The Cave of the Yellow Dog (2005) - Byambasuren Davaa
Moderators: waltsouza, mansildv
-
- DVD Maníaco
- Posts: 3076
- Joined: August 30th, 2011, 9:33 pm
- Location: Lisboa
The Cave of the Yellow Dog (2005) - Byambasuren Davaa
The Cave of the Yellow Dog

Título internacional inglês: The Cave of the Yellow Dog
Título original (componente alemã - título longo): Die Höhle des gelben Hundes - Eine Geschichte aus der Mongolei
Título original (componente mongol):

Nota: Este é o caso mais bicudo de todos até agora, nas minhas fichas técnicas! O alfabeto mongol não é suportado pelos nossos computadores do ocidente, nem tão pouco é possível traduzir do mongol para inglês/russo, através do Google e afins.
Sendo assim, optei pelo screenshot autêntico do filme, com títulos lado-a-lado mongol e alemão, e com legendagem no 3º idioma em inglês.
No séc. XX, a URSS tentou obrigar a utilização do alfabeto cirílico, para representar a língua mongol, mas olhando para o meu screenshot é perceptível, que o alfabeto mongol é uma mesclagem do sistema "alfabético" chinês, escrtito de cima para baixo, na vertical, combinado com o visual do sistema arábico...
Data de lançamento: 2005
Realizadora: Byambasuren Davaa
Género(s): Drama, Experimental
Nota: Nenhum género convencional existente é adequado para este filme, que avança a 7ª Arte e abre novos terrenos. Não é um filme do género drama, mas também não é do género experimental das maluquices flagrantes do cinema pseudo-intelectual europeu. Por mim teria utilizado os géneros "realismo soviético, pioneiro", o que apenas faria sentido para mim, e seria de imediato refutado pelos leitores do fórum.
Duração: 93 min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0432325/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Cave_of_the_Yellow_Dog
Sinopse/Comentário:
Este filme é pioneiro, à escala mundial de Cinema, por isso não posso escrever uma sinopse estandarizada objectiva e descritiva.
Trata-se de um filme lindíssimo de 2005, que avança o realismo cinematográfico do estilo soviético, para um patamar jamais alcançado até então. É uma co-produção entre a Alemanha e a Mongólia, por uma realizadora mongol, que estudou cinema na Mongólia dos anos 1990 (pós-comunismo), e emigrou para a Alemanha (pós-reunificação), onde também estudou cinema técnico alemão e prosseguiu a carreira técnica da 7ª Arte.
Este filme é fraco de enredo, praticamente inexistente, mas rebenta com as escalas do realismo de cinema, com os melhores actores e actrizes que já vi até hoje, uma família nómada autêntica das Estepes da Mongólia, sob o comando, ensaio e boa preparação, pela mulher-realizadora da Mongólia, altamente profissional e competente da corrente do Realismo Cinematográfico Soviético.
Trailer oficial, com idioma em inglês, pela Tartan Films:
Prémios:
Bratislava International Film Festival
2005 Won Grand Prix Byambasuren Davaa For capturing the magic of life.
German Film Awards
2006 Won Film Award in Gold - Outstanding Children or Youth Film (Bester Kinder- und Jugendfilm)
Stephan Schesch
Hamptons International Film Festival
2005 - Won Golden Starfish Award - Best Narrative Feature Film Byambasuren Davaa
Munich Film Festival
2005 - Won Audience Award - Byambasuren Davaa
Young German Cinema Award Direction (Regie) Byambasuren Davaa
San Sebastián International Film Festival
2005 - Won SIGNIS Award - Special Mention Byambasuren Davaa (Zabaltegi section)

Título internacional inglês: The Cave of the Yellow Dog
Título original (componente alemã - título longo): Die Höhle des gelben Hundes - Eine Geschichte aus der Mongolei
Título original (componente mongol):

