Padurea spânzuratilor (1964) - Liviu Ciulei
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Padurea spânzuratilor (1964) - Liviu Ciulei
A Floresta Dos Enforcados*

Drama/Guerra/Romance Histórico (158 min) - Título Original: "Padurea spânzuratilor"
*Título português literal (não oficial).
Data de Estreia: 1964 (Roménia)
Realização: Liviu Ciulei
Sinopse:
Adaptação cinematográfica do romance psicológico com o mesmo nome, escrito por Liviu Rebreanu em 1922. Vencedor do Festival de Cannes de 1965, na categoria de melhor realizador, e restaurado em 2010, este filme conta a história de soldados da 1ª Guerra Mundial, numa frente fraticida que colocou romeno contra romeno, e como pano de fundo para explorar temas como a objecção de consciência e deserção.
imdb: http://www.imdb.com/title/tt0058439/
wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Forest_of_the_Hanged
Trailer amador, foi o melhor (único) que encontrei e é bastante bom, mas baixem o som dos altifalantes:
Opinião:
Uma obra-prima do cinema, de impacto emocional à escala do "Vem e Vê" (1985) ou "A Lista de Schindler" (1993), com cinematografia e música verdadeiramente de outro mundo (cinema do lado inimigo da cortina de ferro), em que cada adereço e cada pormenor, desde uma pedra caída no chão, foi estudado e pensado, tal como um escultor que esculpe uma estátua. Cinema realista no seu melhor.

O palco é a frente romena da 1ª Guerra Mundial, esta não é uma história de atrocidades, genocídios e crimes de guerra, mas sim mostra quer a guerra "normal", como qualquer outra guerra como sendo um crime contra a humanidade.
Nesta frente de combate, existiam romenos integrados em exércitos opostos e inimigos, conforme um dos personagens principais. Esta é apenas uma das muitas questões abordadas pelo filme.

Outras das muitas questões que o filme aborda são a objecção de consciência e deserção. Vemos um pai a chorar, a pedir ao comandante para trocar de lugar com o filho, ambos soldados. Na imagem seguinte, um soldado pacifista (que não disparava a arma nos combates) é enviado numa patrulha, com um soldado com ordens para o matar sob o pretexto de deserção. Nesta cena brutal o soldado pacifista recebe do outro parte do dinheiro que lhe tinha emprestado, e apercebe-se de que não vai voltar.

Este filme deixou-me emocionalmente esgotado, e já estava quase a precisar de fazer um intervalo. A música é sombria, deprimente e desgastante, aqui por vezes usada de forma inversa do que é habitual num filme, ou seja colocam música sombria em cenas românticas, e deixam algumas das cenas dramáticas sem música. Vale a pena ver e ouvir isto.

Em suma, isto é uma adaptação excelente, de um livro excelente, com uma história excelente, com cinematografia, música, interpretações e cenários também excelentes. É um filme lógico, com arte e técnica, isto é cinema "soviético", que não tem mesmo nada a ver com cinema europeu, asiático ou norte-americano. Vejam se tiverem oportunidade.


Drama/Guerra/Romance Histórico (158 min) - Título Original: "Padurea spânzuratilor"
*Título português literal (não oficial).
Data de Estreia: 1964 (Roménia)
Realização: Liviu Ciulei
Sinopse:
Adaptação cinematográfica do romance psicológico com o mesmo nome, escrito por Liviu Rebreanu em 1922. Vencedor do Festival de Cannes de 1965, na categoria de melhor realizador, e restaurado em 2010, este filme conta a história de soldados da 1ª Guerra Mundial, numa frente fraticida que colocou romeno contra romeno, e como pano de fundo para explorar temas como a objecção de consciência e deserção.
imdb: http://www.imdb.com/title/tt0058439/
wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Forest_of_the_Hanged
Trailer amador, foi o melhor (único) que encontrei e é bastante bom, mas baixem o som dos altifalantes:
Opinião:
Uma obra-prima do cinema, de impacto emocional à escala do "Vem e Vê" (1985) ou "A Lista de Schindler" (1993), com cinematografia e música verdadeiramente de outro mundo (cinema do lado inimigo da cortina de ferro), em que cada adereço e cada pormenor, desde uma pedra caída no chão, foi estudado e pensado, tal como um escultor que esculpe uma estátua. Cinema realista no seu melhor.

O palco é a frente romena da 1ª Guerra Mundial, esta não é uma história de atrocidades, genocídios e crimes de guerra, mas sim mostra quer a guerra "normal", como qualquer outra guerra como sendo um crime contra a humanidade.
Nesta frente de combate, existiam romenos integrados em exércitos opostos e inimigos, conforme um dos personagens principais. Esta é apenas uma das muitas questões abordadas pelo filme.

Outras das muitas questões que o filme aborda são a objecção de consciência e deserção. Vemos um pai a chorar, a pedir ao comandante para trocar de lugar com o filho, ambos soldados. Na imagem seguinte, um soldado pacifista (que não disparava a arma nos combates) é enviado numa patrulha, com um soldado com ordens para o matar sob o pretexto de deserção. Nesta cena brutal o soldado pacifista recebe do outro parte do dinheiro que lhe tinha emprestado, e apercebe-se de que não vai voltar.

Este filme deixou-me emocionalmente esgotado, e já estava quase a precisar de fazer um intervalo. A música é sombria, deprimente e desgastante, aqui por vezes usada de forma inversa do que é habitual num filme, ou seja colocam música sombria em cenas românticas, e deixam algumas das cenas dramáticas sem música. Vale a pena ver e ouvir isto.

Em suma, isto é uma adaptação excelente, de um livro excelente, com uma história excelente, com cinematografia, música, interpretações e cenários também excelentes. É um filme lógico, com arte e técnica, isto é cinema "soviético", que não tem mesmo nada a ver com cinema europeu, asiático ou norte-americano. Vejam se tiverem oportunidade.
