Conan the Barbarian (1982) - John Milius

[JoséMiguel]

Conan e os Bárbaros / Conan the Barbarian




Título original: Conan the Barbarian
Título português oficial: Conan e os Bárbaros
País(es) de origem: E.U.A.
Data de lançamento*: 16 de Março de 1982 (Espanha) / 30 de Setembro de 1982 (Portugal)
Realizador: John Milius
Género(s): Fantasia, Aventura
Duração: 129 min

*On March 16, Conan the Barbarian had its worldwide premiere at Fotogramas de Plata, an annual cinema awards ceremony in Madrid(...) (Wikipédia)

IMDB / Wikipedia (inglês)





Sinopse:

Esta adaptação livre do universo de fantasia histórica, criado em 1932 pelo escritor Robert E. Howard, conta a história épica de Conan, último sobrevivente da sua tribo Ciméria, que foi escravizado em menino, tornou-se gladiador, e mais tarde conquista a liberdade, movido pela obcessão de vngar o genocídio do seu povo.


Trailer original




Uma obra de arte pioneira do Cinema



Desconheço o background literário que inspirou este filme, mas tentarei fazer um resumo, a partir do wikipédia.



O escritor texano Robert E. Howard, tinha grande interesse por História, mas não tinha nem o tempo, nem os recursos, para pesquisar o enquadramento para as aventuras do novo género literário Sword & Sorcery criado por ele.

Por isso ele inventou/criou uma época fictícia anterior às civilizações clássicas.

The Hyborian Age is a fictional period within the artificial mythology created by Robert E. Howard, in which the sword and sorcery tales of Conan the Barbarian and Red Sonja are set.

The word "Hyborian" is a transliterated contraction by Howard of the Ancient Greek "hyperborean", referring to a "barbaric dweller beyond the boreas (north wind)."[1] Howard stated that the geographical setting of the Hyborian Age is that of our Earth, but in a fictional version of a period in the past, c. Upper Paleolithic (40,000 to 10,000 B.C.).[2]

The reasons behind the invention of the Hyborian Age were perhaps commercial: Howard had an intense love for history and historical dramas; however, at the same time, he recognized the difficulties and the time-consuming research needed in maintaining historical accuracy. By conceiving a timeless setting – a vanished age – and by carefully choosing names that resembled our history, Howard avoided the problem of historical anachronisms and the need for lengthy exposition.[3]

Aqui está a foto do escritor:



Em relação ao filme, entendo que a adaptação não seja suficientemente fiel para agradar aos conhecedores,das obras literárias do autor, mas é um filme com dignidade e qualidade, ele próprio pioneiro no conceito de Cinema do género Sword & Sorcery.

Uma das minhas muitas cenas favoritas deste filme, é a discussão teológica/filosófica entre Conan e Subutai:



A personagem Subutai é inspirada no grande general mongol, com o mesmo nome:

http://en.wikipedia.org/wiki/Subutai



O magnífico texto do wikipédia, acerca do filme, é muito extenso e pesado, mas eu li-o com a mesma curiosidade de uma criança, quando parte um brinquedo para descobrir o mistério do que lá está dentro e de como funciona.

Em minha opinião, o que torna este filme uma obra de arte e obra-prima foi uma conjectura rara de factores, em que "os astros estavam alinhados", e um bom trabalho de equipa. Alguns elementos-chave (de entre muitos), sem nenhuma ordem em particular:

- Música de Basil Poledouris
- Argumento inteligente e interessante de Oliver Stone
- Filmagens em ruínas mouras e romanas em Espanha
- Produção e realização não-hollywoodesca, em que Dino de Laurentis e John Milius pretendiam maximizar a qualidade

Esta configuração é frágil como um castelo de cartas, se falha um dos pilares, o resultado será o desastre da sequela "Conan o Destruidor" ou "Kalidor a lenda do talismã".

After the worldwide success of CONAN THE BARBARIAN, it was inevitable that a sequel would be made (director John Milius envisioned the saga as a trilogy, with an aged Conan ruling his own kingdom in the final chapter). But Universal, seeing star Arnold Schwarzenegger as appealing more to younger audiences, did not like the R-rated combination of gore, sex, and machismo philosophy of the first film, so Milius was unceremoniously dumped, and more family-friendly action director Richard Fleischer was brought in to helm CONAN THE DESTROYER.

Working with a script by comic book scribes Roy Thomas and Gerry Conway, much of what made the first film so unique was tossed aside. While Milius had Arnold lose weight and study Oriental swordsmanship, in an effort to tone down the bodybuilder look, and make him more flexible and believable as an arena-trained warrior, Fleischer ordered the actor to bulk up as much as possible, hoping to recreate the impossibly-muscled giant painted by Frank Frazetta on the covers of the paperback CONAN novels. Instead of being a taciturn loner, Conan would joke and 'care' about people, with an idiot sidekick (Tracey Walter) to provide comic relief. Bloodletting would be mainly off-camera, sex would consist solely of flashes of cleavage, and any monsters faced would be toned-down so children wouldn't be traumatized. While all this succeeded in garnering a PG rating, the end result was less Robert Howard's barbarian, more the generic B-movie hero seen in the dozens of imitations CONAN THE BARBARIAN had inspired.