Nota: Este é o caso mais bicudo de todos até agora, nas minhas fichas técnicas! O alfabeto mongol não é suportado pelos nossos computadores do ocidente, nem tão pouco é possível traduzir do mongol para inglês/russo, através do Google e afins.
Sendo assim, optei pelo screenshot autêntico do filme, com títulos lado-a-lado mongol e alemão, e com legendagem no 3º idioma em inglês.
No séc. XX, a URSS tentou obrigar a utilização do alfabeto cirílico, para representar a língua mongol, mas olhando para o meu screenshot é perceptível, que o alfabeto mongol é uma mesclagem do sistema "alfabético" chinês, escrtito de cima para baixo, na vertical, combinado com o visual do sistema arábico...
Data de lançamento: 2005
Realizadora: Byambasuren Davaa
Género(s): Drama, Experimental
Nota: Nenhum género convencional existente é adequado para este filme, que avança a 7ª Arte e abre novos terrenos. Não é um filme do género drama, mas também não é do género experimental das maluquices flagrantes do cinema pseudo-intelectual europeu. Por mim teria utilizado os géneros "realismo soviético, pioneiro", o que apenas faria sentido para mim, e seria de imediato refutado pelos leitores do fórum.
Duração: 93 min
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0432325/
Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Cave_of_the_Yellow_Dog
Sinopse/Comentário:
Este filme é pioneiro, à escala mundial de Cinema, por isso não posso escrever uma sinopse estandarizada objectiva e descritiva.
Trata-se de um filme lindíssimo de 2005, que avança o realismo cinematográfico do estilo soviético, para um patamar jamais alcançado até então. É uma co-produção entre a Alemanha e a Mongólia, por uma realizadora mongol, que estudou cinema na Mongólia dos anos 1990 (pós-comunismo), e emigrou para a Alemanha (pós-reunificação), onde também estudou cinema técnico alemão e prosseguiu a carreira técnica da 7ª Arte.
Este filme é fraco de enredo, praticamente inexistente, mas rebenta com as escalas do realismo de cinema, com os melhores actores e actrizes que já vi até hoje, uma família nómada autêntica das Estepes da Mongólia, sob o comando, ensaio e boa preparação, pela mulher-realizadora da Mongólia, altamente profissional e competente da corrente do Realismo Cinematográfico Soviético.
Trailer oficial, com idioma em inglês, pela Tartan Films:
Prémios:
Bratislava International Film Festival
2005 Won Grand Prix Byambasuren Davaa For capturing the magic of life.
German Film Awards
2006 Won Film Award in Gold - Outstanding Children or Youth Film (Bester Kinder- und Jugendfilm)
Stephan Schesch
Hamptons International Film Festival
2005 - Won Golden Starfish Award - Best Narrative Feature Film Byambasuren Davaa
Munich Film Festival
2005 - Won Audience Award - Byambasuren Davaa
Young German Cinema Award Direction (Regie) Byambasuren Davaa
San Sebastián International Film Festival
2005 - Won SIGNIS Award - Special Mention Byambasuren Davaa (Zabaltegi section)
-
- DVD Maníaco
- Posts: 3076
- Joined: August 30th, 2011, 9:33 pm
- Location: Lisboa
Re: The Cave of the Yellow Dog (2005) - Byambasuren Davaa
Povos nómadas da Mongólia no séc. XXI

Foi a primeira vez que vi um filme da Mongólia, no artigo especial do wikipedia, dedicado ao Cinema Asiático, o Cinema da Mongólia está lá com o seguinte aviso:
"The cinema of Mongolia has been strongly influenced by the cinema of Russia, which differentiates it from cinematic developments in the rest of Asia."
http://en.wikipedia.org/wiki/Cinema_of_Mongolia
De resto é um artigo em inglês muitíssimo interessante e completo.

Essencialmente o filme é visto pelos olhos da filha mais velha da família nómada, quando regressa da temporada escolar na cidade.
Adorei este filme, pela mesma razão que adoro filmes históricos do Cinema de Leste. Nos filmes históricos gosto de espreitar o wikipédia a seguir a ver o filme. Este filme é passado no presente e não é histórico, mas a realidade da Mongólia é tão exótica, que também fui ao wikipédia investigar.
Por exemplo, durante a era soviética foi criado um regime escolar de 11 anos sazonal, para os filhos dos nómadas, com direito a colégio interno, financiado pelo estado.
Com a queda da União Soviética em 1991, houve colapso do estado social e regresso à analfebatização dos nómadas. Esta menina do filme tem a sorte de poder viver em casa de um familiar na cidade, durante a temporada escolar, e assim poder ir à escola.

