Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
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JoséMiguel
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Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
https://en.wikipedia.org/wiki/Night_Flight_from_Moscow
http://www.imdb.com/title/tt0069251/
Sinopse com comentário pessoal
Filme de espionagem, com enredo ultra-complexo, com vários graus de profundidade. Super co-produção da Europa Ocidental (França, Itália e R.F.A.) que simula as instalações da CIA nos EUA no exterior, através de efeitos especiais práticos com maquetes e montagens ópticas, e no interior com tecnologia e equipamentos científicos sofisticados, sérios e realísticos, que envergonham o género da ficção científica, seja de que país for, no contexto da história do cinema.
Algumas notas pessoais
Que a sinopse do IMDB, quer o trailer oficial, são enganosos e inapropriados. Por isso escrevi o comentário pessoal acima a substituir a sinopse, e criei o excerto seguinte, com banda sonora composta pelo grande compositor Ennio Morricone. O meu excerto pode ser considerado um spoiler, se estivermos a pensar em filmes modernos de Hollywood com enredo previsível e pobrezinho. Mas como o enredo deste filme é tão rico, interessante, complicado e dá tantas voltas, vou arriscar que o meu clip funcionará na positiva como um trailer (para que as pessoas tenham vontade de ver o filme), e nunca como nenhum spoiler.
É uma troca de prisioneiros entre as duas Alemanhas, durante a guerra fria, conforme eu já tinha pedido sugestões no tópico de 2014 de filmes de espionagem, e sugerido correctamente pelo Elfaria:
Nota/Comentário: No caso deste filme, não foi possível eu fazer uma ficha técnica objectiva e isenta, devido à probreza do trailer oficial e falta de informação do IMDB/wikipedia, mas por outro lado já localizei o cineasta europeu a mostrar a maquete da CIA num documentário francês no You Tube, entre outras curiosidades, que deixarei para uma próxima mensagem. A nível de opinião pessoal adorei este filme e não imaginava que os países da europa ocidental conseguissem fazer um trabalho destes, a denegrir politicamente o regime norte-americano, a mostrar a França e a República Federal Alemã a serem tratadas como marionetas nas mãos dos americanos e ingleses.
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Re: Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
O actor Yul Brynner
Estive entretido a ler na versão inglesa do wikipedia, a biografia do autor, que é muito interessante e relevante para este filme de espionagem.
Pessoalmente, sempre achei graça à pinta do sujeito, com o seu estilo próprio com a careca rapada. É um actor que tem pinta à sua maneira, tal como um Charles Bronson ou Clint Eastwood terão pintas diferentes. Em criança via este gajo sempre como vilão, por exemplo no filme "Os Dez Mandamentos", em que ele faz de irmão do Moisés (contracenado pelo actor Charlotn Heston).
Também o tinha visto num ou noutro filme western, a que não liguei muito, mas como sou fã de ficção científica, gostei de o ver a fazer de robot no filme "Westworld" de 1973, que não tem nada a ver com o anormal de actor que faz de T-1000 no "Terminator 2".
O actor Yul Brynner não era um gajo do cinema de Hollywood. A sua carreira principal foi no teatro da Broadway, onde ele fazia de rei do Sião na peça musical "O Rei e Eu" (há um filme recente com a Jodie Foster muito bom, sobre este caso verídico, em que uma governanta inglesa foi contratada pelo rei do Sião). O Yul Brynner rapou a cabeça nos anos 50 para essa peça de teatro, e manteve a cabeça rapada "como os gajos do kung fu" como imagem de marca.
O homem morreu de cancro do pulmão em 1985, aos 65 anos de idade. Ele tinha começado a fumar aos 12 anos. Eu sou fumador e não gosto de ler estas coisas...
Neste filme de espionagem "Le Serpent" existe relevo na diferença entre o tabaco russo e norte-americano, e é importante para o filme o desertor soviético do KGB aparecer a fumar.
O Yul Brynner nasceu na União Soviética (Rússia) em 1920, e só emigrou para os Estados Unidos, nos anos 40, o que confere realismo ao personagem deste filme, porque o homem encaixa muito bem nesta personagem do desertor do KGB. Andei à procura nos vários idiomas do wikipedia, e na versão francesa descobri a fotografia do visto de entrada nos EUA, quando o homem ainda tinha cabelo.
