Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

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JoséMiguel
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Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

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Trailer oficial:



Wikipedia: https://en.wikipedia.org/wiki/Fat_Man_and_Little_Boy
Fat Man and Little Boy (...) is a 1989 film that reenacts the Manhattan Project, the secret Allied endeavor to develop the first nuclear weapons during World War II. The film is named after the weapons "Little Boy" and "Fat Man" detonated over Hiroshima and Nagasaki, respectively
Isto é a história do desenvolvimento do Projecto Manhattan, na perspectiva dos cientistas, liderados pelo físico Oppenheimer.

Clip do primeiro teste nuclear, no filme:



Background histórico


J. Robert Oppenheimer (1904-1967)

Mais informação: https://en.wikipedia.org/wiki/J._Robert_Oppenheimer

[secção reservada para mais curiosidades]
JoséMiguel
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

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Eu criei este tópico para prosseguirmos a discussão ética, moral, histórica e geopolítica, sobre o lançamento das bombas atómicas em Hiroxima e Nagasaki, iniciado no outro tópico linkado abaixo (utilizei o parâmetro "&start=" para que o outro tópico seja aberto na posição correcta):

http://forum.dvdmania.org/viewtopic.php ... 19&start=5

Eu gostei bastante de participar e observar essa discussão inteligente e muito interessante, mas como estava num local fora de tópico, criei este, para quem quiser prosseguir, e eu próprio tenho um seguimento a fazer aqui, à discussão anterior (no tópico incorrecto dos Oscars).

A discussão deste filme fica para depois. Eu conheço bem este filme porque fazia parte da minha colecção VHS em jovem, mas seleccionei-o como plataforma de "discussão ética, moral, histórica e geopolítica", para o seguimento do que foi iniciado no tópico linkado acima, :-D pela razão de aqui essa conversa ser 100% on-topic. :badgrin: yes-)
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

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Continuado a discussão interessante, iniciado no outro tópico (dos Óscares):

Estas duas bombas atómicas, detonadas em Hiroxima e Nagasaki, apelidadas de "Fatman" e "Little Boy" não fariam grande mossa numa cidade europeia, como Lisboa, e se o presidente americano Hary Truman as detonasse em Lisboa, o malandro do ditador de merda Salazar fazia-lhe o manguito... e isto porquê?

Essas bombas de 1945 eram "bombas nucleares da treta", que do ponto de vista militar "não faziam mossa", quando comparadas com as bombas convencionais (carpet bombing e fire bombing por bombardeiros estratégicos ou shell bombing por couraçados ao largo de uma cidade costeira).

Mas os japoneses têm a mania de fazer casas com parede de papel, com portas de correr de papel, onde eles bebem o saké de joelhos no chão, algo que não existe na Europa, incluindo a cidade de Lisboa em 1945, cujos prédios são feitos de tijolo.

Os americanos sabiam disso e foram escolher como possíveis alvos cidades de papel (haviam outros alvos possíveis, consoante as condições climatéricas, que também eram cidades de papel).

Estas duas bombas nucleares foram um bluff e foram usadas como arma de terror psicológico, quer para os japoneses, quer para os soviéticos.

O objectivo das bombas era mesmo causar a maior perda de vidas civis, e criar efeito de choque, lá com as casinhas de papel japonesas. Esse efeito de terror não funcionaria numa cidade europeia, com prédios de tijolo. Reparem que estas não são as bombas sérias de Hidrogénio da guerra fria.

O meu primeiro curso na universidade (depois desisti no 2º ano) era Engenharia Física Tecnológica no I.S.T., e houve uma cadeira em que o professor usou umas sebentas (feitas por ele) que falavam sobre o Raio de morte de uma bomba nuclear, como se define e como se determina e calcula. Mais tarde li no Yahoo News notícias não publicadas na imprensa portuguesa, em que os governos americanos e russos desclassificaram documentos acerca de Portugal, e num deles explicava, que ainda durante o "reinado" do Salazar, o ditador portuga acordou com os americanos, instalar ICBM's nucleares em Portugal Continental, apontados à Europa de Leste, a notícia (deliciosa) que eu li dizia qual foi o argumento diplomático utilizado pela URSS, para dissuadir o Salazar de instalar esses mísseis:

O que o embaixador da URSS disse ao Salazar foi que até à época (finais dos anos 60), eles só tinham um ou dois misseis apontados a Lisboa, de reduzido raio de morte (o diplomata soviético referiu o termo técnico raio de morte, quando abordou o governo português), mas caso o governo português seguisse em frente com o acordo com os americanos de instalar ICBM's em Portugal Continental, a URSS iria apontar dezenas de ICBM's de última geração com um raio de morte igual a metade da largura da Península Ibérica, de modo a nenhum português sobreviver (um só míssil desses ao atingir Madrid no centro geométrico da Península Ibérica, mata metade da Península, porque o raio de morte é maior do que a largura de Portugal.

