Prosseguindo o ciclo dos filmes do Almodóvar, hoje vi também este.
Confesso que estava a precisar de fazer um descanso dos grandes blockbusters e do Cinema de entretenimento puro, por muito que goste, e de me tornar a voltar mais para o Cinema de autor. E em vez de me dispersar, resolvi começar a fazer cíclos. Por agora, estou com o Almodóvar, vi uns 5 filmes dele em dois dias, acho eu. Escrevi nos tópicos próprios.
Este filme também já tinha visto há uns dez anos, mas gostei imenso de o voltar a ver. É uma história de dramas familiares que se centram nas relações problemáticas de mulheres próximas, numa pequena localidade, com os respectivos maridos e diversas relações entre elas, tanto de família como de amizade. O filme tem na minha opinião uma boa estrutura e um argumento bastante interessante. Almodóvar tem-me conseguido surpreender sempre e este filme não foi excepção.
Lembrava-me pouco do filme ao início, embora com o tempo me viesse a lembrar de mais coisas. Mas havia pormenores que tinha esquecido completamente. Irritam-me estas coisas da memória humana não ter um espaço tipo "hard disk" para não estár sempre a perder dados. Ao que parece, guardamos muita coisa na memória RAM. É chato irmo-nos esquecendo de coisas. Mas o coleccionismo dá uma ajuda!
É engraçado como ele constrói coisas tão interessantes como o aparecimento de
de um modo tão natural e com tanto humor. O filme é quase todo da Penelope, e da Carmen Maura, gigante.
E como sempre Pedro Almodóvar brinda-nos com momentos muito especiais. Gostei imenso de ver e ouvir a Penélope Cruz a cantar o tema que dá nome ao filme, a música "Volver".
É um filme dramático, mas onde o humor está presente. É um filme "forte" em termos de história, penso que não deixará ninguém indiferente. E é terrível pensar que o tipo de coisa relatadas passa-se mesmo, espero eu agora que bastante menos do que em tempos mais recuados.
Grande filme. Gostei imenso de o rever.
E o Rui Santos tem razão numa coisa que refere: há realmente algo muito de "familiar" nestes filmes do Almodóvar. Um sentir quase português. Faltou aqui o Fado. Penso que estaria presente se o Almodóvar fosse português. E sim, é pena não termos um Pedro Almodóvar.