Mas o nome verdadeiro do homem é Юлий Борисович Бринер, ou no alfabeto romano Yuly Borisovich Briner.
Eu estive entretido a espreitar a biografia do actor, e a escrever este comentário, porque foi a primeira vez que vi o Yul Brynner a desempenhar o papel principal, e ainda por cima num filme muito bom que adorei. Independentemente de eu ter escrito isto para este filme, o texto também serve para o actor, a nível geral.
Estive entretido a ler na versão inglesa do wikipedia, a biografia do autor, que é muito interessante e relevante para este filme de espionagem.
Pessoalmente, sempre achei graça à pinta do sujeito, com o seu estilo próprio com a careca rapada. É um actor que tem pinta à sua maneira, tal como um Charles Bronson ou Clint Eastwood terão pintas diferentes. Em criança via este gajo sempre como vilão, por exemplo no filme "Os Dez Mandamentos", em que ele faz de irmão do Moisés (contracenado pelo actor Charlotn Heston).
Também o tinha visto num ou noutro filme western, a que não liguei muito, mas como sou fã de ficção científica, gostei de o ver a fazer de robot no filme "Westworld" de 1973, que não tem nada a ver com o anormal de actor que faz de T-1000 no "Terminator 2".
O actor Yul Brynner não era um gajo do cinema de Hollywood. A sua carreira principal foi no teatro da Broadway, onde ele fazia de rei do Sião na peça musical "O Rei e Eu" (há um filme recente com a Jodie Foster muito bom, sobre este caso verídico, em que uma governanta inglesa foi contratada pelo rei do Sião). O Yul Brynner rapou a cabeça nos anos 50 para essa peça de teatro, e manteve a cabeça rapada "como os gajos do kung fu" como imagem de marca.
O homem morreu de cancro do pulmão em 1985, aos 65 anos de idade. Ele tinha começado a fumar aos 12 anos. Eu sou fumador e não gosto de ler estas coisas...
Neste filme de espionagem "Le Serpent" existe relevo na diferença entre o tabaco russo e norte-americano, e é importante para o filme o desertor soviético do KGB aparecer a fumar.O Yul Brynner nasceu na União Soviética (Rússia) em 1920, e só emigrou para os Estados Unidos, nos anos 40, o que confere realismo ao personagem deste filme, porque o homem encaixa muito bem nesta personagem do desertor do KGB. Andei à procura nos vários idiomas do wikipedia, e na versão francesa descobri a fotografia do visto de entrada nos EUA, quando o homem ainda tinha cabelo.
Mas o nome verdadeiro do homem é Юлий Борисович Бринер, ou no alfabeto romano Yuly Borisovich Briner.
Eu estive entretido a espreitar a biografia do actor, e a escrever este comentário, porque foi a primeira vez que vi o Yul Brynner a desempenhar o papel principal, e ainda por cima num filme muito bom que adorei. Independentemente de eu ter escrito isto para este filme, o texto também serve para o actor, a nível geral.
Re: Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
Curioso filme. Mais uma pérola que foste resgatar... vai para a watchlist, e tenho o DVD! :)
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Re: Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
Filme de espionagem realístico, inteligente e politicamente corajoso
O filme Le Serpent destaca-se do resto do Cinema, por duas qualidades principais que sobressaem, sendo qualquer uma delas extremamente raras no mundo do Cinema.
Em primeiro lugar temos o esforço do cineasta e de toda a equipa, com o objectivo de tentar fazer o melhor filme possível, com o máximo de seriedade, realismo e qualidade, neste campo temos o absoluto oposto ao cinema comercial norte-americano mainstream, que procura o caminho de menor esforço, para agradar ao maior número possível de atrasados mentais (espectadores menos exigentes), os comentadores americanos do IMDB utilizam frequentemente a expressão "minimum common denominator" para elaborar sobre esta questão do cinema de Hollywood usar uma fórmula de enredo que insulta a inteligência dos espectadores.