Uma das definições técnicas do raio de morte, acho que era 100% de mortos no espaço de 7 dias, para quem estiver exposto à radiação dentro desse raio (de 200+ km, no caso do incidente diplomático entre Portugal e a URSS), mas já não me lembro bem...

Ok, porque é que falei nisto? As bombas nucleares de 1945 são ridículas, não têm raio de morte nenhum, e até sobrevivem seres humanos próximos da detonação.

Eu não estou a examinar o aspecto moral e da tragédia humana...

Os americanos estavam aterrorizados com o poderio militar do Exército Vermelho (se calhar 10 a 20 vezes maior do que os americanos, em proporção média), a história do Império monárquico Russo e da União Soviética, sugeria um padrão de invasões, anexações e conquistas (Invasões da Polónia e Finlândia em 1939), e acharam que demonstrar uma arma de terror (bombas atómicas) contra os japoneses, colocaria os soviéticos em cheque, e compensaria a fraqueza do exército convencional americano.

Existe quem defenda, que sem as bombas atómicas americanas, os soviéticos teriam anexado militarmente toda a Europa (incluindo Portugal) entre 1950-1970. E este cenário hipotético atom punk da ficção científica, não significa apenas que o reinado do Salazar teria acabado mais cedo, os filmes de Hollywood proibidos em Portugal, a existência de épicos portugueses sobre os descobrimentos, com cinematografia do tipo soviética. em que as Repúblicas Socialistas Soviéticas de Espanha, França e Itália, enviavam 100 mil soldados para filmar as batalhas do Afonso Henriques, nas super-produções de cinema portuguesas... O problema desse cenário seria a guerra civil fraticida estilo Vietname, a ocorrer em França, Portugal, Espanha, etc.

Resumindo, procurei explicar que as bombas atómicas de 1945 eram bluff, sem relação com as armas nucleares apocalípticas da década de 1960, e apresentei a motivação fria e estratégica, para a necessidade dos americanos assustarem os russos (mais do que os japoneses). Não estou a desculpar ou defender moralmente o governo americano em 1945, estou apenas a mostrar mais um ângulo sobre a questão.

Nota: Essas notícias de 1ª página, de desclassificação de documentos russos e americanos sobre Portugal, que li no final da década de 1990 no Yahoo News, desapareceram sem rasto dos arquivos da Internet. Não sei o porquê, nem porque razão não encontro referências a isso no Wikipedia e afins. Já tentei procurar de tempos a tempos e nunca mais encontrei isso. :-(

Nota 2: A cadeira onde eu aprendi o que era o raio de morte de uma bomba nuclear chamava-se "História das Ideias em Física", e era leccionada pelo falecido Padre João Resina Rodrigues. Eu sempre fui ateu, e até ser aluno desse professor julgava que todos os padres eram ignorantes e atrasados mentais. Mas esse professor sabia mais do que eu de Física e ensinava a criação do universo, de acordo com a teoria do Big Bang. Esse grande homem possui página do wikipedia, onde ele também é designado de "O padre da física quântica":

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Resina

Eu acho que ele fez muitíssimo bem em colocar o raio de morte das bombas nucleares na sua sebenta, para considerações filosóficas e éticas. salut-) yes-)
rui sousa
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

Post by rui sousa »

JoséMiguel wrote:Nota 2: A cadeira onde eu aprendi o que era o raio de morte de uma bomba nuclear chamava-se "História das Ideias em Física", e era leccionada pelo falecido Padre João Resina Rodrigues. Eu sempre fui ateu, e até ser aluno desse professor julgava que todos os padres eram ignorantes e atrasados mentais. Mas esse professor sabia mais do que eu de Física e ensinava a criação do universo, de acordo com a teoria do Big Bang. Esse grande homem possui página do wikipedia, onde ele também é designado de "O padre da física quântica":

