Kwaidan (1964) - Masaki Kobayashi
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Kwaidan (1964) - Masaki Kobayashi

https://en.wikipedia.org/wiki/Kwaidan_%28film%29Kwaidan (怪談 Kaidan?, literally "ghost stories") is a 1964 Japanese anthology horror film directed by Masaki Kobayashi. It is based on stories from Lafcadio Hearn's collections of Japanese folk tales, mainly Kwaidan: Stories and Studies of Strange Things, for which it is named. The film consists of four separate and unrelated stories. Kwaidan is an archaic transliteration of Kaidan, meaning "ghost story". It won the Special Jury Prize at the 1965 Cannes Film Festival,[2] and received an Academy Award nomination for Best Foreign Language Film.[3]
Trailer original:
Curiosidade: Sobre este filme, o falecido crítico Roger Ebert escreveu, ainda em 2012 "(...)an assembly of ghost stories that is among the most beautiful films I've seen", a propósito da sua crítica de outro filme deste realizador.
Podem ler isso aqui (também pela introdução geral que o Ebert faz sobre o realizador):
http://www.rogerebert.com/reviews/great ... kiri-1962/
Nota:
Vou desdobrar a ficha técnica e criar quatro fichas para cada um dos contos. Esta estrutura será algo inédita aqui no fórum, mas para grandes filmes, grandes soluções...

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Re: Kwaidan (1964) - Masaki Kobayashi
- Reservado ao conto 1 -
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Re: Kwaidan (1964) - Masaki Kobayashi
- Reservado ao conto 2 -
- texto e estrutura em construção e testes -
Tema do conto
...
A origem do conto
"A mulher da neve", difere dos outros três contos do filme, pelo seguinte:
O escritor grego Lafcadio Hearn (falecido em 1904), que compilou as restantes histórias japonesas, a partir de velhos textos em avançado estado de decomposição, foi mesmo recolher esta história, por tradição oral, junto de um velho camponês da província de Musashi, ele foi o primeiro homem a documentar esta história por escrito, segundo ele e confirmado pelos especialistas nos últimos 110 anos, desde a sua morte.
Ou seja, no caso particular deste conto, ele assumiu o papel do português Teófilo Braga, do qual eu já escrevi o seguinte, no fórum DVD Mania:
Trailer:
Obs. Coloquei algumas notas de texto em português, no trailer, em particular nos últimos 2 minutos.
- texto e estrutura em construção e testes -
Tema do conto
...
A origem do conto
"A mulher da neve", difere dos outros três contos do filme, pelo seguinte:
O escritor grego Lafcadio Hearn (falecido em 1904), que compilou as restantes histórias japonesas, a partir de velhos textos em avançado estado de decomposição, foi mesmo recolher esta história, por tradição oral, junto de um velho camponês da província de Musashi, ele foi o primeiro homem a documentar esta história por escrito, segundo ele e confirmado pelos especialistas nos últimos 110 anos, desde a sua morte.
Ou seja, no caso particular deste conto, ele assumiu o papel do português Teófilo Braga, do qual eu já escrevi o seguinte, no fórum DVD Mania:
http://forum.dvdmania.org/viewtopic.php?f=11&t=48771O Sal e a Água
Conto popular português integral, recolhido no séc. XIX pelo escritor Teófilo Braga, a partir da tradição oral do povo português, e publicado em 1883.
Um rei tinha três filhas(...)
Trailer:
Obs. Coloquei algumas notas de texto em português, no trailer, em particular nos últimos 2 minutos.
Last edited by JoséMiguel on February 2nd, 2016, 7:13 am, edited 1 time in total.
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Re: Kwaidan (1964) - Masaki Kobayashi
- reservado ao conto 3-
Trailer:
Obs. Os comentários de texto estão em inglês, pois foram criados para a comunidade mundial do You Tube. Mas o estúdio japonês Toho, proíbe qualquer excerto deste filme, em todo o mundo, no You Tube. Como o coloquei no Vimeo, não haverão muitos estrangeiros a verem isto, por isso já escrevi em português no trailer do conto nº 2.