Este esforço em procurar fazer o melhor filme possível, traduz-se por exemplo na reconstituição e simulação do quartel general da C.I.A. em Langley, Virgínia, em que o realizador Henri Verneuil, com o auxílio da equipa do filme, constrói o exterior em maquete com carrinhos comandados:
Na imagem abaixo vemos o carrinho de brinquedo mais à frente:
E finalmente a transição para o interior das instalações, com a maquete opticamente redimensionada, em plano de fundo:
Vou tentar fazer um vídeo com isto, que também poderei usar no tópico do "CGI = Idade das Trevas do Cinema?".
O mais impressionante será o equipamento técnico e científico utilizado pelo filme, nesta reconstituição europeia do quartel general da CIA, pois só os computadores com ecrã, de 1973 envergonham a ficção científica. Por exemplo a série "Espaço 1999" de 1976 nem tinha ecrãns para os computadores, que imprimiam um talão em papel, estilo caixa registadora de supermercado. Eu como fã da série de ficção científica "Espaço 1999" tenho de tolerar a pobreza, falta de seriedade e má qualidade da série, que insultava a inteligência dos espectadores por não ter dinheiro para usar computadores reais dos anos 70 na série. Este é um pequeno exemplo da falta de esforço e probreza geral do cinema mainstream, em que se transferirmos a questão para o século XXI, os estúdios estoiram milhões de dólares em salários de vedetas de Hollywood, mas depois não têm dinheiro para filmar um automóvel a despistar-se, ou um avião a descolar, e usam desenhos animados gerados por computador, para insultar a inteligência dos espectadores.
Além dos computadores de 1973, o realizador Henri Verneuil obteve equipamento científico muito sofisticado (pode ter alugado a uma empresa particular, ou ter pedido emprestado com o apoio de um dos governos da França, R.F.A. ou Itália), que ele monta no estúdio que simula a CIA, como por exemplo a análise de espectrografia, que podemos ver abaixo...
... ou os equipamentos diversos seguintes:
Eu fiquei muito impressionado e satisfeito com todo este esforço por parte do cineasta.
A segunda qualidade que sobressai neste filme é o realismo político. Este filme não faz propaganda politica (ao contrário do Rambo III e dos filmes do agente secreto 007) e tem a coragem de mostrar o ponto de vista "do resto do mundo", em que os governos da França e República Federal Alemã são marionetas nas mãos dos americanos e o seu lacaio do Reino Unido, o que não é diferente da realidade actual, em que os americanos deram ordens aos países da NATO para não deixar o avião presidencial da Venezuela prosseguir rumo, por suspeitas do Edward Snowden estar lá escondido (e que envolveu o ministro Paulo Portas). Não existe qualquer tomada de partido a favorecer os EUA ou a URSS no filme e a neutralidade ideológica é total. Esta neutralidade ideológica não é fácil de conseguir numa história de espionagem que envolve governos de vários países europeus, nas mais altas esferas, mas o enredo/argumento é muito inteligente e conseguiu-o.
Isto no fundo é o ponto de vista dos países europeus da NATO, que ainda hoje são estados vassalos dos E.U.A. conforme a situação do nosso país (ou a U.E. em geral), e o filme é uma pérola e preciosidade por meter respeito e ser pertinente quatro décadas depois. Aqui não existe aquele enredo com a fórmula previsível e patética do argumento "Chave nº 3 ou Chapa nº 7" de Hollywood.
Nos meses em que o coronel desertor do KGB (o personagem do Yul Brynner) está a colaborar com a CIA nos EUA, rebentam escândalos na Europa, e surge o ex-director das "secretas" de França numa entrevista de rádio, cuja cena está muito elaborada e bem conseguida, em que mostram os telefonistas da estação de rádio a filtrar os telefonemas dos ouvintes. Eu apreciei bastante essa cena e este filme é rico em ideias e conceitos, que até hoje nunca tinha visto no Cinema (e eu já vi muitos filmes).