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Resina

Eu acho que ele fez muitíssimo bem em colocar o raio de morte das bombas nucleares na sua sebenta, para considerações filosóficas e éticas. salut-) yes-)
Quando eu era mais puto (há uns sete ou oito anos) tocava guitarra numa missa da manhã que era dada por esse padre. Quando morreu em 2010, uma das coisas que de facto me impressionou, no funeral, foi a quantidade de gente que veio dar o testemunho desse padre como homem da física, coisa de que eu não sabia na altura. Curioso...
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

Post by JoséMiguel »

rui sousa wrote:
JoséMiguel wrote:Nota 2: A cadeira onde eu aprendi o que era o raio de morte de uma bomba nuclear chamava-se "História das Ideias em Física", e era leccionada pelo falecido Padre João Resina Rodrigues. Eu sempre fui ateu, e até ser aluno desse professor julgava que todos os padres eram ignorantes e atrasados mentais. Mas esse professor sabia mais do que eu de Física e ensinava a criação do universo, de acordo com a teoria do Big Bang. Esse grande homem possui página do wikipedia, onde ele também é designado de "O padre da física quântica":

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Resina

Eu acho que ele fez muitíssimo bem em colocar o raio de morte das bombas nucleares na sua sebenta, para considerações filosóficas e éticas. salut-) yes-)
Quando eu era mais puto (há uns sete ou oito anos) tocava guitarra numa missa da manhã que era dada por esse padre. Quando morreu em 2010, uma das coisas que de facto me impressionou, no funeral, foi a quantidade de gente que veio dar o testemunho desse padre como homem da física, coisa de que eu não sabia na altura. Curioso...
Eu fui aluno dele em 1996, e foi ele que me ensinou a calcular a dilatação de tempo de Einstein e a contracção de espaço de Lorentz, em naves espaciais a viajar próximas da velocidade da luz, ao mesmo tempo em que disparam mísseis uma para a outra. No exame, o enunciado tinha mesmo esse cenário das naves espaciais a disparar mísseis, e eu tive boa nota nessa cadeira. Ele também me ensinou os princípios da mecânica quântica. Enquanto professor e cientista não era perfeito, mas era justo e eu conseguia passar nas disciplinas dele, ao passo que a maioria dos outros professores eram maus/incompetentes/desinteressados (não ensinavam nada e só apareciam às vezes para picar o ponto e confundir os alunos, pela má exposição da matéria) e desisti do curso.

Gostei de ler o teu testemunho, Rui. :wink: Como se costuma dizer... o mundo é pequeno. :-)
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

Post by JoséMiguel »

Bem, enquanto o pessoal não retoma a discussão ética, histórica e geopolítica, irei contar uma curiosidade pessoal acerca deste filme, e de um colega meu que se contaminou numa experiência radioactiva no laboratório de Física Experimental no Instituto Superior Técnico, devido a não ter visto este filme. :o

Existe uma cena neste filme pseudo biográfico, em que um dos cientistas morre por ter tocado no núcleo radioactivo do Urânio-235 (ou Plutónio, consoante a bomba em questão, de que não me recordo), e antes de morrer vemos o desgraçado a sofrer, com os olhos amarelos a brilharem no escuro, e a pele toda inchada coberta por cubos de gelo, no hospital secreto do projecto de Los Álamos.

[Um à parte político:

Quando eu estava a tirar dúvidas sobre estas bombas nucleares, lembrei-me de uma notícia que li, de um estudante de física norte-americano que foi preso pelo F.B.I. por estar a usar o Google para tirar dúvidas, relacionadas com armas atómicas. Isto passou-se na altura em que o Edward Snowden pediu asilo à Rússia, por revelar e denunciar o estado policial do regime norte-americano. Desde que eu li essa notícia nunca mais utilizei o motor de pesquisa Google, porque senão até tinha medo de agora pesquisar informações sobre o tema deste tópico (bombas nucleares)]

Quando eu entrei na faculdade, já era fanático por ficção científica, estava familiarizado com o conceito de radioactividade, e com o seu símbolo internacional, e já tinha visto o cientista a morrer neste filme. Mas nem todos os potenciais físicos são assim e houve bronca no laboratório...