Trailer:
Obs. Os comentários de texto estão em inglês, pois foram criados para a comunidade mundial do You Tube. Mas o estúdio japonês Toho, proíbe qualquer excerto deste filme, em todo o mundo, no You Tube. Como o coloquei no Vimeo, não haverão muitos estrangeiros a verem isto, por isso já escrevi em português no trailer do conto nº 2.
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Re: Kwaidan (1964) - Masaki Kobayashi
- reservado ao conto 4-
Re: Kwaidan (1964) - Masaki Kobayashi
Revi o filme e confirmei algumas coisas, sendo a principal que e um filme anticlimatico: a historia in a cup of tea devia vir antes antes da Hoichi the earless, por diversas razoes.
Tirando este que e o principal defeito do filme, tudo o resto e de grande nivel.
Convem ja avisar que sao historias de horror mas muito diferentes do que estamos habituados, por ser mais atmosferico que visceral e os japoneses ficarao assustados com coisas que nao nos assustam. Os sustos sao quase mais nas implicacoes filosoficas/ metafisicas no que estamos a ver.
Posto isto, o que mais salta a vista e a Componente visual. O filme e unico e nao vi nada de parecido. Quanto muito, e um Caligari japones, com cenarios pintados a mao expressionistas . Com algumas parecencas o Narayama do Kinoshita.
De provocar calafrios o ceu com olhos na segunda historia.
Destaque tambem para a OST do Toru Takemitsu, este sim unico em todos os compositores que conheco, com mais uma obra avant garde e experimental como de costume. O som deste filme e tao trabalhado e expressivo quanto o visual e trabalham juntos de formas inesperadas e edicazes. Os momentos em que e usada musica ( mais sons que musica como a entendemos normalmente) ou o silencio parece-me imensamente influente em muitos filmes de terror que viriam a seguir.
Depois temos a terceira historia que ficara na memoria de qualquer pessoa que veja o filme, quer na reconstrucao da batalha naval bem como todo o tormento que passa o pobre Hoichi quando a sua fama de tocador de biwa chega ai mundo dos espiritos. Believe the hype, e mesmo algo de brutal, um portento.
Qualquer filme com varios segmentos e sempre um pouco desiquilibrado, mas e sem duvida mais um filmao do Kobayashi.
Tirando este que e o principal defeito do filme, tudo o resto e de grande nivel.
Convem ja avisar que sao historias de horror mas muito diferentes do que estamos habituados, por ser mais atmosferico que visceral e os japoneses ficarao assustados com coisas que nao nos assustam. Os sustos sao quase mais nas implicacoes filosoficas/ metafisicas no que estamos a ver.
Posto isto, o que mais salta a vista e a Componente visual. O filme e unico e nao vi nada de parecido. Quanto muito, e um Caligari japones, com cenarios pintados a mao expressionistas . Com algumas parecencas o Narayama do Kinoshita.
De provocar calafrios o ceu com olhos na segunda historia.
Destaque tambem para a OST do Toru Takemitsu, este sim unico em todos os compositores que conheco, com mais uma obra avant garde e experimental como de costume. O som deste filme e tao trabalhado e expressivo quanto o visual e trabalham juntos de formas inesperadas e edicazes. Os momentos em que e usada musica ( mais sons que musica como a entendemos normalmente) ou o silencio parece-me imensamente influente em muitos filmes de terror que viriam a seguir.
Depois temos a terceira historia que ficara na memoria de qualquer pessoa que veja o filme, quer na reconstrucao da batalha naval bem como todo o tormento que passa o pobre Hoichi quando a sua fama de tocador de biwa chega ai mundo dos espiritos. Believe the hype, e mesmo algo de brutal, um portento.