O Le Serpent tem a classificação etária de M/18 em Portugal. Por um lado essa classificação é suspeita por ser do tempo da ditadura (o filme estreou cá, antes do 25 de Abril), mas por outro lado concordo com ela devido aos diversos temas e diálogos pesados. Quando o coronel do KGB está a ser interrogado num detector de mentiras em Langley, as perguntas de controle que os americanos usam são "Já teve relações com uma rapariga menor de idade?", "Já lhe apeteceu ter relações com uma rapariga menor de idade?", "Já teve relações sexuais com um homem?", "Quando foi a última vez que traíu a sua esposa?" Estas perguntas estão misturadas com as outras do estilo "Está a tentar prejudicar o governo norte-americano?".
Temos também as tácticas do KGB e CIA de chantagear membros de governo, como na situação em que um ministro de França é levado para uma sala, onde lhe mostram uma filmagem da filha dele a ter sexo com outra mulher.
Este filme à partida também não interessa a menores de 20 anos, que não entendem o contexto geo-político (ainda por cima o filme não tem nenhuma acção! ).
Destaco ainda a parada de vitória na praça vermelha, em que o cineasta montou o actor Yul Brynner junto com o Krutchev, estilo o filme "Forrest Gump", em que o Tom Hanks surge ao lado do presidente norte-americano. Este vídeo da parada soviética é exibido nas instalações da CIA em Langley e choca por completo com o cinema americano, onde nunca vi serem mostradas filmagens reais da União Soviética num contexto destes.
A minha classificação: 91%
Nota: Se tiver tempo ainda quero escrever um parágrafo acerca do realizador noutra mensagem e talvez criar um trailer fan-made ou outro clip.
O filme Le Serpent destaca-se do resto do Cinema, por duas qualidades principais que sobressaem, sendo qualquer uma delas extremamente raras no mundo do Cinema.
Em primeiro lugar temos o esforço do cineasta e de toda a equipa, com o objectivo de tentar fazer o melhor filme possível, com o máximo de seriedade, realismo e qualidade, neste campo temos o absoluto oposto ao cinema comercial norte-americano mainstream, que procura o caminho de menor esforço, para agradar ao maior número possível de atrasados mentais (espectadores menos exigentes), os comentadores americanos do IMDB utilizam frequentemente a expressão "minimum common denominator" para elaborar sobre esta questão do cinema de Hollywood usar uma fórmula de enredo que insulta a inteligência dos espectadores.
Este esforço em procurar fazer o melhor filme possível, traduz-se por exemplo na reconstituição e simulação do quartel general da C.I.A. em Langley, Virgínia, em que o realizador Henri Verneuil, com o auxílio da equipa do filme, constrói o exterior em maquete com carrinhos comandados:
Na imagem abaixo vemos o carrinho de brinquedo mais à frente:
E finalmente a transição para o interior das instalações, com a maquete opticamente redimensionada, em plano de fundo:
Vou tentar fazer um vídeo com isto, que também poderei usar no tópico do "CGI = Idade das Trevas do Cinema?".
O mais impressionante será o equipamento técnico e científico utilizado pelo filme, nesta reconstituição europeia do quartel general da CIA, pois só os computadores com ecrã, de 1973 envergonham a ficção científica. Por exemplo a série "Espaço 1999" de 1976 nem tinha ecrãns para os computadores, que imprimiam um talão em papel, estilo caixa registadora de supermercado. Eu como fã da série de ficção científica "Espaço 1999" tenho de tolerar a pobreza, falta de seriedade e má qualidade da série, que insultava a inteligência dos espectadores por não ter dinheiro para usar computadores reais dos anos 70 na série. Este é um pequeno exemplo da falta de esforço e probreza geral do cinema mainstream, em que se transferirmos a questão para o século XXI, os estúdios estoiram milhões de dólares em salários de vedetas de Hollywood, mas depois não têm dinheiro para filmar um automóvel a despistar-se, ou um avião a descolar, e usam desenhos animados gerados por computador, para insultar a inteligência dos espectadores.
Além dos computadores de 1973, o realizador Henri Verneuil obteve equipamento científico muito sofisticado (pode ter alugado a uma empresa particular, ou ter pedido emprestado com o apoio de um dos governos da França, R.F.A. ou Itália), que ele monta no estúdio que simula a CIA, como por exemplo a análise de espectrografia, que podemos ver abaixo...