Na cadeira de "Complementos de Física Experimental", existia uma experiência em que os alunos tinham de manusear material radioactivo, essa experiência era designada de "Experiência de Rutherford", encontrei esta animação brasileira no You Tube:



Basicamente nós tínhamos uma fonte radioactiva de Amerício-241, que estava guardada dentro de um cilindro, com o respectivo símbolo internacional de radiação:

Image

E a nossa sebenta explicava que o isótopo tinha de ser manuseado com pinças longas, pois a radiação possuía um alcance de 50 cm no ar ambiente. Mas enquanto eu andava a contar os meses, semanas, dias e horas para poder manusear material radioactivo, como bom fã de ficção científica que sou, quando chego ao laboratório estava um colega com a fonte de Amerício-241 nas mãos! mau-) :o

Assim que o vi, gritei para ele largar aquilo e voltar a colocar a fonte radioactiva dentro do cilindro. Depois perguntei se ele tinha ido às aulas teóricas ou lido a sebenta do manual das experiências, e gajo era um cagão que não fez uma coisa nem outra, finalmente perguntei porque ele abriu um cilindro com o símbolo internacional de radioactividade, e apontei para este boneco:

Image

O gajo disse que nunca tinha visto esse símbolo na vida... :-? Eu perguntei (em choque) se ele não via filmes de ficção científica, e o gajo disse que não ligava nada ao cinema. Oh my fucking god!, pensei eu que conhecia o símbolo, desde que vi o "Regresso ao Futuro" aos 9 anos de idade! Como é que este gajo vem para este curso? Ele vai-se matar no laboratório!

Mas o sujeito era um artista-palhaço (não no mau sentido), nos tempos livres ele trabalhava como palhaço em festas infantis com crianças ("malta do Chapitô", que só os lisboetas entendem o conceito, quem não souber o que significa, que pergunte). O rapaz era mais inteligente do que eu e até deve ter acabado o curso, e era um grande crânio a matemática, mas o interesse dele por ciência era zero, odiava filmes de ficção científica e por isso nunca tinha visto o símbolo de radioactividade.

Eu disse a ele que daí uma semana os olhos dele iriam ficar amarelos a brilharem no escuro conforme o filme "Fatman and Little Boy", e disse para ele alugar o filme para ver o que lhe iria acontecer! Ele andou uma semana aterrorizado, e foi bem feita! :lol:

Ele teve vergonha de contar o que se passou ao professor, com medo de não ter a nota máxima de 20 valores por ter feito asneira, e ele não sabia que eu já me tinha informado com o professor de que a exposição dele era segura, e equiparada a meia dúzia de radiografias (O Amerício-241 apenas irradia partículas alfa, que são quase inofensivas, quando comparadas com as partículas Beta e Gama do Urânio-235 e Plutónio (estas já são apocalípticas)).

Mas como castigo por ele não ter visto este filme, andei a atazaná-lo durante uma semana, a sugerir que ele fosse à casa de banho, ver ao espelho se os olhos dele já estavam amarelos a brilharem no escuro. :twisted: :-D

Moral da história: Ver cinema evita acidentes de contaminação radioactiva.
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

Post by rui sousa »

JoséMiguel wrote:
rui sousa wrote:
JoséMiguel wrote:Nota 2: A cadeira onde eu aprendi o que era o raio de morte de uma bomba nuclear chamava-se "História das Ideias em Física", e era leccionada pelo falecido Padre João Resina Rodrigues. Eu sempre fui ateu, e até ser aluno desse professor julgava que todos os padres eram ignorantes e atrasados mentais. Mas esse professor sabia mais do que eu de Física e ensinava a criação do universo, de acordo com a teoria do Big Bang. Esse grande homem possui página do wikipedia, onde ele também é designado de "O padre da física quântica":

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Resina

Eu acho que ele fez muitíssimo bem em colocar o raio de morte das bombas nucleares na sua sebenta, para considerações filosóficas e éticas. salut-) yes-)
Quando eu era mais puto (há uns sete ou oito anos) tocava guitarra numa missa da manhã que era dada por esse padre. Quando morreu em 2010, uma das coisas que de facto me impressionou, no funeral, foi a quantidade de gente que veio dar o testemunho desse padre como homem da física, coisa de que eu não sabia na altura. Curioso...
Eu fui aluno dele em 1996, e foi ele que me ensinou a calcular a dilatação de tempo de Einstein e a contracção de espaço de Lorentz, em naves espaciais a viajar próximas da velocidade da luz, ao mesmo tempo em que disparam mísseis uma para a outra. No exame, o enunciado tinha mesmo esse cenário das naves espaciais a disparar mísseis, e eu tive boa nota nessa cadeira. Ele também me ensinou os princípios da mecânica quântica. Enquanto professor e cientista não era perfeito, mas era justo e eu conseguia passar nas disciplinas dele, ao passo que a maioria dos outros professores eram maus/incompetentes/desinteressados (não ensinavam nada e só apareciam às vezes para picar o ponto e confundir os alunos, pela má exposição da matéria) e desisti do curso.

