Captain Fantastic (2016) - Matt Ross

[drakes]

Realizador:Matt Ross
País: USA
Ano: 2016
Gênero: Comédia


http://www.imdb.com/title/tt3553976/

Sinopse:
"Deep in the forests of the Pacific Northwest, a father devoted to raising his six kids with a rigorous physical and intellectual education is forced to leave his paradise and enter the world, beginning a journey that challenges his idea of what it means to be a parent"

Elenco:
Viggo Mortensen as Ben
Frank Langella
Missi Pyle as Ellen
Steve Zahn as Dave
Kathryn Hahn as Harper
Erin Moriarty
George MacKay as Bodevan
Ann Dowd as Abigail
Annalise Basso as Vespyr

[drakes]

Dados complementares:

https://www.rottentomatoes.com/m/captain_fantastic
Distributor: Bleecker Street
MPAA Rating: R
Duração: 1 hrs. 54 min.

Sinope:
Ben é o pai de seis crianças pequenas, que decide fugir da civilização e criar os filhos nas florestas selvagens do Pacífico Norte. Ele passa os seus dias dando lições às crianças, ensinando-os a praticar esportes e a combater inimigos. Um dia, no entanto, Ben é forçado a deixar o local e retornar à vida na cidade. Começa o aprendizado do pai, que deve se acostumar à vida moderna.

[nimzabo]

Aí nessa descrição diz que é comédia mas não é.
É meio drama, meio comédia e meio feelgood movie.
Boa realização e muito bem interpretado pelo Viggo Mortensen.

[Samwise]

Este já ando a seguir há uns tempos. Tenho vontade de ver, e gosto bastante do Mortensen como actor (embora não apreciado muito o seu papel no LOTR)

[nimzabo]

O filme é melhor do que parece à primeira vista pela descrição ou mesmo pelo trailer.
Mas claro, também depende dos gostos de cada um.

É um pai que educa um monte de filhos à margem da sociedade, tipo à moda hippie, contacto com a natureza, etc...
Tem algumas cenas engraçadas, a realização é superior (faz lembrar o Malick nalgumas cenas) e o Mortensen deve ter aqui uma das melhores interpretações da carreira, se não for a melhor.

[Samwise]

José Miguel, põe os olhos neste filme quanto antes, porque parece responder, cinematograficamente falando, a uma série de reivindicações tuas sobre a pobreza do "standardizado" modelo de vida ocidental, e em particular o que é "imposto" nos Estados Unidos da America. (só para dar um exemplo, a determinada altura alguém se refere à religião católica como sendo um conjunto de "fairy-tales")

Ainda que a profundidade da abordagem seja relativamente superficial (muitas questões complexas são despachadas rapidamente, sem tempo para um debate mais sério), e ainda que o ponto de vista esteja um pouco radicalizado por um lado (alguns "exemplos" são extremistas, e dificilmente se encaixariam na realidade em primeiro lugar) e enviesado por outro (isto não é uma "verdadeira" visão de inconformismo/heterodoxia, é antes uma visão conformista, e também conciliadora, sobre o inconformismo - é uma visão que parte de "dentro do sistema"), o filme tem pelo menos o mérito de colocar os pilares sociais, segundo os conhecemos e vivemos, numa perspectiva relativista, e de soletrar uma série de questões pertinentes sobre as alternativas que nos são negadas pela roda trituradora político-social.

O assunto focado em concreto é o verdadeiro alcance prático na educação estrutural que damos aos nosso filhos, quer do ponto de vista intelectual, quer do ponto de vista moral, quer ainda do ponto de vista "físico", e os dogmas e tabus sociais a que estamos expostos pelo modelo ocidental/democrático/capitalista/católico. E, por vias travessas, aborda-se também o sentido da palavra liberdade nesse contexto educacional.

Este filme, corajoso no modo como aborda de frente certas temáticas, é uma maravilha. Tem um elenco notável de crianças e um excelente Viggo Mortensen a fazer de pai. Pelo lado negativo, talvez a abordagem agridoce, "feel-good", e por vezes declaradamente caricatural, retire a seriedade/importância necessária a alguns assuntos, impedindo que nos atinjam com a força devida. Imagino ainda que a escolha de inúmeras referências sociais, culturais e políticas passem mesmo ao lado de uma boa parte dos espectadores que em primeiro lugar deviam levar com elas, impedindo, mais uma vez, a devida transmissão da mensagem.

Para mim vale um 9/10 e é um dos filmes do ano.

[PanterA]

Uma desconstrução da sociedade actual muito bem executada, com as suas criticas bem ponderadas sem nunca serem sujeitas a análises simplistas ou gratuitas.
Consegue de uma maneira eficaz gerar um conflito de ideias sobre uma sociedade estereotipada e que nos obriga a seguir sempre aquela batida, sem nunca questionar porque é que estamos a fazer aquilo. Claro que do ponto de vista do filme é sempre mais fácil falar e argumentar o porquê de tal coisa, mas lança as bases suficientes para uma mudança de ideias. Um pouco na onda do Into the Wild, mesmo ambos os filmes se afastarem entre si.

Apenas peca porque todas as mensagens, na maior parte das vezes, darem aquela sensação de ser tudo numa certa onda de comédia e a profundidade também não foi muito incutida mais ainda num filme de 2 horas.
Btw, curioso que desde que o Viggo Mortensen entrou nesta onda de filmes menos mainstreams que tem sido cada um melhor que o outro.

8/10

[mansildv]

Captain Fantastic (2016) - 8/10

Gostei bastante, está muito bem realizado e interpretado (Viggo Mortensen sempre em grande nestes filmes mais independentes), e gostei da temática e do modelo de educação apresentado, muito mais interessante que o tradicional, porém, utópico.
A vertente mais cómica torna o filme mais acessível e evita que se torne demasiado sério e moralista.

[José]

Uma refrescante, desempoeirada e até bem humorada odisseia dos "bons e cultos selvagens", rumo à possível agregação do espaço familiar entretanto fracturado.

É um óptimo filme, que realmente nunca cai nos facilitismos da moral mais empedernida e que não recorre a pregações beatas e utópicas da pureza do retorno a um estado selvagem redentor de tudo e mais alguma coisa.

Viggo Mortensen e todo o elenco juvenil são... fantásticos!