... ou os equipamentos diversos seguintes:
Eu fiquei muito impressionado e satisfeito com todo este esforço por parte do cineasta.
A segunda qualidade que sobressai neste filme é o realismo político. Este filme não faz propaganda politica (ao contrário do Rambo III e dos filmes do agente secreto 007) e tem a coragem de mostrar o ponto de vista "do resto do mundo", em que os governos da França e República Federal Alemã são marionetas nas mãos dos americanos e o seu lacaio do Reino Unido, o que não é diferente da realidade actual, em que os americanos deram ordens aos países da NATO para não deixar o avião presidencial da Venezuela prosseguir rumo, por suspeitas do Edward Snowden estar lá escondido (e que envolveu o ministro Paulo Portas). Não existe qualquer tomada de partido a favorecer os EUA ou a URSS no filme e a neutralidade ideológica é total. Esta neutralidade ideológica não é fácil de conseguir numa história de espionagem que envolve governos de vários países europeus, nas mais altas esferas, mas o enredo/argumento é muito inteligente e conseguiu-o.
Isto no fundo é o ponto de vista dos países europeus da NATO, que ainda hoje são estados vassalos dos E.U.A. conforme a situação do nosso país (ou a U.E. em geral), e o filme é uma pérola e preciosidade por meter respeito e ser pertinente quatro décadas depois. Aqui não existe aquele enredo com a fórmula previsível e patética do argumento "Chave nº 3 ou Chapa nº 7" de Hollywood.
Nos meses em que o coronel desertor do KGB (o personagem do Yul Brynner) está a colaborar com a CIA nos EUA, rebentam escândalos na Europa, e surge o ex-director das "secretas" de França numa entrevista de rádio, cuja cena está muito elaborada e bem conseguida, em que mostram os telefonistas da estação de rádio a filtrar os telefonemas dos ouvintes. Eu apreciei bastante essa cena e este filme é rico em ideias e conceitos, que até hoje nunca tinha visto no Cinema (e eu já vi muitos filmes).
O Le Serpent tem a classificação etária de M/18 em Portugal. Por um lado essa classificação é suspeita por ser do tempo da ditadura (o filme estreou cá, antes do 25 de Abril), mas por outro lado concordo com ela devido aos diversos temas e diálogos pesados. Quando o coronel do KGB está a ser interrogado num detector de mentiras em Langley, as perguntas de controle que os americanos usam são "Já teve relações com uma rapariga menor de idade?", "Já lhe apeteceu ter relações com uma rapariga menor de idade?", "Já teve relações sexuais com um homem?", "Quando foi a última vez que traíu a sua esposa?" Estas perguntas estão misturadas com as outras do estilo "Está a tentar prejudicar o governo norte-americano?".
Temos também as tácticas do KGB e CIA de chantagear membros de governo, como na situação em que um ministro de França é levado para uma sala, onde lhe mostram uma filmagem da filha dele a ter sexo com outra mulher.
Este filme à partida também não interessa a menores de 20 anos, que não entendem o contexto geo-político (ainda por cima o filme não tem nenhuma acção!
).Destaco ainda a parada de vitória na praça vermelha, em que o cineasta montou o actor Yul Brynner junto com o Krutchev, estilo o filme "Forrest Gump", em que o Tom Hanks surge ao lado do presidente norte-americano. Este vídeo da parada soviética é exibido nas instalações da CIA em Langley e choca por completo com o cinema americano, onde nunca vi serem mostradas filmagens reais da União Soviética num contexto destes.
A minha classificação: 91%
Nota: Se tiver tempo ainda quero escrever um parágrafo acerca do realizador noutra mensagem e talvez criar um trailer fan-made ou outro clip.
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Re: Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
Henri Verneuil (1920-2002)
O realizador Henri Verneuil nasceu na Arménia (Império Turco Otomano) em 1920, com o nome Ashot Malakian (em arménio: Աշոտ Մալաքեան), na altura a Turquia estava a cometer o genocídio contra o povo arménio e a família dele fugiu para França, quando ele tinha 4 anos de idade.