Gostei de ler o teu testemunho, Rui. :wink: Como se costuma dizer... o mundo é pequeno. :-)
Sempre às ordens! De ciência ou de radioactividades entendo pouco, por isso ajudo como posso. salut-) salut-) salut-)
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

Post by JoséMiguel »

[no âmbito da discussão ética sobre as bombas atómicas, que estou a tentar transferir do tópico dos Oscares para aqui]

Já estive a tentar localizar o tal documentário do soldado escocês, que foi prisioneiro de guerra, sabotou a ponte do rio Kwai, sobreviveu à explosão atómica em Nagasaki, e foi proibido de contar a história pelos governos do Reino Unido e E.U.A.

Para já encontrei uma notícia de jornal e a página do wikipédia.

https://en.wikipedia.org/wiki/Alistair_Urquhart

http://www.scotsman.com/news/scottish-s ... s-1-820284

Mas ainda não localizei o documentário.

Para o Cabeças ficar arreliado (para não ser só eu a ficar arreliado), destaco o seguinte:

"(...)were forgotten and left to suffer in silence. Yesterday's memorial service at Hiroshima's Peace Memorial Park was attended by a representative from the UK.

Dignitaries from the United States of America and France also attended for the first time.

Concerns that attending the anniversary ceremony would reopen old wounds had kept the U.S. away until this year but U.S. Secretary of State Hillary Clinton said President Barack Obama believed "it would be appropriate to recognize this anniversary" by sending an official to the annual memorial."

Notícia de 2010 no link anterior do jornal "Scotsman".
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

Post by No Angel »

Eu sinceramente até evito falar destes assuntos da guerra, e crimes de guerra, porque sinto-me enojado e fico mal disposto, além de que posso ofender pessoas com as minhas palavras, mas vou tentar conter-me.

Acho que forma como se idolatra os Aliados é tão ignorante... os Aliados também cometeram imensas atrocidades, nomeadamente a URSS. Já agora, a Europa não ganhou nada com o fim do nazismo, pois metade da Europa foi escravizada pelo comunismo e por Estaline, apenas trocaram um mal pelo outro mau-)

E o Mundo no geral foi afetado pela vitória do Comunismo na 2ª guerra, com regimes opressivos e ditatoriais na China (onde mais de 20 milhões de pessoas morreram a fome), em Cuba e noutros paises.

A Polonia, que supostamente foi motivo da 2ª guerra mundial, viveu em ditadura comunista repressiva ate 1990. Digam lá o que que eles tem a a agradecer aos Aliados?!

Estas historinhas dos "heróis" aliados irritam-me... numa guerra não há herois nenhuns, apenas homicidios em massa, torturas e violações, e precisam de parar de glorificar "herois" de guerra teimoso-)
JoséMiguel
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

Post by JoséMiguel »

Criei uma sequência de cenas deste filme, especialmente pensada para este tópico e o seguimento da discussão ética no DVD Mania sobre as bombas atómicas (iniciada off-topic, que estou a tentar transferir para aqui).

A cena mais interessante começa ao tempo 3m 46s, quando o médico confronta o Oppenheimer com os crimes contra a humanidade, cometidos pelo governo dos E.U.A., em que injectaram plutónio no povo americano:

https://en.wikipedia.org/wiki/Plutonium ... imentation

O Oppenheimer diz que desconhece as atrocidades do governo norte-americano, e diz que quer que a bomba atómica seja uma arma de terror, "para acabar com todas as guerras".

A parte inicial do meu clip é o acidente radiológico, que leva ao confronto entre o médico e o Oppenheimer, e que eu já tinha visto no filme, antes de pregar a partida ao meu colega de Física, que se contaminou com o isótopo Amerício-241 e que ficou assustado durante uma semana, a julgar que ia morrer como o cientista deste filme. :wink: :lol: :twisted:

JRibeiro
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

Post by JRibeiro »

JoséMiguel wrote:Continuado a discussão interessante, iniciado no outro tópico (dos Óscares):

Estas duas bombas atómicas, detonadas em Hiroxima e Nagasaki, apelidadas de "Fatman" e "Little Boy" não fariam grande mossa numa cidade europeia, como Lisboa, e se o presidente americano Hary Truman as detonasse em Lisboa, o malandro do ditador de merda Salazar fazia-lhe o manguito... e isto porquê?

