosto de cinema russo). Eu escreveria o mesmo texto se isto fosse um ataque a judeus, negros, chineses, etc. Não escrevi isto para defender a extinta URSS, para para denunciar o fanatismo ideológico do cinema norte-americano, que é muito poderoso e tem todo este historial de tentar manipular as pessoas. Desta vez meteram-se com Portugal, e por isso tive aqui mais trabalho.

Ainda não terminei, mas este 2ª artigo foi o mais importante, o resto são alguns detalhas, notas históricas sobre Portugal, e claro a análise do filme, enquanto filme.
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Post by rui sousa »

Por acaso é um filme que conheço de "vista" (já passei por ele montes de vezes nas lojas) e tornou-se parte do anedotário entre amigos. Mas de facto, graças à explicação do José dá para entender que, afinal, este não é um filme nada inocente. Toda a história de feitura do filme parece saída de um episódio da Twilight Zone. :shock:

P.S. - José, por falar em propaganda: anseio o dia em que faças uma dissecação desseoutro filme maldito feito à base de mentiras retorcidas, que é o infame "The Green Berets"... :mrgreen:
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Re: The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

Post by Samwise »

rui sousa wrote: February 20th, 2017, 12:48 am P.S. - José, por falar em propaganda: anseio o dia em que faças uma dissecação desseoutro filme maldito feito à base de mentiras retorcidas, que é o infame "The Green Berets"... :mrgreen:
Isso é que era!!!! salut-)

(isto é, se o José Miguel conseguir chegar ao final do filme sem explodir de irritação...)
«The most interesting characters are the ones who lie to themselves.» - Paul Schrader, acerca de Travis Bickle.

«One is starved for Technicolor up there.» - Conductor 71 in A Matter of Life and Death

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Re: The Miracle of Our Lady of Fatima (1952) - John Brahm

Post by Samwise »

José Miguel, sobretudo com interesse para ti:

https://www.publico.pt/2017/02/25/cultu ... ar-1762363
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