IMDB: 8 September 2003 | by Ben Burgraff (cariart) (Las Vegas, Nevada)

Algumas curiosidades do wikipédia, ilustradas com os meus screenshots

The three actors were given martial arts training ahead of filming. From August 1980,[100] they were tutored by Kiyoshi Yamazaki, a karate black belt and master swordsman,[124] who drilled them in sword-fighting styles that were meant to make them look proficient in using their weapons.[125] They practiced each move in a fight at least 15 times before filming.[126] Yamazaki advised Leonard on the choreography of the sword fights and had a cameo role as one of Conan's instructors.

Scenes of a bazaar were filmed at the Moorish Alcazaba of Almería, which was dressed to give it a fictional Hyborian look.

The Temple of Set was built in the mountains, more than 12 kilometers (7.5 mi) west of the city of Almería. The structure was 50 meters (160 ft) long and 22 meters (72 ft) high. It was the most expensive of the sets, costing $350,000, and built out of various woods, lacquers, and tons of concrete. Its stairway had 120 steps

A minha música preferida do filme:



Este texto não foi nenhuma análise ou critica, consistiu apenas em algumas curiosidades do wikipédia, acompanhadas da minha opinião pessoal, acerca de um filme que sempre adorei e admirei. Este é um filme muito bonito, feito com competência técnica, artística e amor pelo Cinema.



A minha classificação: 100%

Algumas imagens espectaculares que tirei:

[lud81]

A minha música preferida do filme:

Também sempre foi a minha música e cena preferida (embora seja difícil escolher uma preferida neste filme). Só é pena que na versão DVD (e segundo parece, também na versão BD) a parte do coro não está presente! Nem neste música, nem na Battle of the Mounds, outra das minhas preferidas. Enorme falha na mistura de som da faixa 5.1.

Adoro este filme, é para mim o melhor filme que o Schwarzenegger fez. Eu já li os contos do Conan do Robert E. Howard e sei que o filme não é nada fiel a eles, mas adoro ambos. Complementam-se bem, cada um à sua maneira. O Conan de Howard é um fala-barato, fala pelos cotovelos. Muitos dos contos do Conan assemelham-se a um conto de Sherlock Holmes. Basicamente, há um mistério e Conan juntamente com outros personagens resolvem-no através de lógica e deduções. A sério, não tem mesmo nada a ver com o que vemos no filme. Lembro-me de um conto em que Conan é falsamente acusado de um crime qualquer e o conto inteiro consiste em Conan argumentar a sua defesa! Praticamente não tem acção nenhuma (não tem combates ou qualquer coisa desse género), resume-se mesmo a diálogos de lógica. Fiquei extremamente espantado com isso na altura que os li.

Já no filme, Conan não fala tanto, muito devido ao sotaque do Arnold. Mas resulta na mesma, num estilo diferente. Como Milius diz no comentário ao filme, Conan é um pensador, quase um filósofo. Há muitos planos no filme em que vemos Conan sentado a pensar, a olhar o horizonte.

Depois temos também a origem do personagem que é completamente diferente. Nos livros Conan não é órfão nem nada que se pareça. Cresceu sob a educação do pai, etc, não me lembro de muitos pormenores.
O Conan do filme é um personagem trágico, muito diferente.

O argumento do filme não é bem do Oliver Stone. O argumento do Oliver Stone era mais fiel ao Conan de Howard e muito diferente do que está no filme. Basicamente, o argumento do filme é mais do Milius, do que do Stone. Milius alterou o argumento do Stone em quase todos os aspectos. Stone mantém o crédito no filme, mas muito pouco resta do seu argumento original.

É para mim um dos grandes exemplos de Fantasia bem feita na era pré-LOTR, em que se fez um filme com um tema do Fantástico onde se tratou esse universo como se fosse real e não infantil. O mundo do filme é real, há drama e tragédia a sério, os acontecimentos têm importância e consequências reais na história.

É um filme que revejo com muita frequência.

[Samwise]

Também gosto bastante deste Conan - uma história violenta e trágica, com laivos de melodrama (para um filme com o Schwarzie, isto é único), filmada com ritmo e um sentido de espectáculo muito apropriados. A partitura musical cai que nem ginjas - é quase como a de Morricone nos filmes do Leone - faz de argumento quando este não se vislumbra ( ), neste caso a fornecer uma dimensão Wagneriana/operática à representação de emoções e grandezas sentimentais.