Essas bombas de 1945 eram "bombas nucleares da treta", que do ponto de vista militar "não faziam mossa", quando comparadas com as bombas convencionais (carpet bombing e fire bombing por bombardeiros estratégicos ou shell bombing por couraçados ao largo de uma cidade costeira).

Mas os japoneses têm a mania de fazer casas com parede de papel, com portas de correr de papel, onde eles bebem o saké de joelhos no chão, algo que não existe na Europa, incluindo a cidade de Lisboa em 1945, cujos prédios são feitos de tijolo.

Os americanos sabiam disso e foram escolher como possíveis alvos cidades de papel (haviam outros alvos possíveis, consoante as condições climatéricas, que também eram cidades de papel).

Estas duas bombas nucleares foram um bluff e foram usadas como arma de terror psicológico, quer para os japoneses, quer para os soviéticos.

O objectivo das bombas era mesmo causar a maior perda de vidas civis, e criar efeito de choque, lá com as casinhas de papel japonesas. Esse efeito de terror não funcionaria numa cidade europeia, com prédios de tijolo. Reparem que estas não são as bombas sérias de Hidrogénio da guerra fria.

O meu primeiro curso na universidade (depois desisti no 2º ano) era Engenharia Física Tecnológica no I.S.T., e houve uma cadeira em que o professor usou umas sebentas (feitas por ele) que falavam sobre o Raio de morte de uma bomba nuclear, como se define e como se determina e calcula. Mais tarde li no Yahoo News notícias não publicadas na imprensa portuguesa, em que os governos americanos e russos desclassificaram documentos acerca de Portugal, e num deles explicava, que ainda durante o "reinado" do Salazar, o ditador portuga acordou com os americanos, instalar ICBM's nucleares em Portugal Continental, apontados à Europa de Leste, a notícia (deliciosa) que eu li dizia qual foi o argumento diplomático utilizado pela URSS, para dissuadir o Salazar de instalar esses mísseis:

O que o embaixador da URSS disse ao Salazar foi que até à época (finais dos anos 60), eles só tinham um ou dois misseis apontados a Lisboa, de reduzido raio de morte (o diplomata soviético referiu o termo técnico raio de morte, quando abordou o governo português), mas caso o governo português seguisse em frente com o acordo com os americanos de instalar ICBM's em Portugal Continental, a URSS iria apontar dezenas de ICBM's de última geração com um raio de morte igual a metade da largura da Península Ibérica, de modo a nenhum português sobreviver (um só míssil desses ao atingir Madrid no centro geométrico da Península Ibérica, mata metade da Península, porque o raio de morte é maior do que a largura de Portugal.

Uma das definições técnicas do raio de morte, acho que era 100% de mortos no espaço de 7 dias, para quem estiver exposto à radiação dentro desse raio (de 200+ km, no caso do incidente diplomático entre Portugal e a URSS), mas já não me lembro bem...

Ok, porque é que falei nisto? As bombas nucleares de 1945 são ridículas, não têm raio de morte nenhum, e até sobrevivem seres humanos próximos da detonação.

Eu não estou a examinar o aspecto moral e da tragédia humana...

Os americanos estavam aterrorizados com o poderio militar do Exército Vermelho (se calhar 10 a 20 vezes maior do que os americanos, em proporção média), a história do Império monárquico Russo e da União Soviética, sugeria um padrão de invasões, anexações e conquistas (Invasões da Polónia e Finlândia em 1939), e acharam que demonstrar uma arma de terror (bombas atómicas) contra os japoneses, colocaria os soviéticos em cheque, e compensaria a fraqueza do exército convencional americano.

Existe quem defenda, que sem as bombas atómicas americanas, os soviéticos teriam anexado militarmente toda a Europa (incluindo Portugal) entre 1950-1970. E este cenário hipotético atom punk da ficção científica, não significa apenas que o reinado do Salazar teria acabado mais cedo, os filmes de Hollywood proibidos em Portugal, a existência de épicos portugueses sobre os descobrimentos, com cinematografia do tipo soviética. em que as Repúblicas Socialistas Soviéticas de Espanha, França e Itália, enviavam 100 mil soldados para filmar as batalhas do Afonso Henriques, nas super-produções de cinema portuguesas... O problema desse cenário seria a guerra civil fraticida estilo Vietname, a ocorrer em França, Portugal, Espanha, etc.