Npta: Estive a ver a filmografia dele e foi pena ele não ter feito nenhum filme sobre esse genocídio. Aliás acho que ainda nunca foi feito nenhum filme não-documental sobre o tema.
Podem espreitar a página em inglês do wikipédia aqui: https://en.wikipedia.org/wiki/Henri_Verneuil
Está lá a filmografia dele, e um resumo geral da corrente e onda dele, bem como os prémios que ganhou, parece que ele foi famoso por conseguir fazer filmes com quase todas as vedetas do cinema francês.
Aparecem lá alguns filmes do género policial ou máfia, cujos títulos são-me familiares e até os posso ter visto em criança nos anos 80, mas se os vi não me lembro de nada e não são bem o meu estilo.
Mas reparei no filme filmado em Portugal "Os Amantes do Tejo", que já tinha sido divulgado no fórum, por outro membro (terá sido o Elfaria?) que está na minha watchlist e que não sabia que era deste cineasta.
O que me chamou a atenção foi o filme de 1979 "I as in Icarus", sobre o assassinato do presidente Kennedy, mas passado num país fictício (para não ferir os sentimentos do governo norte-americano). Eu não achei graça nenhuma ao filme "J.F.K." do Oliver Stone, e estou desconfiado de que poderei gostar mais do "I as in Icarus", mas vou esperar pacientemente que apareça no You Tube, com legendas em inglês, a não ser que esteja à venda na Worten... o filme parece ser demasiado obscuro para estar à venda em Portugal e eu não tenho cartão de crédito para encomendar filmes do estrangeiro...
Alguém sabe alguma coisa deste filme (se está à venda em Portugal)?Wikipedia do filme: https://en.wikipedia.org/wiki/I_as_in_Icarus
Alguém me aconselha outros filmes bons deste realizador?
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JoséMiguel
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Re: Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
Fiz agora um vídeo que mostra a sequência intacta (não editei nada, apenas coloquei uma música de fundo adequada do género barroco), que começa com o espião a passar a fronteira entre a França e a Bélgica, e depois mostra as instalações da C.I.A. em Langley, com a tal maqueta de que falei, com os carrinhos comandados de brinquedo. Depois segue-se o director da C.I.A. (actor Henry Fonda) a passear pelas instalações.
Comentário: Isto é espectacular e mostra o tal esforço do cineasta franco-arménio. É pena que "as massas" não apreciem todo este trabalho e o filme tenha uma classificação modesta no IMDB. Esta sequência consegue satisfazer os gostos de cinéfilos exigentes como eu, mas depois tem uma nota no IMDB inferior a filmes feitos às três pancadas, sem qualquer esforço ou dedicação...
Comentário: Isto é espectacular e mostra o tal esforço do cineasta franco-arménio. É pena que "as massas" não apreciem todo este trabalho e o filme tenha uma classificação modesta no IMDB. Esta sequência consegue satisfazer os gostos de cinéfilos exigentes como eu, mas depois tem uma nota no IMDB inferior a filmes feitos às três pancadas, sem qualquer esforço ou dedicação...
Re: Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
Muito, muito interessante. A ver em breve...
do Verneuil vi "O Clã dos Sicilianos", que recomendo bastante! E tem passado ultimamente no canal AMC.
do Verneuil vi "O Clã dos Sicilianos", que recomendo bastante! E tem passado ultimamente no canal AMC.
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Re: Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
Lá está!rui sousa wrote:Muito, muito interessante. A ver em breve...
do Verneuil vi "O Clã dos Sicilianos", que recomendo bastante! E tem passado ultimamente no canal AMC.
Acho que vi o "O Clã dos Sicilianos" nos anos 80 em criança (o título do filme é ultra famoso e conhecido). Mas o mas provável era o meu pai estar a ver o filme na RTP ou ter alugado a cassete VHS, e eu não tinha pachorra nenhuma para ver isso, e fui fazer outra coisa.