A irmã mais nova da menina diz que gostava de viver na cidade, porque na cidade as pessoas podem fazer xixi dentro de casa.
Os pastores nómadas vivem numa tenda portátil chamada ger (mongol) ou yurt (russo), a vida é tão dura que temperam a carne com estrume seco, mas os queijos de cabra e ovelha que ele fazem têm muito bom aspecto, e deve ser uma iguaria como aqueles queijos regionais caríssimos portugueses.
Criei um clip com a desmontagem da tenda, antes da migração, imagens impressionantes:
Este filme não é um documentário, e não tem nada a ver com documentários.
Também não se trata de um filme intelectual.
É um filme de ficção com lógica, que por ser parado pode ser confundido com o estilo intelectual e que por ter o realismo soviético levado a um extremo histórico, pode ser confundido com um documentário.
Será um filme aborrecido para alguns e fascinante para outros. Por exemplo eu também me senti aborrecido às vezes, porque não sabia o que esperar durante a 1ª visualização, mas o factor curiosidade/fascínio esteve sempre presente. Depois de o ver fiquei a remoer na história. É um filme maior e melhor, que a soma das suas partes.
O factor curiosidade tem a ver com este ser o povo, que em tempos capturou toda a China e a Europa de Leste. Na Europa de Leste manteve a presença durante séculos na Crimeia, e também na China, que teve uma dinastia mongol. Mais tarde os chineses vingaram-se e anexaram a Mongólia até ao início do séc. XX. A Mongólia torna-se então um satélite soviético de 1924 a 1990. Agora é uma democracia.
Especial destaque para a menina actriz pequenina andar a cavalo no filme, algo que seria impensável num filme europeu, porque se a menina caísse do cavalo ainda prendiam a realizadora.
Podem vê-la a andar a cavalo no clip seguinte:
Ainda que seja um filme parado, as imagens e cinematografia são lindíssimas. O diálogo é bastante interessante e contém várias referências à mítica sabedoria budista.
Estes pastores mongóis são nómadas, porque a Mongólia é das regiões habitadas mais inóspitas do mundo, com temperaturas de -40º C no inverno.
http://en.wikipedia.org/wiki/Mongolia


Foi a primeira vez que vi um filme da Mongólia, no artigo especial do wikipedia, dedicado ao Cinema Asiático, o Cinema da Mongólia está lá com o seguinte aviso:
"The cinema of Mongolia has been strongly influenced by the cinema of Russia, which differentiates it from cinematic developments in the rest of Asia."
http://en.wikipedia.org/wiki/Cinema_of_Mongolia
De resto é um artigo em inglês muitíssimo interessante e completo.

Essencialmente o filme é visto pelos olhos da filha mais velha da família nómada, quando regressa da temporada escolar na cidade.
Adorei este filme, pela mesma razão que adoro filmes históricos do Cinema de Leste. Nos filmes históricos gosto de espreitar o wikipédia a seguir a ver o filme. Este filme é passado no presente e não é histórico, mas a realidade da Mongólia é tão exótica, que também fui ao wikipédia investigar.
Por exemplo, durante a era soviética foi criado um regime escolar de 11 anos sazonal, para os filhos dos nómadas, com direito a colégio interno, financiado pelo estado.
Com a queda da União Soviética em 1991, houve colapso do estado social e regresso à analfebatização dos nómadas. Esta menina do filme tem a sorte de poder viver em casa de um familiar na cidade, durante a temporada escolar, e assim poder ir à escola.

A irmã mais nova da menina diz que gostava de viver na cidade, porque na cidade as pessoas podem fazer xixi dentro de casa.
Os pastores nómadas vivem numa tenda portátil chamada ger (mongol) ou yurt (russo), a vida é tão dura que temperam a carne com estrume seco, mas os queijos de cabra e ovelha que ele fazem têm muito bom aspecto, e deve ser uma iguaria como aqueles queijos regionais caríssimos portugueses.
Criei um clip com a desmontagem da tenda, antes da migração, imagens impressionantes:
Este filme não é um documentário, e não tem nada a ver com documentários.
Também não se trata de um filme intelectual.
É um filme de ficção com lógica, que por ser parado pode ser confundido com o estilo intelectual e que por ter o realismo soviético levado a um extremo histórico, pode ser confundido com um documentário.
Será um filme aborrecido para alguns e fascinante para outros. Por exemplo eu também me senti aborrecido às vezes, porque não sabia o que esperar durante a 1ª visualização, mas o factor curiosidade/fascínio esteve sempre presente. Depois de o ver fiquei a remoer na história. É um filme maior e melhor, que a soma das suas partes.
O factor curiosidade tem a ver com este ser o povo, que em tempos capturou toda a China e a Europa de Leste. Na Europa de Leste manteve a presença durante séculos na Crimeia, e também na China, que teve uma dinastia mongol. Mais tarde os chineses vingaram-se e anexaram a Mongólia até ao início do séc. XX. A Mongólia torna-se então um satélite soviético de 1924 a 1990. Agora é uma democracia.
Especial destaque para a menina actriz pequenina andar a cavalo no filme, algo que seria impensável num filme europeu, porque se a menina caísse do cavalo ainda prendiam a realizadora.
Podem vê-la a andar a cavalo no clip seguinte:
Ainda que seja um filme parado, as imagens e cinematografia são lindíssimas. O diálogo é bastante interessante e contém várias referências à mítica sabedoria budista.
Estes pastores mongóis são nómadas, porque a Mongólia é das regiões habitadas mais inóspitas do mundo, com temperaturas de -40º C no inverno.
http://en.wikipedia.org/wiki/Mongolia