Resumindo, procurei explicar que as bombas atómicas de 1945 eram bluff, sem relação com as armas nucleares apocalípticas da década de 1960, e apresentei a motivação fria e estratégica, para a necessidade dos americanos assustarem os russos (mais do que os japoneses). Não estou a desculpar ou defender moralmente o governo americano em 1945, estou apenas a mostrar mais um ângulo sobre a questão.

Nota: Essas notícias de 1ª página, de desclassificação de documentos russos e americanos sobre Portugal, que li no final da década de 1990 no Yahoo News, desapareceram sem rasto dos arquivos da Internet. Não sei o porquê, nem porque razão não encontro referências a isso no Wikipedia e afins. Já tentei procurar de tempos a tempos e nunca mais encontrei isso. :-(

Nota 2: A cadeira onde eu aprendi o que era o raio de morte de uma bomba nuclear chamava-se "História das Ideias em Física", e era leccionada pelo falecido Padre João Resina Rodrigues. Eu sempre fui ateu, e até ser aluno desse professor julgava que todos os padres eram ignorantes e atrasados mentais. Mas esse professor sabia mais do que eu de Física e ensinava a criação do universo, de acordo com a teoria do Big Bang. Esse grande homem possui página do wikipedia, onde ele também é designado de "O padre da física quântica":

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Eu acho que ele fez muitíssimo bem em colocar o raio de morte das bombas nucleares na sua sebenta, para considerações filosóficas e éticas. salut-) yes-)
Nenhuma bomba nuclear que explodisse em Madrid matava habitantes em portugal, nem mesmo a Tsar Bomba, a maior bomba nuclear jamais feita seria capaz disso, só mesmo a radiação residual poderia fazer alguns danos.
Quanto ao facto do poderio militar soviético ser 10 vezes superior ao americano, isso não é verdade, a marinha e força aéra dos EUA na segunda guerra mundial era bastante superior à soviética, a vantagem soviética era nos blindados, mas um confronto entre os dois não tinha um resultado certo, os EUA tinham mais habitantes e maior poderio industrial e estavam muito menos desgastados que os russos.
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

Post by DarkPhoenix »

Sem dúvida que os Japoneses cometeram incontáveis atrocidades no "seu império" do Pacífico.
Infelizmente, a propaganda dos Aliados (em particular dos Estados Unidos) primou em branquear esses crimes inqualificáveis, a bem do investimento USA no Japão.

Convém lembrar que também os Portugueses, Espanhóis, Holandeses, Ingleses, Franceses, Russos, Maias, Romanos, Persas, Mongóis, Chineses, Vikings,.. massacraram comunidades e pilharam os seus recursos.

Mas nada disto justifica que se lancem bombas nucleares em cidades, em alvos civis.
Foi o crime de guerra por excelência, a maior barbárie que o ser humano já cometeu.
O real objectivo foi mostrar ao mundo (em particular à URSS) o poder dos Estados Unidos, de uma forma brutal e clara.
E para isso, milhares tiveram que pagar com as suas vidas.
THX
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

Post by THX »

Foi o crime de guerra por excelência, a maior barbárie que o ser humano já cometeu.
Isso dava pano para mangas...

Entre morrer numa questão de segundos ou sofrer durante anos eu preferiria a rapidez da morte.
Basta ver este documentário com o Hitchcock atrás da realização para ficarem com uma ideia das atrocidades que se faziam nos campos nazis e "naquilo" que se tornou mais para o fim da guerra :

http://www.imdb.com/title/tt3455822/?ref_=fn_al_tt_1

Image

Eu tenho-o gravado mas só consegui ir até meio...as imagens chocam e os relatos incomodam mesmo.
O ser humano é uma autêntica besta quando quer, e se for para medir as atrocidades cometidas em guerras não iriam chegar 300 páginas para expor este assunto.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728
PanterA
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

Post by PanterA »

Por acaso já o tinha visto. Não mostrou mais que aquilo que já não tenha visto em milhentos docs sobre a WWII. Se choca? Claro. Mas não tanto como noutros tempos.
THX
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Re: Fat Man and Little Boy (1989) - Roland Joffé

Post by THX »

Se choca? Claro. Mas não tanto como noutros tempos.
Claro...tal como as Bombas Atómicas já não me chocam muito.
como?-) ... :doubt: ... :-? .
Ver os cogumelos das explosões dessas bombas ao longe choca-me muito menos do que ver valas cheias de corpos humanos, buracos com bebés, crianças, homens e mulheres de todas as idades, jovens e velhos, tudo junto e ao monte.
Só a visão da cal me arrepia.