Qualquer filme com varios segmentos e sempre um pouco desiquilibrado, mas e sem duvida mais um filmao do Kobayashi.
CC - 174 MoC - 73 BFI - 21
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Re: Kwaidan (1964) - Masaki Kobayashi
Paupau, eu concordo com o que escreveste. Estou a pensar abordar primeiro o conto nº2, pelo aspecto artístico, e foi a pensar nisso que criei aquele trailer feito à medida deste tópico. O conto nº3 é realmente uma brutalidade de magnificência de cinema em múltiplos campos. Mas estou a construir as fichas técnicas aos poucos, antes de proceder aos comentários.
Como sabes pretendo fazer referência ao cientista Carl Sagan, quando falar do conto nº3, pois esse "filme" tem várias vertentes, para além da lenda do cantador ceguinho.
Como sabes pretendo fazer referência ao cientista Carl Sagan, quando falar do conto nº3, pois esse "filme" tem várias vertentes, para além da lenda do cantador ceguinho.
Re: Kwaidan (1964) - Masaki Kobayashi
Vi hoje.
Os cenários penso que são os melhores que já vi em qualquer filme.
São histórias fantásticas com um elemento sobrenatural mas não creio que sejam de terror.
Artisticamente é fora de série mas também compreendo as razões apontadas no RT por aqueles que gostaram menos do filme.
http://www.imdb.com/title/tt0058279/?ref_=nv_sr_1
http://www.rottentomatoes.com/m/kwaidan
Para cinéfilos é obrigatório.
Os cenários penso que são os melhores que já vi em qualquer filme.
São histórias fantásticas com um elemento sobrenatural mas não creio que sejam de terror.
Artisticamente é fora de série mas também compreendo as razões apontadas no RT por aqueles que gostaram menos do filme.
http://www.imdb.com/title/tt0058279/?ref_=nv_sr_1
http://www.rottentomatoes.com/m/kwaidan
Para cinéfilos é obrigatório.
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Re: Kwaidan (1964) - Masaki Kobayashi
Conto nº 3 - Análise histórica e científica pelo Carl Sagan
Neste clip (completo) do "Cosmos", o Carl Sagan reconstitui a batalha de Dan-no-ura, no século XII (na época do Afonso Henriques), e depois fornece a explicação científica para o mistério dos caranguejos com a cara de um samurai gravada nas carapaças, que os pescadores japoneses encontram hoje em dia, nas águas onde o Imperador-criança Antoku foi afogado pela avó, após perder a batalha.
No filme de 1964, o realizador japonês ainda não estava a par desta análise científica pelo Carl Sagan, e apresentou o fenómeno misterioso do século XX, como suporte para as histórias de fantasmas. Mas tanto no filme de 1964, como neste vídeo do Cosmos dos anos 1980, podemos ver excelentes reconstituições simbólicas e poéticas da batalha de samurais do século XII.
Teria interesse eu fazer mais tarde um pequeno excerto da reconstituição teatral-artística do filme, para ficarem com uma ideia do visual...
Neste clip (completo) do "Cosmos", o Carl Sagan reconstitui a batalha de Dan-no-ura, no século XII (na época do Afonso Henriques), e depois fornece a explicação científica para o mistério dos caranguejos com a cara de um samurai gravada nas carapaças, que os pescadores japoneses encontram hoje em dia, nas águas onde o Imperador-criança Antoku foi afogado pela avó, após perder a batalha.
No filme de 1964, o realizador japonês ainda não estava a par desta análise científica pelo Carl Sagan, e apresentou o fenómeno misterioso do século XX, como suporte para as histórias de fantasmas. Mas tanto no filme de 1964, como neste vídeo do Cosmos dos anos 1980, podemos ver excelentes reconstituições simbólicas e poéticas da batalha de samurais do século XII.
Teria interesse eu fazer mais tarde um pequeno excerto da reconstituição teatral-artística do filme, para ficarem com uma ideia do visual...