Como sabes eu não suporto (não ponho em causa a qualidade mas aborrecem-me) a onda e género dos realizadores do Padrinho, Taxi Driver e afins, mas lá está! quando o Oliver Stone fez o filme "J.F.K." não achei graça nenhuma (tédio de morte) e e estou curioso para ver a referida abordagem deste cineasta. Da mesma forma, também estou curioso para ver o que este cineasta fez nos tais filmes de máfia, crime e policiais. Eu não aprecio o Martin Scorcese e Francis Ford Coppola (os meus gostos são 100% antagónicos aos desses realizadores), mas estou curioso em ver esse género de filmes, por um realizador que eu respeito e admiro (Henri Verneuil).
Mas obviamente quase todo o realizador faz macacadas quando pode e lhe" cheira a dinheiro" (exemplo recente do Alex Proyas que meteu um filme para crianças com 4 anos de idade, com a classificação M/12 em Portugal). Sendo assim não sou fan-boy de nenhum realizador, excepto se ele já tiver morrido e eu constatar que não fez nenhuma asneira ou macacada.
Vou investigar o "Sicilian Clan" quando for possível.
Re: Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
É um grande filme, muito divertido, sem grandes ondas de máfia. É mais um jogo de gato-e-rato, entre polícias e ladrões, com métodos sofisticados para executar os seus crimes. E a banda sonora... linda!JoséMiguel wrote:Lá está!rui sousa wrote:Muito, muito interessante. A ver em breve...
do Verneuil vi "O Clã dos Sicilianos", que recomendo bastante! E tem passado ultimamente no canal AMC.
Acho que vi o "O Clã dos Sicilianos" nos anos 80 em criança (o título do filme é ultra famoso e conhecido). Mas o mas provável era o meu pai estar a ver o filme na RTP ou ter alugado a cassete VHS, e eu não tinha pachorra nenhuma para ver isso, e fui fazer outra coisa.
Como sabes eu não suporto (não ponho em causa a qualidade mas aborrecem-me) a onda e género dos realizadores do Padrinho, Taxi Driver e afins, mas lá está! quando o Oliver Stone fez o filme "J.F.K." não achei graça nenhuma (tédio de morte) e e estou curioso para ver a referida abordagem deste cineasta. Da mesma forma, também estou curioso para ver o que este cineasta fez nos tais filmes de máfia, crime e policiais. Eu não aprecio o Martin Scorcese e Francis Ford Coppola (os meus gostos são 100% antagónicos aos desses realizadores), mas estou curioso em ver esse género de filmes, por um realizador que eu respeito e admiro (Henri Verneuil).
Mas obviamente quase todo o realizador faz macacadas quando pode e lhe" cheira a dinheiro" (exemplo recente do Alex Proyas que meteu um filme para crianças com 4 anos de idade, com a classificação M/12 em Portugal). Sendo assim não sou fan-boy de nenhum realizador, excepto se ele já tiver morrido e eu constatar que não fez nenhuma asneira ou macacada.
Vou investigar o "Sicilian Clan" quando for possível.
Re: Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
O JFK colou-me de inicio ao fim, e achei toda a construção da narrativa e de todos os detalhes do acontecimento soberbos. Um filme rico de informação, a rever num futuro próximo.
Quanto a este, e sendo fã do género, também me abriu apetite. Para ver em breve.
Quanto a este, e sendo fã do género, também me abriu apetite. Para ver em breve.
Re: Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
só para avisar que NÃO VEJAM a versão do Clã dos Sicilianos que está a passar no AMC. Está dobrada em inglês e creio que tem alguns cortes... -.-'
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JoséMiguel
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Re: Le Serpent (1973) - Henri Verneuil
Ora bolas...! 
Eu a julgar que já havia uma crítica à Rui Sousa... mas foi falso alarme... 
Rui, eu não tenho TV Cabo mas ainda assim fizeste bem em escrever esse comentário, porque realmente já coloquei o filme do Clã dos Sicilianos na watchlist, e fiquei a saber que devo evitar essa tal versão trucidada pelos americanos.
Eu a julgar que já havia uma crítica à Rui Sousa... mas foi falso alarme... Rui, eu não tenho TV Cabo mas ainda assim fizeste bem em escrever esse comentário, porque realmente já coloquei o filme do Clã dos Sicilianos na watchlist, e fiquei a saber que devo evitar essa tal versão trucidada pelos americanos.