A vulgarização destes documentários e das imagens lá presentes parece que adormecem os sentidos de algumas pessoas e faz delas uns verdadeiros "Comandos", treinados para serem práticos e insensíveis a tudo o que os rodeia.

Eu só tive um pequeno vislumbre do que é estar num campo de batalha e posso-te dizer com toda a certeza que tu nem sequer imaginas o que é estar perante determinadas situações sem saberes o que fazer à tua vida.
Uma coisa é veres um documentário sentado confortavelmente no teu sofá, outra completamente diferente é estares LÁ. Faz um esforço mental e tenta imaginar os sons, os cheiros, o olhar dos "mortos-vivos", os esqueletos ambulantes...faz um esforço, mas não daqueles pequenos...um grande mesmo, como aqueles pesadelos que parecem tão reais que nos assustam e que só descansamos quando acordamos e percebemos que afinal ninguém nos assaltou a casa, que afinal não estávamos nada a cair de um precipício ou que o nosso carro não foi parar à sucata. Um peso que nos sai dos ombros.

Eu estive em Mafra e vi homens adultos a urinarem nas calças, vi um rapaz de 20 anos a amassar o seu armário de chapa com a cabeça nua, vi um jovem escondido no meio da vegetação tal qual um animal assustado e ferido. Esse foi logo para a ala de psiquiatria. Vi fracturas expostas, cabeças partidas, um camarada vomitou-me os ombros todos enquanto o tentava segurar em pé para ele chegar ao fim da M.A.R.C.O.R.

Para quem não sabe uma M.A.R.C.O.R (Marcha alternada com Corrida) é um exercício militar de resistência dos mais puxados que existe onde TODA A GENTE tem de chegar ao fim. Todos!!
Os mais fracos partem à frente e os mais resistentes vão no fim a fechar as colunas. Não pode ficar NINGUÉM para trás.
Nas vésperas destes exercícios o pessoal mais gorducho nem conseguia dormir com os nervos, com o stress.
Com as G.A.M (Ginástica Até á Morte) no geral o pessoal até aguentava bem os vários exercícios que tínhamos de fazer com a G3...mas nem todos aguentavam uma M.A.R.C.O.R até ao fim.

T-shirt verde nº3 da tropa + calças com cinturão do M64 + botas da TROPA + espingarda automática G3 agarrada com ambas as mãos, sempre junto ao peito. Duas colunas de homens em fila indiana à espera da ordem de partida.
Atrás o jipe da enfermaria acompanhava as colunas. E era assim que começava o inferno para muita gente.
Seguiam-se Kms de verdadeiro sofrimento, até à exaustão, até ao limite das forças de cada um. Muitos queriam desistir, atiravam-se para o chão, gemiam, tremiam, vomitavam,...choravam...de dor física, de tormento psicológico.
Vi vários a desmaiar à minha volta.

Mas o pior de tudo, aquilo de que eu nunca me esquecerei, foi quando vi um amigo meu a retirar as botas...e depois as meias...com as plantas dos pés coladas ás mesmas. O homem ficou com os pés em carne-viva!!
Pois é PanterA, isto contado é uma coisa, mas visto...não te consigo descrever a CARA do meu amigo que se manteve calado durante todo o tempo até vir a maca para o levar para a enfermaria.


E agora para terminar este off-topic deixo aqui duas músicas sobre as 2 bombas atómicas deste tópico.
A 1ª é dos U2 e sempre foi uma das minhas músicas preferidas de sempre.
É sobre o "Fogo inesquecível" que as fatídicas bombas provocaram na altura :




Esta é sobre o "ENOLA GAY" um dos aviões que carregou e largou a bomba sobre Hiroshima.
É dos OMD e também é muito boa :



Já agora leiam as letras de ambas as musicas, pois reflectem muito do que aconteceu.
Os meus 200 filmes inesquecíveis :
http://www.imdb.com/list/ls077088728/?s ... s077088728

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