Saiu recentemetne um documentário sobre o John Milius que é capaz de ser interessante: http://www.monstersandcritics.com/small ... y-11-VIDEO

More interesting moments and insight come from a variety of Hollywood talents such as Sam Ellliott, who says, “He doesn’t write for pussies and he doesn’t write for women."

[siroco]

Fosga-se! tanto elogio! Ainda me fazem voltar a ver o filme.

Vi-o com 17 anos, a ideal ideal para se ter uma predisposição natural para gostar destas "coisas" e achei-o uma cagada, esqueci-o e nem perdi tempo com a sequela.

Depois de ler alguns dos vossos comentários se o apanhar num zapping talvez lhe outra hipótese.

Em comum com os livros talvez só a qualidade, ou melhor, a falta da mesma, por Crom!... cromos!

[lud81]

A sequela não vale a pena. Tudo o que o primeiro fez bem, a sequela tratou de fazer mal. Há muito humor parvo, infantilidade, etc. O primeiro não tem nada a ver.

[bretes]

Sim, a sequela é um desastre em comparação com o primeiro filme (um épico, sem dúvida), mas não sei se foi pela inspiração nos comics do Conan (o primeiro também teve), mas mais pelos comics do Barry Windsor-Smith/ Roy Thomas (para mim, a melhor fase do Conan na história dos comics, com algumas histórias serem adaptações dos contos de Howard), pela presença carismática da Grace Jones (entre outras personagens) ou por outro factor qualquer que não consigo explicar, gostei bastante... mas também sou suspeito por ter lido bastantes comics do Conan.
Talvez um dos grandes problemas tenha sido os péssimos efeitos especiais (só a cobra gigante do primeiro filme bate aos pontos todas as criaturas da sequela).
Gostava bastante que fizessem um remake (ou baseado nas histórias do Barry Windsor-Smith e Roy Thomas) com os efeitos especiais de hoje em dia, mas bem feitos e em grande escala (refiro-me ao porte/ tamanho dos monstros dos comics ), não como o filme (muito pobrezinho) feito recentemente.

[lud81]

Está listado na IMDb um filme com Schwarzenegger chamado Legend of Conan com Paul Verhoeven a realizar. Se se confirmasse, seria excelente!

[bretes]

King Conan?

[Argaroth01]

Eu acho que boa parte do sucesso deste filme se deve à banda-sonora. Admito que esteja a ser muito parcial nisto porque é a minha banda-sonora favorita (e respectivo compositor) e sempre achei que ela confere uma grandeza ao filme. Lembro-me perfeitamente da primeira vez que o vi, estando já familiarizado com a BD (e já agora, a Dark Horse Comics tem feito um excelente trabalho com o personagem e que considero talvez superior ao que a Marvel fez, o que não é pêra doce já que o Roy Thomas e cia. fizeram escola com aquelas histórias) e com os livros (que li mais tarde) e fiquei completamente siderado com o som que me surgia aquando dos créditos iniciais. Perdi a conta às vezes em que rebobinava a cassete só para ouvir a música. A melhor surpresa uns valentes anos depois foi ter encontrado o CD da banda-sonora à venda.

[lud81]

A bso é um elemento essencial do filme, sim. Tal como a bso do Jaws ou do Star Wars.

[THX]

Eu ando farto de dizer isso mesmo.
Uma boa OST pode mesmo valer 50% de um filme.

[JoséMiguel]

Trailer musical, criado por mim, com banda sonora original do filme, por Basil Poledouris

Faixas utilizadas, por ordem:

"Battle of the Mounds, Part 1"
"Theology/Civilization"

A montagem musical incide apenas na primeira parte do filme, funciona como trailer (não contém spoilers), como teledisco para os apreciadores da música ou simplesmente como homenagem poética a este trabalho de arte (para eu ver e rever de vez em quando), pois este é o filme que considero ter a melhor banda sonora da história do Cinema.

[lud81]

Trailer musical, criado por mim, com banda sonora original do filme, por Basil Poledouris

Faixas utilizadas, por ordem:

"Theology/Civilization"
"Battle of the Mounds, Part 1"

A ordem que usaste não foi essa...

[JoséMiguel]

Trailer musical, criado por mim, com banda sonora original do filme, por Basil Poledouris

Faixas utilizadas, por ordem:

"Theology/Civilization"
"Battle of the Mounds, Part 1"

A ordem que usaste não foi essa...

Corrigido! Ainda bem que estavas atento. A "Theology/Civilization" é a mais bonita, que acompanha o Subotai e o Conan a correram e a explorarem as citadelas.

Por acaso comecei a rever mais uma vez este filme, estou na parte da Valéria na pousada.

[lud81]

Eu revi há bem pouco tempo também, talvez em Fevereiro.